Mostrando postagens com marcador Celso Daniel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Celso Daniel. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Desinformação: 'TSE multa Carla Zambelli e Flávio Bolsonaro por associarem Lula à morte de Celso Daniel'

Por Manoela Alcântara, no Metrópoles: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou em R$ 10 mil a deputada Carla Zambelli (PL-SP), os senadores Flávio Bolsonaro (LP-RJ) e Mara Gabrilli (PSD-SP), a rádio Jovem Pan e outros por postagem indevida feita contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

www.seuguara.com.br/TSE/multa/parlamentares/morte/Celso Daniel/Lula/
TSE (Imagem/reprodução)

O entendimento dos ministros é de que os parlamentares propagaram desinformação e alegações infundadas na internet quando associaram o Partido do Trabalhadores (PT) e Lula ao assassinato do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, ocorrido em 2002


O plenário analisou representação da coligação Brasil da Esperança e de Lula contra os multados. O relator do caso, ministro Carlos Horbach, votou por aplicação de multa de R$ 5 mil apenas para alguns dos acusados, excluindo da multa Flávio Bolsonaro. No entanto, a ministra Maria Cláudia Buccianeri abriu divergência e pediu majoração da multa a todos os acusados, aumentando o valor para R$ 10 mil.


Por 4 votos a 3, prevaleceu a multa de R$ 10 mil a ser aplicada a todos. A ação baseou-se em fala da senadora Mara Gabrilli, durante uma entrevista à Rádio Jovem Pan, em 2022. Ela relacionou a morte do ex-prefeito de Santo André a Lula. Os outros envolvidos compartilharam o vídeo. Ainda no ano passado, o TSE havia dado direito de resposta Lula por concluir que houve desinformação.


Em seu voto, o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, afirmou que a entrevista à jovem Pan "não teve nada de entrevista". Para Moraes, a conversa de Gabrilli na rádio foi "uma propaganda política". "A Jovem Pan chamou uma candidata para produzir um conteúdo falso. Em 10 minutos, toda a rede das milícias já propagava esse conteúdo", disse ao votar com a divergência.


Decisão de 2022

Em julho de 2022, Alexandre de Moraes havia proibido bolsonaristas de associarem o assassinato a Lula. Ele afirmou que é de "conhecimento público e notório, o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel se trata de caso encerrado perante o Poder Judiciário, com os responsáveis devidamente processados e julgados, estando cumprindo pena. Também é fato conhecido e amplamente divulgado que o Ministério Público de São Paulo encerrou definitivamente as apurações, não havendo notícia do envolvimento do Partido dos Trabalhadores ou de seus membros".


Caso Celso Daniel

Celso Daniel foi torturado e morto com oito tiros. Ela havia acabado de assumir o segundo mandato como prefeito e estava na coordenação da campanha vitoriosa de Lula à Presidência da República. Após série de versões conflitantes, a Justiça entrou em um consenso, encerrou o caso e os responsáveis indicados nas investigações estão cumprindo pena.


À época da morte de Celso Daniel, em fevereiro 2002, ano em que Lula se elegeu presidente, o pai de Mara Gabrilli, vice na chapa de Simone Tebet (MDB), em 2022, tinha uma empresa de ônibus em Santo André. Em entrevistas, Gabrilli culpou petistas pela morte do ex-prefeito.

Apesar da narrativa, a Polícia Civil de São Paulo concluiu que Celso Daniel foi vítima de "crime comum". O Ministério Público paulista, no entanto, defendeu que a versão não se sustenta. Lula nunca foi investigado pelo caso.

***


Leia Mais ►

segunda-feira, 14 de março de 2022

Imparcialidade da série sobre Celso Daniel não para de pé. Por João Filho

www.seuguara.com.br/série/Globo/Celso Daniel/
Por João Filho*: Em 2002, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André, São Paulo, foi sequestrado e assassinado. Naquele mesmo ano, os irmãos do petista levantaram a hipótese de que o crime teria motivações políticas. Segundo a tese, a morte teria sido queima de arquivo, já que Celso Daniel teria conhecimento de um esquema de propinas envolvendo o PT e empresas de ônibus da cidade.
Leia Mais ►

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Em ano de eleição, Globo desenterra caso Celso Daniel em minissérie para atacar Lula

Por Victor Dias, no DCM: Em pleno ano eleitoral, a Globo resolveu desenterrar o caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, para retomar acusação sem base de crime político para criar confusão e atingir Lula.
Leia Mais ►

sábado, 26 de outubro de 2019

Veja: a volta dos que nunca se foram e o caso Celso Daniel, por Luis Nassif

Por Luis Nassif, no GGN - Marcos Valério, lá de Belo Horizonte, informa que Lula mandou matar Celso Daniel. É a velha Veja de volta, com a mesma falta de criatividade, com os mesmos roteiros cinematográficos, em torno dos mesmos vilões e dos mesmos factoides.
Leia Mais ►

segunda-feira, 4 de abril de 2016

“É fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política”

Por Carla Jiménez, no El País/Brasil - "Marcos Carneiro Lima, que trabalhou na Divisão Anti-Sequestro entre os anos 90 e 2000, trabalhou também na Corregedoria da Polícia e no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), depois como delegado geral em São Paulo, comandando a Polícia Civil. Ele conhece muito bem um personagem central do assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, que volta ao noticiário pelas mãos da Lava Jato.

Monstro, líder da quadrilha que sequestrou, torturou e matou Daniel, era objeto de estudo de Lima há muito tempo, quando o crime aconteceu. Atualmente dando aulas na Academia de Polícia, o delegado, agora aposentado, diz que se incomoda com as ilações políticas sobre o caso, que coincidem com períodos eleitorais.


Pergunta. Qual é sua ligação com o caso do assassinato de Celso Daniel em 2002?

Resposta. Em 2000 eu era da delegacia Anti-Sequestro em São Paulo (atual Divisão Anti-Sequestro -DAS), onde fiquei sete anos. Vimos uma quadrilha fazendo sequestros de forma diferenciada, porque a vítima ficava pouco tempo no cativeiro, lhe roubavam pouco dinheiro, e muitas vezes o crime nem era denunciado à Polícia Civil. Descobrimos a partir do sequestro da esposa de um diretor do banco Itaú, que foi pega perto da praça Panamericana [Alto da Lapa, zona oeste de São Paulo, bairro nobre da capital paulista]. Ela trabalhava em uma ONG na favela Pantanal, na divisa com Diadema. Descobrimos ali que havia um chefe do crime, o Monstro (Ivan Rodrigues da Silva), o mesmo que liderou a quadrilha que matou Celso Daniel. E começamos a estudar seu modus operandi.

P. Haviam muitos sequestros nessa época?

R. Em 2000 ainda haviam poucos, eras 25 ou 30 ocorrências no Estado de São Paulo. Mas a partir de 2001 estouraram os sequestros. Mais de 200, fora os que não eram notificados. E as vítimas passaram a ser agredidas. Houve uma cartilha escrita no antigo presídio do Carandiru pelos sequestradores do empresário Abílio Diniz (sequestrado em 1989). Eram bandidos ligados ao Movimento Izquierda Revolucionaria (MIR, guerrilha que atuou no Chile na época da ditadura). Essa cartilha previa que a vítima fosse preservada. Algumas quadrilhas usaram bem essa orientação. Mas criminosos violentos agrediam muito e até cortavam pedaço de orelha.

P. Onde a morte de Celso Daniel se encaixa?

R. Saindo de 2001, ano crítico em número de sequestros, chegou janeiro de 2002. A quadrilha do Monstro sai da região deles e vai atrás de uma empresário do Ceasa (centro de abastecimento hortifrúti), perto da praça Panamericana. Ele estava numa Dodge de suspensão alta. Os sequestradores estavam com um Santana. O empresário que eles perseguiam conseguiu fugir. Quando estavam voltando para a região de Diadema, trombam com um Mitsubishi importado, com Celso Daniel de passageiro, e o fazem parar.

P. Por que Sombra não ofereceu resistência se era carro blindado?

R. Eles tinham armamento caríssimo, fuzis, e ainda que fosse um carro blindado, não havia como lidar com esse tipo de arma cara. Para os sequestradores, só interessava a vítima, ou seja, o Daniel, não o Sombra que parecia ser o motorista.

P. Mas por que não levaram o Sombra?

R. Era um padrão, que havíamos detectado desde o sequestro da mulher do diretor do Itaú. O modus operandi era ir atrás de vítimas que andavam em carros importados. Em alguns casos só pegavam o carro, quando descobriam que quem estava dentro era apenas o motorista do endinheirado, ou só levavam a vítima, caso ele estivesse com motorista, e extorquiam 10.000, ou 20.000 reais. Nessa época eu saí da DAS e fui para a Corregedoria e continuava monitorando os sequestros.

P. Por que mataram o Celso Daniel se não era padrão matar a vítima?

R. Eles não sabiam que era o Celso Daniel. Como já eram experientes, e planejavam pegar o empresário do Ceasa, que fugiu naquela noite, tinham já um local para usar de cativeiro, uma chácara na região de Juquitiba, na BR 116 [onde Daniel foi morto]. Tiveram de ficar ali porque naquele momento havia polícia na favela do Pantanal. Quando o Monstro viu a repercussão do sequestro na mídia, mandou liberar o prefeito. “Dá linha no cara”, pediu para seus comparsas, mas foi mal entendido por um integrante, que era o menor de idade, e esse menor matou o Celso. Essa foi a tragédia.

P. E então, como nascem as teses de crime político organizado?

R. Quando acontece o crime, há o impacto de uma coincidência. Daniel foi sequestrado no dia 18 de janeiro, e morto dois dias depois. No dia 17, ou seja, um dia antes do prefeito ser pego, dois presos de uma penitenciária de Guarulhos, entre eles, Dionísio Severo, saíram de helicóptero do presídio numa fuga espetacular. Eles haviam sequestrado o funcionário de um banco. Severo era um ladrão que roubava, mas que começou a fazer sequestros. A primeira vez que o prendi, em 1998, ele me disse que ia fugir. Tinha dinheiro guardado, era um sujeito articulado. Tanto que o prendi no litoral, Praia Grande, onde tinha até um programa de rádio. Mas ele estava articulando uma facção de contraponto ao Primeiro Comando da Capital, e estava jurado de morte. Por isso ele fugiu, com ajuda do filho dele, que deveria tê-lo resgatado uma semana antes, mas bebeu demais e perdeu o horário. Ele não tinha nada a ver com o sequestro. E precipitaram essa relação, o que foi um erro crasso da polícia, trabalhando teorias como se fossem verdadeiras.

P. Mas esse tal Severo teria relação com o sequestro de Celso Daniel?

R. Quando ele foi preso, Severo diz que sabia de muita coisa sobre o caso de Celso Daniel e que só responderia em juízo. Mas diz isso para ganhar tempo. Com medo do PCC. Daí se comete um erro crasso do sistema Judiciário, de deixá-lo detido num lugar onde haviam outros presos. Uma pessoa de cadeira de rodas se levanta e o mata. Era um preso ligado ao PCC.

P. Essa teoria de que o crime foi cometido a mando de alguém nasce em 2002?

R. A quadrilha que sequestrou Celso confessou o crime e sua participação na época, era ano de eleição. O PT pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso para que a Polícia Federal acompanhasse a investigação. E foi assim, distribuíram o caso e tudo foi resolvido. Mas veio a eleição e o “Sapo barbudo” ganhou. E o sequestro de Daniel volta a ser questionado. Com Lula no Governo, vem a teoria de que o Sombra seria o mandante do crime [Sombra chegou a ser preso mas foi liberado por um habeas corpus que chegou até o Supremo]. O Sombra, na verdade, era arrecadador de Celso Daniel. Era o cara que passava na empresa de ônibus para arrecadar dinheiro. Aí está o crime. Quando os irmãos de Celso Daniel se manifestam todo mundo estranha. Eles não se falavam. E aí vieram com a tese de crime feito a mando de alguém. E associaram varias mortes com a de Celso Daniel. Ainda que investigadores tenham falado perante Comissões Parlamentares de Inquérito que se tratava de um crime comum.

P. Mas efetivamente morreram testemunhas deste caso.

R. Aí entra a teoria de seis graus de separação. Eu conheço o governador de São Paulo. O governador conhece o presidente da República. Que por sua vez conhece Barack Obama. Sou próximo de Obama? Entre a criminalidade e bandidos haverá sempre ligações muito próximas.

P. Mas morreram testemunhas...

R. O Dionísio, que falou que sabia de tudo para fugir do PCC e foi morto. Um garçom que viu Celso, Ronan [Pinto] e Klieger [ex-secretário dos Transportes de Santo André] conversando. Voltou para casa, dois suspeitos foram tentar assaltar. O ladrão deu pontapé na garupa. Ele bateu com a cabeça e morreu. Nem desenho do Chaves... A testemunha que viu esse fato foi morto. Era um ex-monitor da Febem jurado de morte por maus tratos. Houve um investigador de polícia do Denarc. Ele tinha um grampo num celular da cadeia, celular este que foi usado uma vez por Dionísio.  Quem matou o investigador? Ele voltava de uma festa. Quando chegou no prédio, havia dois caras que se apresentaram como policiais federais. Mas eram bandidos, queriam dinheiro e arma. Prenderam ele e a namorada no apartamento. Ele se desvencilhou. Foi atrás de dois. Mas ele não sabia que havia um terceiro dando cobertura e foi alvejado. Crime de mando com alguém correndo atrás do algoz?

P. Mas o médico legista [perito criminal Carlos Delmonte Printes, que examinou o corpo de Celso Daniel, que morreu em circunstâncias que foram questionadas]?

R.  Foi suicídio. Estava com depressão porque havia perdido o filho. Fez todo esquema, era um homem muito inteligente. Conhecia o coquetel de remédios.Tive aula com ele na academia de Polícia. Todas as mortes que ocorreram no entorno são muito bem explicadas.

P. Se era um sequestro comum, por que ele foi morto?

R. Uma semana, ou dez dias antes do Celso Daniel, uma travesti foi sequestrada num carro importado perto da região da favela, onde ela fazia ponto ali perto. Avisou que não tinha dinheiro. Gastou com drogas, mas que iria recuperar e levantaria o prazo. Mas ficaram com medo, executaram e jogaram corpo numa estrada, a mesma coisa que Celso Daniel.

P. Você acha que a leitura de um crime político então é por conveniência?

R. Exatamente. Houve uma comissão parlamentar, chamaram os presos que cometeram o crime, e eles falaram a verdade. O que mais querem? O assunto aparece sempre próximo a eleição. Mandaram desarquivar inquérito para Elizabeth Sato [em 2005]. Para provar que foi crime de mando. Fez toda investigação e disse que foi sequestro seguido de morte. Desenterraram Celso Daniel de uma forma covarde. Para colocar a pecha de que é partido de bandidos.

P. Mas isto lembra o episódio do sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1989, quando descobriram o cativeiro e os sequestradores apareceram com camisetas novas, com marcas de vinco inclusive, de campanha do PT.

R. É isso mesmo. Para um crime de mando nunca se contrata um grupo de sequestradores. A polícia que acusa sabe que é assim. Se era para matar de cara, por que não mataram? E para o PT? Por que matar o coordenador e futuro ministro da Fazenda?"
 
***

Leia Mais ►

Arquivos

Site Meter

  ©Blog do Guara | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger