quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
O Tempo. Por Moisés Mendes
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Quem é George Santos, deputado ex-drag queen que recebeu bolsonaristas nos EUA
Por Augusto de Sousa, no DCM: O deputado dos Estados Unidos, George Santos, do Partido Republicano, recebeu uma comitiva de parlamentares bolsonaristas, liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que viajou aos Estados Unidos durante o feriado da Proclamação da República no Brasil, na quarta-feira (25).
A comitiva incluiu, além do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os senadores Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), e os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ), Delegado Ramagem (PL-RJ), Júlia Zanatta (PL-SC), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Gustavo Gayer (PL-GO), e o comentarista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura militar João Figueiredo.
George Santos, de 36 anos, filho de imigrantes brasileiros, foi o primeiro republicano abertamente gay a ser eleito para o Congresso norte-americano no ano passado. Desde então, seu caminho foi marcado por mentiras e acusações de corrupção.
Após a vitória, Santos foi acusado de fabricar histórias e enfrentou investigações do Comitê de Ética da Câmara dos Deputados e da Justiça norte-americana. As acusações incluem fraude, lavagem de dinheiro e roubo de fundos públicos, com alegações de uso indevido de dinheiro público em compras de itens de luxo. Ele chegou a ser preso por ter cometido, segundo a Justiça estadunidense, 13 crimes.
Outra mentira exposta após sua eleição veio após o reconhecimento de amigos de longa data que ele fez no Brasil. Defensor dos costumes conservadores nos EUA, ele desfilava como drag queen, cujo nome artístico era Kitara Ravache em Niterói, no Rio de janeiro.
O ativista Eula Rochard foi o responsável por relembrar a personificação de Santos no carnaval de 2008. "Eu com o deputado republicano na parada de Niterói. Como eu havia falado, ele não saía da minha casa. Está aí a prova para quem me chamou de mentirosa", disse em uma entrevista ao Fantástico, da Globo.
Relembre quem é George Santos, mais conhecido como Kitara Ravache, deputado brasileiro (eleito nos EUA) que foi preso por fraude, lavagem de dinheiro, entre outras acusações, num total de 13 crimes.
— Jurunense (@o_jurunense) November 16, 2023
Parlamentares da extrema direita brasileira se reuniram com Kitara hoje, nos EUA. pic.twitter.com/lYMgDBorLc
Apesar de sua orientação sexual, Santos não é um defensor ativo dos direitos LGBTQIA+. Suas principais pautas estão centradas na área econômica e nos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos.
Nascido em Nova York, ele alega ter construído uma carreira de sucesso no mercado financeiro antes de entrar para a política. Em seus discursos, ele enfatiza o "sonho americano" de oportunidades e educação de qualidade para todos.
A trajetória de George Santos ganhou destaque após revelações do The New York Times, que expuseram inconsistências em sua biografia. O jornal revelou que muitas das afirmações feitas por Santos durante a campanha eram fabricadas, desde suas credenciais acadêmicas até sua carreira em Wall Street.
Dentre as falsas declarações, destaca-se a alegação de que sua mãe teria sobrevivido ao atentado às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Documentos oficiais de imigração dos EUA desmentem essa afirmação, mostrando que ela não estava no país na época.
Outras mentiras incluem alegações sobre seus avós maternos terem sido judeus sobreviventes do Holocausto, o que não foi comprovado. Santos também afirmou ter perdido funcionários no atentado à boate gay Pulse, em Orlando, sem evidências que respaldem essa história.
Diante das revelações, George Santos enfrenta pressões tanto de democratas quanto de republicanos para renunciar ao cargo. As investigações sobre suas declarações financeiras e despesas de campanha estão em andamento, mas ele nunca se manifestou sobre as acusações.
***
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
Bolsonaro repete mentiras horas antes de embarcar aos EUA
Bolsonaro embarca para o exterior sem passagem de volta ao Brasil
Por Paulo Cappelli, no Metrópoles: Bolsonaro embarca para os Estados Unidos nesta sexta-feira (30/12) sem ter adquirido passagem de volta ao Brasil. A expectativa é que Bolsonaro passe entre dois e três meses nos EUA.
Ele desembarcará em Orlando, no estado da Flórida. Aliados do presidente tentaram convencê-lo a desistir de deixar o país antes da posse de Lula, mas não conseguiram impedi-lo de viajar.
Antes de embarcar, Bolsonaro fez uma live na qual passou mensagem cheia de nuances a manifestantes nos quartéis.
Imagem: reprodução/Foto: Michael Melo
domingo, 20 de novembro de 2022
Xadrez das insurreições bolsonaristas. Por Luís Nassif
terça-feira, 29 de março de 2022
Devemos condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia?, por Régis Richael Primo da Silva
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
Habituados à delações traidoras, integrantes da Lava Jato se delataram em gravações. Por Janio de Freitas
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Steve Bannon é visto em Atibaia
quarta-feira, 22 de julho de 2020
EUA compram todas as vacinas contra covid-19 produzidas pela Pfizer e BioNTech em 2020
terça-feira, 16 de junho de 2020
Agência reguladora dos EUA revoga permissão para uso de cloroquina contra covid-19
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Petróleo americano registra queda histórica e preço do barril se aproxima de 1 dólar
segunda-feira, 9 de março de 2020
Governo Bolsonaro: 'Brasil levará décadas para reverter danos da submissão aos EUA', diz analista
terça-feira, 19 de março de 2019
Política externa: 'O que une e separa Trump e Bolsonaro'
sábado, 21 de janeiro de 2017
Curitiba e Irati como alvos de investigações da CIA
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
Política: A vitória de Donald Trump e uma reflexão sobre o que ela nos diz
A primeira-dama Michelle, que teve um protagonismo impressionante ao longo de toda a campanha eleitoral americana, pode ter futuro na política do país, exatamente como Hillary, cujo marido foi presidente na década de 1990. Michelle tem tudo para, quem sabe, ser a primeira mulher negra a presidir os Estados Unidos, e eu ficaria encantado em produzir um artigo a respeito nos próximos dias.
Ocorre que o mundo acordou sob forte impacto: Hillary Clinton, ao contrário da imensa maioria das previsões, perdeu as eleições presidenciais. Sob uma votação maciça e expressiva, o empresário Donald Trump foi eleito para substituir Barack Obama e os resultados disso já são sentidos na manhã de hoje. Pelo mundo, bolsas de valores como Londres, Tóquio e Hong Kong caem à medida que as urnas se fecham.
O ex-presidente do México, Vicente Fox, declarou que seu país “não vai pagar por aquela porra de muro”, em referência à barreira que o presidente eleito promete construir na fronteira sul dos Estados Unidos e cujos custos, declarou, ficarão por conta do governo mexicano. Logo, quero declarar que o meu texto sobre os simbolismos de um país eleger um homem negro, e na sequência uma mulher, com possibilidade de fazer o mesmo com uma mulher negra no futuro próximo, terá de ser postergado por alguns anos.
Já fui aos Estados Unidos quatro vezes desde 2012, todas elas a turismo. Conheço cidades como Nova York, Washington D.C., Kansas City, Miami, Orlando, Pittsburgh e Chicago, além de localidades menores no interior. Fui várias vezes àquele país porque admiro os Estados Unidos e porque sempre fui muito bem tratado pelas pessoas. Lembro-me de ter entrado numa loja certa vez na capital americana, e a moça atrás do balcão me perguntou se eu vivia nos Estados Unidos, num tom que me pareceu apenas curioso. Ao ouvir a minha negativa, ela limitou-se a dizer, sorrindo: “seja bem-vindo aos Estados Unidos!”. Com outros comerciantes, com as pessoas na rua, com funcionários do metrô, com a polícia, até mesmo com a segurança dos aeroportos – e eu passei por vários – sempre tive ótimas experiências, com praticamente todos. E eu acreditava com absoluta sinceridade que os americanos não seriam capazes de eleger Donald Trump.
Mas eu estava lamentavelmente errado. Hoje, vejo reforçar-se a velha ideia de que os americanos dão mesmo uma banana para o mundo. Que, de fato, eles não são capazes de enxergar a importância dos imigrantes para a construção dos Estados Unidos da América enquanto país e para que eles possam se constituir na nação que são hoje. Que um país tão fortemente miscigenado não “pertence” ao povo A ou B, mas a todos que nele quiserem estar, uma ideia moderna que implica reformas imigratórias profundas às quais o presidente eleito não se comprometeu, muito ao contrário. Que fechar as fronteiras aos pobres e necessitados, num momento em que milhares de pessoas fogem da guerra, é mais do que ridículo: é absurdo e desumano.
Eu acreditava de coração que a maioria dos americanos seguia essa linha de pensamento, e que apenas havia uma minoria muito idiota e muito barulhenta. Neste momento, a “minoria” em questão totaliza mais de 58 milhões de votos em favor da candidatura de Donald Trump. Num universo de mais de 300 milhões de habitantes, temos de fato uma minoria. Esta foi suficiente, no entanto, para eleger o presidente da República.
No discurso do presidente eleito, feito na madrugada de hoje, notou-se um tom bem mais ameno do que aquele visto às largas na campanha republicana. Quero crer que Donald Trump será apenas uma figura caricata e não tão perigosa como se alardeia que talvez seja. Sua vitória nos diz muito sobre o mundo em que vivemos e a negação dos líderes e políticos tradicionais, classe muito bem representada pela senadora Hillary Clinton, que lamentavelmente encerra sua carreira política sem ocupar o cargo ao qual aspirou por muito tempo e com muita capacidade de exercer.
Hillary foi elogiada por Trump em seu discurso de vitória: “Nós temos uma dívida com ela por seu serviço ao país”, disse o presidente eleito. Do lado de fora do Hilton Hotel, em Nova York, onde o republicano discursava, centenas de apoiadores não aparentavam a mesma disposição para seguir nessa linha conciliadora. “Prendam-na!”, gritavam com referência a Clinton, repetindo um bordão da campanha sobre a prisão que gostariam de ver para a ex-secretária de Estado. Mais do que assinalar a vitória maciça e inquestionável do republicano Donald Trump, as eleições presidenciais de 2016 nos dizem muito sobre os Estados Unidos da América e o mundo como o conhecemos."
***
domingo, 24 de julho de 2016
A ilegalidade do impeachment no Brasil chega ao parlamento dos EUA
"Nosso governo deve expressar sua forte preocupação com as circunstâncias que envolvem o processo de impeachment e exigir a proteção da Constituição democrática no Brasil", afirmam os signatários do documento.
Lá, como cá, o espírito dos democratas ainda resiste às tentativas de golpe contra a democracia.
Congressistas dos EUA denunciam a ilegalidade do impeachment
Carta Capital – "Nos Estados Unidos, a denúncia sobre a farsa do impeachment de Dilma Rousseff, encampada por grandes jornais como o The New York Times, ganha força agora entre parlamentares norte-americanos.
Em carta destinada a John Kerry, secretário de Estado, 37 congressistas (eram 33 quando esta reportagem foi publicada) do Partido Democrata e diversas entidades sociais e sindicatos, entre eles a influente Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais, pedem ao integrante do governo de Barack Obama e provável representante norte-americano nas Olimpíadas do Rio de Janeiro para lidar de forma cautelosa com as “autoridades interinas” brasileiras e de se abster de declarações ou ações passíveis de serem vistas como um apoio dos Estados Unidos à campanha contra a presidenta eleita. É previsto um crescimento do número de adesões à missiva até esta segunda-feira (25).
“Nosso governo deve expressar sua forte preocupação com as circunstâncias que envolvem o processo de impeachment e exigir a proteção da Constituição democrática no Brasil”, afirmam os signatários do documento ao qual CartaCapital teve acesso.
A carta será endereçada a Kerry na segunda-feira 25, mas teve o conteúdo antecipado após seu vazamento para a embaixada do Brasil em Washington. Ao receber a missiva, o Luiz Alberto Figueiredo Machado, embaixador do Brasil nos EUA, encaminhou uma réplica aos signatários na quarta-feira 20, na qual defende a legalidade do processo de impeachment.
O esforço de Machado em convencer os congressistas a rever sua posição mostra como a carta é incômoda para o governo interino. A estratégia não deu certo. Em tréplica, o deputado democrata Alan Grayson afirmou esperar que a correspondência dos parlamentares “ajude a Administração a rever sua posição política em relação ao que aconteceu no Brasil”.
“Este não é um julgamento legal, mas político, onde dois terços de um Senado tomado pela corrupção podem dar fim ao mandato de Dilma”, afirmam os parlamentares e entidades na correspondência a Kerry. “O processo de impeachment está sob críticas de irregularidades de procedimentos, corrupção e motivações políticas desde seu início. O governo dos EUA deveria expressar sua preocupação sobre a ameaça às instituições democráticas que se desdobra em um dos nossos mais importantes aliados econômicos e políticos da região.”
A carta tece duras críticas ao presidente interino: “Michel Temer chegou ao poder e imediatamente substituiu uma administração progressista, diversa e representativa por outra que inclui apenas homens brancos a anunciar planos de impor a austeridade, a privatização e uma agenda de extrema-direita”. O documento lista ainda o pacote de maldades prometido pelo governo interino e a “divisão profunda” da sociedade brasileira.
A carta relata também a queda do ex-ministro Romero Jucá por causa da divulgação de sua conversa com Sérgio Machado, operador do PMDB na Lava Jato e um dos delatores da operação, e registra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo que considerou Temer ficha-suja e o tornou inelegível, “incluindo para o cargo que atualmente ocupa”, por oito anos.
Os congressistas e entidades alertam Kerry do fato de Dilma Rousseff jamais ter sido acusada de corrupção e que as pedaladas fiscais, motivo alegado para seu afastamento, são “práticas utilizadas largamente em todos os níveis de governo no Brasil, incluindo seus dois antecessores”.
Em conclusão, os congressistas e entidades se dizem preocupados com os sinais emitidos pelo governo americano que “podem ser interpretados como um apoio” ao afastamento de Dilma. “Pelo fato de muitos brasileiros terem rotulado o processo de impeachment como um ‘golpe’ contra a presidenta brasileira eleita, é especialmente importante que as ações dos EUA não sejam interpretadas como favoráveis ao impeachment.”
Eles lembram ainda que, em 19 de abril, dois dias após a Câmara dos Deputados ter votado o afastamento de Dilma, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) reuniu-se com Thomas Shannon, subsecretário de Estado para Assuntos Políticos. “Essa medida foi interpretada como um gesto de apoio ao afastamento de Dilma do cargo.”
Ao saber do conteúdo da carta, o embaixador Figueiredo enviou a réplica a cada um dos congressistas afirmando estar “surpreso”. “Permita-me esclarecer que o processo de impeachment de Dilma Rousseff está sendo realizado de acordo com as exigências da lei brasileira”, afirma o diplomata. “A Constituição brasileira está sendo respeitada de forma rigorosa pelas três esferas de governo, um fato que pode ser corroborado a partir de uma análise cuidadosa e imparcial.”
"Eu sublinho que a firme batalha contra a corrupção tem o apoio da grande maioria da população brasileira e tem gerado demonstrações de admiração e apreciação da comunidade internacional", emenda o embaixador, para então defender o interino. "Temer expressou publica e repetidamente seu comprometimento na luta contra a corrupção e em manter o ritmo das investigações em curso no Brasil livres de qualquer tipo de viés político ou partidário".
Em uma linha semelhante à desqualificação do New York Times por seus editoriais críticos ao impeachment, o embaixador afirma que considerar o processo manchado por “irregularidades, corrupção e motivações políticas” revela “desconhecimento do sistema jurídico brasileiro”. A carta segue o discurso falacioso. “O respeito às regras orçamentárias esteve presente no Brasil em cada Constituição brasileira como um dever que um dirigente público não pode negligenciar.” O festival de enganação não arrefece até o último alento.
“O embaixador não reconhece problema algum com o processo, apesar de diversas organizações internacionais, veículos de mídia, intelectuais, acadêmicos, organizações da sociedade civil, artistas, mulheres e grupos de direitos humanos terem manifestado uma séria preocupação com a falta de transparência do processo”, diz Maria Luísa Mendonça, coordenadora da rede Social Justiça e Direitos Humanos.
Resta saber se Kerry, também democrata, se sensibilizará com a denúncia de seus correligionários quando vier ao Brasil para os Jogos Olímpicos.
Leia a íntegra das cartas dos congressistas e de Figueiredo."
VIA
***
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Seleção dos Estados Unidos jogará amistoso contra Cuba depois de 69 anos
A partida será disputada no Estádio Pedro Marrero e será transmitido ao vivo pelas redes de televisão Univision e ESPN, segundo a Federação de Futebol dos EUA informou.
O jogo oficial na rodada semifinal das eliminatórias da CONCACAF para a Copa do Mundo África do Sul-2010, a equipe norte-americana derrotou o time da casa por 0-1 em 6 de setembro de 2008.
"Estamos absolutamente satisfeitos por ter a oportunidade de levar nossa equipe para Cuba", declarou o técnico dos EUA, o alemão Jurgen Klinnsman.
"Estamos sempre à procura que a equipe tenha experiências diferentes e esta é uma oportunidade única", acrescentou o treinador, que com a sua formação terminou no último sábado em quarta posição na Copa América disputada em solo americano.
A equipe dos EUA vai jogar em 2 de setembro contra San Vincent y las Granadinas, um partido da penúltima etapa da CONCACAF de qualificação para a Copa do Mundo na Rússia.
No dia seguinte, quatro dias depois, recebe a seleção de Trinidad e Tobago na EverBank Field, em Jacksonville (Florida)."
Fonte: Conmebol
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Os políticos brasileiros deviam prestar muita atenção em Bernie Sanders
Aos 74 anos, cara de avô mas retórica pujante de adolescente idealista, Sanders está promovendo uma revolução na política americana.
Ele captou o Zeitgeist, o Espírito do Tempo, a exemplo do Papa Francisco. O coração da campanha de Sanders é o combate à desigualdade.
Com isso, ele captou o apoio entusiasmado dos jovens universitários progressistas americanos, que viram no senador de cabelos brancos uma possibilidade de colocar fim ao império de Wall Street na política dos Estados Unidos.
Lá, como no Brasil ou ainda mais, a plutocracia tomou de assalto a democracia. Da presidência ao Congresso, o big business é quem efetivamente manda.
Sanders já conseguiu um feito. Até há pouco tempo, estava a quilômetros, nas pesquisas, de sua rival Hillary Clinton. Agora, estão virtualmente empatados.
Os Estados Unidos vivem uma Berniemania, e já não é despropositado dizer que tudo isso pode dar na Casa Branca.
Para devolver ao povo a democracia surrupiada pelos bilionários, Sanders quer o fim do patrocínio das candidaturas por empresas.
(Eis um câncer também na política nacional, bravamente defendido por Aécio, Eduardo Cunha e caterva.)
Nenhum país é bom se só é bom para um punhado de privilegiados, diz Sanders. (Quando você ouviu FHC falar coisa parecida?)
Ele quer saúde e educação gratuitas para os americanos, como no sistema escandinavo.
Numa recente palestra de Sanders, uma jovem se levantou e disse que, para se formar, teve que acumular uma dívida de 300 mil dólares com sua faculdade, mais de 1 milhão de reais.
Quem pode arcar com tais despesas senão os filhos dos ricos?
Ele tem batido em Hillary colando nela o rótulo de representante do sistema, o establishment. Agora mesmo, ele revelou que ganhou com palestras, nos últimos tempos, pouco mais de 1 800 dólares, cerca de 7 000 reais. O casal Clinton, desde a saída de Bill da Casa Branca, faturou 150 milhões de dólares em conferências, mais de meio bilhão de reais.
Quem pagou? Exatamente o big business.
Eis outro ponto que se aplica ao Brasil. Tanto FHC como Lula, pós-presidência, se lançaram ao universo das palestras milionárias. Tais conferências — um fenômeno mundial — estreitam os laços entre a política e o big business e acabam minando a democracia em favor da plutocracia.
Sanders é fruto destes tempos. Sua voz igualitária passou a ser ouvida como consequência da brutal concentração de renda ocorrida nos Estados Unidos a partir da administração Reagan, na década de 1980.
No resto do mundo, o thatcherismo se incumbiu de fazer a mesma coisa. FHC usou, essencialmente, a plataforma thatcherista em sua gestão: privatização, desregulamentação e por aí vai.
Antes de Sanders, o primeiro sinal de inconformismo com a desigualdade entre os americanos veio do movimento Ocupe Wall Street, com seu célebre bordão “Nós, os 99%”.
Sanders é um filho de 74 anos deste movimento.
Nada é tão poderoso como uma ideia cujo tempo chegou, disse Victor Hugo.
Chegou o tempo para as ideias de Sanders, e é isso que o empurra na corrida presidencial americana."
***