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quinta-feira, 14 de março de 2024

Quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas. Por Jeferson Miola

Por Jeferson Miola, em seu blog: Eduardo Galeano eternizou em sua preciosa obra a frase que conheceu num muro pichado na cidade de Quito, capital do Equador, que dizia: "quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas".

www.seuguara.com.br/Pergntas/respostas/Jeferson Miola/
 
É uma frase-síntese, que tem o poder de definir e dar significado a este momento de orfandade teórica que vivemos, em que não conseguimos entender e explicar esse período histórico perturbador, assombroso e suas conjunturas vertiginosas.


Estamos tateando no escuro e sem entender nosso tempo presente. Confrontamo-nos com realidades complexas e que são inteiramente novas para as atuais gerações não só no Brasil, mas de todas as partes do mundo.

Nos iludíamos, até há pouco tempo, que já tínhamos as respostas para todas as perguntas. Alguns, inclusive, devotos de certas tradições dogmáticas e deterministas, imaginavam possuir certezas absolutas em relação a tudo e ao porvir de um futuro glorioso para a humanidade. 


O problema, porém, é que "nos mudaram as perguntas", como avisou o autor [ou a autora] da pichação anônima em Quito, e então ficamos teoricamente e politicamente desequipados, e com enormes dificuldades para decifrar os enigmas do tempo presente. 

O reflorescimento dos fascismos no mundo contemporâneo conserva a característica genuína dos fascismos históricos: funciona como uma resposta do próprio capitalismo por meio de formas de gestão violentas e autoritárias da crise capitalista e da barbárie neoliberal neste estágio avançado de financeirização da economia.


A extrema-direita, seja ela fascista ou não-fascista, é a resposta do próprio capitalismo à crise do sistema deflagrada em 2008, e não uma alternativa a ela.

A governança extremista de direita das sociedades nacionais é, portanto, a resposta do próprio capitalismo para renovar e ampliar as taxas de acumulação e de reprodução do capital em moldes autoritários, desdemocratizantes e regressivos.


Este processo vem acompanhado de tremendos retrocessos dos valores universais e das conquistas civilizatórias, com o agravamento do racismo, da xenofobia, do messianismo fundamentalista, do obscurantismo [grifo deste blog] e de outras formas degradantes da miséria humana. 

No plano econômico, a extrema-direita responde com as receitas nefastas da austeridade, privatizações, Estado mínimo, exclusão social, necropolítica, teologia da prosperidade, meritocracia, empreendedorismo...


Figuras como Trump, Bolsonaro e Milei encarnam com excelência o espírito desses tempos. Magnetizam multidões ressentidas e encantam corações e mentes - a imensa maioria pessoas pobres atraídas pela demagogia salvacionista que promete acabar com o mal-estar de décadas de promessas neoliberais descumpridas.

Assim como nos fascismos históricos de Mussolini e Hitler, as ultradireitas contemporâneas também são fenômenos com grande adesão de massas. Bolsonaro conquistou 58 milhões de votos na eleição de 2022, votação parelha com a do Lula, o maior líder popular da atualidade.


Bolsonaro é a principal liderança carismática do extremismo brasileiro. Agora inelegível, ele já construiu perante o bolsonarismo a narrativa mítica do mártir perseguido pelo sistema e que será preso pela ditadura do STF com Lula.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/bolsonarismo/

Seria imprudente supor que a prisão do Bolsonaro significará o derretimento do bolsonarismo. O bolsonarismo com Bolsonaro inelegível - ou com Bolsonaro preso - continuará potente e forte, tal como aconteceu com o lulopetismo, que não esmoreceu diante da tentativa de assassinato político do Lula e do PT pela gangue da Lava Jato.

É preciso recordar que mesmo ilegalmente preso e vitimado pelas violências dantescas do STF, como a proibição de conceder entrevistas no cárcere, na eleição de 2018 Lula conseguiu alavancar 47 milhões de votos para Fernando Haddad.


A pesquisa do instituto AtlasIntel [10/3] sobre a polarização no Brasil traz informações valiosas. A primeira delas, é de que quase 40% das pessoas [4 a cada 10] se posicionam politicamente em função das abordagens ideológicas - esquerda ou direita -, e escolhem candidatos apoiados por Lula [17,3%], ou por Bolsonaro [20,5%].

Outro dado da AtlasIntel: 32% se consideram bolsonaristas, contra 31,2% que se consideram petistas.


A pesquisa mostra, também, que é a primeira vez, em décadas, que algum outro partido, afora o PT, consegue obter dois dígitos de preferência junto ao eleitorado. Não há antecedentes disso, nem mesmo no auge da polarização PT-PSDB, quando o PT tinha mais de 20 pontos percentuais e o segundo colocado, o PSDB, nunca superou os 5% das preferências partidárias.

Hoje, no entanto, o PL aparece no encalço do PT no segundo lugar, nove pontos percentuais atrás. Enquanto para 34,6% o PT é o partido referido, outros 25,1% preferem o PL.


A extrema-direita está ampliando sua representação na cena politica das nações e nos espações internacionais. E não dá sinais de ser um fenômeno passageiro. Ao contrário, tem jeito de que terá uma permanência prolongada, e se movimenta com ambições hegemônicas. 

No Brasil essa situação se complexifica ainda mais devido, pelo menos, a três fatores: o fundamentalismo religioso, a liberdade de manipulação das plataformas digitais na guerra cultural em meio à guerra híbrida, e o anacronismo do país em relação aos militares.


As diferentes pesquisas de opinião recentemente divulgadas convergem na constatação de vários desafios postos para o governo Lula e para a democracia brasileira.

A despeito do tremendo esforço de reconstrução das política permanentes de Estado, de recuperação da economia e ampliação do emprego e da renda, a aprovação do governo não deslanchou, mas até caiu.

É verdade que existem insuficiências e lacunas importantes na comunicação governamental, mas isso não explica tudo.


A simples repetição do modelo sem rupturas antineoliberais e das fórmulas de um "reformismo fraco", nas palavras de André Singer, que deram certo nos governos petistas anteriores, não é garantia automática de que darão certo outra vez nesse novo contexto inteiramente distinto e com requerimentos inéditos. 

É preciso encontrar as respostas adequadas para as novas perguntas que surgiram. E urgentemente, para evitar surpresas desfavoráveis nas eleições municipais deste ano.

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Via: DCM/VioMundo


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quarta-feira, 6 de março de 2024

Pastor diz que se curou da doença bolsonarista. Por Altamiro Borges

Por Altamiro Borges, em seu blog: O pastor evangélico Anderson Silva, que ficou famoso ao postar um vídeo ao lado do fedelho bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) dizendo que orou a Deus para que "arrebentasse a mandíbula " do presidente Lula, parece que conseguiu exorcizar seus demônios. Em vídeo postado no Instagram na semana passada, ele se disse arrependido do apoiador do difusor do difusor de ódio Jair Bolsonaro. "Vergonha", confessou!

Na gravação incisiva, o religioso admitiu que a “bolsonarização” levou crentes que se identificaram com a sua igreja e ressaltou que é um “desrespeito a Jesus ter um pastor de direita ou de esquerda”. Ele ainda afirma que parte das denominações evangélicas idólatra Jair Bolsonaro, apesar de todos os seus crimes. Na semana passada, ele já havia pedido aos seus fiéis que não fosse ao ato organizado pelo lobista da fé Silas Malafaia em apoio ao ex-presidente Fujão.“O evangelho não é o bolsonarismo”, alertou.


No ano passado, quando o encapetado pediu a Deus para que "arrebentasse a mandíbula" de Lula, o então ministro da Justiça, Flavio Dino, solicitou que ele fosse investigado. Anderson Silva relata agora que recebeu ligações da PF e que se arrependeu de suas atitudes endemoniadas. A conferência se essa arrependimento é verdadeiro. 


Pastora do Pix e o estelionato espiritual

O pastor é famoso por suas polêmicas. Como relembra o site UOL, "em 2021, o fundador do movimento 'Machonaria' publicou um vídeo em que acusava Renália Lima, conhecida como a 'pastora do Pix', cde cometer 'estelionato espiritual' ao usurpar 'da boa-fé de pessoas, prometendo aquilo que Deus não prometeu, em benefício próprio'". O virulento ataque à pastora acabou rendendo um processo na Justiça por calúnia, difamação e injúria, mas ele se deu bem. Na semana retrasada, o juiz André Silva Ribeiro rejeitou o pedido de indenização de R$ 15 mil da milionária Renálida Lima.


A briga entre as duas "celebridades evangélicas" só deteriora ainda mais a imagem dessas roupas. Como registrou reportagem da Folha de janeiro passado, "a autodeclarada pastora Renálida Lima, 39, que acumula mais de três milhões de seguidores n Instagram, publica conteúdos não somente ligados à religião, mas também ostentando uma vida de luxo. Nos últimos dias, ela começou a receber críticas sobre vida de viagens, roupas de grifes, joias e procedimentos estéticos que divulga em suas redes".


"A ostentação ganhou repercussão nas redes sociais. Em pouco tempo, cortes incontáveis nas redes sociais começaram a viralizar, com críticas, piadas, imitações e alguns apelidos também, como, por exemplo, "Gretchen gospel', 'profeta sensual', 'Jezabel gospel', 'pastora da ostentação' e a alcunha mais usada: 'pastora do Pix'. Na briga com o pastor Anderson Silva, que agora se diz arrependido do seu bolsonarismo, a pastora se deu mal!

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[O que é o Machonaria do pastor Anderson Silva? conheça mais: (...) "Eu quero me arrepender da bolsonarização do meu ministério", declarou o pastor Silva n vídeo. "Eu alertei sobre isso e preguei sobre isso. Eu sou bolsonarista, mas não sou bolsominion. Se a gente esquerdizar ou bolsonarizar, a gente estará perdendo o Evangelho e,, mesmo fazendo esse alerta, perdi gente. Eu não posso ser um pastor bolsonarista, eu sou um pastor."

O movimento Machonaria, liderado por Pastor Anderson Silva, é descrito como o Maior Movimento de Masculinidade da América Latina. Segundo o próprio pastor, o movimento já impactou e transformou a vida de mais de 10 mil homens no quesito espiritual, moral e familiar." (...)

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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Os jornalões entre os ataques ao desenvolvimento do país e o flerte com o bolsonarismo. Por Pepe Damasco

Por Pepe Damasco, em seu blog: Um ano depois de Lula ter subido a rampa do Planalto, já é possível enxergar a linha adotada pelos jornalões da mídia corporativa em relação ao governo. No que se refere ao oposicionismo da cobertura e a editorialização das notícias, verifica-se, como era mais do que esperado, um flagrante mais do mesmo na comparação entre o Lula 3 atual e o Lula 1 e Lula 2. Mas algumas nuances e fatos novos merecem registro.

www.seuguara.com.br/Jornais/ataques/desenvolvimento do país/imprensa/

Grupo Globo - Mantém o apoio às ações do governo voltadas para a defesa da democracia, bom como os avanços dos inquéritos e processos do Supremo Tribunal Federal, comandados pelo ministro Alexandre de Moraes, para enquadrar e punir exemplarmente os responsáveis pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. A transmissão ao vivo, na íntegra, do ato dos Poderes da República para marcar um ano da intentona golpista dá bem uma medida desta linha editorial.


Por outro lado, o conglomerado da família Marinho, na condição de porta-voz do setor financeiro e das grandes corporações capitalistas, segue virando bicho e se pintando para a guerra diante de todas as medidas do governo para impulsionar o desenvolvimento econômico do país e ampliar a soberania nacional, como nos casos da refinaria Abreu e Lima e do ambicioso projeto de reindustrialização anunciado nesta segunda (22). 

Quando a Globo trata o investimento no crescimento e na área social como gastança de dinheiro público deixa claro que ainda sonha com a viabilidade política de uma terceira via, a direita tradicional, que é radicalmente neoliberal. Os comentaristas Carlos Alberto Sardenberg e Demétrio Magnoli vêm se destacando como cães de guarda dos interesses políticos e econômicos da Globo.


Folha de São Paulo - No que se refere ao debate econômico, adota linha semelhante às Organizações Globo, mas já se percebe uma certa relativização acerca da gravidade da investida golpista do bosonarismo. Isso fica claro no espaço aberto pelo Grupo Folha para políticos e personalidades da direita e da extrema-direita, que criticam os métodos do ministro Moraes e o acusam de concentrar poder e defender penas excessivamente duras aos golpistas. Nesta toada, estampa manchetes para discursos e ações de notórios inimigos da democracia com a maior naturalidade, sem senso crítico, como se eles fossem comprometidos com a causa democrática. O antipetismo segue como uma característica marcante da Folha.


O Estado de São Paulo - "Cruzou o Rubicão" e já não se envergonha de flertar com teses bolsonaristas, como a anistia aos golpistas. Exemplo: em editorial, chegou a alertar o ministro Moraes, de que "O Brasil de hoje não é o mesmo de janeiro de 2023", encampando a causa da impunidade para os que tentaram destruir o regime democrático. Tudo que emana do governo Lula é alvo de ataques do Estadão, que não poupa nem mesmo a vida pessoal do presidente e de sua esposa Janja. 

É um direito do jornal fazer oposição sem tréguas ao governo. Mas o veículo vai além e não hesita em baixar o nível de seu jornalismo, como na acusação que fez à Polícia Federal de estar instrumentalizando politicamente o caso Marielle Franco, quando é de domínio público que, ao contrário, as investigações só começaram a andar depois que a PF, já sob Lula, entrou nas investigações. 


PS: O portal de notícias "Poder360" vem se esmerando em pinçar falas de próceres do bolsonarismo, muitas das quais absurdamente mentirosas, transformando-as em chamadas de destaque. Está a caminho de ser visto como um instrumento de mídia da extrema-direita brasileira.

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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Antipetista doente e 'pensador' medíocre, Pondé substitui o cadáver de Olavo como guru bolsonarista

Por Kiko Nogueira, no DCM: desde a morte do saudoso Olavo de Carvalho em janeiro de 2022, os bolsonaristas estavam órfãs de um guru. Não estão mais. A ausência foi preenchida por Luiz Felipe Pondé, filósofo, escritor, colunista da Folha, comentarista da TV Cultura, palestrante e energúmeno militante. Pondé tem um assunto de "estudo": o PT. Esse é o objeto de sua obsessão calculada para ganhar likes e engajamento na extrema-direita.

www.seuguara.com.br/Luiz Felipe Pondé/guru/Olavo de carvalho/Lula/judeus/Israel/

"O governo do PT é inimigo dos judeus", escreveu ele no X depois que o Lula decidiu subscrever a denúncia por genocídio contra o Estado de Israel, na Corte Internacional de Justiça, em Haia. Cinquenta e sete países apoiam a medida.


"Lula acaba de apoiar a acusação de Israel estar cometendo genocídio. Quem sabe agora, afora os judeus idiotas antissemitas de plantão, que o PT, Lula e seus asseclas, nunca mais ganhe votos da comunidade judaica. Nem no município, nem no estado, nem nas eleições federais".

Pondé não é judeu, não fala por eles e "comunidade judaica" é uma abstração monolítica que só existe naquela cabeça careca. Mas o que importa é causar.


O "pensamento vivo" do herdeiro de Olavo Cheira mal como o cadáver do velho fascista, seu pai espiritual.

Pondé, como Olavo, representa a vulgarização da figura do filósofo, com sua escolha oportunista pela indigência mental feita para agradar gente burra que se impressiona com uma citação de Nietzsche. 

Ele vai ao Pânico, da Jovem Pan, ele bate na Venezuela, ele ataca o STF, ele diz que o Brasil é uma "ditadura", ele é contra o "politicamente correto" etc. O pacote completo do perfeito animal bolsonarista.


Se Olavo tinha o inseparável cigarro, Pondé tem o charuto fálico. A barba hirsuta e malcheirosa compõe a figura "moderna", "jovem", "iconoclasta". Ele sofre por saber que é feio, mas acha que fica irresistível para as mulheres com seu tipo intelectual selvagem.

Em 2019, Olavo de carvalho chamou Pondé de "mentiroso, difamador barato, sem valor, um coitado e um zero à esquerda intelectualmente". Olavo tinha razão.


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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

É isto que o 8 de janeiro realmente significou para a história do Brasil

Por Orlando Calheiros, no Intercept/Brasil: Já faz um ano que assistimos às cenas de barbárie em Brasília, causadas pela turbamulta de apoiadores de Jair Bolsonaro que invadiu e depredou prédios do governo federal. Mas existe um detalhe fundamental nessa história que foi pouco explorado desde então: o que os golpistas realmente desejavam? Falo do povo mesmo, não dos setores que efetivamente comandaram o movimento.
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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

O 8 de janeiro continua nas muitas formas de erodir uma democracia. Por Rubens Valente

Por Rubens Valente, no Agência Pública: Como os prédios da Esplanada dos Ministérios simbolizam mas não esgotam a democracia, o problema não acabará com a prisão das 100, 500 ou mil pessoas que os depredaram. Se há algo a ser aprendido com os eventos do 8 de Janeiro de 2023, e há muito a ser aprendido, não é a cronologia dos acontecimentos daquela tarde e dos dias seguintes, já fartamente investigada por duas Comissões Parlamentares de Inquérito e pela Polícia Federal. Recentes entrevistas de autoridades e documentários voltam a tratar desses aspectos mais impactantes e midiáticos. O grande buraco, infelizmente, é bem mais embaixo.

www.seuguara.com.br/8 de janeiro/democracia/política/Congresso nacional/

As raízes do 8 de Janeiro não foram arrancadas. Seus galhos estão aí expostos à luz do sol para quem quiser enxergar.

Quando o ex-presidente Jair Bolsonaro afirma que o 8 de Janeiro foi “uma armadilha da esquerda” e essa fala esdrúxula é reproduzida acriticamente pela mídia, com toneladas de provas dizendo o contrário, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua.


Ver o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estufar o peito ao dar uma entrevista como defensor da democracia é um tapa no rosto dos democratas. Quando esse senador autoriza o andamento, sem discussão com a sociedade civil, de um projeto de lei que afronta uma decisão exaustivamente tratada no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tese jurídica do “marco temporal”, o 8 de Janeiro continua.


O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a bancada ruralista da Câmara, ao darem vazão ao mesmo projeto e a outro que revogou poderes do Ministério dos Povos Indígenas no processo de demarcação de terras indígenas, também demonstram que o 8 de Janeiro está vivo e passa bem.

Há muitas outras formas de dilapidar uma democracia além de jogar pedras e quebrar cadeiras. Quando um projeto de lei ofende os direitos – reconhecidos pelo Judiciário – dos povos indígenas e tramita tranquilamente no Senado e na Câmara sob a autoridade de Pacheco e Lira sem que os indígenas, maiores atingidos, sejam sequer ouvidos, a democracia também está sendo atacada.


Foi uma virada de mesa ideologicamente motivada e legalmente fabricada, já que um projeto de lei funcionou como uma proposta de emenda à Constituição. As facadas dadas pelos bolsonaristas no Palácio do Planalto destruíram obras de arte. No Legislativo, os povos indígenas é que foram esfaqueados.


O 8 de Janeiro continua quando os representantes de um Poder se recusam a ouvir os mais despossuídos, os que mais necessitam de justiça. A democracia não pode ficar restrita a gabinetes refrigerados, computadores de última geração, cadeiras altas e mesas polidas como os que foram destruídos em 2023. Ela se engrandece é na relação com os que têm menos voz e menor poder de influência.


O 8 de Janeiro continua quando o agronegócio é poupado da cobrança de qualquer explicação sobre o seu papel nos ataques à democracia ao longo de quatro anos do governo Bolsonaro, porém tem a capacidade, por meio de sua bancada ruralista, de abrir CPIs pífias como as “do MST” e “das ONGs”. Sem fato determinado, o Legislativo promove perseguição ideológica. Isso é puro 8 de Janeiro.

Quando a Câmara de Vereadores da maior cidade brasileira ameaça investigar um padre que dá de comer aos famintos, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua firme.


Quando Rodrigo Pacheco pauta uma série de medidas com o propósito de constranger o Judiciário e o Executivo, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua. Pode até ter razão no mérito de algumas das propostas, mas o timing e o objetivo são evidentes, casuísticos; são um agrado aos enormes bolsões da direita e da extrema direita, principalmente do seu estado, Minas Gerais. Alimenta, com isso, o monstro fascista.


O 8 de Janeiro continua quando 30 senadores, mais de um terço da Casa, assinam uma carta contra o ato em defesa da democracia promovido pelo Executivo realizado na última segunda-feira (8). Essa cartinha autoincriminatória não diz nada sobre a democracia, só expõe novamente seus inimigos.

Quando as Forças Armadas se recusam, sob a frágil alegação de falta de recursos, a entregar cestas básicas a um grupo étnico em situação calamitosa, como os Yanomami, ainda que o próprio presidente da República tenha determinado todas as medidas necessárias para superar a emergência sanitária, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua.


O 8 de Janeiro segue de vento em popa quando o Exército anuncia que não houve crime nenhum cometido por militares naquele dia fatídico.

O 8 de Janeiro está mais vivo do que nunca quando o ministro da Defesa, José Múcio, afirma que era “como um grande piquenique” a multidão que se dirigia à Praça dos Três Poderes para invadir e depredar os prédios públicos.


Há muitas formas de destruir uma democracia. Quando um ministro do STF manda parar uma operação de retirada de invasores da Terra Indígena Apyterewa, contrariando uma decisão do próprio presidente do Supremo e relator da matéria há muitos anos, Luís Barroso, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua.

Quando outro ministro do STF manda eliminar todas as evidências coletadas durante uma investigação policial inteiramente autorizada pelo próprio Poder Judiciário – em vez de procurar corrigir as supostas falhas –, nós sabemos que o 8 de Janeiro continua.


Porque a democracia não existe como ideia solta no ar, ela depende da confiança dos cidadãos. Os brasileiros precisam acreditar na boa-fé das autoridades, mas, se elas cometerem crimes, também precisam saber que serão punidas tanto quanto eu ou você. Precisam acreditar que as autoridades agem com propósitos nobres, e não com base no próprio bolso. Não é só pelo valor desviado, é também pela crença do público no sistema político que a corrupção também destrói a democracia. Vai comendo pelas beiradas.


Este 8 de Janeiro não é para ser comemorado, é para ser encarado como um alerta. E se for o último? Batizar de “democracia inabalada” o evento convocado pelo governo federal traduz, no mínimo, uma visão condescendente sobre a realidade. Um abismo não deixa de existir só porque não queremos vê-lo.





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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

O Ano de combate ao ódio. Por Moisés Mendes

Publicado originalmente por Moisés Mendes, em seu blog: Quando Lula disse que 2024 será o ano da pacificação, ele não sugeriu, de jeito nenhum, que os brasileiros saiam por aí erguendo bandeiras brancas para os chefes da fabricação e da disseminação do ódio. Não há trégua com essa gente. É inimaginável que alguém possa chamar um líder fascista para um chá da tarde, em nome o fim de desavenças que vão muito além das diferenças políticas.

www.seuguara.com.br/combate ao ódio/2023/Lula/Moisés Mendes/

O que Lula disse é que devemos tentar pacificar relações de convivência, incluindo as institucionais, depois de quatro anos de crueldades, agressões e violências bolsonaritas.

Com os líderes, com as vozes de comando do bolsonarismo, não há conciliação possível. Lula não disse, mas não precisa dizer que chefes impunes das engrenagens do ódio não são contemplados pelo seu apelo.


Mesmo assim, os jornalões tentaram jogar o presidente contra a própria ideia da conciliação, com o pretexto de que ele havia atacado seu antecessor, dias antes da fala de Natal, definindo-o como facínora.

Alguém pode imaginar que Lula enviaria um emissário com recados de conciliação para Bolsonaro? Para Sergio Moro? Para Braga Netto? E que deixaria de chamá-los pelo que são?

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/disseminação/ódio/

Não há conciliação com os que comandaram a estrutura negacionista da pandemia. os que sonegaram vacinas e mataram milhares, propagaram difamações e mentiras e incentivaram a violência contra gays, trans e indígenas.


A pacificação proposta por Lula renova a tentativa de distencionamento de conflitos cotidianos em ambientes familiares, de trabalho e de vizinhança, por mais que a maioria dos seguidores de Bolsonaro considere essa pacificação improvável.


Mas a conciliação não pode ser usada contra os que combatem o fascismo intermitente. Não há pacificação onde houver a mínima insinuação de que as penas para os criminosos da extrema direita podem ser atenuadas.

São inconciliáveis, de um lado, as prerrogativas e as obrigações de quem deve buscar reparação por quatro anos de arbitrariedades, e de outro, os interesses de quem se nega a reconhecer que foi arbitrário.


Não teremos distensão se houver afrouxamento da vigilância diante das violências do bolsonarismo, que persistem e são reproduzidas por seus imitadores com mandatos no Congresso.

Não são conciliadores os que continuam agredindo o Supremo e mesmo os que, por covardia, decidiram silenciar e insinuar que agora estão no mesmo barco e submissos às ordens do comandante Lula. 


Esses, os que falaram e agiram muito durante quatro anos contra a democracia, mas estão quietos depois da tentativa de golpe de 8 de janeiro, serão excluídos desde já de qualquer aceno pela pacificação.

O emudecimento deles é parte da tática dos que tentam sobreviver como extremistas fingindo-se de mortos. As eleições municipais podem ressuscitá-los, com todo o estoque de ódio armazenado desde a derrota para Lula


VIA

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

"Dama do tráfico": humorista exige R$ 90 mil de Nikolas Ferreira e Fernando Holiday

Por Victor Nunes, no DCM: O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o vereador Fernando Holiday (PL-SP) estão enfrentando um processo na Justiça, movido pela humorista Ana Virginia Teixeira, conhecida por abordar temas políticos de maneira "bem-humorada" nas redes sociais.

www.seuguara.com.br/Fernando Holiday/Nikolas Ferreira/dama do tráfico/

A denúncia busca indenização de R$ 90 mil após a dupla compartilhar uma foto da comediante ao lado do ministro da Justiça, Flavio Dino, identificando-a como uma "dama do tráfico", conforme noticiado pelo jornal O Globo.

www.seuguara.com.br/Nikolas Ferreira/dama do tráfico/

www.seuguara.com.br/Fernando Holiday/dama do tráfico/Flavio Dino/
Post em que Holiday espalha a notícia falsa e ataca a humorista e Dino (Foto: reprodução) 

O vídeo

O material em questão exibe a humorista ao lado do ministro Flávio Dino. 

Bolsonaristas disseminaram a fake news, afirmando que se tratava de uma mulher casada com um chefe do Comando Vermelho.

www.seuguara.com.br/Virgínia Teixeira/humorista/Flavio Dino/

Após a circulação da mensagem falsa, em novembro, Virgínia fez um post desmentindo a farsa.

"A que ponto chega o bolsonarismo? A esse ponto aí, ó. Olha ao que estão me associando. Mas vão ter que provar. Inclusive vão ter que provar até que eu sou amazonense. Eu estou na UTI do Hospital do Rio Grande do Norte com minha filha hospitalizada e os bolsonaristas fazendo isso aqui", disse a humorista na publicação em questão, que acompanha um vídeo.


"Tá vendo a maldade? Agora vão ter que provar que vocês estão falando. Vocês estão mexendo com uma mãe de família que vocês nem conhecem. Simplesmente estou naquele vídeo com o Flavio Dino.

Simplesmente por não acreditar que o Flávio Dino pudesse conhecer uma nordestina arretada sem medo de ser feliz, que defende Lula a todo custo, estão me associando ao crime organizado. Vamos ver no que vai dar. Aguarde cartas."



Flavio Dino também fez um post desmentindo o ocorrido em suas redes sociais. 

"A mentira de hoje, continuando a canalhice de ontem, é que essa senhora do vídeo é uma criminosa com quem eu teria me reunido, o que é absolutamente falso, como afirmo desde ontem. Esses bandidos inventam essas calúnias para aglutinar gente da mesma espécie, a fim de praticar o mal. Vejam o desmentido da atriz e humorista, que recebe a minha solidariedade pessoal", escreveu Dino.


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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Desesperados com indicação de Flavio Dino, bolsonaristas ignoram os fatos e propagam mentiras

Redação Ucho.Info: A indicação de Flavio Dino, ministro da Justiça, para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) levou a oposição no Senado a se movimentar para evitar a aprovação do nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os senadores que fazem oposição ao governo, em especial os bolsonaristas, temem que a chegada de Dino ao STF dificulte a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, principalmente nos processos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e destruídas por vândalos que defendiam um golpe de Estado.
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sábado, 11 de novembro de 2023

Anne Frank não entenderia. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Grupos neonazistas são monitorados e muitas vezes presos por delegacias especializadas em todo Brasil. São contidos e processados. Há também uma brava gente dedicada à compreensão das ações e da militância criminosa de células neonazistas em expansão no Brasil. Todos, dos policiais a promotores, juízes e pesquisadores de várias áreas, que tentam conter ou analisar o neonazismo no Brasil, correm riscos. Mas qual é o interesse dos judeus nessas abordagens?

www.seuguara.com.br/Anne Frank/judeus/neonazistas/Moisés Mendes/

Entre judeus de direita, é possível que o interesse seja quase zero. Mesmo que existam, como há em Porto Alegre, neonazistas condenados e presos por agressão a judeus nas ruas. Mesmo que ele continuem organizados para atacar judeus, negros, gays e indígenas.


O Brasil perdeu este ano duas bravas mulheres dedicadas ao combate ao nazismo. A antropóloga e pesquisadora Adriana Dias, que provou a conexão do bolsonarismo com neonazistas, e a delegada Andréa Mattos, da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre.

Mas o pesquisador e historiador Michel Gherman, do Centro Vital Sasson de Estudos de Anti-Semitismo da Universidade Hebraica de Jerusalém, sabe que o neonazismo que preocupava Adriana e Andréa não é uma das preocupações prioritárias de judeus alinhados aos bolsonaristas.


Gherman também estuda essa relação neonazismo-bolsonarismo e o alcance de ideias e ações racistas aplicadas à tentativa de destruição dos povos yanomamis, por exemplo.

Mas ele e outros pesquisadores sabem bem que a preocupação majoritária das comunidades judaicas há muito tempo é com a "ameaça muçulmana ", em especial a da identificada com os palestinos.

Por isso, uma explicação possível e obviamente ululante, para o fato de judeus de direita sentarem-se ao lado de fascistas ligados a neonazistas no Brasil, é essa mesma: judeus se aliam a supremacistas que se dizem inimigos dos palestinos.


Neonazistas juramentados, alguns sob investigação, são terrivelmente ligados ao bolsonarismo. São militantes do nazismo e do bolsonarismo, porque os ativismos se confundem.

Judeus de extrema direita sentam-se com eles porque a retórica desses grupos é a do ataque aos palestinos. O fascista brasileiro, que joga para a torcida neopentecostal, fideliza esse contingente religioso que adora Jerusalém como a terra santa dos judeus, e só deles, e para onde Jesus irá voltar. 

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/embaixador de Israel/

O neonazista bolsonarista vende essa farsa para os judeus e consegue o que deseja com facilidade. São antipalestinos, porque isso significa ser contra as posições da maioria das esquerdas, e são pró-Israel para fazer média com judeus e evangélicos.

Mas eles são mesmo neonazistas que dizem amar Israel e os judeus. Parece complicado, mas é simples. Não se lê uma linha, não se ouve um comentário de um judeu de direita atacando o nazismo bolsonarista. Não há nada que questione esse apoio da extrema direita brasileira a Israel e aos judeus.


Judeus históricos já mortos, marcados pela resistência ao nazismo, não entenderiam hoje essa relação. Anne Frank ficaria constrangida e com medo ao ver seu povo sendo cortejado por neonazistas aliados de Benjamin Netanyahu.


VIA

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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Bolsonarista Milton Neves perde ação contra o DCM na Justiça

Por Fernando Miller, no DCM: O jornalista Milton Neves vem colecionando derrotas desde que se alinhou ao bolsonarismo. Perdeu seu programa na Bande TV, seu espaço nas rádios do grupo e agora também uma ação que movia contra o DCM.

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No processo, ele pleiteava uma indenização de R$ 40 mil por danos morais devido à republicação de uma matéria que abordava sua ligação com o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Rogério Caboclo. A juíza Fabiana Kumai, do Juizado Especial Cível do Butantã, na capital paulista, julgou a ação como improcedente.


Caboclo, afastado da entidade após a revelação de um caso de assédio sexual, era sócio de uma empresa patrocinadora do programa esportivo apresentado por Neves na Rádio Bandeirantes, chamada Rommac Distribuidora.

Esse fato foi reportado em uma matéria de Mariana Franco Ramos, originalmente divulgada no site "De Olho nos Ruralistas" e posteriormente republicada no DCM. A matéria se chama "Presidente da CBF, acusado de assédio, patrocina o bolsonarista Milton Neves.


Durante a audiência, o apoiador de Bolsonaro insinuou que o texto havia sido produzido por um terceiro, que o teria encaminhado "para um site de amigos, um site, me perdoe, de qualidade inferior, e não teve repercussão alguma, enquanto o verdadeiro autor da matéria a publicou na Folha de São Paulo".

Embora não tenha sido identificado, suspeita-se que ele se referia a Juca Kfouri, um conhecido desafeto do "moço de Muzambinho".

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sábado, 19 de agosto de 2023

Os recados das Monicas e de Malafaia a Alexandre de Moraes. Por Moisés Mendes

Publicado originalmente por Moisés Mendes, em seu blog: Dois recados a Alexandre de Moraes na Folha e no Estadão, ambos transmitidos por duas Monicas. Este o recado que tem Mônica Bergamo como emissária de alguém do PL ou da ala militar, em sua coluna na Folha: "Alexandre de Moraes não teria coragem de prender Bolsonaro sem julgamento, dizem aliados do ex-presidente".

www.seuguara.com.br/recados/Alexandre de Moraes/Moisés Mendes/

E este é o recado que Monica Gugliano recebeu e passou adiante no Estadão:

"Para militares, operação da PF em Brasília gera insegurança nas Forças Armadas e estaria difícil acalmar oficialato e militares abaixo da linha de comando".

Monica Gugliano credita sua informação a "figuras graduadas do Exército", no melhor estilo do jornalismo amigo dos militares. Figuras graduadas do Exército eram assim citadas no tempo da ditadura.


É o jornalismo das grandes corporações adotando de novo o tom do pré-golpe de 8 de janeiro.

Para tentar assustar Alexandre de Moraes, depois do recuo do advogado de Mauro Cid?


Estão fazendo jogral com Silas Malafaia, que defendeu Bolsonaro e ameaçou Moraes em vídeo divulgado nas redes sociais:

www.seuguara.com.br/Silas Malafaia/ataque/Alexandre de Moraes/

"Ditador Alexandre de Moraes, a sua casa vai cair, ou pela mão de Deus, ou pela Justiça legal que o Senado vai te impor, ou pelo povo, que é o supremo poder, que vai fazer pressão na sociedade. Que vergonha nós estamos assistindo, Deus tenha misericórdia do Brasil". 


Fica ruim para a grande imprensa entrar na gritaria do Malafaia, um dia após a ameaça de Damares Alves ao hacker Walter Delgatti, que segundo ela corre risco de vida.

Mas estão aí os recados das Monicas e do pastor. Não se sabe o que o Cebolinha tem a dizer.

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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Bolsonaro abandona os irmãos que terão as vidas destruídas. Por Moisés Mendes

Originalmente publicado por Moisés Mendes em seu blog: George Washington de Oliveira Sousa, o homem que arquitetou o atentado ao aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado, já foi condenado a nove anos de cadeia. Antônio Cláudio Alves Ferreira, o sujeito que destruiu o relógio do século 17 no Palácio do Planalto, também será condenado na primeira leva de manés que vão a julgamento nos próximos dias.

www.seuguara.com.br/bolsonaristas/Palácio do Planalto/STF/atos terroristas/8 de janeiro/
Bolsonaristas nos atos golpistas de 8 de janeiro (Imagem/reprodução)

Será o mesmo destino de William da Silva Lima, que arrombou uma sala do Supremo e roubou a toga de Alexandre e Moraes, e de Marcelo Fernandes, que pôs embaixo do braço e levou uma réplica da Constituição de 1988, também do STF.

Fátima de Tubarão está na fila da condenação junto com todos os manés flagrados quebrando alguma coisa ou fazendo ameaças aos ministros naquele 8 de janeiro.


Eles irão assumir sozinhos a empreitada do golpe, quando tiverem que se defender das acusações? Quase todos já são réus. E todos são componentes da bucha do golpe.

O próprio George Washington de Oliveira Sousa, que confessou frequentar o acampamento do QG do Exército em Brasília, foi um terrorista incitado ou a mando de alguém.


Mas quem entre eles vai confessar que agiu sob a liderança de gente que estava, na hierarquia do golpe, bem acima deles?

Na CPI do Golpe, o homem bomba no caminhão-tanque, que deveria explodir no aeroporto no noite de 24 de dezembro, não admitiu vínculo com ninguém.

Deputados e senadores da direita e da extrema direita abandonaram o sujeito durante o depoimento. Sousa era um maluco que agiu sozinho.


O próprio terrorista preocupou-se em se distanciar de Bolsonaro e de autoridades da extrema direita que estavam no poder. Nunca viu Bolsonaro e não conhece ninguém do fascismo de perto.

Sabe-se que frequentava o Senado por proximidade com gente do bolsonarismo. Mas hoje é um coitado largado na sarjeta, porque não há como defendê-lo.


Bolsonaro disse em Porto Alegre que tem "irmãos inocentes" presos em Brasília, referindo-se aos manés induzidos ao golpe. Mas o manés serão condenados, alguns irão pegar cadeia, enquanto Bolsonaro nega que tenha empurrado os irmãos para o crime.


Anderson Torres será condenado e pode ser expulso da Polícia Federal. O coronel Mauro Cid não escapará da condenação e pode ser expulso do Exército.

E Bolsonaro não admite que tenha destruído a vida de mais de 1.400 manés e de auxiliares diretos que fizeram o serviço sujo.

Bolsonaro poderá ficar inelegível. Mas os manés e os auxiliares terão uma vida miserável. Todos serão criminosos.


E Bolsonaro será apenas um sujeito sem direito a ser votado e eleito? É possível que, depois do que fez, da matança na pandemia, da formação das gangues dos vampiros da vacina, da incitação ao negacionismo e ao armamentismo, das falas racistas, da confissão de que deseja crianças de 14 anos, da lavagem de dinheiro na compra de imóveis, da compra de apoio do Centrão, do uso abusivo e criminoso do cartão corporativo, da incitação ao golpe, disso tudo Bolsonaro seja apenas um político inelegível?


Os manés estarão presos e Bolsonaro será um político sem direito a participar das eleições até 2030?

Será esse o desfecho de quatro anos de desmandos e delitos em todas as áreas? Só os manés pagarão pelos crimes de Bolsonaro?

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terça-feira, 11 de abril de 2023

A estrutura do fascismo está intacta. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Não há mais o que dizer sobre o balanço dos cem dias do governo Lula. Mas pouco se disse sobre o balança dos cem dias da extrema direita fora do poder e ainda viva e ativa. O fascismo está intacto. A estrutura política e criminosa, assumidamente envolvida na tentativa de golpe, ainda não foi abalada.

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Imagem/reprodução: redes sociais

A base social se reanima e se rearticula. É mobilizada pelo sentimento de que os terroristas presos depois do 8 de janeiro são parte do custo da guerra e apenas perdas pontuais distantes da maioria impune.


É nesse contexto que são percebidas as romarias de pretensos arrependidos em direção a Brasília, virtual ou presencialmente. 

Enquanto se reorganizam, os arrependidos pedem trégua e mandam recados. Não são os pequenos, amadores e subalternos, mas os arrependidos do primeiro time de golpistas e terroristas.


Não são tampouco os arrependidos da direita pragmática do centrão que se vendem por dinheiros fáceis. Esses são os profissionais do arrependimento.

O personagem agora é o arrependido protagonista da criação e manutenção da estrutura do golpe. Que financiou o gabinete do ódio, desfilou ao lado de Bolsonaro como golpista e apresenta-se como convertido aos valores da democracia.


Não precisamos citá-los, para não cometer o erro de esquecer alguém. E os arrependidos são perigosos, vingativos, ameaçadores. Não é bom nominá-los.

Arrependidos poderosos têm imposição econômica e são frequentadores de rodas de amigos de nome não só da extrema direita. 


São passadores de mãos nas costas, enxergam o Judiciário como extensão das suas empresas e têm base parlamentar. Com suas armas e chantagens, vão sugerindo tréguas que alguns consideram possíveis.

Sabemos que circulam em Brasília emissários de arrependidos de grosso calibre que só se arrependeram do que fizeram nos invernos pós-2016 porque a mais recente tentativa de golpe não deu certo.


Não é arrependimento, nem rendição em alto estilo, é um ensaio de cumplicidade com os vencedores, para que as sujeiras sejam negociadas, com possíveis adiamentos de punições e reparações.

O arrependido poderoso não é o cantor sertanejo que pede desculpas por ter apoiado Bolsonaro e procura conter as perdas financeiras da aposta errada.


Não é tampouco o alienado que Alexandre de Moraes visitou na Papuda e disse ter esperado no dia 8 de janeiro em Brasília que um marciano descesse na Praça dos Três Poderes para ajudá-lo a derrubar Lula e acabar com o Congresso e o Supremo.

O arrependido que manda recados a Brasília e agora se considera até admirador de Lula faz um movimento arriscado, mas vive de correr riscos. 


Depois de investir tudo no golpe, andar de braços dados com Bolsonaro, disparar mensagens em massa para sua rede de satélites de tios do zap e de financiar o golpe, esse arrependido arrisca-se agora a fingir que se arrependeu.

É um gesto de esperteza, mais do que de acovardamento. Não é uma trégua. O farsante envia a mensagem e avisa: digo que me entrego, mas cabe a vocês acreditarem na minha rendição.


Só a esquerda que também acredita em marcianos golpistas pode levar a sério arrependimento dos manezões fascistas às vésperas do fim de Bolsonaro.

Os falsos arrependidos, que reorganizam suas bases em cidades que Brasília não enxerga, só podem subestimar todos os que recebem suas mensagens pacificadoras. Subestimem só os mais crédulos.


Não dá para acreditar que o fascistão impune, depois de sustentar as milícias do ódio, disseminar mentiras, fazer ameaças e tentar impor o golpe com muito dinheiro, possa enganar os que ele cercou ao agir como jagunço de Bolsonaro.

Não dá para acreditar porque toda a resistência ao fascismo estaria desmoralizada e perderia sentido.


Não há perdão para o fascista que acena com o pedido de trégua apenas para sobreviver, se rearticular e voltar a atacar.

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domingo, 26 de março de 2023

Moro mentiu muito para faturar com as ameaças do PCC. Por João Filho

Por João Filho, no Intercept/Brasil: Em janeiro deste ano, o ministro da Justiça Flávio Dino coordenou a transferência de Marcola do presídio federal de Rondônia para o presídio federal de Brasília. O motivo foi a descoberta de um plano do PCC para resgatar Marcola, o seu principal líder. A Polícia Federal foi acionada pelo Ministério Público de São Paulo, que descobriu os planos da facção após monitorar suas ações durante anos. Com a transferência de Marcola para Brasília, o plano foi por água abaixo. A facção, então, se preparou para o plano B: sequestrar e matar autoridades públicas para forçar a libertação ou pelo menos a transferência do líder para São Paulo. Entre os alvos estavam o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya, o homem que lidera as investigações do Ministério Público contra o PCC.

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terça-feira, 14 de março de 2023

Messianismo e cambalacho: os casos de Bigode e Sheik explicam o que é o bolsonarismo. Por Luan Araújo

Por Luan Araújo, no DCM: A gente sabe que o bolsonarismo é uma seita que usa muitos termos e atitudes dogmáticos para angariar seguidores E estes seguidores, para tristeza de toda a sociedade e azar de alguns ingênuos, como aparentemente esclarecido meia Gustavo Scarpa, ex-jogador do Palmeiras e hoje no Nottingham Forest (ING) e o lateral Mayke, ainda palmeirense, que caíram em um golpe de uma empresa de pirâmide induzido pelo ex-colega de ambos Willian Bigode, hoje no Fluminense.

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Willian, jogador de vida discreta, mas muito religioso, postou na véspera do dia do segundo turno das eleições uma foro com toda sua família vestida de verde e amarelo e pedindo votos para Jair Bolsonaro. Típico. Bolsonarista como ele, era o seu amigo e empresário Gabriel de Souza Nascimento, dono da Xland Holding Ltda, cuja orientação da WLJC, empresa de Willian, fez Scarpa e Mayke aplicarem 6 a 4 milhões de reais, respectivamente, em uma verdadeira furada.


A forma como os dois jogadores caíram no suposto esquema de criptomoedas é bem surreal e mostra como é fácil as pessoas caírem em promessas fáceis. E é bem típico do bolsonarismo, que apresentou em 2018 uma solução fácil para a política brasileira. 57 milhões de brasileiros caíram igual patos.


Quando percebeu que tinha caído numa cilada, Scarpa questionou Willian, que respondeu em um aplicativo de mensagens "Scarpinha, agora é orar, fazer o que eu sei". E é isso que o bolsonarismo fez com o Brasil nestes quatro anos. Vendeu uma ilusão para incautos para não entregar absolutamente nada em alguns casos e a barbárie na maioria dos outros. Resultou em explosão de feminicídios, estupros, mortes por arma de fogo e por Covid-19.


Marcel Siqueira, sócio de Willian na empresa se vende como "mentor financeiro" de atletas, coach e pastor. Você olha essa descrição e automaticamente já ficaria desconfiado? Meus parabéns, você não cairia em algum esquema desses. Se salvaria. Scarpa e Mayke não podem falar o mesmo. 


Mas não só de cambalachos messiânicos vivem os jogadores e ex-jogadores bolsonaristas. Na última sexta-feira (10), Emerson Sheik, com quem Willian Bigode coincidentemente formou dupla de ataque no Corinthians entre 2011 e 2012, foi denunciado pela Justiça do Rio de Janeiro por ter ajudado o bicheiro Bernardo Bello a lavar dinheiro.

Sheik ocultou os valores da venda de uma cobertura sua na Barra da Tijuca para ajudar seu amigo a lavar dinheiro oriundo de jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis.


E o bolsonarismo, apoiado pela maioria dos jogadores de futebol de elite no Brasil, é mais ou menos isso mesmo. A venda de terreno na lua de uma maneira messiânica ou o cambalacho puro e simples. Mas sempre pensando só no interesse próprio.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

General Augusto Heleno foi um dos mentores intelectuais dos atos golpistas, denuncia revista

O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deve ser investigado por seu papel como um dos mentores intelectuais dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto. Fontes ligadas à Segurança Pública disseram que Heleno teria usado o aparato técnico do órgão que comandava e a influência nas Forças Armadas para evitar a posse do presidente Lula, o que facilitou o acesso de radicais ao Planalto em 8 de janeiro.
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Rosa Weber detona terroristas de Brasília e promete punição rigorosa a "turma movida pelo ódio"

Por Victor Nunes, no DCM: Foi iniciada nesta quarta-feira (01) às 10h, a sessão solene de abertura do ano judiciário de 2023 pelo Supremo Tribunal Federal. Durante a abertura, a atual ministra e presidente do STF, Rosa Weber, realizou um discurso de repúdio aos atos terroristas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro.

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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Generais do clube militar convocaram bolsonaristas aos quartéis antes da invasão no DF

Reportagem de Bruno Fonseca, para Agência Pública: “O país está maduro e as Forças Armadas sabem do seu papel. Cabe ao Congresso, detentor de todos os poderes outorgados pelo voto – e às demais lideranças políticas – encontrarem uma saída constitucional para esse impasse, antes que a tentativa de mudar o significado das palavras de ordem ouvidas na voz das ruas desague na democrática violência das massas injustiçadas”. Assim termina um dos muitos artigos publicados na última edição da Revista do Clube Militar que defendem e elogiam os movimentos bolsonaristas que não aceitaram o resultado das eleições de 2022.
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Jorge Messias desmonta bunker bolsonarista e coloca AGU na guerra contra desinformação. Por Leandro Fortes

Publicado por Leandro Fortes, no DCM: A sede da Advocacia Geral da União é um prédio comum, um bloco retangular com acessos laterais para a entrada principal, numa zona recuada do Plano Piloto onde se espremem, à sombra dos monumentos arquitetônicos de Niemeyer, uma meia dúzia de anexos do poder central. Nos quatro anos do governo Bolsonaro, foi convertida em um apêndice das trevas e, de lá, expeliu, do pior das suas entranhas, um ministro do Supremo Tribunal Federal terrivelmente evangélico, André Mendonça Filho. Não sem antes tê-lo conduzido ao Ministério da Justiça, a tempo de permitir a ele participar da cadeia de responsabilidades que levou às crianças yanomami a fome, a dor, a doença e a morte. A chegada de Jorge Messias veio como uma lufada de ar.
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