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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Brasil, 20 anos em 2 - charge do Duke

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terça-feira, 10 de abril de 2018

Lula e o Brasil: cenários do pós-julgamento

Artigo de Gustavo Conde*, no Le Monde Diplomatique/Brasil, em 02/02/2018 - "No brasil, o anteparo que mais perturba a compreensão dos fatos políticos é o descompasso extraordinário entre a realidade empírica e a narrativa noticiosa da imprensa secular. São divorciados no papel e no religioso".
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domingo, 11 de fevereiro de 2018

Os donos da mídia no Brasil atuam nos partidos mais corruptos do país

A partir da reeleição de Dilma Rousseff para o exercício da presidência da República criou-se um paradigma na política brasileira. Toda a corrupção no país teria origem em um só partido político, o PT, Partido dos Trabalhadores. Tão logo iniciou-se o segundo mandato de Dilma, inconformados com a derrota, os adversários políticos da ex-presidente começaram a trabalhar o processo do seu impeachment. Qual o instrumento poderoso que utilizaram para convencer o público e tentar legitimar o golpe político e a derrocada da ex-presidente e de seu partido? Quem são os principais comandantes desse processo e a qual partido estão filiados? 
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sábado, 27 de janeiro de 2018

Documentário sobre o golpe é selecionado para o festival de Berlim

De Hildegard Angel - Dilma Rousseff perdeu a Faixa Presidencial, mas poderá levar pra casa o cobiçado "Urso de Ouro". Retratando os bastidores de seu Impeachment, o filme "O Processo", de Maria Augusta Ramos, foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Berlim, um dos principais do mundo, de 15 a 25 de fevereiro, na Alemanha.
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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

The New York Times: Democracia é empurrada para o abismo no Brasil

No Jornal do Brasil - O Brasil foi o último do Ocidente a abolir a escravidão, é uma democracia "bastante jovem", que se libertou da ditadura há apenas três décadas. A democracia do país, contudo, nunca esteve tão fraca desde então e, nesta semana, ainda pode ficar mais deteriorada com o julgamento do ex-presidente Lula. A leitura do cenário brasileiro é do economista norte-americano Mark Weisbrot, co-diretor do Centro para Pesquisas Econômicas e de Políticas Púbicas (Center for Economic and Policy Research - CEPR), em Washington.
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sábado, 13 de janeiro de 2018

Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

DW/Brasil - Após safra recorde em 2017, agronegócio é consagrado campeão do PIB e da inflação baixa, e celebrado por muitos como garantia de comida na mesa. Maioria dos alimentos, porém, vem de outra fonte. - A recuperação da economia brasileira em 2018 deve encabeçar o bom desempenho de toda a América Latina , estima o Banco Mundial.
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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Política: Como o discurso de Bolsonaro mudou ao longo de 27 anos na Câmara?

A BBC Brasil analisou mais de 1.500 discursos de Bolsonaro no plenário da Câmara dos deputados, feitos ao longo de 27 anos do seu mandato. No início de sua carreira, o deputado e pré-candidato a presidente da República se preocupava muito mais em defender os interesses dos militares, então sua base eleitoral, do que em polemizar com o PT e a esquerda. O militar reformado, que já havia apoiado Lula em 1994 quando o petista perdeu para FHC, em 2002 esteve num acordo "tático" com o PT contra o tucano José Serra (PSDB).
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Este Brasil, por Janio de Freitas

Janio de Freitas (*) - "Ninguém, parece mesmo que ninguém, tenta pensar o Brasil em pleno sentido e em seus possíveis amanhãs. É um país sem estratégia, sem ideia do que é e conviria vir a ser no mundo. Na grande tecitura internacional, não vive do que faça para uma inserção desejada, mas do que cada dia lhe traz. Segue adiante porque os dias se sucedem. Condicionado integralmente pelo mundo exterior, perplexo, lerdo, segue.
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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Brasil é o país com pior noção da própria realidade

Uma pesquisa realizada pelo instituto britânico Ipsos Mori em 38 países, que confrontou dados oficiais com a percepção dos entrevistados em temas como criminalidade e saúde, os brasileiros só ficaram à frente dos sul-africanos. O país com maior noção da realidade é a Suécia.
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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Estudo diz que a concentração de mídia no Brasil é pior entre 11 países

Por Kiko Nogueira, no DCM - A Deutsche Wille deu uma matéria sobre o novo relatório sobre a concentração da mídia brasileira divulgado pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras. A pesquisa foi feita em parceria com a ONG Intervozes e financiada pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha. A apuração durou quatro meses e abrangeu os 50 veículos de comunicação com maior audiência no país e os 26 grupos econômicos que os controlam.

"Até agora, o Brasil foi o primeiro país pesquisado em que nenhuma das empresas respondeu a nossas perguntas sobre quem são os seus proprietários", diz Olaf Steenfadt, diretor do projeto. 

O quadro é tenebroso e, talvez, pior do que você esperava. Reproduzo alguns trechos:

- "Assim como os ruralistas, antes chamados de latifundiários, os proprietários dos meios de comunicação possuem um vasto território nas ondas das TVs e das rádios, combinando interesses econômicos e políticos com o controle rigoroso da opinião pública"-, diz o texto.

- O Brasil ocupa a pior colocação dos 11 países já analisados pela RSF - Colômbia, Peru, Camboja, Filipinas, Gana, Ucrânia, Sérvia, Tunísia e Mongólia também foram alvo da pesquisa. 

- O país recebeu a pior nota em quase todos os indicadores, nos quais o estudo se baseia para medir os riscos para a pluralidade da mídia, avaliando ítens que vão desde concentração de propriedades e de audiência, passando por regulamentação sobre propriedade de mídias, até o nível de transparência sobre o controle das empresas. Apenas um dos indicadores brasileiros não foi considerado como "de alto risco para a pluralidade da mídia". 

- "Até agora, o Brasil foi o primeiro país pesquisado em que nenhuma das empresas respondeu a nossas perguntas sobre que são os seus proprietários", relata Olaf Steenfadt, diretor do projeto MOM [Monitoramento da Propriedade da Mídia, em inglês, Media Ownership Monitor] e integrante da Repórteres Sem Fronteiras Alemanha, em entrevista à DW. "Isso nunca tínhamos visto antes", acrescenta. 

- A pouca transparência sobre a propriedade dos grupos de comunicação, segundo o levantamento, se deve também à falta de uma obrigatoriedade legal para divulgação da estrutura acionária, além da inexistência d um monitoramento pelo poder público. Alguns grupos de mídia se negaram a responder, alegando razões "estratégicas" ou relacionadas à concorrência.

- "Falta no Brasil um quadro regulador", diz Steenfadt. "As poucas leis que existem não são implementadas. E as empresas não veem motivo para se abrirem de alguma foram, para serem transparentes", lamenta. "A mídia não é como qualquer outro setor econômico. É importante saber quem a controla", opina o especialista. "Os cidadãos têm direito de conhecer os interesses por trás dos meios de comunicação que consomem."

- No segmento de televisão, mais de 70% da audiência nacional é concentrada em quatro grandes redes, das quais uma detém mais da metade da audiência: a Rede Globo. Essas grandes redes nacionais ampliam ainda mais seu poder sobre a informação, destaca o MOM, através do domínio adicional de múltiplos segmentos. Grandes redes nacionais de TV aberta pertencem a grupos que também controlam emissoras de rádio, portais de internet, revistas e jornais impressos, segundo o estudo. 

Os dados estão disponíveis na página do MOM.

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domingo, 24 de setembro de 2017

Os "Inquilinos" do governo custam caro demais ao erário público

Nesta matéria, de responsabilidade de Paula Adamo Idoeta para a BBC Brasil, podemos ter uma noção de quanto o Brasil é um país socialmente injusto, que desenvolve uma política de distribuição de renda iníqua. E o coloca na lista dos países campeões em desigualdade, penalizando a maioria dos mais necessitados.
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domingo, 17 de setembro de 2017

O futuro do Brasil - charge do Benett

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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Copa do Mundo 2018: Seleção brasileira confirma primeiro lugar nas eliminatórias Sul-Americanas

A seleção brasileira assegurou o primeiro lugar nas eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo 2018 ao vencer o Equador, por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, na Arena do Grêmio. Depois de um primeiro tempo abaixo das expectativas, o Brasil realizou um grande jogo na segunda etapa. E chegou à vitória com gols marcados por Paulinho e Philippe Coutinho. Reveja os melhores momentos da partida.
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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Vende-se (99% off) - charge do Mariano

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Propina e 'jeitinho brasileiro' - segredos das negociações e negociatas no Brasil

Acabar com o pagamento de propina, prática existente de forma generalizada em todos os setores da sociedade brasileira, seria como debelar de vez o espírito da corrupção. Antigamente, no mundo corporativo das negociações, negociatas e acertos particulares, a propina era paga em moeda de diversas espécies. Era comum, o dito facilitador das transações comerciais ou políticas receber uma oferta "por fora".
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Janio de Freitas: 'A maior ameaça ao presente e ao futuro do Brasil está em Brasília'

"Considerando-se o que se passa na Presidência, na Câmara e na maioria dos partidos, também não parece bem afinada a conclusão do general de que "o crime organizado é a maior ameaça à sociedade brasileira", referindo-se à criminalidade urbana. (...) A maior ameça ao presente e ao futuro do Brasil está em Brasília, tem palácios, torres, cúpulas - e muito roubo", escreve Janio de Freitas, sobre o sucesso de Michel Temer em conseguir barrar, em votação na Câmara, o andamento da denúncia da PGR por corrupção passiva.


247 - O jornalista Janio de Freitas, em sua coluna nesta quinta, criticou a vitória de Michel Temer ontem na Câmara. 

"Nada mais do que um dia comum. No país todo. O dia, no entanto, em que um portador das condições simultâneas de presidente e de acusado de corrupção deveria saber a resposta da Câmara dos Deputados que, tão perto da unanimidade, deseja vê-lo excluído do poder. W, por consequência, entregue às investigações da polícia e ao arbítrio da Justiça. Um dia comum só possível onde o povo, ainda que sabendo o que quer, desiste do país.

(...)

Considerando-se o que se passa na Presidência, na Câmara e na maioria dos partidos, também nada parece be afinada a conclusão do general de que "o crime organizada é a maior ameaça à sociedade brasileria", referendo-se à criminalidade urbana. 

A recessão que corrói o Brasil não provém das favelas, estas concentrações de vítimas do desemprego, da ausência de sensino, da desgraça da saúde, da pobreza e dos preconceitos. E, sobretudo da passividade indiferente dos 10% de alta riqueza e da maioria da classe média, apoiadores do acusado Miche Temer. A maior ameaça ao presente e ao futuro do Brasil está em Brasília, tem palácios, torres, cúpulas - e muto roubo". 

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sábado, 17 de junho de 2017

Os dez mandamentos da delação premiada

O juiz de Direito catarinense, Alexandre Morais da Rosa partindo do conteúdo do seu livro Guia do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos, explica o regime da delação premiada no Brasil, no estilo 10 mandamentos. Para tanto, o juiz usou de uma metáfora, tipificando o indivíduo que lança mão desse recurso judicial, atribuindo-lhe certas características.
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sexta-feira, 16 de junho de 2017

PSDB e PMDB: opção pela velha política de conchavos

O PMDB sempre foi o partido de maior influência política dentro do Congresso Nacional. O PSDB sempre esteve correndo por fora, almejando ser o protagonista da política brasileira. Entretanto, ambos nunca conseguiram conquistar e consolidar a preferência popular. O PMDB, antes aliado do governo, optou por um golpe político para assumir o poder. E juntos elegeram o PT como grande inimigo político a ser derrotado. Agora, tentam um conchavo pernicioso visando se locupletar do poder sem qualquer legitimidade democrática.

"O Brasil está farto dos políticos tradicionais, não aguenta mais corrupção, o sistema está podre e precisa mudar. Das manchetes à redes sociais, passando por botecos e padarias, esse é o discurso dominante. Precisamos desesperadamente de algo novo. O que se vê na prática, contudo, é que os brasileiros e seus principais partidos continuam apostando no de sempre." 

Esta é a introdução de um importante artigo do jornalista e escritor Tomás Chiaverini, publicado no The Intercept/Brasil onde o autor procura revelar um pacto, que chama de uma "suruba" entre o PMDB de Temer e o PSDB do eminente salvador da representatividade do partido, João Dória, o prefeito de São Paulo. Uma vez que, a figura política do presidente do partido, o senador afastado Aécio Neves, foi destruída por delatores em depoimentos à Polícia Federal. Um fato, que segundo Chiaverini desnuda opção pela velha política de conchavos. 

Na realidade, o fato trás à tona o velho conservadorismo da política brasileira, cujo objetivo sempre foi a manutenção do poder público em benefício somente de alguns grupos seletos. Contrários e prejudiciais ao progresso da nação como um todo, e ao bem estar geral da grande maioria dos brasileiros. Haja vista as reformas da Previdência e Trabalhista, que atingem as camadas mais carentes da sociedade.

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terça-feira, 13 de junho de 2017

"Brasil ainda faz política com afeto, não com a cabeça"

"Em entrevista à DW Brasil, historiador diz que é preciso combater uma sociabilidade que se baseia em tratar o público como o privado: "Há uma elite que se considera realmente superior ao restante da população." 
Há pouco mais de 80 anos do lançamento do clássico Raízes do Brasil, o "homem cordial" de Sérgio Buarque de Holanda, que não distingue o público do privado, parece ainda presente na sociedade brasileira, apesar das previsões do intelectual que a cordialidade desapareceria com a industrialização.

Em 1936, Sérgio Buarque de Holanda apresentou pela primeira vez o conceito, resultado de uma sociedade rural autoritária caracterizada pela família patriarcal. Segundo o intelectual, esse homem cordial dominou as estruturas públicas do país, usando-as em benefício próprio.

No entanto, não foi exatamente isso o que ocorreu. Para o historiador João Cezar de Castro Rocha, a cordialidade é uma característica de sociedades hierárquicas e desiguais. Em entrevista à DW Brasil, o autor dos livros Literatura e cordialidade: O público e o privado na cultura brasileira e Cordialidade à brasileira: mito ou realidade? debate o conceito de homem cordial e sua ligação com a corrupção.

 "O problema da corrupção endêmica no Brasil só terá solução quando efetivamente constituirmos uma nação, quando em lugar de homem cordiais e elites que se consideram superior aos outros, nós formos de fato todos cidadãos", destaca Castro Rocha.

DW Brasil: O conceito de "homem cordial" parece mais atual do nunca. Mas Sérgio Buarque de Holanda previa que ele desapareceria com a industrialização e o fim da sociedade rural. Na sua opinião, por que ele não desapareceu?

João Cezar de Castro Rocha: Eu proponho que, na verdade, o homem cordial não é apenas fruto de uma sociedade agrária, mas característico de uma sociedade hierárquica e desigual, como a sociedade brasileira, que foi fundada sobre o trabalho escravo e que ainda hoje mantém a consequência do longo período de escravidão. Então, o homem e a mulher cordiais não apenas permaneceram, como pelo contrário, cresceram e estão muito fortes.

E isso é visível também na política?

A atual política brasileira, marcada por uma polaridade radical, por intransigência inédita e por uma intolerância completa é absolutamente cordial no sentido próprio do termo, ou seja, é uma política que se faz com afetos, com estômago e não com a cabeça.

A corrupção seria característica própria do "homem cordial"?

Seria ingenuidade imaginar que o homem cordial é por vocação mais corrupto do que a seriedade alemã ou puritanismo anglo-saxão. A corrupção faz parte de toda e qualquer estrutura de poder, mas a questão central de uma corrupção que pode ser caracterizada como cordial é a sua associação com a ideia da hierarquia e da desigualdade.

No Brasil, historicamente, há uma elite que se considera realmente superior ao restante da população e que, por isso, considera ter direito a saquear a coisa pública. Nós não temos um Estado no sentido próprio do termo, temos é um aparato estatal apropriado pelas elites.

O senhor fala da corrupção nas elites, mas é possível afirmar que ela ocorre também nas camadas mais baixas, que é algo generalizado?

É preciso diferenciar a corrupção de uma sociedade que tem um cotidiano esquizofrênico. Em 1808, quando a família real veio para o Brasil, não havia casas suficientes, e o rei mandou pintar nas portas de algumas a inscrição "Propriedade Real”, PR, obrigando os donos a deixá-las para os nobres portugueses. O povo traduziu PR como "ponha-se na rua”. A história da cultura brasileira é uma oscilação constante entre propriedade real e ponha-se na rua.

Existe uma lei e sabemos que ela não é cumprida porque não há as condições práticas para cumpri-la, ao mesmo tempo, não podemos verbalizar o caráter vazio da lei, então, desenvolvemos uma sociedade profundamente esquizofrênica no sentido próprio do termo. Dizemos A sabendo que precisamos fazer B. Eu faria uma diferença entre o princípio esquizofrênico e a corrupção.

Qual seria essa diferença?

Há um princípio de maleabilidade que pode levar a uma corrupção, mas eu diria que corrupção hoje no Brasil é a apropriação privada dos recursos públicos. Não dá para comparar o senhor Emilio Odebrecht, roubando bilhões de dólares, com o pobrezinho do brasileiro que no serviço público oferece um cafezinho para o atendente. Se dissermos que tudo é a mesma corrupção é mais um meio que a elite tem de se desculpar.

Mas o jeitinho, esse desvio do cotidiano, não legitimaria de alguma forma a corrupção nas grandes esferas?

Acho isso é um equívoco, pois o que está à disposição da elite brasileira, das empreiteiras, dos partidos políticos e de políticos não é um jeitinho, é um tremendo jeitão, não tem comparação. Além disso, a sociedade foi organizada de uma forma esquizofrênica, o Estado sempre impôs ao povo inúmeros PR e o jeitinho é uma estratégia, em alguns casos, para driblar a impossibilidade de cumprir o PR.

Mas se simplesmente legitimarmos o jeitinho, nós estaremos favorecendo a corrupção. Acho importante que, no cotidiano, o brasileiro comece, por exemplo, a apenas atravessar o sinal quando ele estiver aberto para pedestres. É muito importante uma mudança de cultura.

Como seria possível acabar com esse ciclo desta corrupção generalizada?

Do ponto de vista do Estado brasileiro é preciso acabar com esse discurso tolo de que tem muito Estado no Brasil, pois não tem. O Brasil tem Estado de menos para o que de fato importa. É preciso ainda implementar mecanismos eficientes de controle que tenham como base a transparência. Do ponto de vista da sociedade é começar uma discussão a longo prazo que necessariamente deve passar pela educação e, sobretudo, por uma consciência crescente para mudarmos nossa forma de agir no trato diário. Por exemplo, não posso defender a universidade pública e não dar minhas aulas.

O problema da corrupção endêmica no Brasil só terá solução quando efetivamente constituirmos uma nação, quando em lugar de homem cordiais e elites que se consideram superior aos outros, nós formos de fato todos cidadãos.

O que é preciso combater?

É preciso combater uma sociabilidade que se baseia em tratar o público como o privado, e isso são o homem ou a mulher cordial. A sociabilidade cordial é movida pelo coração, tanto ama quanto odeia, tanto pode ser autoritária quanto afetiva, mas impõe fundamentalmente a ordem pública a lógica do privado.

Sem dúvida para superar esse tipo de corrupção precisamos fazer que o Estado brasileiro finalmente seja público e deixe de ser um parque de diversões para que as elites econômicas, políticas e financeiras deste país continuem tirando os recursos públicos como se fossem privados."

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terça-feira, 6 de junho de 2017

Um depoimento histórico sobre a política brasileira

Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade de São Paulo e Ministro da Educação dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, publicou um depoimento histórico na revista Piauí relatando suas experiências com o poder político. Hadddad, que é formando em Direito e Doutor em filosofia pela USP, fala dos problemas enfrentados pela ex-presidente Dilma, do papel deletério da mídia, e vários outros assuntos.

Haddad, aponta um promotor suspeito de receber propina, e que passou a persegui-lo. Mostra que o senador (ex-chanceler) José Serra, foi o principal mentor do golpe do impeachment que afastou Dilma Rousseff da presidência do país. E trás á luz várias questões e experiências vividas, enquanto Ministro da Educação e também no exercício do cargo de prefeito da maior cidade brasileira.

Tudo está perfeitamente explicado e reportado na matéria publicada por Luis Nassif, no jornal GGN: Fernando Haddad disseca o arco do atraso em depoimento histórico

Para quem quer absorver um pouco mais de conhecimento sobre os labirintos e meandros da política brasileira, é de imprescindível leitura o depoimento de Fernando Haddad no artigo sob o título:

Vivi na pele o que aprendi nos livros.

Sobre este assunto, no Jornal do Brasil foi publicado o seguinte:

Haddad: Dilma e Lula foram alertados por Putin e Erdogan sobre os protestos de 2013

O ex-prefeito Fernando Haddad afirmou, em uma longa análise da conjuntura política publicada na edição de junho da revista piauí, que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff dificilmente teria ocorrido se não fossem as manifestações de 2013, que ficaram conhecidas como "Jornadas de Junho".

Haddad revelou que, à época, tanto Dilma quanto o ex-presidente Lula foram alertados pelos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Erdogan, sobre a grande possibilidade de que os protestos estivessem sendo patrocinados por grandes corporações que sequer estavam no Brasil.

"Já naquela ocasião vi um estudo gráfico mostrando uma série de nós na teia de comunicação virtual, representativos de centros nervosos emissores de convocações para os atos. O que se percebia era uma movimentação na rede social com um padrão e um alcance que por geração espontânea dificilmente teria tido o êxito obtido. Bem mais tarde, eu soube que Putin e Erdogan haviam telefonado pessoalmente para Dilma e Lula com o propósito de alertá-los sobre essa possibilidade", lembrou o petista, que é professor de Ciência Política na USP.

Segundo Haddad, já durante os protestos a percepção de alguns estudiosos da rede social era de que as ações virtuais poderiam estar sendo patrocinadas. "Não se falava ainda da Cambridge Analytica, empresa que, segundo relatos, atuou na eleição de Donald Trump, na votação da Brexit, entre outras, usando sofisticados modelos de data miningdata analysis".

Haddad conta que, frente à pressão do Movimento Passe Livre pela redução da tarifa do "transporte" público e diante de informações sobre possíveis patrocinadores infiltrados nos protestos, ele, então prefeito de São Paulo, estava decidido a manter posição, apesar das pressões. Haddad conta que recebeu ligação de Eduardo Paes, então prefeito do Rio, dizendo que era melhor ceder. '"Não vou segurar, você vai ficar sozinho", me disse o prefeito do Rio".

Posteriormente, Haddad conta ter antecipado, em conversa com o governador Geraldo Alckmin, a crise institucional que atinge o país desde então, com a eleição de Dilma Rousseff para seu segundo mandato e seu adversário Aécio Neves (PSDB), que não aceitou o resultado, a deflagração da Operação Lava Jato, o impeachment da presidente, a ascensão de Temer e o desprestígio da classe política.

"A pressão interna sobre nós já atingia patamares insuportáveis e o telefonema era a gota d’água. Foi então que resolvi ir ao Palácio dos Bandeirantes e propor ao governador Alckmin que fizéssemos juntos o anúncio da revogação do aumento. Contrariado, certo de que aquilo nada tinha a ver com tarifa de ônibus, tentei com o gesto despartidarizar a questão e iniciar um processo de construção de uma política tarifária metropolitana. (...) Na chegada, quando apertamos as mãos, pouco antes da coletiva em que faríamos o anúncio, eu disse ao governador o que pressentia: 'Podemos estar às vésperas de uma crise institucional'".

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