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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Defesa de Bolsonaro acusa hacker de calúnia contra o ex-presidente

Por Isadora Costa, no GGN: A defesa de Jair Bolsonaro acusou o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti, de caluniar o ex-presidente durante depoimento a CPMI dos ataques de 8 de janeiro. A queixa-crime, apresentada por Bolsonaro, diz que o programador praticou calúnia ao afirmar, durante o depoimento, que o ex-mandatário teria pedido para grampear o telefone do ministro Alexandre de Moraes. A defesa se diz indignada com as declarações do hacker.

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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Hacker da Vaza Jato é detido por descumprir medidas cautelares

Congresso em Foco: Walter Delgatti, conhecido como o hacker de Araraquara responsável pela Vaza Jato, foi detido pela Polícia Federal em São Paulo na tarde desta quarta-feira (28) por descumprir medidas cautelares. O que causou a prisão de Delgatti foi a utilização de redes sociais, acesso à e-mails, compras online, criação de contas para e-commerce e uso de armazenamento de arquivos em nuvens de backup feitos no ano passado. 
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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Nossa democracia foi salva por um hacker, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Por Fábio de Oliveira Ribeiro, no GGN: O telefone celular do ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está revelando os esgotos da conspiração político-militar cujo clímax foram os movimentos terroristas de 08 de janeiro de 2023. Suponho que a apreensão dos notebooks, tabletes e smartphones das pessoas as quais ele se comunicou revelarão detalhes ainda mais pitorescos e picarescos do golpe de estado que fracassou.

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Imagem/reprodução

Há uma evidente semelhança entre a quadrilha bolsonarista e a gangue lavajatista de juízes e procuradores federais. Os dois grupos acreditaram que aquilo que ele tramavam em segredo utilizando seus equipamentos sofisticados nunca poderia ser descoberto pelas autoridades ou produzir consequências jurídicas.


Segundo Olga Pombo, a tese central de Marshall Mcluhan é que "...o canal de passagem do conteúdo comunicativo, mero veículo de transmissão da mensagem, é um elemento determinante da comunicação." Ao que parece Jair Bolsonaro/Mauro Cid e Sérgio Moro/Deltan Dallagnol, bom como todos os outros que se vincularam de maneira próxima e umbilical à Lava Jato e à intentona político-militar-evangélica, passaram a acreditar que a deformação da justiça e uma total perversão da política poderiam se tornar realidade apenas porque estavam começando a existir nos veículos de transmissão de mensagens utilizados por lavajatistas e golpistas.


Os dois grupos, que em algum momento estavam absolutamente juntos, foram vítimas de uma auto-ilusão: a de que eles seriam protegidos pela criptografia utilizada pelos canais de comunicação que utilizavam. Isso nos faz imediatamente lembrar o estrago que foi causado pelo haker de Araraquara. O golpe orquestrado pelo bolsonarismo/lavajatismo começou a flopar quando Walter Delgatti Neto conseguiu hackear o Telegram da gangue lavajatista.


A estratégia utilizada pelo The Intercept para produzir o máximo de impacto pelo maior período de tempo publicando fragmentos das conversações ao contrário de divulgar tudo de uma vez se revelou bem-sucedida não apenas do ponto de vista jornalístico. Ela ajudou a criar um ambiente cada vez menos favorável ao autoritarismo jurídico e político.


Nesse sentido, podemos dizer que o principal arquiteto da derrocada da intentona bolsonarista foi paradoxalmente o próprio Sergio Moro. Ao ficar apavorado e decidir jogar todo o peso da PF contra Walter Delgatti Neto, o ex-juiz lavajateiro e ex-ministro da justiça criou as condições ideais para o crescimento do fenômeno que ficou conhecido como Vaza Jato.


Uma perícia feita no material apreendido durante a Operação Spoofing se revelou o maior instrumento de legitimação política tanto do que fez Walter Delgatti Neto quanto da divulgação do escândalo pelo The Intercept. Os ataques do então ministro da justiça e do MPF àquele veículo de comunicação aumentaram as suspeitas de que havia algo realmente podre no coração da Lava Jato. A prova de que Sergio Moro e Dealtan Dallagnol eram heróis de araque que conduziram uma grande fraude jurídico-processual encenada com finalidade política (e eventualmente econômica) continua a assombrar a carreira de ambos.


Existem outras carreiras que serão inevitavelmente assombradas em decorrência do colapso do golpe arquitetado pela quadrilha bolsonarista. Uma delas é a do jurista Ives Gandra Martins. Ao tentar imitar os jurista de exceção que deram aparência de legalidade ao golpe de estado de 1964, o advogado da coca-cola ficou sem gás. Ives Granda colocou em risco o sucesso da marca da água escura adocicada made in USA?


Vez por outra tenho dito na internet que a Lava Jato e a intentona bolsonarista foram comandadas por Zé Roelas. O que me faz rir de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Ives Gandra Martins é saber que estamos diante de Zé Roelas diplomados que odeiam o zé-povinho e desprezam aquilo que chamam de populacho.


Enquanto conspiram contra a democracia juristas, militares e políticos lavajatistas e bolsonaristas acreditavam estar destinados a comandar o maior show da terra. Mas eles se esqueceram duas coisas importantes: o segredo é a alma de qualquer conspiração; não existe segredo que resista à criatividade de um hacker. Os historiadores são sempre impiedosos com aqueles que fracassam em decorrência de não estar realmente à altura da missão que acreditavam estar destinados.

Jair Bolsonaro, Mauro Cid, Sergio Moro, Deltan Dallagnol e Ives Granda Martins viraram laugh stock dentro e fora do Brasil. Eles entrarão na história como anões que começaram a ser destroçados por Walter Delgatti Neto. O hacker de Araraquara, por sua vez, entrará para o panteão dos grandes brasileiros.


O leitor deve estar se perguntando porque escolhi uma foto do cenário de Caçada ao Outubro Vermelho para ilustrar esse texto. A resposta é singela: essa foto destrói toda a dramaticidade de um filme cuja maior pretensão é colocar o expectador dentro do imenso submarino comandado por desertores soviéticos que decidiram fugir para os EUA.

Ives Gandra Martins e seus pupilos planejaram construir uma ditadura que submeteria totalmente o Brasil ao White Ass Ape Empire norte-americano. O plano de Markus Ramius (comandante do Outubro Vermelho) deu certo, mas os vilões bolsonaristas e lavajateiros naufragou porque o meio que eles utilizaram os fez confundir ficção com realidade.

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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Diálogos entre procuradores mostra a necessidade da CPI da Lava Jato! Por Lenio Streck

Por Lenio Streck, no Conjur: A notícia mostra o nível da coisa. O é da coisa e a coisa do é. Quando o dono da ação penal e o fiscal da democracia toma "um lado" e se torna perseguidor parcial e comprometido (até o pescoço), é porque alguma coisa deu errado lá na cabeceira do rio. Por isso chove tanto hoje. Por isso a enchente. E, atenção: o que estou dizendo é fato. E fatos existem, para além das narrativas negacionistas.

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Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e Sergio Moro (união Brasil-PR) Foto: reprodução/DCM

E não adianta dizer - "ah, isso não vale, etc., os diálogos são frutos de vazamento". O STJ acabou de liberar todas as mensagens da operação spoofing. Ademais, qualquer prova ilícita sempre pode ser usada para qualquer acusado provar a inocência.

A vaza jato trouxe o The Dark Side of The Justice brasileira. O lado obscuro da justiça. A cada dia em que se puxa uma pena sai uma galinha. Ou um marreco.


Agora várias reportagens da imprensa mostram que há um buraco de quase R$ 3 bilhões nas contas da 13ª Vara. O corregedor nacional do CNJ foi de mala e cuia para Curitiba. Vai também a ministra Rosa Weber. O que está acontecendo lá? De todo modo, há farta matéria (por exemplo, ver aqui notícia feita pelo repórter Marcelo Auler). Ver também o caso dos 7 HDs destruídos pela Lava Jato, para ocultar manipulação, de Luis Nassif. Também não pode ser desprezada a seguinte notícia do Blog do Esmael Morais: Correição do CNJ desafiada com o sumiço de R$ 2,8 bilhões da Lava Jato. Pode até ser simples o problema. Mas pode não ser...!


Tenho cansativamente pregado que o Ministério Público, uma vez que possui as garantias da magistratura, tem de ser isento. Imparcial. Quantos textos já escrevi sobre isso? Mas, poucos ouvem. Se o MP não for imparcial, não necessita ter as garantias. Se atua como assistente da acusação ou como advogado privado, por que manter garantias? Conheço um processo em que o MP se transformou em assistente do assistente de acusação. Outro dia contarei aqui.


Há um diálogo - agora revelado - em que Deltan confirma que os pareceres da PGR passavam pela revisão da força tarefa da "lava jato". A Procuradoria-Geral da República se submetia ao Dallagnol? Sim, parece ser isso. Tem de ver também o que os procuradores diziam do STF. E outras quejandices.

E o que acham de um recado de um procurador dizendo aos demais que, estando em sessão no TRF-4, um desembargador lhe disse que estava a disposição para visitas e que antes de fazer qualquer coisa, sempre ouviria a força tarefas... Pobre da advocacia. Que paridade de armas, não?


O parlamento também não se ajuda. Tramita já há três anos ou mais o projeto pelo qual se altera o CPP para incluir a obrigatoriedade de o MP investigar também a favor da defesa, colocando na mesa tudo que possui, sem nada esconder. Explico: é exatamente como ocorre com a Doutrina Brady, com o artigo 160 do CPP alemão e o Estatuto de Roma. Está lá o projeto. Estendido no chão. Aprovar o projeto já seria um bom começo. Mas tem de reformar amplamente. O sistema necessita de reforma.


A operação Lava Jato quase causou o fim da democracia. Deltan já foi cassado. O conjunto da obra: um grupo de procuradores, aliado a um juiz parcial (isso é fato!), venderam ilusões com apoio de parcela considerável da mídia. A "lava jato" pariu o 8 de janeiro. Os outsiders da política nunca apareceriam se não fosse a criminalização da política feita pelo lavajatismo.


Prendiam para que o réu delatasse. E forçavam acordos de leniência. Transformaram o Estado de Direito em um Estado de Exceção. Ou, como disse Carol Proner, em um Estado de Extorsão. Aqui haveria um espaço enorme para uma CPI. Sim, proponho uma CPI da Lava jato. Vamos passar a limpo esse crotalus terrificus (nome científico da cascavel) que envenenou a democracia. Adendo: CPI, aqui, pode ser metafórico. 


Sobre o desvio de rota do Ministério Público, sugiro a leitura da matéria feita por Sérgio Rodas, aqui desta Conjur: ESQUELETOS NO ARMÁRIO - Apesar de abusos, "lava jato" ainda é dominante no MPF, diz cientista político. Rodas entrevistou o autor do livro Caminhos da política no Ministério Público Federal - Rafael Rodrigo Veigas. Uma das partes do livro:


O modelo institucional do MPF permite que "procuradores políticos", orientando-se por suas estratégias políticas de carreira e lideranças corporativas, persigam objetivos não oficiais (não previstos nos estatutos jurídicos) em favor da defesa de interesses corporativos, inclusive contra o sistema político e agentes específicos.

E muito mais coisas. O livro trata de aspectos que venho também trabalhado de há muito, mormente por conhecer o MP - nele atuei por quase três décadas.


Veja-se esta parte da entrevista de Viegas:

"Mas o que se observa é que a "lava jato" ainda é hegemônica no MPF. Tal fator ajuda a entender como Deltan Dallagnol e outros procuradores ligados a imoralidades e ilegalidades não foram punidos, com raríssimas exceções."!

Trecho autoexplicativo!


Numa palavra final: quando assisto o delator Toni Garcia dizendo que estava a mando do MP e de Moro e com ajuda da Abin cometendo ilegalidades, fico pensando: o que mais ainda vamos descobrir? O problema não é Toni; nem se trata de fulanizar. O problema é o que isso tudo simboliza (uso aqui o sentido de simbólico de Castoriadis, de A Instituição Imaginária da Sociedade). A que nível chegamos, heim?


Parece que chegamos a uma jus chinelagem. Basta ver a entrevista de Toni. Conta cada coisas de arrepiar.

Parece que o baixo clero chegou ao sistema de justiça. O fundão da classe. E fez o que fez. Se tudo isso não servir para nada, então fechemos tudo e atiremos a chave fora.


Acostumamo-nos a nos indignar no varejo - e somos bons nisto, principalmente em setores da comunidade jurídica - e nos omitimos no atacado. E, vejam: nem de perto chegamos a um atacarejo indignativo.

Eis o problema: precisamos de um atacarejo indignativo!


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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Vaza Jato, 4 anos depois, continua mais viva do que nunca

Reportagem de Andrew Fishman, no The Intercept Brasil: "Urgente: o site está sob ataque. Estamos tentando descobrir como resolver isso." O diretor de tecnologia do Intercept me enviou essa mensagem no final da tarde de um domingo. Há exatos quatro anos. Era uma suposição razoável, já que o site estava recebendo o volume de tráfego de uma semana a cada hora e aumentando rápido. Mas não era um hacker - pelo menos, não da maneira que ele pensava. Foi o lançamento da #VazaJato, nossa nova investigação. No turbilhão de atividades em preparação para a publicação das reportagens que mudariam o rumo da política no país, esquecemos de avisá-lo para se preparar para um tsunami de acessos.

www.seuguara.com.br/Vaza Jato/The Intercept Brasil/
Reprodução/Foto: Christian Braga/Intercept Brasil

A série caiu como uma bomba na República de Curitiba, que tão meticulosamente construiu sua lenda nos cinco anos anteriores - com muita ajuda de boa parte da mídia. Tudo sobre a Operação Lava Jato mudou a partir daquele fim de tarde de domingo. A investigação "anticorrupção" que envolveu seus tentáculos em torno de Brasília, o Judiciário e as principais indústrias pesadas do Brasil foi empurrada agora para o banco dos réus.


Após meses de sigilo, planejamento e pesquisa complexa, a equipe do Intercept estava eufórica. Mas a ansiedade não diminuiu com o início das publicações, pois sabíamos que um contra-ataque já estava sendo preparado e seria rasteiro e intenso. Nossa equipe foi ameaçada, caluniada, criminalizada, difamada e vilanizada em uma campanha coordenada e multifacetada de desinformação que inclui membros da imprensa cuja reputação estava ligada à Lava Jato e teorias da conspiração fabricadas às pressas por anônimos para bagunçar, desacreditar e tirar o foco das revelações - em vão.


Bolsonaro chegou a fazer ameaças de prisão e, a certa altura mais tensa, nossas fontes em Brasília nos disseram que uma batida policial federal estava sendo preparada. Nos avisaram que devíamos nos preparar para o pior. Felizmente, a ordem nunca foi dada. Apesar de seus esforços, as evidências eram muito bastas e esmagadoras para serem descartadas pelo público.          

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Reprodução/Foto: Christian Barga/Intercept Brasil

A Vaza Jato ainda está viva, a Lava Jato está morta


A Vaza Jato ainda repercute no Judiciário e na política nacional, mais viva do que nunca, quatro anos depois. Em uma das várias felizes coincidências dessa história, Deltan Dallagnol, procurador que coordenava a operação, teve seu mandato cassado na Câmara dos Deputados esta semana, poucos dias antes do aniversário da exposição de suas ilegalidades. Foram quatro anos difíceis para Deltan. Seu poder encolheu e sua reputação está em frangalhos.


Ele foi forçado a deixar o cargo no Ministério Público Federal porque estava claro que pelo menos um dos processos disciplinares que pairavam acima de sua cabeça iria de fato alcançá-lo, Melhor sair antes que um veredicto pudesse ser emitido, tornando-o oficialmente ficha suja sob a Lei da Ficha Limpa, que durante anos foi base de seu palanque como um texto santificado da sua cruzada anticorrupção. Como deixou transparecer nos últimos anos, parece que Deltan não leu as letras miúdas da lei e hoje ele é um político ficha suja inelegível por oito anos. É parte de uma séria de decisões judiciais importantes contra ele recentemente e provavelmente não é o fim de seus problemas legais.


Antes da Vaza Jato, Sergio Moro, o juiz que fez dobradinha com Deltan e sua equipe, conspirando ilegalmente, era considerado favorito à presidência em 2022. Após revelações contundentes, uma decisão do STF de que ele era um juiz parcial, uma passagem vergonhosa no governo Bolsonaro e uma campanha presidencial ainda mais embaraçosa, Moro agora é senador que é visto com desconfiança pelos colegas e regularmente esculachado no plenário. Mas ele tem dois casos pairando sobre sua cabeça que podem levá-lo a se juntar a Deltan na cassação. Seu crédito é tão baixo que seus colegas do judiciário paranaense chegaram a se pronunciar contra ele, afirmando que não era difamatório chamá-lo de "juiz corrupto".


Novos detalhes de sua conduta rasteira continuam a surgir. Apesar de Moro se esforçar para evitar que sua fama seja ainda mais enlameada, o STF concedeu esta semana um salvo-conduto a Tacla Duran, o advogado que há tempos acusa Moro de estar no centro de um esquema de extorsão milionária, para que ele possa voar a Brasília pela primeira vez em anos, sem risco de prisão, para apresentarsuas provas à Câmara.


A reviravolta mais dramática desencadeada pelas revelações da Vaza Jato é, sem dúvida, a anulação da condenação criminal do atual presidente, Lula, proferida por Moro. Veio junto a soltura e a disputa pela presidência. Lula, o político mais conhecido e popular do Brasil, só conseguiu derrotar Bolsonaro em uma eleição marcada por fraude e coerção de Bolsonaro e aliados por um fio de cabelo. É difícil imaginar outro candidato com a força para vencer e evitar que o país mergulhasse ainda mais profundamente no autoritarismo militarizado.    


O poder do jornalismo independente          

A Lava Jato é indiscutivelmente um exemplo de poder do jornalismo para enganar e prejudicar a sociedade. Sem o apoio irrestrito dos principais meios de comunicação, os danos à sociedade teriam sido contidos, pois as evidencias de má conduta eram evidentes desde o início para aqueles que prestavam muita atenção.

Já a Vaza Jato, ao contrário e em igual medida, é a prova da capacidade do jornalismo de instigar mudanças positivas na sociedade, informar o público e proteger a democracia. Imagine por um momento como seria o Brasil agora se a Vaza Jato não tivesse acontecido. Estaríamos em uma situação melhor ou pior? 


Criamos o Intercept Brasil em agosto de 2016 justamente para nos juntarmos à luta por uma sociedade democrática melhor em um momento em que as instituições e a economia do Brasil eram tomadas por um tornado com Deltan e Moro no centro e o governo dos Estados Unidos, a mídia corporativa e políticos de direita (tanto de terno, quanto de toga) orbitando para protegê-los de qualquer detrito voador. Colocamos um capacete e pulamos de cabeça.


Além da Vaza Jato, o Intercept produziu dezenas de investigações ao lingo de quase sete anos de existência que mudaram leis, desencadearam investigações, levaram a condenações, provocaram protestos, impediram abusos e informaram o público sobre violações de direitos flagrantes. Fazemos isso sem apoio corporativo ou publicidade para garantir que seremos sempre independentes e sem rabo preso. Nossa missão é criar impacto por meio do jornalismo e produzir investigações e análises originais que você não não encontrará em nenhum outro lugar.


Nosso trabalho é financiado em grande parte por nossa comunidade de membros, composta por cidadãos comuns, que reconhecem o poder do jornalismo e a necessidade de cada um fazer sua parte. Cada um deles optou por contribuir voluntariamente, em média, com R$ 34,28 por mês para manter nossa redação forte e nossos repórteres na pista. Não temos donos nem investidores, então cada centavo vai para a nossa  missão: um jornalismo destemido, de primeira classe.

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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Com Spoofing em mãos, STF tem chance de fazer "a maior limpeza da história jurídica" do País

Por Cintia Alves, no GGN: As novas mensagens da Operação Spoofing obtidas pelo Jornal GGN evidenciam que o conluio na Lava Jato não ficou limitado à relação entre Sergio Moro e os procuradores de Curitiba. Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, como Thompson Flores e Marcelo Malucelli, também estavam alinhados com os objetivos da operação que se prestou a tirar Lula da eleição de 2018 e mudar o destino político do País.

www.seuguara.com.br/Luís Nassif/Operação Spoofing/Lava Jato/Vaza Jato/STF/

Uma fração mínima do que foi captado pela Operação Spoofing já foi revelado pelo The Intercept Brasil e um consórcio de meios de comunicação, na cobertura que ganhou a alcunha de "Vaza Jato". Mas o volume de mensagens de Telegram trocadas entre os agentes envolvidos na Lava Jato é imenso. E conferem ao Supremo Tribunal Federal, que está em sua posse, a chance ímpar de mudar a convicção de ministros e promover o "maior processo de limpeza da história jurídica brasileira". É o que avalia o jornalista LuísNassif.


Na quarta (7), Nassif publicou duas reportagens com novos trechos da Spoofing, que implicam os desembargadores do TRF-4. Elas mostram, por exemplo, o desembargador Thompson Flores pedindo aos procuradores de Curitiba, então liderados por Deltan Dallagnol, a redação de súmulas que possivelmente foram usadas pelo TRF para aumentar as penas de Lula na Lava Jato.


Já o desembargador Marcelo Malucelli - autor da denúncia que afastou o juiz Eduardo da Lava Jato, sem direito à defesa prévia - aparece nos diálogos da Spoofing costurando com os procuradores de Curitiba a sucessão de Sergio Moro justamente na 13ª Vara Federal. 


Após a reportagem de Luís Nassif, a defesa de Appio reiterou pedido liminar ao Conselho Nacional de Justiça para que Appio retorne imediatamente aos trabalhos, já que a Corregedoria do TRF-4, ao aceitar a denúncia de Malucelli sem sequer ouvir Appio, demostrou que não reúne condições de julgar o novo juiz.

Para Nassif, as novas mensagens da Spoofing provam que o sentimento de estar acima da lei extrapolou a Vara de Moro e a força-tarefa liderada por Dallagnol, e contaminou o TRF-4, que agora age para evitar que os esqueletos da Lava Jato saiam do armário.


"O endosso que ganharam da mídia foi tão grande que se julgaram acima da lei. Pensaram que o poder seria eterno. O TRF-4 demonstrou total falta de senso, pensando que todas as irregularidades [que avalizaram] ficariam para sempre varridas para debaixo do tapete. Tenho certeza que o Supremo vai analisar os dados da Spoofing e ter o maior processo de limpeza da história jurídica brasileira." (Luis Nassif)


Um legado deletério que contaminou o Judiciário

Na visão do cientista social Leonardo Rossatto, a Lava Jato ajudou a espalhar por tribunais de todo o País uma ânsia punitivista exacerbada e o senso de impunidade quando de decisões que excedem os limites da lei. Ele lembra que, no Rio de Janeiro, Marcelo Bretas passou a seguir os passos de Moro - até também ser afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça.


"Eles se consideraram inatingíveis, completamente invulneráveis a qualquer punição", comentou Rossatto.

Para o analista, os tribunais superiores agora tentam "recuperar a institucionalidade e, para isso, precisa vencer a lógica punitivista que se instaurou com a Lava Jato." 


A decisão, contudo, ocorre na esteira de uma tentativa do próprio Judiciário de sobreviver aos ataques políticos da extrema-direita.

"Se a Lava Jato é o ovo da serpente do bolsonarismo, precisamos admitir que seu principal alvo de ataque é o próprio Judiciário. O bolsonarismo trabalha com a lógica fascista de destruir o que não consegue cooptar."


Assista abaixo:




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sábado, 25 de fevereiro de 2023

Lava Jato: a razão dos ataques de Dallagnol a Eduardo Appio. Por Luis Nassif

Por Luis Nassif, no GGN: Os ataques desesperados do deputado de ultradireita Deltan Dallagnol contra o juiz Eduardo Appio - que assumiu a vara da Lava Jato - tem uma razão objetiva. Certamente não se trata do destino dos processos que ainda tramitam por lá - já que estavam praticamente parados, a exemplo do que ocorreu com a Operação Banestado.

www.seuguara.com.br/Luis Nassif/Deltan Dallagnol/Eduardo Appio/ataques/razão/Lava Jato/Vaza Jato/

O receio maior são os 4 terabytes da Vaza Jato, mantidos em segredo pelo Supremo Tribunal Federal. Aparentemente, tem muito mais informações comprometedoras do que as que foram divulgadas pelo pool de veículos até agora. 


O papel de Dallagnol tem sido o de alimentar o chamado jornalismo de fofocas, de notas curtas, com ataques a Appio, recorrendo a Cláudio Humberto e Malu Gaspar.

Hoje, no Estadão, Fausto Macedo volta a fazer jornalismo e vai à fonte - o próprio Appio - em uma entrevista em que dá a palavra ao juiz.


Aliás, é curioso que aceitem acusações de Dallagnol contra o pai de Appio, sem querer apurar a veracidade e circunstâncias, e deixem de lado o processo que corre contra o pai de Dallagnol, por acusação de supervalorização de imóvel desapropriado pelo INCRA.

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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Posse de Lula não é o começo do paraíso, mas a saída do inferno. Por João Filho

Publicado por João Filho, no The Intercept/Brasil: A posse de Lula foi um acontecimento histórico. Motivos para defini-la assim não faltam. Ela representa não apenas o fim de um governo autoritário, golpista e fascista que aterrorizou o país nos últimos quatro anos, mas também o começo do fechamento do arco do personagem Lula na história do país.
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sábado, 15 de janeiro de 2022

Após atacar advogados, Sergio Moro foge de debate público

Por Rafa Santos, no Conjur: Sem decolar  nas pesquisas de intenção de voto, o pré-candidato à presidência da República Sergio Moro (Podemos) voltou sua metralhadora verbal contra o Grupo Prerrogativas, em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (14).
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Lava Jato: Moro orientou Deltan e consórcio manteve conversas clandestinas com EUA e Suíça


Do Consultor Jurídico: Mensagens trocadas entre Sergio Moro - então juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da autodenominada "lava jato" - e Deltan Dallagnol - à época coordenador da "operação" - revelam que a condução de processos relacionados a Lula foi combinada entre acusação e julgador.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

"Lava Jato" em Curitiba quer contestar acesso de Lula a mensagens hackeadas

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Do Conjur - De modo pouco ortodoxo, sete procuradores da "lava jato" der Curitiba planejam recorrer da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que deu à defesa do ex-presidente Lula acesso à íntegra do material apreendido na chamada operação "spoofing". A informação é do jornal Estado de S. Paulo.
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terça-feira, 15 de setembro de 2020

As coincidências do lavajatismo. Por Carlos Barbosa

www.seuguara.com.br/Deltan Dallagnol/Lava Jato/denúncia/Lula/Vaza Jato/

Por Carlos A. Barbosa, em seu blog - Em novo capítulo da Vaza Jato publicado nesta segunda-feira (14) pela Agência Pública em parceria com o site The Intercept, numa reportagem que mostra diálogos entre o diretor da Transparência Internacional, Bruno Brandão, e o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol, em que o procurador pede ajuda de Brandão para compor a minuta da Fundação Lava Jato, que estaria vinculada a Petrobras e receberia R$ 2,5 bilhões
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