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sábado, 30 de março de 2024

Exército investigou 46 oficiais por carta que pressionava comandante por golpe

Por Guilherme Arandas Domingos, no DCM: As Forças Armadas deram início a um procedimento disciplinar contra 46 oficiais que assinaram uma carta a favor de um golpe de Estado encabeçado por Jair Bolsonaro, revela o G1. Contudo, os detalhes das punições, incluindo a quantidade de oficiais sancionados, permanecem indefinidos. A investigação revelou que a carta foi utilizada como ferramenta de pressão contra o então Comandante do Exército, General Freire Gomes.

www.seuguara.com.br/Exército brasileiro/investigações/

Em seu depoimento à Polícia Federal, Freire Gomes afirmou que alguns militares foram punidos proporcionalmente à sua participação no episódio. Além disso, enfatizou a ilegitimidade de manifestações políticas por parte de oficiais das Forças Armadas.

www.seuguara.com.br/General Freire Gomes/investigações/oficiais/

O atual Comandante do Exército, General Tomás Paiva, solicitou uma análise minuciosa para determinar se houve punições efetivas aos envolvidos.

O documento em questão foi encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. A suspeita recai sobre uma reunião de militares realizada em novembro de 2022 como o possível momento de sua elaboração.


Em seus depoimentos à Polícia Federal, alguns dos investigados negaram envolvimento direto com o documento, como o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que afirmou desconhecer sua autoria e discordar de seu conteúdo.


Outro interrogado, o tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, admitiu ter assinado a carta, mas posteriormente retirou sua assinatura e incentivou outros a fazerem o mesmo. Ele também alegou ter sido informado por Cid de que o presidente Bolsonaro estava ciente da existência da carta. 

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segunda-feira, 25 de março de 2024

Caso Marielle: PF vai investigar nomeação de chefe da Polícia do Rio assinada por Braga Netto

Por Ana Gabriela Sales, no GGN: A luz dos novos desdobramentos do caso Marielle Franco, a Polícia Federal (PF) vai investigar as circunstâncias da indicação do delegado Rivaldo Barbosa para chefiar a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que assumiu o posto um dia antes do crime, em março de 2018. A informação foi dada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, à jornalista Ana Flor, do G1.

www.seuguara.com.br/General Braga Netto/caso Marielle Franco/

A nomeação

Rivaldo Barbosa assumiu o comando da Polícia Civil do Rio em 13 de março de 2018, um dia antes da execução brutal da então vereadora carioca pelo PSOL, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes.

Na época, a segurança pública do Rio de Janeiro passava por intervenção federal. A ação era comandada pelo general Braga Netto, que mais tarde se tornou ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL).


Em março de 2018, a nomeação de Rival Barbosa foi assinada pelo então interventor Braga Netto, que veio a público neste domingo (24) para afirmar que a nomeação foi assinada por "questões burocráticas" e que - na ocasião - as indicações para a Polícia Civil do Rio eram feitas pelo general Richard Nunes.

Acontece que Richard Nunes, também foi nomeado por Braga Netto. Ele era secretário de Segurança Pública do Rio, pasta que à época respondia ao Gabinete de Intervenção Federal.


"A seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública, assim como ocorria nas outras secretarias subordinadas ao Gabinete de Intervenção Federal, como a Defesa Civil e Penitenciária", diz a nota da defesa de Braga Netto. "Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área de segurança pública no RJ", segue a nota.


Já o relatório da PF, que implica Rivaldo Barbosa, mostra que a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro desabonou a indicação dele para o cargo, mas o general Richard Nunes insistiu e decidiu nomeá-lo.

Em depoimento, Richard Nunes afirmou que desconsiderou a recomendação da Subsecretaria de Inteligência uma vez que recomendação não se pautava em "dados objetivos". Já em entrevista dada ao jornal Folha de S. Paulo, o general disse que "pode ter sido ludibriado".


Prisão de Rivaldo

Rivaldo Barbosa e os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão foram presos, neste domingo (24), seis anos após a morte de Marielle, no âmbito da investigação federal sobre o caso. 

Domingos e Chiquinho foram apontados como os mandantes do crime, enquanto Rivaldo é apontado de ter planejado "meticulosamente" a emboscada e também de obstruir as investigações do assassinato.


As informações estão no documento em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu os mandados de prisão contra os três.

Já nesta segunda-feira (25), a Primeira Turma do STF também formou maioria para confirmar a decisão de Moraes e manter as prisões.


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Último enigma sobre o assassinato de Marielle Franco. Por Fabrício Carpinejar

Por Fabrício Carpinejar, no Zero Hora: Assim é a guerra. Você não entende como começou. Você não entende de que lado estão os bandidos. Você não entende quem mata. Você não entende onde estará seguro. Você conclui, primeiro, que são balas perdidas, acidentes, assaltos isolados, tragédias avulsas. Deixa passar. Crianças saindo da escola tombam, adolescentes saindo da igreja tombam, casais saindo de festa tombam. Você tentar criar uma justificativa para o fim desses inocentes: bairro perigoso, briga de tráfico...

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Só que não faz sentido tanta morte. Não pode ser exceção,  não pode ser casualidade, não pode ser coincidência. Existe um padrão. Porque a maior parte das vítimas é negra, é de favela, é pobre. 

Vão desaparecendo trabalhadores, gente apegada à família, executada na madrugada, no silêncio da noite. Logo o descaso não espera nem o sol descer, a matança já não tem pudor da luz dos olhos das testemunhas. O crime não é solucionado porque há outro e outro acontecendo. Parece epidemia, ~mas não é. A generalização leva à banalidade, que desenvolve o medo. As notícias não duram vinte e quatro horas, apenas mudam os nomes dos óbitos. Você parte de um enterro para um novo. Ninguém pergunta nada para não morrer junto. Aceita-se que é assim, que é uma guerra. A realidade torna-se cada vez menos autêntica.


Descobrir os mandantes do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL, morta em março de 2028, não era causa de um partido político ou de uma bandeira da esquerda, era interesse de todos nós, brasileiros. Dependíamos dessa resposta para não sentir que a justiça foi menosprezada pela impunidade. Dependíamos dessa solução de doloroso enigma para entender que ainda existem decência e probidade administrativa no país.


O bordão "Marielle presente", que ecoou nos últimos anos em qualquer mobilização popular, mostra que as pessoas que se viam representadas pelos ideais de Marielle assumiram o compromisso de também representá-la com suas existências e protestos.

Ela se tornou uma multidão, uma nação à procura da verdade.


Pela primeira vez em seis anos, parece que chegamos ao topo da cadeia que articulou o homicídio da quinta vereadora mais votada do RJ, ativista dos direitos humanos, fuzilada com quatro tiros na cabeça dentro do seu carro, a sangue-frio,  com selvageria, com ódio, covardemente, como se uma pessoa fosse um mero arquivo deletado. Tentaram apagar assim - em vão - também sua indignação, seus posts nas redes sociais, suas interrogações sobre o estado policial, sua voz vivaz e intensa de inquietações. No extermínio, morreu junto o seu motorista Anderson Gomes.


A Polícia Federal prendeu, neste domingo (24), três suspeitos: o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Segundo a operação conjunta entre a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro, chamada de Murder Inc, os envolvidos são investigados na condição de autores intelectuais do homicídio. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.


A homologação no STF da delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como responsável pelos disparos que mataram a parlamentar e o motorista, foi determinante para a evolução do caso.

Todos são do alto escalão do poder. O que prova que era uma vítima escolhida a dedo, monitorada, vigiada, como numa ditadura. Aliás, disso ninguém tinha dúvida.

Elucidada a primeira questão que parou o Brasil - quem mandou matar a Marielle -, o que queremos saber agora é a motivação política: por quê? teria sido unicamente a grilagem de terras ou vai além?


Via: Valério Sobral

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domingo, 24 de março de 2024

Cid não revela ao STF com quem conversou sobre PF e Moraes

Por André Richter, repórter da Agência Brasil: O tenente-coronel do Exército Mauro Cid afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que "não se lembra" com quem trocou as mensagens de áudio nas quais o militar criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes e da Polícia Federal (PF).

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/depoimento/áudio/

Ontem (22), Cid voltou a ser preso por determinação de Alexandre de Moraes após a divulgação dos diálogos pela Revista Veja. A prisão ocorreu durante audiência na qual o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi chamado a dar explicações.


A prisão foi determinada por um juiz auxiliar de Moraes. Segundo o STF, ao fazer as declarações, Cid descumpriu medidas cautelares pactuadas no acordo de delação. O militar também vai responder pelo crime de obstrução de Justiça. Ele está preso no batalhão da Polícia do Exército, em Brasília.

Cid assinou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no ano passado no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra covid-19. Além do caso referente às vacinas, Cid cooperou também com o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro.


De acordo com a reportagem da Veja, Cid afirmou que foi pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceram”. O ex-ajudante também afirmou, segundo a publicação, que a Procuradoria-Geral da República e ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o militar no STF, têm uma “narrativa pronta” e estariam aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”.


Cid confirmou na audiência que enviou a mensagem de áudio a amigos em tom de “desabafo”. Ao contrário do que disse nas mensagens, o militar reafirmou que decidiu espontaneamente delatar os fatos que presenciou durante o governo Bolsonaro e que não houve pressão da PF ou do Judiciário para fazer as acusações.

"Afirma não ter havido pressão do Judiciário ou da polícia. Conversou previamente com os advogados sobre a colaboração", diz trecho do depoimento.


Cid não revelou para quem mandou o áudio com as críticas a Moraes e a PF. Ele garantiu que não tem contato com outros investigados e que falou em tom de "desabafo".

"Está recluso, praticamente em casa, não tem vida social e não trabalha. Não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim. Não conseguiu ainda identificar quem foi essa pessoa", diz o depoimento.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também citou o ex-presidente ao esclarecer uma das falas encontradas nos diálogos publicados pela Veja. Em um dos trechos, Cid afirmou que "pessoas se deram bem e ficaram milionárias" ao se queixar da falta de apoio.


"Estava falando do presidente Jair Bolsonaro, que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu todo. A carreira está desabando. Os amigos o tratam como leproso, com medo de se prejudicar. Não é político, quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deveriam o estar apoiando e dando sustentação", completou o depoimento.


Defesa

Após a divulgação da matéria de Veja, a defesa de Mauro Cid também alegou que os diálogos foram feitos em tom de desabafo. Os advogados disseram que as falas “não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando".


Edição: Valéria Aguiar


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sábado, 23 de março de 2024

Mauro Cid volta a falhar como mandalete. Por Moisés mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Aconteceu o que até o estagiário do gabinete do golpe poderia prever. Mauro Cid caiu na armadilha de advogados e ex-chefes que tentaram usá-lo para confundir o cerco da Polícia Federal e de Alexandre de Moraes.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/áudios/polícia Federal/Moisés Mendes/

Cid está preso de novo, depois de espalhar gravações com acusações à PF e ataques ao ministro do Supremo. É um sujeito fragilizado e ainda sob o comando dos que o usaram como mandalete no Palácio do Planalto.


O que Mauro Cid poderia ganhar, ao dizer que sua delação havia sido manipulada pela Polícia Federal,, porque os interrogadores o obrigaram a confirmar o que seria uma narrativa?

O que ele ganharia estendendo os ataques a Alexandre de Moraes, apontado como autoritário e fabricante de sentenças prontas?


Faltou alguém que o alertasse de que ele não ganharia nada. Que estava apenas fazendo o trabalho sujo de tentar embaralhar as investigações e colocar as informações das elações sob suspeita.

Mauro Cid se prestou de novo a fazer o que os outros mandam que faça. É o mesmo coronel que se submetia a todas as ordens sujas de Bolsonaro e até ao comando de Michelle como pagador de continhas. Mauro Cid prova mais uma vez que é um bem mandado.


Não há como perceber como um desabafo, num cenário que em nada o favorece, a decisão de atacar a PF e Moraes. Não pode ter sido um impulso a produção de áudios com os ataques.

Mauro Cid procurou jornalistas amigos e cumpriu mais uma vez o que determina sua vocação como subserviente. Foi orientado a atrapalhar, para que PF e Supremo sejam olhados com desconfiança e seus chefes tentem escapar.


É a índole de Mauro Cid a subserviência, como está provado em suas trapalhadas com as muambas das arábias, a fraude dos cartões da vacina e a intermediação de conversas para a articulação do golpe. 

O coronel talvez só não tenha fracassado na tarefa de bom pagador das contas da mulher do seu empregador. No resto, foi sempre um perdedor, que deixou rastros por onde passou. 

Cid é um faz-tudo trapalhão que estava a caminho do generalato, o que conduz a muitas interrogações sobre a qualidade dos nossos altos oficiais.


O coronel volta para a solitária por descumprimento de medidas cautelares e por obstrução à Justiça. Mais uma vez, paga todos os custos por ter sido obediente. 

Cid jogou para a torcida da extrema direita e tentou fazer média com seus superiores, levando a muamba para dentro do inquérito que investiga os golpistas.

Sua situação se complica, enquanto Moraes, o Ministério Público e a Polícia Federal se preparam para outras tentativas de invertidas dos que esperam que as sindicâncias tropecem em novas armadilhas.

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sexta-feira, 22 de março de 2024

Moraes marca para hoje novo depoimento de Cid após áudios vazados

Por Felipe Pontes, repórter da Agência Brasil: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para as 13h desta sexta-feira (22) um novo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, após serem divulgados áudios em que o militar critica a atuação das autoridades responsáveis pelas investigações contra ele.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/no depoimento/áudios vazados/

O depoimento ocorrerá na sala de audiências do STF e será presidido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Na sala, devem estar presentes apenas o depoente, sua defesa e um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Moraes tomou a medida após a revista ter publicado, na noite dessa quinta-feira (21), áudios nos quais Cid diz ter sido pressionado, em depoimentos à PF, a delatar acontecimentos dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceu”.


Nos áudios, Cid diz ainda que a Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o militar no Supremo Tribunal Federal (STF), têm uma “narrativa pronta” e estariam aguardando somente o momento certo de “prender todo mundo”.


"O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR [procurador-geral da República] acata, aceita e ele prende todo mundo”, diz trecho dos áudios divulgados.


Defesa 

Em comunicado, a defesa de Mauro Cid não negou a autenticidade dos áudios e disse que as falas "não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda".

A defesa ainda nega que o militar tenha criticado a atuação de autoridades nas investigações sobre ele, ou que as falas possam ter algum impacto sobre o acordo de delação premiada fechada entre o tenente-coronel e a Polícia Federal.


“Mauro César Barbosa Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, diz a nota da defesa.


Ex-ajudante de ordens da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Mauro Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra covid-19. De acordo com a Veja, os áudios do militar foram mensagens enviadas a um colega da farda.


Nas gravações, Cid diz ainda ter sido induzido a confirmar informações específicas e a todo momento acusado de contar mentiras e ameaçado de perder os benefícios da delação.

Além do caso referente às vacinas, Cid cooperou também com o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro.


No comunicado, a defesa diz também que os áudios "de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade".

Edição: Aécio Amado


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Mauro Cid critica Alexandre de Moraes e diz ter sido pressionado pela PF a delatar. Ouça o áudio

Por Jessica Alexandrino, no DCM: O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, em áudio divulgado pela revista Veja, expressou suas preocupações sobre a condução das investigações pela Polícia Federal em relação ao ex-presidente. Ela alega ter sido pressionado nos depoimentos e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável por homologar sua delação premiada.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/áudio/revista Veja/

Durante o áudio, Cid relata que os policiais insistiam para que ele desse informações que ele não possuía ou que não condiziam com a realidade. Ele enfatiza que enfrentou resistência ao tentar apresentar sua versão dos eventos, afirmando que os policiais contestavam sua veracidade e insinuavam consequências negativas para sua delação premiada, caso não corroborasse com a narrativa deles.


"Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo", alegou o militar. "O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação", continuou.


Cid seguiu: "O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR [procurador-geral da República] acata, aceita e ele prende todo mundo".

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/Mauro Cid/áudio/revista Veja/

Além disso, Cid lamenta as consequências pessoais de sua associação com Bolsonaro, afirmando que diferentemente de outros militares próximos ao ex-presidente, ele perdeu oportunidades profissionais e financeiras significativas.

"Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?, reclamou. 


Recentemente, a Polícia Federal indiciou Mauro Cid, Jair Bolsonaro, o deputado federal Gutemberg Reis e outras 14 pessoas em um caso envolvendo a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19. Cid foi preso em 2023 e passou quatro meses detido até firmar um acordo de colaboração em setembro do mesmo ano.

Diante das investigações em curso, Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares a Cid, incluindo a proibição de assumir cargos no Exército e o uso de tornozeleira eletrônica. Mesmo afastado do Exército e detido, Cid recebeu uma avaliação positiva de seu chefe, mas sua promoção já foi destacada pela corporação.


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quinta-feira, 21 de março de 2024

Política: Braga Netto mandou Mauro Cid pedir dinheiro ao PL para financiar Kids pretos

Por Ana Gabriela Sales, no GGN: O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, afirmou à Polícia Federa (PF) que ele recorreu a Braga Netto, então ministro da Casa Civil, para conseguir um montante que teria financiado a ida dos Kids pretos às manifestações bolsonaristas, em Brasília, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/depoimento/Polícia Federal/

Segundo informações de Malu Gaspar, no Globo, Cid esclareceu aos investigados - em seu último depoimento - o contexto de um diálogo, encontrado em seu celular, em que ele oferece ao major Rafael Martins de Oliveira o auxílio de R$ 100 mil para ajudar a bancar a ida de um "pessoal" a Brasília. 


As próprias mensagens indicam que o tal "pessoal" era um grupo de Kids pretos, como são chamados os integrantes da tropa de elite do Exército. A PF acredita que esses oficiais, formados nas forças especiais, orientaram a ação dos invasores.

Cid disse à PF que ele recorre a Braga Netto para conseguir os R$ 100 mil e o general mandou quwe procurassem o PL, o partido de Bolsonaro, para pedir recursos.


Ainda, segundo a reportagem, fontes ligadas à apuração disseram que imagens das câmeras de segurança da Esplanada dos Ministérios e depoimentos dos vândalos presos pela invasão indicam que havia Kids pretos em em vários pontos estratégicos da Praça dos Três Poderes.


Leia também:

(clique na imagem) 

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/depoimento/urnas eletrônicas/

https://jornalggn.com.br/justica/bolsonaro-e-indiciado-por-falsificar-cartao-vacina-de-covid-19/

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sexta-feira, 15 de março de 2024

Ex-chefes do Exército e da Aeronáutica implicam Bolsonaro ainda mais em trama golpista

Congresso em Foco: O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes prestou depoimento à Polícia Federal e complicou ainda mais a situação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). De acordo com ex-comandante, Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto do golpe. O general chegou a comunicar que prenderia Bolsonaro se ele realizasse o ato.

www.seuguara.com.br/militares/Exército/Aeronáutica/Forças Atmadas/depoimento/Jair Bolsonaro/

A informação, dada em primeira mão pelo site da revista Veja, foi confirmada pelo Congresso em Foco com fontes da Polícia Federal. De acordo com o depoimento do militar, o documento foi apresentado aos comandantes da Forças em uma reunião no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022. Aos investigadores, Freire Gomes disse que o conteúdo era semelhante ao da minuta encontrada pela PF em janeiro de 2023 na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torre. [íntegra do depoimento do ex-chefe do Exército] 


Inicialmente a minuta foi apresentada por Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro. O texto previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federa Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mas Bolsonaro pediu alterações, e a versão final manteve somente a prisão de Alexandre.


Em outro depoimento prestado à Polícia Federal, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior afirmou que, na mesma reunião, o general Freire Gomes chegou a comunicar que prenderia o então presidente Jair Bolsonaro (PL) caso ele tentasse colocar em prática um golpe de Estado. O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica foi trazido em primeira mão pelo jornal Folha de S.Paulo. [íntegra do depoimento do ex-chefe da Aeronáutica sobre plano golpista de Bolsonaro] 


"Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República", disse o ex-comandante da FAB.

Conforme a reportagem, o ex-comandante da Aeronáutica também descreveu como ele e o chefe do Exército se opuseram à tentativa de golpe, enquanto o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição para discutir as minutas apresentadas por Bolsonaro.


Baptista Júnior afirmou ainda que avisou o então presidente que não apoiaria uma ruptura institucional e que deixou claro que não aceitaria qualquer tentativa de Bolsonaro de se manter no poder após o término do seu mandato.  Em seu depoimento, ressalta a Folha, "o ex-chefe da FAB também relatou qual foi a reação de Bolsonaro após ele 'deixar claro' sobre sua posição a respeito de GLO, estado de sítio e estado de defesa, debatidas nas minutas colocadas na mesa pelo entorno do ex-presidente. 'Que o ex-presidente ficava assustado'.


De acordo com as investigações, o núcleo do governo Bolsonaro atuou no "planejamento e execução de atos tendentes à subversão do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe militar" para "impedir a posse do presidente legitimamente eleito [Lula]".

Segundo as investigações da PF, o monitoramento de Alexandre de Moraes se deu porque, no suposto plano de golpe de Estado, estaria a prisão do ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral. A prisão seria para "restringir a atuação do Poder Judiciário".


O plano de prisão teria sido indicado na minuta de golpe apresentada pelo ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins. Além da prisão de Alexandre, foi considerada também a possibilidade de prender Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco. No entanto, depois de uma revisão, a prisão de ambos teria sido retirada da minuta de golpe, segundo a PF.

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quinta-feira, 7 de março de 2024

General é apontado como peça-chave para investigação sobre golpe; entenda

Por Caíque Lima, no DCM: Apesar do foco no depoimento do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes à Polícia Federal, investigadores acreditam que falta uma peça do quebra-cabeça no inquérito sobre o plano golpista. Trata-se do general Júlio Cesar Arruda, general que comandou a Força durante os ataques terroristas de 8 de janeiro de 2023. A informação é da coluna de Thais Bilenky no UOL.

www.seuguara.com.br/militares/investigação/golpe/

O nome do ex-comandante do Exército chegou a ser citado na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais e políticos aliados envolvidos na trama golpista.


Arruda assumiu o comando da Força em dezembro de 2022 e foi demitido cerca de duas semanas depois do ataque terrorista. À época, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que houve uma "fratura no vícel de confiança" da relação do governo com o Exército.

www.seuguara.com.br/general Júlio Cesar Arruda/Exército/

Um outro fator que causou sua demissão foi uma suposta proteção ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Arruda se recusava a barrar a indicação do militar ao comando do 1º Batalhão de Ações de Comando, em Goiânia.


O então comandante também tentou barrar uma operação da PF contra Cid, que morava no mesmo condomínio que ele. No dia 2 de janeiro, após a transição de governo, o tenente-coronel encaminhou uma mensagem ao general Estevam Teophilo, que integrava o Alto Comando do Exército, com uma reportagem que dizia que ele poderia ser preso nas primeiras semanas do ano.

Em resposta, o general afirmou: "Fique tranquilo, Cid. Vou conversar com o Arruda hoje. Nada lhe acontecerá". A relação já gerava desconfiança à época e agora, com o avanço das investigações sobre o golpe, investigadores acreditam que é importante esclarecer a conexão entre eles.

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terça-feira, 5 de março de 2024

Depoimento de Freire Gomes e diário de Heleno reforçam trama golpista

Reportagem de Mariana Andrade, no Metrópoles: Nos últimos dias, duas descobertas da Polícia Federal (PF) reforçaram a existência de uma "trama golpista" durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), promovida pelo próprio ex-presidente, seus ministros e integrantes das Forças Armadas.

www.seuguara.com.br/General Freire Gomes/General Augusto Heleno/trama golpista/

São elas: a confirmação do ex-comandante do Exército e general da reserva Marco Antônio Freire Gomes sobre as reuniões para elaborar a chamada "minuta do golpe"; e a descoberta de uma agenda pessoal do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno com instruções para impedir a atuação da PF em certas ocasiões.


De acordo com a CNN, Freire Gomes teria dito à PF que presenciou os encontros sobre a formulação do documento golpista para cancelar as eleições de 2022, responsáveis por eleger Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações sobre as reuniões continuam sob sigilo.

Porém, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid havia adiantado a participação do então comandante do Exército em conversas para articular a minuta do golpe. No entanto, Freire Gomes teria recusado a tese golpista.

O general depôs por mais de sete horas, começando por volta das 15h da última sexta-feira (1º/3) e terminando às 22h. Essa foi a oitiva mais longa desde o início da Operação Tempus Veritatis.


As informações veiculadas pela imprensa causaram reação do núcleo bolsonarista, em especial de Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, que criticou o que chamou de "vazamentos seletivos" e reclamou da falta de acesso da defesa aos autos.


O diário de Augusto Heleno

A revista Veja revelou nesse sábado que investigadores da Polícia Federal encontraram uma agenda do ex-ministro do GSI Augusto Heleno, com diversas anotações que poderiam privar o trabalho da PF e até levar à prisão de delegados. 

Nas anotações, Heleno sugere unir o Ministério da Justiça, a Advocacia-geral da União (AGU) e Presidência da República para combater supostas "ordens judiciais exorbitantes", impedindo, assim, que a PF cumprisse determinadas decisões da Justiça, segundo a Veja.

Como funcionaria esse núcleo: 

  • MJ identificaria uma linha de atuação para a PF;
  • AGU decidiria se a decisão judicial é legal ou ilegal; e
  • presidente daria força normativa.

Investigação da PF

A PF deflagrou em 8 de janeiro a Operação Tempus Veritatis contra organização que atuou em suposta tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito. Na ocasião, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares.

A operação foi aprovada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo na Corte.

Foram alvos da PF o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto; o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno, e os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça). 

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sábado, 2 de março de 2024

Líderes militares estão furiosos com a PF por investigação de plano golpista

Por Daniele Amorim, no DCM: A tensão entre integrantes da ativa das Forças Armadas e da Polícia Federal voltou a crescer. A cúpula militar demonstra grande irritação com os desdobramentos da investigação policial que apura a trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro, ex-membros de seu governo e da caserna.

www.seuguara.com.br/Forças Armadas/Polícia Federal/tentativa de golpe/

Para a cúpula militar, um dos principais incômodos é a divulgação fragmentada de informações envolvendo os militares.

Essa divulgação "a conta gostas" tem causado um desgaste constante nas Forças, na visão de integrantes do Alto Comando. Além disso, há queixas sobre a dificuldade de acesso à íntegra das investigações, que estão ocorrendo sob sigilo.


Outro ponto de tensão são os militares fardados que estão sob prisão preventiva no âmbito do inquérito do golpe. Internamente, há pressão sobre a cúpula militar para justificar as detenções desses alvos, que ainda não foram condenados pela Justiça.

www.seuguara.com.br/coronel Bernardo Romão Correia Neto/preso/inquérito/golpe militar/polícia federal/

Atualmente, três militares estão presos: o coronel Bernardo Romão Correia Neto, o major Rafael Martins de Oliveira e o coronel Marcelo costa Câmara.

Correia Neto é investigado por empregar técnicas das Forças Especiais do Exército para direcionar as manifestações, enquanto Oliveira é suspeito de discutir pagamentos para custear viagens de manifestantes. Câmara, por sua vez, é suspeito de participar da organização criminosa por trás do golpe de Estado.


Membros das Forças Armadas afirmam que só poderão iniciar processo internos de punição dos envolvidos quando tiverem acesso à íntegra das investigações, argumentando que não podem cometer "injustiças". Contudo, externamente, há interpretações de que os militares adotam uma postura corporativista para proteger seus interesses. As informações são de Bela Mengale.

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Ex-chefe do Exército presta depoimento à PF sobre planos golpistas de Bolsonaro

Por Jessica Alexandrino, no DCM: o general Marco Antônio Freire Gomes, que ocupou o cargo de comandante do Exército durante o governo Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento à Polícia Federal por mais de seis horas nesta sexta-feira (1º). O depoimento teve início por volta das 15h, na sede da PF em Brasília. Até o fechamento desta nota, não havia informações sobre o fim do depoimento.

www.seuguara.com.br/General Freire Gomes/depoimento/Polícia Federal/

O militar foi convocado para prestar esclarecimentos como testemunha em um inquérito que investiga supostos planos de golpe de Estado após a vitória eleitoral de Lula (PT) em 2022, envolvendo Bolsonaro, ex-ministros, ex-assessores e militares. De acordo com o repórter Túlio Amâncio, da Band de Brasília, o depoimento ainda não estava encerrado após às 21 horas desta sexta-feira (01).


Antes do depoimento, Freire Gomes conversou com outros generais e expressou sua intenção de apresentar sua versão dos eventos aos agentes da PF. De acordo com pessoas próximas, ele pretende explicar que a manutenção dos acampamentos pró-golpe em frente aos quartéis era uma ordem do ex-presidente e que ele agiu discretamente contra quaisquer planos antidemocráticos discutidos no Palácio do Alvorada. 


Apesar  da confiança dos generais na versão de Freire Gomes, levando em consideração a tensão observada no final de 2022, permanecem dúvidas sobre como a Polícia Federa interpretará a atuação do militar.

Eles ressaltam que Freire Gomes assinou, junto aos ex-comandantes da Marinha e da Aeronáutica, uma nota crítica ao Judiciário e amigável aos bolsonaristas que clamavam por um golpe militar, conforme relatado em um documento da Polícia Federal que solicitou buscas ao STF contra Bolsonaro e outros investigados.


O ex-comandante foi mencionado nas investigações por participar de uma reunião no Palácio do Alvorada, em 7 de dezembro de 2022, na qual Bolsonaro teria apresentado um esboço de decreto para promover um golpe de Estado. Um dos elementos recolhidos pela PF foi um áudio enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid ao ex-comandante, dois dias após a reunião.


Em meio às pressões golpistas de Bolsonaro e militares, Freire Gomes enfrentava o luto pela morte de sua mãe, Maria Freire Gomes, no final de 2022. Em dezembro daquele ano, o general se afastou do cargo por uma semana para estar ao lado de sua mãe em seus últimos momentos.

www.seuguara.com.br/General Freire Gomes/Jair  Bolsonaro/depoimento/Policia Federal/

Aliados militares de Bolsonaro aproveitaram o afastamento de Freire Gomes para criticá-lo, acusando-o de falta de firmeza, especialmente no momento em que discutiam planos para um golpe de Estado. 


A crise militar e o luto levaram Freire Gomes a uma fase de reclusão, segundo generais consultados pela Folha. Essas turbulências foram apresentadas pelo ex-comandante como justificativa para sua renúncia ao cargo antes da posse de Lula.

No entanto, a posição da maioria do Alto Comando do Exército contra o golpe já estava definida, e Freire Gomes teria transmitido essa posição a Bolsonaro e a seus aliados que buscavam reverter o resultado da eleição de Lula, conforme fontes militares.


Uma mensagem encontrada pela Polícia Federal, escrita pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice de Bolsonaro, aponta para uma discordância com Freire Gomes, chamando-o de "cagão".

Freire Gomes assumiu o comando do Exército em 31 de março de 2022, aniversário do golpe militar de 1964, recusando um acordo prévio para ser nomeado ministro do Superior Tribunal Militar.

Durante seu comando, houve momentos de aproximação e distanciamento de Bolsonaro, como demonstrado em seu discurso no Dia do Soldado em agosto de 2022. Na ocasião, Freire Gomes afirmou que "notícias infundadas e tendenciosas" não poderiam manchar a imagem da Força, um gesto interpretado como um aceno à agenda anti-imprensa de Bolsonaro.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Padre investigado nega senha de celular e alega sigilo sacerdotal

Poder360: O padre  José Eduardo de Oliveira e Silva disse que não irá informar a senha do seu celular à Polícia Federal por "sigilo sacerdotal". Ele teve o aparelho apreendido durante uma operação da corporação em 8 de fevereiro para apurar o seu suposto envolvimento com o núcleo que elaborou a minuta de um golpe de Estado.

www.seuguara.com.br/Padre José Eduardo de Oliveira e Silva/investigado/golpe de Estado/

"Eu recebo pedido de conselhos, orientações, as pessoas se confidenciam, abrem a alma para mim e, além de eu ser padre, eu também sou especialista em teologia moral. Muitos me consultam sobre questões morais confidenciais, e eu não posso expor os meus fiéis, as pessoas que me procuram. [...] Como sacerdote, o meu sigilo não pode ser violado", disse durante uma live no YouTube em 8 de fevereiro.


O padre atua na Paróquia São Domingos, em Osasco (SP). Como teólogo, ele afirma ser consultado por pessoas de todo o país, inclusive políticos. "Prefeitos, vereadores, deputados, juízes, desembargadores, senadores", afirmou. 

Assista à declaração do padre José Eduardo de Oliveira:



Na decisão (íntegra - PDF - 8 MB) do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, o padre é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema.

O papel do grupo seria o "assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado".


O grupo jurídico era integrado pelo padre de Osasco, pelo ex-ministro da Justiça na gestão Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, pelo coronel Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, por Felipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro e por Amauri Feres Saad, advogado.

o documento indica que o padre Oliveira e Silva participou de reunião com Filipe Martins e Amauri Feres Saad em 19 de dezembro de 2022 em Brasília. os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto registraram a presença do religioso da sede do governo federal naquela data. 

A decisão do ministro Alexandre de Moraes descreve que "como apontado pela autoridade policial, 'José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas'".

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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

A patota do general, segundo Braga Netto

Por Cleber Lourenço, em O Cafezinho: A operação Tempus Veritatis segue revelando e levantando muitas perguntas, uma delas é uma mensagem enviada pelo General Braga Netto e que fala sobre o atual comandante do Exército, o general Tomás Paiva e uma discussão que teria tido com o general Villas Bôas (seu-chefe) e sua esposa.

www.seuguara.com.br/General Braga Netto/Jair Bolsonaro/

A mensagem não foi revelada de maneira integral mas termina acusando - segundo as palavras de uma pessoa conhecida como "Sodré" - o general de fazer parte da "patota" de alguém. Segundo fontes consultadas pela coluna a tal patota seria a do general da reserva Fernando Azevedo e Silva, ambos foram da infantaria paraquedista, grupo que hoje possui muita força no Alto-Comando do Exército (ACE). 

www.seuguara.com.br/Braga Netto/conversa/

Azevedo e Silva foi chefe do estado maior do exército durante o período que Villas Bôas foi comandante do Exército. O militar também foi assessor especial do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e assessor parlamentar do Alto-Comando do Exército, no Congresso.

Já o Sodré mencionado nas mensagens seria Luiz Adolfo Sodré de Castro, membro da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED), instrutor da Escola de Comando e Estado maior do Exército e um dos fundadores do instituto Villas Bôas.


Atualmente Azevedo e Silva é vice-presidente do instituto brasileiro de mineração, organização que já teve diversas agendas com o governo Lula, sendo a mais recente em janeiro deste ano.

A mensagem porém não diz a relação desta tal patota com o fato de o atual comandante do exército estar ciente de uma conspiração golpista na cúpula das Forças Armadas e mesmo assim não denunciar a trana para as autoridades competentes.


Azevedo e Silva renunciou ao seu posto como Ministro da Defesa no governo Bolsonaro um dia antes da renúncia coletiva dos comandantes das três forças na ocasião: Edson Pujo (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

Nunca houve explicação oficial sobre essa movimentação mas nos bastidores só se falava em uma coisa: Bolsonaro queria mais controle da tropa.

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Delação de Cid revela participação de Hang e de fundador da Tecnisa no golpe

Por Fernando Miller, no DCM: Em uma delação homologada pela Polícia Federal, Mauro Cid revelou a participação de empresários em um plano não realizado para impedir a posse de Lula após o segundo turno. O ex-auxiliar de Bolsonaro afirmou que Luciano Hang, proprietário da Havan, e Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, pressionaram o então presidente Bolsonaro a solicitar ao Ministério da Defesa a elaboração de um relatório mais incisivo sobre o processo eleitoral, visando "virar o jogo".

www.seuguara.com.br/Luciano Hang/Havan/Jair Bolsonaro/golpe/

Segundo o relato de Cid à PF, essa conversa teria ocorrido em novembro. A PF também obteve um áudio que revela a participação de ambos no encontro. Na conversa, Cid também lista o dono da rede Centauro, que a PF atribui como sendo "possivelmente Sebastião Bonfim".

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/Meyer Nigri/Tecnisa/

Na mensagem enviada por Cid ao comandante do Exército, o ex-ajudante de ordens afirma que os empresários tentaram pressionar para que o Ministério da Defesa fizesse um relatório duro, contundente, com o objetivo de 'virar o jogo', possivelmente ao resultado das eleições presidenciais".


"Na conversa que ele (Bolsonaro) teve depois como os empresários, ele estava, tava o Hang, estava aquele cara da Centauro, estava o Meyer Nigri. É, estava o cara do Coco Bambu também, ele também. Tipo, quem falou, ó... o governo Lula vai cair de podre, né? pessoal ficou um pouco de moral abaixo porque os empresários estavam querendo pressionar o presidente a pressionar o MD [Ministério da Defesa] a fazer um relatório, né, contundente, duro né? Pra virar jogo, aquele negócios", diz Cid no áudio, enviado no dia 8 de novembro, segundo o relatório da PF. 


A delação do tenente-coronel também complica a situação do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), alegando que este teria sido um dos parlamentares que se manifestou a favor de um golpe de Estado. 


Em 11 de janeiro de 2023, após a posse de Lula, Luciano Hang publicou uma mensagem desejando sorte ao presidente eleito e repudiando os atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes.

Em janeiro, o proprietário da Havan foi condenado a pagar mais de R$ 85 milhões por coagir os funcionários a votarem em Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, conforma ação civil movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Orações e "guerra civil": como bolsonaristas reagiram à operação da PF

Por Caíque Lima, no DCM: A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados nesta quinta (8) incendiou grupos de apoiadores nas redes sociais. Em diferentes plataformas, bolsonaristas pediram orações, fizeram ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e até ameaçaram promover uma "guerra civil".

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No X (ex-Twitter), em grupo destinado a apoiadores de Bolsonaro, um deles sugeriu que todos fossem às ruas e pediu "guerra civil já". Outro defendeu "prender Lula e fechar o STF ou não teremos mais Brasil".

O tom golpista também está presente em grupos do aplicativo de mensagens Telegram. "Se o Bolsonaro for preso, teremos uma guerra civil", afirmou um dos usuários em grupo formado somente por apoiadores do ex-presidente.


Outros membros preferiram manifestar apoio a Bolsonaro de uma forma mais pacífica, com orações, mas geraram uma discussão no grupo. "Só oração não vai adiantar. Ele precisa do povo ou será preso", respondeu outro perfil na plataforma.

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Eles tentam mobilizar ato nas ruas para apoiar Bolsonaro e protestar contra os que "foram tiranicamente presos".

"Meus irmãos em Cristo Jesus. Nós, os filhos da nossa pátria amada Brasil, somos o seu Exército civil. Sim, iremos para as ruas. E de lá não sairemos até que libertem os heróis do Brasil, que lutam pela pátria amada e forma tiranicamente presos. Bolsonaro: nação se apresentando em sua defesa e ao seu comando", diz mensagem que circula em grupo do Telegram.


O ex-presidente foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta (8). A corporação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão contra Bolsonaro e seus aliados por suspeita de participação em trama golpista.

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Por que Goiânia era o "point" do plano golpista

Por Rodrigo Rangel, em sua coluna no Metrópoles: Goiânia, capital de Goiás, virou um ponto essencial na trama do golpe de Estado arquitetado por bolsonaristas. Já era sabido que um dos estratagemas maquinados pela turma era prender o ministro Alexandre de Moraes e levá-lo para Goiânia. Na operação deflagrada nesta terça-feira, a cidade voltou a figurar com destaque.

www.seuguara.com.br/Goiânia/point/golpe/

Por lá, a Polícia Federal fez buscas - durante o cumprimento de um dos mandados, como mostrou a coluna, um tenente-coronel do Exército, comandante do Batalhão de Operações Psicológicas da corporação, desmaiou ao receber a visita dos policiais.


Mas por que Goiânia era um ponto tão importante para a trama golpista?

A resposta é simples: é lá que estão algumas das unidades de elite do Exército, subordinadas ao poderoso Comando de Operações especiais, tido como uma parte essencial do plano para colocar o golpe em marcha.

As unidades, subordinadas ao Comando Militar do Planalto, reúnem tropas de elite treinadas para atuar em operações de emergência, com táticas de guerrilha e contraterrorismo, incluindo ataques ao centro do poder nacional, em Brasília. A maior parte dessas tropas é baseada em Goiânia.


Era para um dos batalhões de forças especiais em Goiânia, por sinal, que iria o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Na reta final do governo, com aval de Bolsonaro, Cid foi escolhido pelo comando do exército para assumir a unidade na capital goiana.

Foi a ordem de Lula para cancelar a nomeação, expedida logo após reportagem publicada pela coluna no início do ano passado (leia aqui), que levou à exoneração do então comandante do Exército, Júlio Cesar Arruda. O general se  recusou a rever a nomeação de Cid e acabou demitido pelo presidente.

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Jornal Nacional detona Bolsonaro e web elogia: "Edição de colecionador"

DCM/O Essencial: A edição do Jornal Nacional exibida na noite desta quinta-feira (8) na Globo está sendo chamada por internautas de "edição de colecionador". Logo na escalada do noticiário, Haroldo Pereira e Renata Vasconcelos anunciaram os últimos acontecimentos envolvendo a investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado, em operação que tem como alvos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Quem é Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro preso na operação contra golpistas

Redação/GGN: A Polícia Federal prendeu nesta quinta (8) o ex-assessor para assuntos internacionais do governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga a organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder a despeito da derrota nas urnas em 2022.

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Filipe Martins tem ascendência sobre a família Bolsonaro e foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente. Aos 36 anos, é ligado à extrema-direita dos Estados Unidos, tendo travado encontros com o ex-presidente republicano Donald Trump e seu guru de campanha, Steve Bannon.


Além de acumular polêmicas como uma investigação por gesto supremacista, Martins teria participado de atos para tentar manter Bolsonaro na cadeira de presidente e impedir a posse de Lula. Ele foi delatado pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid.

Segundo Cid, Filipe Martins entregou em mãos a Bolsonaro uma minuta que prepara o golpe de Estado. Cid disse que Martins ainda levou um advogado constitucionalista (cujo nome não foi revelado) ao encontro de Bolsonaro, além de parecer emitido por Ives Gandra Martins, que embasa juridicamente o golpe.

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Filipe Martins virou assessor especial da Presidência em 2019, após ter passado pelo Ministério de Relações Exteriores sob o olavista Ernesto Araújo. 

No Linkedin, Martins informa que trabalhou na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília entre 2025 e 2026. Antes, trabalhou na assessoria do Tribunal Superior Eleitoral. Ela é bacharel em Relações Internacionais.


Martins e Eduardo Bolsonaro apresentaram Steve Bennon a Jair Bolsonaro. Ele também desfilou em suas redes sociais uma série de fotos com autoridades como Donald Trump e Mike Pompeo.

Em 2021, ele foi flagrado fazendo um gesto supostamente racista em audiência no Senado e passou a responder pela ação.

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