Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PT. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Política e corrupção: ‘A roubalheira contida e a privataria liberada’

Por Geraldo Hasse*, no JornalJá - "A palavra “roubalheira” sempre esteve na boca do povo como alusão genérica a algo corriqueiro nas altas esferas do Poder, mas nunca como agora ela se tornou tão verazmente aplicável a um número expressivo de administradores públicos, empresários, executivos de estatais e parlamentares. Em seu penúltimo artigo, o comentarista político Elio Gaspari apresentou o mais recente balanço da Operação Lava Jato: 57 pessoas condenadas a 680 anos de prisão. Todas elas muito bem situadas nos altos escalões dos poderes econômico e político.

Por obra da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014 pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal, desvendou-se finalmente o esquema de corrupção que sustentava os partidos políticos e suas práticas eleitorais. Tornou-se enfim explícito o que antes se mantinha escondido sob apelidos diversos: “maracutaia”, “panamá”, “quiprocó”, “mamata” e, claro, “roubalheira”. O aspecto mais tragicômico dessa história é que o partido mais afetado pelas investigações é o PT, a sigla mais bem sucedida eleitoralmente na esfera federal no século XX. Como cabeça dos quatro últimos governos nacionais, o petismo transfigurou-se no principal culpado da roubalheira descoberta na Petrobras, a maior empresa nacional, fundada em 1953. Ainda que nenhum partido reste incólume após tamanha devassa, já está eleito o bode expiatório da temporada.

Com as evidências colhidas, mais as delações de empresários e executivos, a Justiça ficou com a faca e o queijo na mão para dar um novo conteúdo às relações entre empresas e partidos. Só lhe falta iniciativa, pois o Judiciário só opera se for acionado. Todas as investigações, processos e sentenças se concentraram até agora numa única vara do Paraná, sob o martelo do juiz Sergio Moro, a celebridade nacional do momento, tal como aconteceu com o ministro Joaquim Barbosa no final do processo do Mensalão no Supremo Tribunal Federal, que condenou à cadeia membros da cúpula do PT e de alguns partidos aliados.


Embora tenha se tornado um ícone da moralidade, Moro não é uma unanimidade. Ele tem sido criticado por: 1) procurar incriminar sobretudo o PT; 2) abusar do instituto da prisão preventiva para obter confissões dos acusados; 3) aceitar com gosto paparicações de grandes corporações da mídia e outras organizações sociais; 4) não ligar para as consequências da paralisação de contratos e obras no âmbito da Petrobras, com o que estaria favorecendo a fragilização de empresas nacionais e abrindo caminho para a desnacionalização de ativos estatais e privados. Dessa maneira, a Lava Jato seria uma nova edição da privataria tucana, agora pela via judicial (o termo privataria foi difundido por Elio Gaspari, que viu na privatização de estatais nos anos 1990 a prática da pirataria).

Hora de perguntar: quem vai herdar o país que sobrar da Lava Jato? Não há partido que possa se sobressair nessa parada. Nenhumas das 32 siglas vigentes no universo partidário brasileiro tem cacife ou envergadura para reconstruir o edifício da austeridade administrativa. A esta altura do processo, não se sabe sequer quantos partidos restarão depois que a Lava Jato chegar ao fim. A primeira prova será em outubro próximo. A menos de dois meses da corrida às urnas para eleger prefeitos e vereadores, não se ouvem os clarins da campanha eleitoral. Durma-se com um silêncio desses. Falta dinheiro para acionar as gambiarras eleitorais. A prova seguinte para a sobrevivência dos partidos será em 2018 com as eleições para presidente, governador e parlamentares.

Hora de perguntar novamente: que país resultará da limpeza em andamento por iniciativa do MPF com apoio da PF e o respaldo (algo constrangido) do STF?

Ainda é cedo para uma resposta ou até mesmo para um prognóstico calcado na esperança em algo melhor ou, pelo contrário, baseado na observação da realidade de maio para cá, quando o vice-presidente Michel Temer substituiu a presidenta Dilma, mas a mudança em curso sinaliza um retrocesso à época do presidente José Sarney (1985-1990), cujo governo foi marcado pelo fisiologismo e a mediocridade. Afinal, do PMDB não se pode esperar ousadia alguma, pois está na cara que o maior partido brasileiro está atolado em roubalheiras imemoriais."

*Geraldo Hasse é jornalista, escritor e colunista do JornaJá

***
Leia Mais ►

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

“Um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte”

Por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho, em 10/08/16 - "Ontem em entrevista ao Uol, a doutora Terezinha Maranhão, mãe da atleta Joanna Maranhão, foi direto ao ponto quando perguntada sobre as ofensas dirigidas à sua filha: “Este é um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte. Minha filha tem opiniões próprias, mas não merece ser ofendida e atacada como foi”.



Sobre os ataques machistas e preconceituosas não há o que dizer. Um completo absurdo sem sentido. Mas quero aqui atentar para outro detalhe, cada vez mais comum no debate político.
Acusar os defensores do governo Dilma, do PT, ou de qualquer coisa que lembre a esquerda de receberem 'mamatas' com dinheiro público.
Abaixo segue um exemplo deste tipo de argumento retirado do Facebook de Joanna Maranhão:

print_joanna1008
(Foto: Reprodução/ Facebook)

Primeiro aconteceu com os blogs progressistas. Depois com os artistas que se manifestaram contra o golpe. E ontem vi muitas pessoas acusando Joanna Maranhão de receber algum tipo de 'mamata' ou vantagem com dinheiro público, seja lá o que isto signifique. E a culpa é do PT, claro.

Me espanta o nível de alienação e psicopatia na rede.

Se o Estado não deve financiar a imprensa alternativa, a cultura e o esporte, deve financiar o que afinal? Daqui a pouco vão dizer que bolsa de estudos também é 'mamata' com dinheiro público? O que sugerem os anti-petistas raivosos? Que o Estado continue a distribuir dinheiro somente para os mais ricos, através dos juros mais altos do mundo?

Abaixo a entrevista completa com a mãe de Joanna Maranhã, no Uol.

***

Mãe de Joanna fica indignada com ataques à filha: “Um país de psicopatas”


Por Roberto Salim, do UOL

A doutora Terezinha Maranhão é geriatra. Está acostumada a atender velhinhos com problemas inevitáveis na vida de qualquer um. É uma médica dedicada, uma pessoa paciente e uma mãe que se levantava todo dia às quatro da manhã para levar sua filha aos treinamentos de natação, em Recife. A doutora dormia dentro de seu fusquinha, esperava o fim do treino, dava o lanche para pequena Joanna e a levava para a escola. Só depois disso ia para seu consultório na capital pernambucana.

“Criei meus filhos para ter opinião, pois a vida perde o sentido se o ser humano não for autêntico”.
Por ter educado Joanna Maranhão dentro desses princípios, a médica não se conformava nesta terça-feira com as ofensas recebidas pela filha nas redes sociais.

“Este é um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte. Minha filha tem opiniões próprias, mas não merece ser ofendida e atacada como foi”.

A doutora disse que Joanna não dormiu direito, ficou abalada, mesmo sendo forte.

“Foram ofensas pessoais que mexeram com ela. E é óbvio que ela não rendeu o melhor que podia na piscina, se tivesse repetido seu melhor desempenho teria passado às finais”.

Em sua família, doutora Terezinha foi criada para ser guerreira. Um dos ensinamentos da infância: a vida segue, seja qual for a dificuldade.

“E é vida que segue, às vezes se paga um preço alto por ser autêntico, mas faz parte”.

Ela volta para seus pacientes nesta quarta-feira. Joanna fica no Rio até dia 14, acompanhando o judoca Luciano Correa, seu namorado, que está comentando os jogos por uma emissora de TV.

“Se a Confederação de Desportos Aquáticos ou o Comitê Olímpico Brasileiro vão tomar alguma atitude? Eu não acredito. Eles nunca fizeram nada pela minha filha, não vai ser agora que vão agir”."

***
Leia Mais ►

terça-feira, 26 de julho de 2016

Política: 'Fila da propina via Caixa 2 é do tamanho da Muralha da China'

A Justiça brasileira precisa rever seu critério de seletividade. E principalmente deixar de ser hipócrita. Como diria o personagem de um famoso programa humorístico da Globo (o "macaco"): "Cadê os outros!?". Afinal, quanto recebeu das empreiteiras o Partido do adversário na campanha que reelegeu Dilma Rousseff?  Será que isso não vem ao caso para os promotores da Operação Lava Jato?
Leia Mais ►

quinta-feira, 23 de junho de 2016

“Filial” paulista da Lava Jato reinicia série de prisões políticas

Por Pedro Breier, correspondente de assuntos policiais do Cafezinho - E Miguel do Rosário, editor-chefe do Cafezinho.

"Os portais amanheceram dando manchete para a operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato oriundo de inquérito policial instaurado em São Paulo. Foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo 11 mandados de prisão preventiva, um deles endereçado ao ex-ministro dos governos Lula e Dilma Paulo Bernardo e outro ao Secretário de Gestão do governo Haddad, Valter Correia; 40 mandados de busca e apreensão, tendo como um dos alvos a sede do PT em São Paulo; e 14 mandados de condução coercitiva. Entre os conduzidos coercitivamente (babaquice autoritária que só se usa quando o objetivo é produzir espetáculo midiático e factoide político) estão o jornalista Leonardo Attuch, idealizador do site Brasil 247, e o ex-ministro do governo e braço direito de Dilma Roussef, Carlos Gabas.



Num só tacada, o golpe mata vários coelhos: a prisão ou condução coercitiva de pessoas próximas à Dilma constrange a ex-presidenta e reaquece o clima de golpe no Senado; a prisão de secretário de Haddad dá fôlego aos concorrentes do prefeito nas eleições municipais em São Paulo, maior cidade do país. E a condução coercitiva de Leonardo Attuch é aparentemente uma ação de censura política, por seu trabalho no Brasil 247, considerado pró-petista - e acontece dias depois do governo Temer suspender contratos publicitários já assinados com o site. A truculência, assim como foi a praticada contra Breno Altman, editor do Opera Mundi, ocorrida há alguns meses, tem o objetivo puro e simples de desmoralizar o trabalho do Brasil 247, site que tem veiculado críticas ao governo Temer, ao golpe e ao uso político do Judiciário.

Quebrar as pernas da comunicação antigolpista faz parte, obviamente, da estratégia do golpe, visto que este, para se consolidar socialmente, precisará consolidar sua hegemonia ideológica sobre a opinião pública brasileira. A narrativa do golpe precisa reinar absoluta, sem contestação: para isso trabalham os grandes jornais, os institutos de pesquisa, as redes de televisão. Os blogs críticos devem ser asfixiados; de preferência, fechados.

As matérias repetidas na grande imprensa contra os blogs - de que receberiam tanto dinheiro de publicidade federal - serviram naturalmente a este objetivo.

É preciso deixar Dilma completamente isolada, órfã, indefesa, para facilitar a sua degola final no Senado.

Após a enxurrada de denúncias diárias contra membros do governo Temer, as quais provocaram a queda de três ministros; após a péssima repercussão do golpe na imprensa internacional; e com a permanência da mobilização social dentro e fora do Brasil contra o governo ilegítimo, a Lava Jato, através de sua "filial" em São Paulo, entra em cena novamente para salvar o golpe, desviando o foco do desastroso governo interino, ao fornecer combustível para que a grande imprensa eletrônica, escrita e televisiva alinhe suas manchetes contra PT.

Tanto a prisão preventiva do Paulo Bernardo quanto as conduções coercitivas de Leonardo Attuch e Carlos Gabas são claramente excessivas e desnecessárias, pois são pessoas públicas, com fortes raízes profissionais e familiares no Brasil, e que não tem, evidentemente, interesse em fugir do país. Além disso, se quisessem destruir provas já o teriam feito há muito tempo, e como não são mais integrantes do governo (no caso de Gabas e Bernardo), não possuem meios para interferir nas investigações.

Há, no entanto, uma ironia trágica na prisão de Paulo Bernardo. Como ex-ministro da Comunicação, Bernardo foi um dos pilares da estratégia dilmista de desmontar qualquer estratégia de democratização da mídia. E agora ele é preso pelas forças conspirativas articuladas pela mesma mídia à qual ele se curvou durante seu mandato.

A "filial" da Lava Jato em São Paulo mantém o timing político da sua matriz no Paraná. As conspirações golpistas, que produziram o impeachment e criaram um clima de intolerância e ódio fascista no país, acabam de chocar mais um ovo da serpente, desta vez no Judiciário paulista.
Era esperado: todos os juízes querem ser celebridades como Sergio Moro! Holofotes significam poder, fama e dinheiro.

Quando a coisa começa a ficar feia para o golpismo, a Lava Jato - ou suas filiais - entra em ação para relembrar ao público que o alvo é o PT. Foi assim nas grandes manifestações contra o impeachment que ocorreram antes da votação na Câmara: um dia depois as manchetes tinham como foco a nova operação da Lava Jato. O método se repete no momento em que o governo Temer fica cada vez mais insustentável.

Todas essas ações de hoje integram um dos primeiros capítulos da nossa Noite de São Bartolomeu, já prevista por alguns analistas, ou seja, o início de um sombrio período de caça às bruxas, suspensão de direitos e liberdades, e truculências judiciais apenas vistas em Estado de Exceção.

É importante lembrar que o golpe não é apenas o impeachment. O golpe é, sobretudo, essa atmosfera de suspensão de direitos e garantias, que atinge inclusive (mas não apenas) o direito maior da democracia: a eleição do presidente da república.

Por essa razão, não é prudente comemorar quando o Estado de Exceção atinge o adversário, porque é próprio das conspirações atacarem alvos diversos, com fito de construir unanimidade na opinião pública, condição necessária para produzir uma correlação de forças que as permita desferir seus ataques mais explicitamente políticos e arbitrários."
***
Leia Mais ►

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Política: Empresário que fez ‘fama’ ironizando petista aparece 18 vezes em delação da família Machado

Por Julia Duailibi, no Piauí – "Protagonista de uma cena de agressão a um político petista, o advogado Danilo Amaral aparece 18 vezes na delação premiada da família Machado. Amaral, que hostilizou Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, numa churrascaria em São Paulo, é sócio da Trindade, “butique de investimentos” que recebeu 30 milhões de reais do esquema do petrolão. Segundo delação premiada de Expedito Machado, o Did, filho caçula do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, a Trindade, que aparece 65 vezes na delação, foi usada para lavar dinheiro do petrolão (leia o volume 1 e o volume 2 da delação).

A cena da agressão a Padilha, em maio de 2015, foi gravada por um dos amigos de Amaral, sentado a uma mesa vizinha à do petista, e rapidamente se espalhou pelas redes sociais.


“Temos a ilustre presença do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável por gastos de 1 bilhão de reais que nós todos otários pagamos até hoje. Uma salva de palmas para o ministro”, disse Amaral, em pé, segurando um copo no qual batia um talher para chamar a atenção dos presentes. A performance lhe rendeu breve fama nos dias subsequentes, com sua trajetória de empresário contada em sites de notícias.

A Trindade Investimentos começou a ser usada para receber os recursos ilícitos depois que as empreiteiras, donas de contratos com a Transpetro, resolveram não pagar propina no exterior nem em espécie. “Foi uma forma que o depoente encontrou à época para receber valores decorrentes de vantagens ilícitas de fornecedores da Transpetro com os quais seu pai estava tendo dificuldade no recebimento”, diz a delação de Did, responsável por operar o esquema de lavagem do dinheiro do pai.

Segundo Did, a Queiroz Galvão entregou à Trindade 30 milhões de reais via contratos de prestação de serviços entre 2010 e 2013. Os contratos, obviamente, só existiram após a intermediação dos Machado e foram pagos com valores acima dos de mercado (um dos objetos seria um estudo técnico sobre “ativos de ferro-gusa”, o que não parecia ser a especialidade da “butique de investimentos”). O dinheiro aportado na Trindade seria reinvestido em empresas de tecnologia, e o retorno encaminhado a Did, limpo. Segundo o delator, nenhum dos investimentos deu lucro. Ele, portanto, teria perdido o montante enviado à “butique de investimentos”, da qual diz não ser sócio oculto.

“O depoente engendrou, então, esquema pelo qual aparentaria, para uma empresa, funcionar como intermediário financeiro e/ou captador de negócios, mas o que em verdade faria é orientar as empresas devedoras da propina a alocar, com cobertura em contrato legítimo de prestação de algum serviço, os valores correlatos na empresa com que o depoente houvesse entrado em acordo”, diz a delação de Did, na qual ele explica o esquema criado para repassar a propina à Trindade. “O depoente acordava, então, com a empresa que seria contratada pela empreiteira que certa parcela dos valores assim alocados seria investida em participações societárias ou empreendimentos imobiliários, com devolução ao depoente, a termo, do saldo do principal.”

Did também ajudou a Trindade com um contrato de opção de compra de 25% da Pollydutos, empresa fornecedora da Transpetro. Essa opção nunca teria sido exercida, e o contrato foi desfeito. Uma linha de investigação é saber se a família Machado pretendia se tornar (ou se tornou) sócia oculta da Pollydutos, fornecedora da empresa dirigida pelo próprio Sérgio Machado.  Outra ajuda que Did deu para o amigo Amaral foi em 2014, quando auxiliou na venda de um dos ativos de sua empresa para Luiz Maramaldo, acionista da NM Engenharia. O dinheiro investido na Trindade, a pedido de Did, seria um “saldo” que Machado pai teria a receber da NM Engenharia.

Amaral foi apresentado a Did por Sérgio Firmeza Machado, filho do meio de Sérgio Machado, ex-executivo do Credit Suisse e considerado o mentor das engrenagens financeiras promovidas pela família. Amaral também é citado na delação de Serginho, outro que investiu recursos na Trindade.

Assim como afirma sobre os terceiros citados em sua delação, Did diz que Amaral não sabia que os recursos tinham origem ilícita. “Gostaria de destacar que Danilo Amaral, fundador da Trindade, sempre agiu de boa-fé; que jamais fez qualquer menção a ele sobre o papel do seu pai nos negócios que originou; que ele via o depoente como uma pessoa com todos os requisitos para originar bons negócios”, diz Did na delação. Ele conta ainda que Amaral teria ficado “extremamente desconfortável” quando Machado pai apareceu na Lava Jato. “Que na ocasião, constrangido e em conversas bastante duras, lhe foi esclarecido que ele tinha presumido errado e que os negócios tinham sido originados com base na influência do pai do depoente.”

Amaral presidiu a BRA, empresa de transporte aéreo, foi entusiasta de grupos defensores do impeachment, como Movimento Brasil Livre, e vestiu uma camiseta de Friedrich Hayek – economista austríaco defensor do liberalismo – para ir às manifestações contra Dilma, durante as quais, é claro, se mostrou indignado com a corrupção."

***

Leia Mais ►

domingo, 19 de junho de 2016

Política: Senador do PMDB denuncia em áudio esquema de Temer e Cunha para atender Fiesp

No Conexaojornalismo, em 25/04/2016 - "A notícia foi publicada sem estardalhaço há cinco dias na coluna CB Poder, de Ana Maria Campos, no Correio dos Braziliense. Em entrevista gravada por um blogueiro de Brasília, o senador Hélio José, do Distrito Federal, fala dos compromissos que Temer teve que assinar com Eduardo Cunha e com empresários para ter apoio e chegar ao poder. Tal acordo prejudicaria a população que em breve imploraria pela volta do PT.



- As pessoas vão chorar lágrimas de sangue - diz.

Para o senador, que se diz indeciso, todos estão nas ruas por causa da Rede Globo. Em seis meses, disse, o povo vai perceber. A resistência do PSDB em embarcar na canoa de Temer/Cunha tende a se ampliar a partir deste vazamento. Afinal, segundo garante o senador, é sabido que em pouco tempo a crise será ampliada.
 
Hélio já foi do PT, PSD e do Partido da Mulher Brasileira. Em março deste ano se filiou ao PMDB de Temer - legenda pela qual pretende disputar o governo do DF.


Senador Hélio José faz strike no PMDB


Recém-filiado ao PMDB, o senador Hélio José (DF) conseguiu, numa entrevista a blogueiros de Brasília, desagradar de uma vez só a cúpula do PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente da República, Michel Temer. O áudio da entrevista circulou ontem entre peemedebistas ontem, com grande repercussão. O suplente de Rollemberg que já foi do PT, PSD, PMB e agora está no PMDB elogiou o ex-presidente Lula, disse que o partido de Michel Temer não tem posição ainda pelo impeachment no Senado e considerou injusta a votação de domingo na Câmara dos Deputados. "Cuspiram no prato que comeram, feito Judas", disse Hélio José. 

"Temer e os bandidos do Cunha" 
 
Na entrevista, Hélio José (PMDB-DF) ataca até mesmo um possível governo do líder de seu partido, Michel Temer. "Nenhuma das soluções vai salvar o Brasil", afirmou. De quebra, criticou acordo do vice-presidente da República com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha: "Se o Temer assumir, mas o problema é que vai assumir é o compromisso que ele teve de assinar com os bandidos do Cunha e com o grande empresariado". Hélio José afirmou ainda acreditar que o governo petista vai deixar saudades: "Acho que vão chorar lágrimas de sangue para que o PT volte daqui a dois anos. Vão ver a desgraceira que vai acontecer nesse país com arrocho, onde servidor público vai ser tratado na pinhola, onde o servidor público vai perder os seus direitos"."


***
Leia Mais ►

segunda-feira, 21 de março de 2016

“Não sou petista, mas não sou cega”, diz Monica Iozzi

247 - "Atriz global Monica Iozzi voltou a criticar nesta segunda-feira, 21, a parcialidade da mídia brasileira por incitar o ódio e propagar a defesa do golpe conta a presidente Dilma Rousseff; "A imprensa tem que divulgar da mesma maneira as acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB e outros. O que não acontece. Não sou petista, mas também não sou cega", afirmou; "A ideia não é abonar as ações do PT, mas cobrar que todos os partidos sejam investigados e julgados de maneira imparcial e justa", completou"

“A atriz da Globo Monica Iozzi voltou a criticar nesta segunda-feira, 21, a parcialidade da midia brasileira ao propagar o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e incitar a intolerância política.

"A imprensa tem que divulgar da mesma maneira as acusações sofridas pelo PT, PSDB, PMDB e outros. O que não acontece. Não sou petista, mas também não sou cega", afirmou Mônica à coluna F5, da Folha de S. Paulo.  Para a atriz o "debate raso e tendencioso que vem alimentando a atual atmosfera de ódio, preconceito e intolerância no país".


Monica Iozzi participou ao lado de Letícia Sabatella e Daniel Dantas, de um "vídeo-convite" para a manifestação "contra o golpe" da última sexta (18). "Precisamos parar com esse comportamento de torcidas organizada. O país parece estar dividido entre "petralhas" e "coxinhas". Ela diz que gravou o vídeo como um convite à discussão e destaca o caráter apartidário do ato. "A ideia não é abonar as ações do PT, mas cobrar que todos os partidos sejam investigados e julgados de maneira imparcial e justa".

Sobre a crítica que fez aos brasileiros que "se informam apenas pelas manchetes do Jornal Nacional", a atriz afirma ter mencionado o telejornal por ser o de maior audiência no país. "Minha intenção com aquele post foi questionar como as pessoas se informam. Não sejamos ingênuos, não existe imparcialidade na imprensa".

***
Leia Mais ►

sexta-feira, 11 de março de 2016

Prensa na imprensa

Por Marcelo Migliaccio (*), no Rioacima - Alguns jornalistas assustados vêm reclamando que o PT "criou uma bandeira de ódio contra a imprensa". Segundo eles, o partido tem estimulado agressões a jornalistas. A primeira pergunta a ser feita é se foi o PT quem incentivou manifestantes a virarem os carros do jornal O Globo quando o presidente Getúlio Vargas, envolvido num mar de lama nas manchetes, deu um tiro no próprio peito. Não, o Partido dos Trabalhadores sequer existia em 1954.

De lá para cá, a conduta dos empresários que dominam a comunicação de massa no Brasil pouco ou nada mudou. Apoiaram o golpe militar de 1964, encobriram a corrupção e o entreguismo durante a ditadura a troco de facilidades para ampliarem seus impérios, criaram nacionalmente uma imagem falsa de Fernando Collor para torná-lo o primeiro presidente civil, nos empurraram Tancredo/Sarney em seguida e transformaram os governos do PSDB em autênticos contos de fadas.

Quando o PT chegou ao poder, em 2002, os grandes jornais, revistas e emissoras de TV e rádio mudaram radicalmente de conduta, passando do adesismo sustentatório a uma oposição ferrenha e combativa. É fato que já perseguiam o partido desde sua fundação. Quando surgiu como líder sindical no ABC paulista, Lula passou oito anos sem aparecer no principal telejornal do país. Discricionário, o jornalismo praticado pela emissora líder de audiência e pelas que a copiam também assassinou em vida brasileiros ilustres como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Jango, Juscelino e Leonel Brizola, que teve mais espaço no noticiário no dia de sua morte do que nos 40 anos anteriores, período em que governou o Rio por duas vezes, enfrentando oposição ferrenha, diga-se.

As pessoas estão vendo. Muita gente, graças a Deus, não tem cérebro de minhoca. E se revolta. A imprensa chama todo mundo que apóia o atual governo, eleito democraticamente, de "militante do PT. Bolas, são brasileiros. Alguns se filiaram a um partido outros a centrais sindicais. Mas, antes disso, são brasileiros. Estigmatizá-los, só reforça a atmosfera belicosa em que vivemos.
 
Hoje, felizmente, muita gente é capaz de analisar criticamente a informação que recebe. A credibilidade desse noticiário enviesado e míope foi se diluindo com o passar dos anos. Basta dizer que o PT venceu as últimas quatro eleições diretas apesar de todo o catastrofismo das manchetes, das pragas dos colunistas de aluguel, das capas de revistas caluniosas em vésperas de votação.
 
Alguns desses jornalistas assustados juram que toda a classe sempre apoiou o PT e que está decepcionada porque o partido, quando chegou ao poder, repetiu velhas práticas condenadas por ele mesmo. Pode ser. Onde tem dinheiro, tem ladrão. Há corruptos nos EUA, na China, no Japão e até no Vaticano. Digo que o PT fez diferente sim, porque foi o primeiro a cortar na própria carne e o único que distribuiu a riqueza nacional de verdade, tirando o país do mapa da fome e dando chance aos pobres de chegar à faculdade. Claro, ainda falta muita coisa, estamos pagando a conta de séculos de desmandos, exclusão, enfim... do que fez a oligarquia que mandou no Brasil de 1500 a 2002.

O povão nunca esquece de quem lhe fez bem. A popularidade de Lula e seu favoritismo para o pleito de 2018 mostram isso. De nada adianta a imprensa insuflar manifestações como a deste domingo. Mais uma vez, o trabalhador, o sem terra, o sem teto não estarão presentes. Será mais um carnaval fora de época em que a classe média devoradora de novela _ e que teve como professoras Xuxa e Marlene Mattos _ ocupará as áreas de lazer das capitais para praguejar raivosamente contra o PT. Envenenaram tanto o cérebro do Hommer Simpson no noticiário que sua massa cinzenta virou mandiopã. Agora ele é um cão que baba de ódio ao ver uma camisa vermelha.
 
O radicalismo está instaurado. Os próprios criadores do monstro estão com medo. Não cabem agora queixas chorosas de menino brigão tipo: "Mãe, foi ele que começou".
 
Como dizem por aí, o povo não é bobo e acabou percebendo o jogo da grande imprensa. Querem cassar mais de 54 milhões de votos de maneira calhorda, na base do grito, do rolo-compressor, da manchete condenatória, do apoio editorial a métodos arbitrários do Ministério Público, da oposição no Parlamento e da Polícia Federal nas ruas. Se há condenáveis reações violentas contra jornalistas, a terceira Lei de Newton explica.
 
Lamento que colegas meus estejam dando munição aos golpistas, porque é muito cômodo para quem está com vergonha de apoiar abertamente um lado apontar defeitos no outro.

(*) Marcelo Migliaccio é jornalista, com passagens pelas redações dos principais jornais do Rio, São Paulo e Brasília

***
Leia Mais ►

sexta-feira, 4 de março de 2016

Política - Entenda as acusações contra Lula na Lava Jato

Redação Carta Capital - "Iniciada na manhã desta sexta-feira, a 24ª fase da Operação Lava Jato mobilizou 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal para cumprir 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados e condução coercitiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A ação foi determinada pela 13ª Vara de Curitiba, na mais nova fase da investigação conduzida em Curitiba pelo juiz Sérgio Moro.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal de São Bernardo do Campo até o aeroporto de Congonhas, na capital, para prestar depoimento sobre seu possível envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato.

As principais acusações que pesam contra o ex-presidente são o recebimento de "vantagens indevidas" por meio da destinação e reforma de um triplex no Guarujá e de sítio em Atibaia, com entrega de móveis de luxo nos dois locais, além da armazenagem de bens do ex-presidente por uma transportadora, supostamente pago por empreiteiras envolvidas no desvio de dinheiro na Petrobras. 
As investigações também apuram pagamentos ao ex-presidente, feitos pelas cinco construtoras envolvidas na Lava Jato, por meio de doações ao Instituto Lula e pagamentos à LILS Palestras.

A dura nota oficial, divulgada pelo Ministério Público, afirma que ao longo das fases anteriores da Lava Jato "avolumaram-se evidências muito consistentes" de que o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras envolvia e beneficiava empresas, funcionários da estatal, “lavadores de dinheiro profissional” e “e os políticos e partidos que proviam sustentação aos funcionários da Petrobras e em troca recebiam a maior parte da propina, a qual os enriquecia e financiava campanhas”. 

A coordenação do esquema aconteceria a partir das cúpulas e lideranças dos partidos da base governista, envolvendo especialmente o PT, PP e PMDB. “ O ex-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais beneficiários dos delitos. De fato, surgiram evidências de que os crimes o enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua agremiação política”, disse a nota oficial do MPF.

Em coletiva nesta manhã, a Polícia Federal e o Ministério Público negaram que exista motivação política nas ações de hoje e justificaram o fato do depoimento de Lula não ter sido previamente agendado, alegando "motivos de segurança" por conta da polarização política e da mobilização de militantes contrários e a favor do ex-presidente, que poderiam desembocar em em enfrentamentos e violência.

Confira as principais acusações feitas sobre Lula:

Triplex no Guarujá

Lula teria recebido, em 2014, 1 milhão da construtora OAS, por meio de reformas e da aquisição de móveis de luxo no triplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá. O ex-presidente nega que seja proprietário do imóvel. Pesam que o apartamento foi o único que sofreu esse tipo de intervenção e também o envolvimento do próprio presidente da OAS, Léo Pinheiro. Para o MPF, a suspeita é que os móveis e a reforma "constituam propinas decorrentes do favorecimento ilício da OAS no esquema da Petrobrás".

Sítio em Atibaia

As apurações, ainda de acordo com a nota do MPF, apontam para a aquisição, pelo ex-presidente Lula, de dois sítios contíguos em Atibaia, no valor de R$ 1,5 milhão. Ambos os sítios, em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, foram adquiridos na mesma data: 28 de outubro de 2010, quando encerrava-se o segundo mandato de Lula na presidência. Haveriam "fortes indícios" de que o ex-presidente teria recebido R$770 mil em reformas e móveis nos sítios, entre 2010 e 2014, "sem razão econômica lícita" pelo empresário José Carlos Bumlai e as empreiteiras OAS e Odebrecht, favorecidos no esquema de corrupção.

Armazenagem de itens retirados do Palácio do Planalto

A nota cita indícios de pagamentos dissimulados de 1,3 milhão de reais pela empresa OAS em favor de Lula, de 2011 a 2016, para a armazenagem de itens retirados do Palácio do Planalto ao fim do mandato do ex-presidente. A negociação teria sido feita por Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula desde 2011 e sócio de Lula na LILS Palestras. O contrato teria sido feito entre a OAS e a empresa armazenadora. "Nesse contrato, seu real objeto foi escondido, falsificando-se o documento para dele constar que se tratava de 'armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda' Paulo Okamotto assinou ainda, em 12 de janeiro de 2016, procuração autorizando a retirada dos bens.", afirma a nota. 

Instituto Lula e LILS Palestras

As empresas Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC - implicadas no esquema de corrupção na Petrobras - teriam doado 20,7 milhões para o Instituto Lula, que alega que as doações foram legais e devidamente declaradas.A operação Lava Jato, porém, investiga suspeitas com relação ao "ingresso e saída dos valores" pagos ao Instituto e à LILS Palestras. A saída de recursos teria beneficiado pessoas vinculadas ao PT e familiares do ex-presidente. Durante a coletiva, Carlos Fernandes dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava Jato, afirmou que 60% das doações para o Instituto Lula e 47% das palestras pagas para o presidente por meio da LILS é oriundo de empreiteiras."

***
Leia Mais ►

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

PSDB quer a extinção do PT - charge do Nani

Leia Mais ►

sábado, 28 de novembro de 2015

A prisão do senador e a crítica de Renato Rovai à militância do PT

A prisão preventiva do senador Dulcídio do Amaral (PT), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), causou uma perplexidade enorme no Congresso Nacional. Nos bastidores, segundo os profissionais de imprensa, havia um silêncio sepulcral nunca dantes visto. A mídia em geral, fez questão de dar ênfase à ligação do senador com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Leia Mais ►

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Lava Jato: senador Dulcídio do Amaral (PT) é preso em Brasília

O relator da operação Lava jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavaski, autorizou a prisão preventiva do senador Dulcídio do Amaral (PT/MS). O mandato foi cumprido na manhã desta terça-feira (25) e o senador foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Esta é a primeira vez, desde promulgada a Constituição Federal, que um senador da República é preso em pleno exercício do mandato.
Leia Mais ►

sábado, 31 de outubro de 2015

Política - Mídia cria caos e joga tudo nas costas do PT

O político corrupto da vez, é nada mais nada menos que o homem que ocupa o terceiro mais importante cargo na hierarquia do poder político do Brasil. Eduardo Cunha, foi alçado ao cargo de presidente da câmara dos deputados pelo próprio Congresso Nacional. O deputado arrebanhou tanto apoio e influência política na Câmara federal, que se tornou impossível aos pérfidos oportunistas políticos, para não dizer detratores da Pátria, se posicionarem contra a sua indicação ao exercício do comando daquela Casa.
Leia Mais ►

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Aceitamos ou não o PT no clube? That’s the question do impeachment


Por: Glauco Cortez, no Carta Campinas – "Há uma grande dúvida na elite brasileira. E elite aqui não é a classe média que bate panela e tem medo do comunismo. Que horror! Veja bem. Estamos falando de gente mais atenta, dos grandes grupos de mídia, dos grandes industriais, dos grandes bancos etc. Estamos falando de quem tem PIB, de alguns grupos que praticamente controlam a economia do país.

A dúvida dessa elite poderosa é o impeachment, ou melhor, a dúvida é: “aceitamos ou não o PT no sistema eleitoral corrupto que temos? Ou corremos o risco financeiro de uma grande crise como o golpe travestido de impeachment?”
Essa divisão da elite, essa dúvida cruel está na nota da Federação das Indústrias de São Paulo e do Rio Janeiro contra a instabilidade política. Ela também está no editorial do jornal das organizações Globo contra o impeachment.
Há uma incerteza, uma dúvida na elite brasileira, e essa é a verdadeira crise. PT ou not PT?

No entanto, e aí continua a dúvida, para muitos do poder econômico o PT não é confiável. Apesar de fazer a política rezada pelos setores da Casa Grande, em algum momento pode estabelecer políticas que os prejudiquem. Vide as tentativas de Dilma Rousseff no primeiro mandato com a redução do valor da energia elétrica e dos juros bancários.

Além disso, Dilma parece não mexer uma palha para evitar as investigações contra a corrupção. Que horror! Os Cunhas que o digam.

Para outros, principalmente os partidos políticos mais à direita, o PT é uma ameaça, visto que lhe rouba o espaço e controle econômico e político com melhores políticas públicas.

É essa dúvida também que alimenta a Operação Lava Jato, segundo o cientista político, Wanderley Guilherme dos Santos. Para ele, o PT tentou entrar no clube dos corruptos e se deu mal.

“A Operação Lava Jato é a revelação de que o Partido dos Trabalhadores cedeu à tentação de patrocinar e se beneficiar das relações espúrias entre interesses de grupos privados e iniciativas públicas. Faz parte da história intestina de todas as sociedades acumulativas o vírus da predação, do suborno, do saque, da extorsão e da violência em busca de vantagens além dos méritos competitivo…A caça ao intruso foi imediata. A cada política em benefício dos miseráveis, mais se acentuava a perseguição ao novo jogador, insistindo em reclamar parte do botim tradicional da economia brasileira. A penetração do PT na associação das elites predadoras era encoberta pelo compromisso real de muitos de seus quadros com o destino dos carentes. E assim como os grandes capitães de indústria, pelo mundo a fora, os nossos também cobraram uma exploração extra, uma vantagem desmerecida, uma nova conta na Suiça em troca dos empregos criados, da produção aumentada, do salário menos vil. Mas assim também como os operadores tradicionais, os petistas se entregaram à sedução da sociedade acumulativa: o roubo com perspectiva de impunidade” (texto integral)."

***
PS: A matéria que Glauco Cortez faz referência na conclusão deste post, também foi replicada com breve análise pelo jornalista Miguel do Rosário em seu site, o Cafezinho, com o título: O pito de Wanderley Guilherme no PT.

Imagem: reprodução/créditos:Andrew Smith CC

Leia Mais ►

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Política - PSDB e PT não têm autoridade ética para atacar um ao outro

Postado por: Daniela Martins, no blog do Kennedy – "É saudável e legítimo que o debate sobre a corrupção no país seja feito de modo amplo. Mas ele virou um samba de uma nota só na briga política entre PT e PSDB. Falta autoridade moral aos dois partidos para acusarem um ao outro em relação à corrupção. Ambos deveriam elevar o nível do debate público, mas estão empenhados numa campanha de autodestruição em que fazem discursos duros, cujo objetivo é pregar para os já convertidos.


Ontem, em seu programa de TV, o PSDB fez críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff. Uma receita que provavelmente estaria aplicando se estivesse no poder. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que nunca se roubou tanto quanto na gestão petista. FHC ainda apontou o governo do ex-presidente Lula como o início da corrupção na Petrobras.

No entanto, é difícil fazer uma comparação entre o que está investigado agora e o que deixou de ser apurado no passado. Houve casos graves de corrupção também durante a gestão tucana. E muitos deles simplesmente não foram investigados porque havia um procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que tinha o apelido de engavetador-geral da República.

Da parte do PT, também falta autoridade para atacar a corrupção praticada nos governos tucanos porque os petistas usam um discurso eticamente condenável. O PT acerta ao falar que não aparelhou a Procuradoria Geral da República e que modernizou a Polícia Federal. No entanto, essas instituições funcionam sem que isso seja uma concessão do PT. São, sobretudo, uma conquista da sociedade. É bom que funcionem com autonomia.

O PT fez a mesma coisa em seu programa de TV. Falou para os que já votam nele. E faz uma defesa espertalhona quando diz que os tucanos também se corromperam, como se isso perdoasse seus próprios desvios éticos. Ora, o PT nasceu como um partido que defendia a ética na política, mas caiu na gandaia quando chegou ao poder.

A corrupção está sendo combatida no país. Isso mostra a força das instituições. Mas é muito pobre o argumento de que um partido seria mais corrupto do que o outro ou tão corrupto quanto o outro. É um campeonato de corrupção que empobrece e acirra o debate político.

Lula é apontado como eventual candidato a presidente em 2018. Não é uma candidatura que possa já ser dada como certa. Há muitos complicadores. No ritmo atual do governo Dilma, que sugere um fracasso político, será difícil Lula ter discurso eleitoral.

Do jeito que se atacam, PT e PSDB estão pavimentando o caminho para uma outra força ter chance real de chegar ao poder em 2018. Sempre se falou de uma terceira via nas últimas eleições presidenciais, mas essa possibilidade nunca se colocou com tanta força como agora.

*
Do ponto de vista político, a presidente Dilma Rousseff venceu ontem um duelo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, com a aprovação de Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Haverá outras batalhas, mas o episódio Fachin mostra que é mais fácil para o governo lidar com um Senado sob o comando de Renan do que com uma Câmara presidida por Eduardo Cunha. O governo tem um problema com o Congresso, mas ele é maior na Câmara do que no Senado. Eduardo Cunha tem mais apoio entre os seus pares do que Renan.

O desempenho de Fachin na sabatina da semana passada foi muito bom, o que ajudou a quebrar uma onda de ataques infundados em relação à sua capacidade jurídica e pessoal. Fachin fará bem ao Supremo. Basta ver o que dizem dele os atuais ministros do tribunal. O advogado enfrentou uma campanha desleal e conservadora. Saiu mais forte ao vencê-la."

***
PS: sugestão de leitura - postagens correlatas, repercutidas pelo blog do Guara

Política: sempre o sujo falando do mal lavado

Esquerda e Direita

A culpa é do Lula (texto de autoria de Luis Fernando Veríssimo).

***

Leia Mais ►

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Política e corrupção - A prisão de Vaccari detona agenda positiva


“Reunião do diretório nacional do PT amanhã será dramática - O PT foi pego de surpresa com a prisão do tesoureiro João Vacari Neto e enxerga na decisão o propósito de detonar a agenda positiva que o partido e o governo começavam a colocar em prática. A prisão ocorre justamente no momento em que o PSDB põe a cautela de lado e abraça com mais determinação a tese do impeachment da presidente Dilma, embora reconhecendo a inexistência de base jurídica concreta.
Leia Mais ►

sábado, 14 de março de 2015

A marcha dos insensatos e a sua primeira vítima (II)


Mauro Santayana, para o Jornal do Brasil

- “Muitos brasileiros também vão sair às ruas, no domingo, por acreditar - assim como fazem com relação à afirmação de que o PT quebrou o país - que o governo Dilma é comunista e que ele quer implantar uma ditadura esquerdista no Brasil. Quais são os pressupostos e características de um país democrático, ao menos do ponto de vista de  quem acredita e defende o capitalismo?
Leia Mais ►

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Bob Fernandes: PT e PSB substimaram Aécio

Bob Fernandes*

Sun Tzu, general, estrategista e filósofo chinês dos anos 500 antes de Cristo, ensinava: "Jamais subestime o inimigo", o adversário. Por décadas Lula foi, e ainda é subestimado. Com Dilma, no domingo o PT chegou à vitória no 7º turno em 4 eleições presidenciais, e está no poder há 12 anos.
Leia Mais ►

terça-feira, 11 de março de 2014

Reunião no planalto - charge do Aroeira


Leia Mais ►

sexta-feira, 7 de março de 2014

Gleisi Hoffmann vira "soldado do governo" no senado [vídeo]

Há um mês, Gleisi Hoffmann deixou o ministério da Casa Civil para concorrer ao governo do Estado do Paraná reassumindo sua cadeira no senado. Desde então, vem incorporando o papel de principal defensora do governo de Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Ao ponto de ser chamada "soldado do planalto" pelos congressistas da oposição.
Leia Mais ►

Arquivos

Site Meter

  ©Blog do Guara | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger