sábado, 17 de junho de 2023
sexta-feira, 16 de junho de 2023
O que podem achar com Marcos do Val além do distintivo da Swat? Por Moisés Mendes
O que pode ter sido encontrado como prova relevante, na operação de busca e apreensão da Polícia Federal na casa, no gabinete e em escritórios de um sujeito investigado há quatro meses, como é o caso do senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo? É provável que achem mais uma minuta do golpe, como encontraram na casa do delegado Anderson Torres?
Senador Marcos do Val (Podemos-ES). (Imagem/reprodução) |
Um sujeito com expertise (a palavra que a direita adora) na área da arapongagem e que se diz instrutor da Swat pode guardar por tanto tempo, por arrogância ou ignorância, provas contra ele em computadores, celulares e arquivos físicos?
A PF teria apreendido dois celulares do senador, que não estava em nenhum dos três endereços das buscas. Celulares dele, mas usados por assessores?
Marcos do Val, que disse em fevereiro ter sido mandado por Bolsonaro para um encontro com Moraes, com a missão de grampear o ministro, teria algo comprometedor guardado até agora?
Nessa quinta-feira, a PF bateu nos endereços do senador bolsonarista que integra a CPI do Golpe como investigador e como investigado, o que só existe no país de Tim Maia.
Parece improvável que, quatro meses depois do início das investigações contra ele, alguma prova relevante possa ser encontrada.
Podem achar conversas e mensagens, que não há como deletar, nos arquivos em nuvem dos celulares?
Nada do que envolve a extrema direita pode ser considerado impossível. Já encontraram coisas inimagináveis com os fascistas, e principalmente em celulares.
O certo é que Marcos do Val está na fila da morte política dos que desafiaram o Supremo e, se a PF achar o que procura, pode ter a alma encomendada.
O ex-deputado Daniel Silveira, que também teria induzido Do Val a grampear Moraes, desafiou o ministro e está preso, condenado a oito anos de cadeia.
Silveira atuava na mesma linha de buscar o confronto direto com Moraes, como se a afronta o fortalecesse junto ao bolsonarismo e assim lhe garantisse alguma imunidade política.
N quarta-feira, um dia antes da busca e apreensão, o senador escreveu no Twitter, sem correção do texto:
"Seguindo o que determina a constituição, cabe aos senadores fiscalizar, afastar e até impeachmar ministrros do STF. É notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes".
Na quinta-feira, pouco antes das buscas, o sujeito disparou vídeos e outros conteúdos via zap para grupos de amigos, dizendo, entre outras coisas, que Moraes seria convocado pela CPI porque soube antes, pela Abin, que o 8 de janeiro iria acontecer.
Se soube, pergunta o golpista, por que não tomou providências?
O que fez Moraes enquanto o home da Swat o atacava? Autorizou a PF a fazer busca e apreensão que já sido solicitada há mais tempo, inclusive com pedido de prisão negado pelo ministro.
Mandou fazer as buscas exatamente no dia do aniversário do homem que diz entender de arapongagem.
Pedalaram as portas dos endereços do sujeito, abriram suas gavetas e levaram seus equipamentos.
Do Val pode ser tão desimportante no blefe do golpe que talvez encontrem apenas um distintivo da Swat, vendido em lojinhas de souvenirs, e nada que possa incriminá-lo.
Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
Recordes - charge do Amarildo
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
Pressionado na GloboNews, Marcos do Val dispara: "Daqui a pouco vou chegar no Lula"
"É preciso tomar muito cuidado com as informações disseminadas por Marcos do Val sobre o encontro com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira, onde foi apresentada ao senador a arquitetura de um plano golpista, envolvendo grampo ilegal no ministro Alexandre de Moraes. Quanto mais o senador fala, mais evidente fica sua intenção de amenizar o papel de Bolsonaro no plano e de atribuir uma conduta suspeita a Moraes.
A cada nova entrevista, o senador cria pretexto para instalar uma CPI sobre os atos do dia 8 de janeiro, mas para arrastar o governo Lula para o olho do furacão. De quebra, a narrativa do senador visa transformar o ministro Alexandre de Moraes num juiz parcial e suspeito para julgar processos que atingem o coração do bolsonarismo.
A análise surge a partir de respostas que Marcos do Val deu em entrevista ao programa Estúdio I, da Globonews, na tarde de quinta (2). Pressionado pelos jornalistas Andreia Sadi, Valdo Cruz, Mônica Waldvogel e Octavio Guedes, o senador Marcos do Val tentou semear a ideia de que atuou como agente duplo com anuência e sob orientação de Moraes.
O jornalista Octavio Guedes, percebendo as intenções de do Val nas entrelinhas, perguntou se o objetivo seria remover Moraes do tabuleiro político, seja por prevaricação ou sob acusação de parcialidade.
Eis que do Val saiu pela tangente, limitando-se a dizer: "Não é isso. É com relação ao atual ministro da Justiça [Flávio Dino]. Mas não posso te falar o restante. Quando tiver a CPI e pudermos retirar o sigilo, vocês vão saber."
Do Val sustentou que "soube" que o ministro da Justiça, Flávio Dino, dispõe de informações comprometedoras e, por isso, o senador se antecipou e lançou a bomba que, a princípio, atinge Bolsonaro.
Os jornalistas da GloboNews acharam a estratégia de implicar Bolsonaro para atingir Lula sem sentido. Do Val rebateu insinuando que está em posse de documentos que mostram a prevaricação de Dino nos atos de dia 8 de janeiro, e reforçou que com a CPI, o sigilo seria levantado, e a sociedade poderia entender suas reais intenções.
"Daqui a pouco eu vou fazer um movimento que eu vou chegar no Lula, e as pessoas não vão entender. 'Pô, semana passada ele estava chegando no Bolsonaro, agora tá falando do Lula? Porque eu vou chegar nele", adiantou.
Octavio Guedes foi ao Twitter reportar a conclusão que tirou da entrevista com Marcos do Val. Para o jornalista, ficou claro que o senador quer criar um pretexto para instalar a CPI e remover Alexandre de Moraes do jogo."
Estratégia do senador Marcos do Val é clara: tornar Alexandre de Moraes suspeito para julgar atos golpistas e forçar a criação da CPI do com viés anti governo do PT. @estudioi @GloboNews @AndreiaSadi
— Octavio Guedes (@octavio_guedes) February 2, 2023
Redação: GGN
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Marcos do Val entrega o jogo do "golpe" e pedirá afastamento de Alexandre de Moraes à PGR
O cabo Silveira, o soldado do Val e a fuga do ex-capitão. Por Fernando Brito
Por Fernando Brito, em O Tijolaço: Quando Eduardo Bolsonaro disse que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal, certamente não estava imaginando que seriam o cabo da PM Daniel (Lúcio) Silveira e o soldado Marcos do Val, do 38º Batalhão de Infantaria, hoje (ainda) senador, os personagens da comédia tosca que estão encenando par livrar Jair Bolsonaro do destino de punição que espera os golpistas fracassados.
Talvez se pudesse até acreditar, de tão toscos que são os Bolsonaro, que tudo que do Val relatou (e "desrelatou", ao longo do dia) sobre a conversa que Daniel Silveira o teria levado a ter com Jair Bolsonaro, envolvendo uma armação para que o senador gravasse conversas em que o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, eventualmente escorregasse, na intimidade, em declaração que o marcassem como suspeito na condução dos inquéritos que implica o ex-presidente em manobras golpistas.
Mas, para crê-lo, seria necessário um festival de ingenuidades.
Do Val apresenta-se com "próximo" de Moraes, - "com quem faço uns trabalhos" - e se poderia dizer até íntimo do ministro, tal a facilidade com que marca encontros por Zap a qualquer hora que queria, ou que se possa achar que Moraes, recebendo um senador sabida e abertamente integrante da "tropa de coque" bolsonarista para falar inconveniências e fazer rompantes.
Logo ele que, há quatro dias, gravou um vídeo (aqui, aos 10 min) dizendo que Moraes é uma "unanimidade" negativa entre os brasileiros e que "nem os ministros do Supremo estão aguentando mais ele". Amigão, não é?
É evidente que se trata de uma manobra primária para desqualificar o presidente do TSE e tentar retirá-lo da relatoria dos inquéritos relativos à defesa da democracia contra o golpismo.
Esta é a "missão" que recebeu, agora que a vitória de Rodrigo Pacheco na eleição do Senado tornou impossível a "saída" de promover o impeachment de Moraes.
O senador nem precisa desistir da alegada renúncia que disse - e "desdisse" - iria apresentar. Vai perder o mandato e terá a honra de abrir a fila da Comissão de Ética nesta legislatura.
O cabo Silveira, em cana, vai ter de dar cambalhotas para justificar os R$ 270 mil achados em sua casa. O soldado do Val, já está levando tombos estrepitosos no primeiro dia de suas "denúncias".
Mas estas suas manobras diversionistas para livrar Bolsonaro, tal como as declarações de Valdemar da Costa Neto de que "todo mundo tinha" minutas do decreto golpista para estabelecer "Estado de Defesa" e anular as eleições, só vão ajudando a transformar em comédia-pastelão as versões dos golpistas para escaparem às suas responsabilidades.
Até o final desta quinta-feira, depois do seu depoimento à PF, do Val estará completamente desmoralizado e de tudo só restará um Bolsonaro mais golpista e tosco, sem ter nem mesmo o um cabo e um soldado ao seu lado.
Imagem: reprodução
[Alexandre de Moraes confirma que Marcos do Val o procurou para denunciar 'Operação Tabajara']