Mostrando postagens com marcador bolsonaristas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bolsonaristas. Mostrar todas as postagens

domingo, 15 de dezembro de 2024

Belchior e Elis rolam no túmulo ao serem usados pela bolsonarista Zanatta para defender golpistas

Por Kiko Nogueira, no DCM: A deputada bolsonarista Julia Zanatta (PL-SC), aquela que publicou uma foto instigando tiros contra Lula, resolveu tentar se apropriar de Belchior e Elis Regina. Zanatta postou versos de "Como Nossos Pais" e um vídeo de Elis para protestar contra as investigações que estão cercando e prendendo os canalhas golpistas que ela defende. Já havia feito o mesmo com Chico Buarque, aliás, usando versos de "Vai Passar".

www.seuguara.com.br/Julia Zanatta/bolsonarista/Belchior/Elis Regina/ditadura/

As interpretações de Elis ajudaram a moldar a memória coletiva desse período. "O bêbado e o equilibrista", de 1979, talvez seja o hino definitivo da resistência às trevas que ainda nos ameaçam - com a ajuda de gente como Zanatta.


Belchior descreveu a sensação gerada por "Como Nossos Pais" com uma palavra numa entrevista ao Professor Pasquale: incômodo. Em 1976, quando foi destaque no clássico disco "Alucinação", o Brasil vivia a "distensão" cascateira da ditadura. Vladimir Herzog fora assassinado um ano antes sob tortura. É o álbum mais contundente de Belchior contra os militares.



Belchior sempre deu recados, sobre o terror que era o jugo dessa gente que Zanatta idolatra. O alerta de "Como nossos Pais" também se verificava nos versos de "Todo sujo de batom" ("Eu estou muito cansado / De não poder falar palavra") e em "Apenas um rapaz latino americano" ("Mas não se preocupe meu amigo / Com os horrores que eu lhe digo / Isto é somente uma canção / A vida realmente é diferente / Quer dizer, ao vivo é muito pior").


Mais da metade das faixas do LP "Coração selvagem" havia sido censurada meses antes. Apenas quatro delas escaparam da sanha dos censores, entre elas "Como se fosse pecado", que teve sua gravação definitivamente proibida, sendo lançada apernas no ano seguinte, no disco "Todos os Sentidos".


Zanatta assumiu a presidência da recém-criada Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade de Expressão. Pois é. Ela é campeã de processos contra jornalistas (apenas contra o DCM são seis ações; acabamos de ganhar uma). 

Em nome da democracia, é de se esperar que os herdeiros de Belchior e Elis Recorram à Justiça para impedir que sua obra seja vilipendiada dessa maneira porca, ignominiosa, hipócrita e fascista.



***


Leia Mais ►

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Vídeo: Bolsonarista deseja morte de Lula na porta do hospital: "já morreu?"

Por Caíque Lima, no DCM: Nesta terça (10), um bolsonarista foi até o hospital onde o presidente Lula está internado e desejou sua morte. O homem chegou ao Sírio-Libanês, em São Paulo, questionando se o petista "morreu" e reclamando após receber uma resposta negativa. 

www.seuguara.com.br/bolsonarista/vídeo/morte de Lula/

"Um bicho pra demorar a morrer é ladrão, né? Puta que pariu", afirmou o homem, que ainda não foi identificado. Outros bolsonaristas têm passado na rua buzinando r protestando contra o petista. 


O presidente foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira para drenar um hematoma de hemorragia intracraniana. Segundo o hospital, o quadro de saúde do petista "evoluiu bem" na manhã de hoje.

Ele deve permanecer em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por 48 horas e está acompanhado pela primeira-dama Janja da Silva. A hemorragia foi causada por um acidente sofrido em outubro deste ano no Palácio da Alvorada, quando Lula caiu no banheiro.


Lula foi examinado na unidade de Brasília do hospital na noite desta segunda-feira (09) e transferido para São Paulo no mesmo dia. O médico Roberto Kalil afirmou que sua volta para Brasília depende da evolução do quadro de saúde, mas que a expectativa é que o retorno ocorra na semana que vem.

A cirurgia, chamada de trepanação, consiste em uma pequena perfuração no crânio para introdução de drenos. O procedimento durou cerca de duas horas.

***


Leia Mais ►

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Desqualificar e ironizar a tentativa de golpe é fruto de muito esforço

Por Lenio Luiz Streck, em Conjur 

1. E o jovem professor de Direito Penal brilhou na Jovem TV ou "Campeonato de várzea: os pensadores de crimes"

Abro o WatsApp e vejo que alguém me remeteu um vídeo de um causídico sedizente professor de Direito Penal (provavelmente da Faculdade Balão Magico) e, tentando ser dramático e, quiçá, irônico, disse "sentir-se surpreso que alguém possa ser indiciado ou processado" pelo "simples fato de pensar em matar alguém". Já começou mentindo.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/tentativa de golpe de Estado/Lenio Luiz Streck/

E então o jovem jus Einstein "desfilou" conhecimento, falando do iter criminis... "Explicou" como é. Defendia, clara e explicitamente - a emissora é claramente engajada no meme "pensar em matar não é crime" - a tese de que planejar e coisas do gênero não têm nada a ver com possibilidade de estarmos em face de crime de tentativa de golpe de Estado (atenção: nesses crimes, tentativa já é a consumação!).

Não vou me alongar aqui sobre isso. Dezenas de juristas já escreveram - e bem - sobre isso. Em especial, sugiro os seguintes textos:

  • Jayme Weingartner Neto e Ramiro Gomes von Saltiele, sob o título "Atos preparatórios são puníveis em direito penal? Sobre tramar assassinatos e golpes"
  • Golpe de 2022: elementos para a concretização do crime pela tentativa, de Fernando Fernandes e Guilherme Marchioni,
  • Leonarto Yrochewsky, com Breves considerações sobre o crime de abolição violenta do EDD e
  • Direito de contragilpe: o que são condutas atentatórias à democracia (partes I e II), de Emerson Ramos, Lenio Streck e Marcelo Cattoni.


O jovem "professor de direito penal proto irônico" da Jovem TV deveria ler (não só ele). Como disse um grande jornal em editorial: planejar golpe de Estado é um ato de traição à pátria. O Estado foi usado contra o próprio Estado. Correto.

Há também professores bem tradicionais reclamando de que a democracia brasileira está iliberal (sic). Escondido no discurso, a justificação do golpe. Aliás, a tentativa de golpe tinha até um núcleo jurídico de apoio. Demais, não? E a operação golpista tinha o sugestivo nome de Artigo 142 - esse que gerou hermenêuticas delinquenciais.


Aliás, nunca vi tantos "especialistas em Direito" (o negacionismo jurídico veio para ficar) dando palpites sobre o novo paradigma "pensar em matar não é crime" (atenção: pensar em matar não é crime, tranquilizem-se; isso é óbvio; e nem se discute tentativa de homicídio - porque não é disso que se trata; a pretensão de matar era meio para o fim, o golpe). E acho que mais não precisa ser dito.

Se há algo de ridículo nisso tudo é a tentativa de desqualificar a tentativa de golpe com argumentos pequeno-gnosiológicos como "pensar em matar não tem nada de mal". Isso dá Prêmio IgNobel, já que o Nobel está muito longe.


Apareceu também um membro do MP, quem, acostumado a denunciar pobres no atacado, transformou-se em garantista ad hoc, ao inventar a tese de que, como Lula não tinha sido empossado, não caberia golpe de Estado, porque ainda não era... deixa pra lá.

E assim a nave vai. 


2. O Mito da Caverna na caverna e porque eles são muitos...!

O Brasil é terrível. Quem mais está ironizando e desfazendo da tentativa de golpe no qual se pretendia matar o presidente da República, o vice e dois ministros do Supremo Tribunal (no mínimo um) é a classe jurídica. As redes estão lotadas - e não só as redes - de professores (sic) e bacharéis sufragando a tese "pensar em matar não é crime" e coisas parecidas. 

Tudo é furto de muito esforço. Construímos uma imensa comunidade jurídica reacionária, que odeia a Constituição e que prega o fechamento das instituições, mormente o STF.


Há tempos, o programa Fantástico, da Globo, quis ensinar filosofia nos domingos à noite. Queria, é claro, facilitar. Genial, não? No primeiro programa a repórter-filósofa entrou em uma caverna em Tubarão (SC) e de lá buscou explicar... o Mito da Caverna. Entenderam? Caverna-que-é-igual-a-uma... caverna! Bingo. O Nobel e o IgNobel são nossos. Na sequência, para explicar Heráclito, ela subiu em um caminhão, para falar do... movimento. Céus. O que mais inventarão? 


O que falei acima é alegórico. Retrata os tempos de redes sociais e "o império do simples". Mais de 70% dizem que já não leem livros. "Alimentam-se" e memes e insta. E tik tok. E estamos indo bem na simplificação da linguagem. 

Vamos criar inclusive verbetes explicando o que é um golpe de Estado. Vamos desenhar? Sim, porque, com todas as simplificações do ensino jurídico, conseguimos isso que está aí. Uma Operação 142. E Punhal Verde e Amarelo.

Eis o caldo de cultura em que pode ser encontrado o atual homo juridicus, o homo concurseirus, homo senso comunis, o homo instraganulus... 


Portento, tudo que está aí - tentativa de golpes, justificativas das tentativas de golpes, desqualificação das tentativas de golpes, desdém pela democracia - é "fruto de muito esforço". Coisa de décadas de dedicação. Professores (principalmente da área jurídica) se esforçaram muito para formar alunos que hoje desdenham da democracia.

Professores e alunos e ex-alunos que fazem troça da tentativa de golpe. Ah, como essa gente se esforçou. E deu resultado. Como no diálogo de Zorro e Tonto, em que o primeiro perguntava: esse índios todos que se aproximam, o que me diz? E Tonto respondeu: "são muitos". 

É isso que dá investir em resuminhos e sinopses pelas quais não se faz sinapses. É isso que dá descomplicar, facilitar, mastigar, plastificar...

Deu nisso. O jovem causídico fazendo ironia com golpe de Estado. Irônico isso, não? 


3. Não riamos. Porque corremos o risco de rirmos de nós mesmos. O golpe, paradoxalmente, deu certo. Sim, lendo o que se lê por aí, o golpe deu certo

Numa palavra final: que não venhamos a rir. Se hoje no Direito há gente que relativiza golpe de Estado, é porque, paradoxalmente, o golpe deu certo. Não aponte o dedo para Reco-Reco e Azeitona. Você corre o risco de ser o Bolão. 

Nós, juristas, temos culpa nisso. Imprensa e classe política, idem. Todos temos parcela de culpa. E devemos olhar para o espelho. Um ensino jurídico patético, irresponsável, que se perdeu entre  estupidificações ou teorias políticas do poder. Formamos reacionários e néscios. Formamos gente que odeia a Constituição. Formamos negacionistas. 

O resultado está aí. Jabuti não dá em árvore.

O golpe, paradoxalmente, já deu certo. 

***


Leia Mais ►

sábado, 16 de novembro de 2024

Vídeo: Bia Kicis revela trama bolsonarista contra Moraes após vitória de Trump

Por Yurick Luz, no DCM: A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) comemorou o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e revelou a existência de um plano de sua base contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante uma live transmitida pelo canal bolsonarista Bradock Show no YouTube, Bia Kicis mencionou a possibilidade de Moraes ter o passaporte cassado. Na ocasião, ela compartilhou detalhes de conversas com a deputada norte-americana Maria Elvira Salazar, conhecida por suas posições extremistas e integrante da base aliada de Trump.

www.seuguara.com.br/Bia Kicis/Alexandre de Moraes/Trump/bolsonaristas/

"Ela está muito determinada a levar adiante, inclusive, aquele projeto de cassação dos vistos de todos os tiranos que violaram os direitos fundamentais e a liberdade de expressão. Isso é algo que vai caminhar sim, ainda mais agora a gente vendo a equipe que o Trump está formando [...] o homem não veio pra brincar, assim como nós não estamos de brincadeira", declarou Kicis.


Desde a vitória de Trump sobre Kamala Harris nas eleições presidenciais, setores da extrema direita brasileira, especialmente aqueles ligados ao bolsonarismo, intensificaram suas movimentações. Além disso, congressistas norte-americanos alinhados a Trump iniciaram uma nova ofensiva contra Moraes.

Na última quinta-feira (14, quatro deputados republicanos - Christopher H. Smith, Maria Elvira Salazar, Darrel issa e Carlos A. Gimenez - enviaram um ofício à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), pressionando o órgão a tomar medidas contra Moraes. No documento, os parlamentares alertaram que, caso nenhuma ação seja tomada, o financiamento norte-americano à instituição poderá ser suspenso. 


A carta menciona uma "contínua situação no Brasil" relacionada às decisões de Alexandre de Moraes sobre a rede social X (antigo Twitter). Segundo os congressistas, essas medidas impactam "milhares de brasileiros, assim como cidadãos estadunidenses que vivem ou possuem negócios no país, assim como uma companhia americana". 


Assista abaixo:


***


Leia Mais ►

Argentina manda prender 61 brasileiros do 8 de janeiro que pediram asilo

Reportagem de Deivid Souza, para o Metrópoles: A Justiça da Argentina ordenou, nesta sexta-feira (15/11), a prisão de 61 brasileiros que estão no país vizinho e pediram asilo. Eles são investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. As informações são do jornal argentino Clarín.

www.seuguara.com.br/8 de janeiro/brasileiros presos/Argentina/

A determinação foi assinada pelo juiz federal Daniel Rafecas a pedido da Corte brasileira. Os 61 cidadãos possuem "condenações com sentença definitiva". Eles serão presos assim que identificados e colocados à disposição da justiça local para o processo de extradição para o Brasil. 

Até outubro deste ano, 181 brasileiros já haviam pedido refúgio na Argentina, segundo a Comissão Nacional para os Refugiados (Conare). Em outubro deste ano, o governo de Xavier Milei mudou lei local sobre o estatuto de refugiado. Com a medida, o texto deixou de conceder o benefício a estrangeiros que tenham sido acusados ou condenados nos países de origem.


Os 181 brasileiros que pediram asilo são investigados no âmbito do Inquérito 4921, que é conduzido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. São apurados os seguintes crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dono qualificado; associação criminosa; incitação ao crime; e destruição e deterioração ou utilização de bem especialmente protegido.


Em junho deste ano, a embaixada do Brasil na Argentina perguntou formalmente se 143 foragidos da Justiça daqui estavam no país vizinho, todos investigados nos atos de 8 de janeiro. O pedido enviado à Argentina foi formalizado por meio do encaminhamento de um ofício do STF.

Embora agora a justiça argentina tenha concedido uma decisão que favorece a punição dos investigados, em junho, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, informou não saber paradeiro de brasileiros


8 de janeiro 

No dia 8 de janeiro de 2022, logo após a posse do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as sedes dos três poderes foram invadidas e vandalizadas. Os responsáveis foram manifestantes acampados em Brasília insatisfeitos com o resultado das urnas em 2022, que levaram o petista de volta à presidência. Houve destruição no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. A Corte foi o principal alvo do grupo. A investigação dos fatos coube à Polícia Federa (PF). 

***

[Saiba quem são os brasileiros presos na Argentina pelos atos de 8 de janeiro: "Até o momento, segundo o jornal Clarín, dois brasileiros forma presos na província de Buenos Aires. Um deles é Rodrigo de Freitas Moro Ramalho (à direita na foto em destaque), de 34 anos, condenado no Brasil a mais de 14 anos de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio publico tombado".

www.seuguara.com.br/brasileiros/presos/Argentina/8 de janeiro/

(...)

***

Leia Mais ►

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Demora de Gonet deixou país vulnerável ao bolsonarismo radicalizado. Por Jeferson Miola

Por Jeferson Miola, em seu blog: O procurador-geral da República Paulo Gonet precisa ser cobrado pela demora em relação aos inquéritos envolvendo Bolsonaro. Há vários meses Bolsonaro já poderia estar respondendo a ações penais devido à participação em vários crimes, o mais grave deles a tentativa de abolição do Estado de Direito.

www.seuguara.com.br/Paulo Gonet/procurador-geral da República/Jair Bolsonaro/inquéritos/bosonarismo/

Mas isso não aconteceu, no entanto, por escolha direta e pessoal do PGR Paulo Gonet, que decidiu adiar seu pronunciamento sobre os inquéritos da Polícia Federal para depois da eleição.

Atuando no tempo da política e não no tempo da justiça, ele alegou "cautela" para "não contaminar o período eleitoral". 


Gonet agiu politicamente, apesar da robustez e da consistência das provas colecionadas nos inquéritos.

Esta demora do PGR deixou o país ainda mais exposto aos riscos da violência política e das práticas terroristas promovidas pelo bolsonarismo radicalizado.

Deixado livre, leve e solto por Gonet, Bolsonaro percorreu mais de uma centena de cidades do país entre março e outubro fazendo campanha eleitoral, incitando violência política e espraiando ataques violentos contra o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, especialmente Alexandre de Moraes.


Francisco Wanderley Luiz é um bolsonarista radicalizado. Este terrorista que se auto-explodiu no atentado ao STF é um arquétipo exemplar do bolsonarista radicalizado: participou dos acampamentos criminosos nos quartéis do Exército, sabia manusear explosivos, armas e munições, tinha familiaridade com CACs e incorporava a gramática messiânica do bolsonarismo e do fundamentalismo religioso.


Bolsonaro conclama seus seguidores fanatizados a darem a vida pela liberdade. E foi o que fez o terrorista Francisco Wanderley Luiz: "entrego minha vida para que as crianças cresçam com liberdade", testamentou na sua rede social.

Bolsonaro sé se pronunciou sobre o ataque terrorista quase 14 horas depois. Mas, ao invés de condenar categoricamente o crime e o criminoso, caracterizou o episódio como "um fato isolado, e, ao que tudo indica, causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo".


isolar o atentado como ação de um "lobo solitário" e psicologizar o comportamento do terrorista é estratégia do Bolsonaro para afastar a responsabilidade direta dele - subjetiva e política - na escalada terrorista promovida por bolsonaristas radicalizados. 

Francisco Wanderley pertencia ao partido do Bolsonaro, o PL, e agiu com fanatismo e auto-martírio inflamado pela retórica odiosa e salvacionista propagada por Bolsonaro de norte a sul do Brasil. 


A tolerância de Gonet com a radicalização bolsonarista naturaliza e encoraja atitudes graves, como este ataque ao STF. Ele chegou a classificar o atentado terrorista singelamente como um "desatino".

Esta postura leniente com os atentados permanentes desferidos pelo extremismo contra a democracia e as instituições marca a trajetória do procurador-geral.


Em setembro passado, por exemplo, Gonet não autorizou que a PF efetuasse a prisão de blogueiros bolsonaristas e do senador Marcos do Val por ameaças feitas a delegados que investigam Bolsonaro e seus comparsas. 

A demora de Gonet em relação aos inquéritos de Bolsonaro e de bolsonaristas civis e militares implicados em crimes estimula a ação de bolsonaristas radicalizados e deixa a democracia se equilibrando perigosamente na beira do abismo fascista.



***

Leia Mais ►

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Às vésperas de indiciamento, Bolsonaro ataca Dino sobre 8 de janeiro

Por Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles: Jair Bolsonaro deve ter esquecido de que Flavio Dino será um de sues juízes no Supremo Tribunal Federal em breve. Nesta terça-feira (22/10), Bolsonaro disparou para seus contatos no WhatsApp um meme em que o alvo é o ministro.

www.seuguara.com.br/Bolsonaro/Flavio Dino/meme/8 de janeiro/

O meme retoma a teoria da conspiração bolsonarista que insinuava haver algo de secreto em imagens internas do Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro de 2023, na intentona golpista na Praça dos Três Poderes, que supostamente nunca teriam sido divulgadas por Dino. Diz o meme:

"A pergunta que não quer calar! Se o golpe era do Bolsonaro, por que o Dino apagou as imagens".


Ao contrário do que volta e meia é propalado entre bolsonaristas, não existem câmeras na sala de Dino ou em outros espaços por que passou o ministro naquele dia, quando ele estava no ministério e de lá acionou a Força Nacional contra os golpistas - ao lado de Ricardo Capelli, seu então secretário-executivo e hoje presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

***


Leia Mais ►

terça-feira, 15 de outubro de 2024

A quem interessa apequenar o Supremo?

Por Paulo José Cunha*, colunista do Congresso em Foco: Nem precisa ir muito longe. Basta abrir a Constituição e logo em seu artigo 2º lê: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário". Ou seja, os poderes têm autonomia para atuar. Mas o Supremo, como diz o nome, é o poder com competência para interpretar a Constituição. Portanto é dele a última palavra sobre qualquer pendência jurídica. E mais: a divisão dos poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - é um critério de organização que não pode ser abolido, pois é cláusula pétrea da Carta Magna. Só pode ser alterado por uma Constituinte legal e formalmente convocada para tal fim.

www.seuguara.com.br/ameaça/STF/

Portanto, qualquer mudança na própria Constituição terá de ser respaldada pelo... Supremo! Inclusive as que pretendem reduzir os poderes do... Supremo!

Justamente por isso a tentativa de alterar a Constituição com a finalidade de reduzir o grau de competência do STF, como preveem diversas propostas em análise no Congresso, tem jeito, gosto e fedor de golpe. De golpe e retaliação ao Supremo e seus integrantes, notadamente ao ministro Alexandre de Moraes, que virou pedra no sapato dos bolsonaristas depois de mandar pro xilindró os golpistas do 8 de janeiro e alguns dos autores de atos atentatórios ao estado de direito, como o deputado Daniel Silveira, que, entre outras imbecilidades, publicou vídeo nas redes sociais defendendo a volta do AI-5, o documento mais violento da ditadura de 64. Além do mais, foi Moraes quem presidiu a sessão do TSE que declarou a inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos. Tudo dentro da lei e das competências dele e do Supremo Tribunal Federal.


Não por acaso, alguns projetos aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (de maioria de bolsonaristas e presidida por uma bolsonarista declarada, a deputada Carolini de Toni), facilitam a abertura de pedidos de impeachment de ministros do Supremo. Adivinha para qual deles está apontada a mira? Um dos projetos, de autoria do deputado-pastor Sóstenes Cavalcante, (PL-RJ), estabelece o prazo de 15 dias para a Mesa Diretora do Senado - leia-se: o Presidente do Senado - decidir o que fará com pedido de impeachment protocolado na Casa.


Curioso, né? Só pra refrescar a memória: ainda em setembro passado, um pedido de impeachment contra, sabe quem? Ele mesmo: Alexandre de Moraes!, aguarda parecer da Mesa do Senado. Seu presidente, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem sendo duramente criticado por se recusar a por em tramitação o pedido de impeachment de Moraes. E vem sendo acusado de omissão e de não dar "uma resposta ao país".


Além disso, há propostas limitando as decisões monocráticas de ministros do STF, classificadas como autoritárias. O detalhe é que elas existem justamente para dar maior celeridade ao Judiciário, evitando que a procrastinação beneficie o réu em detrimento da parte atingida. Se as decisões monocráticas forem mesmo autoritárias, nada mais monocrático do que o poder dos presidentes da Câmara e do Senado para por pra andar ou para brecar iniciativas de impeachment de ministros do Supremo. E aí, como ficamos no meio desse puxa-estica? 


Os constituintes de 1988 demoraram um ano e meio para escrever a "Constituição Cidadã", como foi batizada no dia de sua promulgação pelo deputado e presidente da Câmara Ulysses Guimarães. A própria Constituição já previa uma revisão dela, que veio a ocorrer em 1993. Mas, à época sequer se tocou no tema das decisões monocráticas, que só vieram à baila agora, 36 anos depois, justamente quando decisões monocráticas de ministros do Supremo estão ferindo interesses dos grupos bolsonaristas, exatamente os que atingiram em cheio as prerrogativas do estado democrático de direito. 


Por tudo isso, o Presidente do Supremo, Ministro Luís Roberto Barroso, mandou um recado claro ao Congresso quando afirmou que "no mundo plural, não existem unanimidades. Porém, não se mexe em instituições que estão funcionando e cumprindo bem sua missão por injunção dos interesses políticos circunstancias e dos ciclos eleitorais". 


E é precisamente o que está acontecendo, seja na tomada de decisões que defendem a democracia, contra a qual se insurgem bolsonaristas golpistas. Seja por sentirem seus interesses pessoais feridos, como foi o caso da paralisação dos repasses de emendas parlamentares. Paralisação determinada - em decisão monocrática posteriormente referendada pelo pleno do Supremo - pelo ministro Flávio Dino. Esses interesses ficaram muito claros no resultado das últimas eleições. 


Na maioria dos municípios beneficiados com emendas parlamentares seus prefeitos forma reeleitos. E os deputados, autores dessas emendas, se aproveitarão delas para engordar os discursos nas campanhas em que estarão envolvidos daqui a dois anos. Emendas parlamentares, principalmente as tais de emendas pix, aquela que o autor não precisa identificar o destino dos recursos, só servem para engordar o capital eleitoral dos autores. Simples assim.


De resto, o chamado "pacote anti-STF" não passa de um conjunto de propostas eivadas de ressentimentos, retaliações e orgulhos próprios feridos. Basta conferir a autoria, ou seja, de onde elas vêm e o perfil dos que as elaboram e apresentaram, par perceber o objetivo oportunista e fascista embutido em cada vírgula. Ainda bem que os plenários tanto da Câmara como do Senado não têm o mesmo perfil ideológico da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde a bancada bolsonarista permitiu que essas propostas passassem com muita facilidade. Nem por isso é hora de ensarilhar as armas. 


É hora, isto sim, de as forças democráticas novamente ocuparem os palanques, as ruas e as redes sociais em pressão pela derrubada delas, a fim de que se preserve a "plantinha frágil e tenra", como Otávio Mangabeira se referia à preciosa democracia. Sem esquecer que se o preço da liberdade é a eterna vigilância, como dizia Thomas Jefferson, o preço da democracia... também.


*Paulo José Cunha é escritor, jornalista e professor da UnB. Foi repórter da Rede Globo, do Jornal do Brasil, de O Globo e também trabalhou na Rádio Nacional e na TV Câmara. Entre outros livros, escreveu A Noite das Reformas, sobre a extinção do AI-5.

***


Leia Mais ►

terça-feira, 24 de setembro de 2024

600 golpistas de 8 de janeiro preferem condenação a ficar fora das redes sociais por 2 anos

Por Antônio Melo, em seu blog: Esta notícia é para os que dizem que eles são coitadinhos e os que buscam anistiá-los por serem "gente simples" que só estavam em Brasília na tentativa de golpe de 8 de janeiro para um "turismo" ou para "soprar as velinhas na festa da Selma". Informação do ministro Luís Roberto Barroso mostra que de inocentes, ou mesmo de inocentes úteis, eles não têm nada.

www.seuguara.com.br/golpistas/8 de janeiro/acorodo/condenação/redes sociais/Luís Roberto Barroso/

O Judiciário ofereceu a mais de 1200 deles a opção de não responderem ao processo, apenas com a assinatura de um acordo em que se comprometeriam a três coisas:  

  1. pagar uma multa de R$ 5 mil (apenas os que têm bens para isso);
  2. ficar dois anos fora das redes sociais;
  3. fazer curso de formação democrática no Ministério Público.

Mais de 600 deles não aceitaram assinar o acordo. Nas palavras do ministro Barroso:


Nos julgamentos do 8 de janeiro houve uma quantidade de casos, pouco mais de 200, de cometimento de crimes mais graves que estão sendo julgados pelo plenário. Porém houve a oferta, nosso Procurador-Geral poderá confirmar, de mais de 1.200 acordos de não-persecução penal.

E o acordo de não-persecução penal oferecido pelo Ministério Público, era em termos bastante moderados: uma multa de R$ 5 mil para quem pudesse pagar, em segundo lugar dois anos sem utilização de rede social e um curso de formação democrática no Ministério Público.

Esse era o acordo proposto. E mais da metade dos 1.200 não aceitaram o acordo até agora. Portanto... é uma opção, as pessoas têm o direito de fazer as suas escolhas na vida, mas para deixar claro que esse mito de que é um conjunto de pessoas inocentes úteis que estavam lá sem saber bem o que estava acontecendo, estão recusando o acordo de não perseguição penal que envolve a devolução do passaporte e a retirada da tornozeleira. Portanto, parece claramente uma manifestação ideológica de permanecer preso ou ser condenado em lugar de aceitar uma proposta de acordo que me parece bastante moderada.


Assista ao vídeo:



***

Leia Mais ►

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

7 de setembro: as mentiras dos bolsonarismo no ato da Avenida Paulista

Por Victor Nunes, no DCM: No sábado, 7 de setembro, durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados promoveram uma série de ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação, que reuniu apoiadores do ex-mandatário, foi marcada por discursos que criticaram o magistrado e pediram seu impeachment. Além disso, os políticos presentes repetiram diversas alegações, algumas já desmentidas, relacionadas às eleições e aos presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

www.seuguara.com.br/7 de setembro/manifestação/bolsonaristas/



Bolsonaro, em seu discurso, fez uma série de acusações. Ele chegou a afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria se encontrado com traficantes durante uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. "O Lula se reuniu com bandidos no Alemão. Vocês sabem disso, é só procurar informações", disse. 

A acusação surgiu após Lula ter sido visto usando um boné com a sigla "CPX". A partir disso, passou a circular nas redes bolsonaristas a alegação de que a ação representaria apoio a organizações criminosas.

www.seuguara.com.br/Lula/boné/CPX/

No entanto, de acordo com a agência Lupa, do Uol, "CPX" é uma sigla amplamente usada no Rio para se referir aos complexos de favelas da capital carioca. O termo é, inclusive, utilizado por órgãos públicos, como no resumo da Lei de Diretrizes Orçamentárias do governo do Rio de Janeiro para 2023. 


Outra afirmação feita por Bolsonaro foi em relação ao inquérito 1.361, da Polícia Federal (PF). Segundo ele, o processo teria sido instaurado para "me transformar em fraudador".

Bolsonaro referia-se a uma investigação sobre um ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, o inquérito não tinha relação direta com fraudes eleitorais, mas sim com a invasão aos sistemas do tribunal.


O ex-presidente também criticou o sigilo imposto ao inquérito, insinuando que Moraes teria sido o responsável pela decisão. "O Alexandre de Moraes colocou o processo no sigilo para esconder tudo o que está acontecendo", afirmou.

A acusação também é incorreto. Investigações policiais, por regra, são sigilosas durante seu andamento, sem a necessidade de uma ordem judicial para tanto. 


Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e deputado federal, também subiu ao palanque e reforçou as críticas. Ele citou uma famosa frase atribuída a Edmund Burke: "Para que o mal prevaleça, basta que os bons silenciem". Contudo, a citação frequentemente atribuída ao filósofo não tem uma fonte confirmada, sendo de autoria desconhecida.


A deputada federal Bia Kicis também fez declarações polêmicas, ao afirmar que Débora Rodrigue dos Santos, presa pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, seria inocente. Segundo Kicis, Débora "não fez nada além de se manifestar". No entanto, a acusada foi flagrada pela câmeras pichando a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal, comprovando sua participação nos atos de vandalismo.



***

Leia Mais ►

sábado, 7 de setembro de 2024

Em ato na Paulista, Bolsonaro critica o STF e chama Moraes de 'ditador'

Em ato realizado nesta sexta-feira 7 na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu discurso contra a democracia e com críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/manifestação/7 de setembro/STF

“A gente estava atrapalhando o sistema. Não tinham mais como roubar o nosso Brasil. Mas eles tinham que armar a a minha saída de lá. Se hoje sou ‘o ex mais amado do Brasil’, esse divórcio não foi feito pelo povo, foi feito por parte desse sistema”. disparou. 

“Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva“, disparou.


O ato, convocado pelo próprio ex-presidente, tem como sua principal pauta o pedido de impeachment de Moraes, que deve ser entregue pela oposição ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na segunda-feira 9.

A participação do ex-presidente chegou a ser questionada, já que ele passou mal e esteve em hospital na manhã deste sábado.


O evento contou com a presença de mais de 60 congressistas da oposição. Além deles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), também participam. O ex-coach Pablo Marçal (PRTB), principal adversário de Nunes na briga pelo eleitorado conservador, não apareceu.

www.seuguara.com.br/manifestação/bolsonaristas/Paulista/7 de setembro/

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discursou no ato e fez um discurso em favor da anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. Além disso, incentivou manifestantes a gritarem “Fora, Xandão” e criticou o bloqueio da rede social X, de Elon Musk.


Já Tarcísio, em sua fala, evitou ataques diretos ao ministro do STF e exaltou o governo do ex-presidente, pedindo “volta, Bolsonaro”.

“Que esse mar de gente sirva de inspiração aos nosso congressistas para que a gente possa conquistar de volta a nossa liberdade para que não haja censura, não haja banimento de rede, para que não haja exagero”, afirmou.

O principal financiador do ato é o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.


Carta Capital

***


Leia Mais ►

sábado, 24 de agosto de 2024

Bolsonaristas preparam estratégias para atacar Moraes no 7 de setembro

Por Yurick Luz, no DCM: O grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está planejando cuidadosamente as manifestações de 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo. Neste ano, o principal alvo do ato será o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

www.seuguara.com.br/bolsonaristas/ataques/Alexandre de Moraes/7 de setembro/

A estratégia dos apoiadores será focar na ideia de impeachment do magistrado. Porém, de acordo com informações do colunista Lauro Jardim, do Globo, a expectativa é que Bolsonaro não precise expressar essa ideia diretamente.

Os aliados do ex-capitão acreditam que, devido ao fato de Bolsonaro ser o centro de várias investigações conduzidas por Moraes, ele deve evitar ataques diretos ao ministro. Essa tarefa será delegada aos deputados e senadores presentes, que poderão fazer críticas mais contundentes ao STF e a Moraes, utilizando a imunidade parlamentar a seu favor.

O grupo bolsonarista avalia que, com o apoio popular, a posição de Moraes pode ser enfraquecida, especialmente após a divulgação recente de mensagens de seus auxiliares pela "Folha de S.Paulo".


Além de Bolsonaro, a manifestação contará com a presença de seus filhos, Michelle Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Magno Malta, Bia Kicis, Júlia Zanatta, Gustavo Gayer e outros apoiadores, como o pastor Silas Malafaia, que prometeu um discurso forte durante o evento. "Agora o pau vai torar em cima desse cara", disse Malafaia, referindo-se a Moraes. 

www.seugauara.com.br/Bolsonaro/Malafia/ataques/Moraes/

Vale destacar que também são esperados candidatos a prefeito e vereador do PL, pois o ato será, segundo bolsonaristas, uma oportunidade importante para fortalecer suas campanhas junto ao eleitorado pró-Bolsonaro.

Além disso, a ala bolsonarista pretende aproveitar a situação para desgastar a imagem do governo Lula, especialmente se o desfile de 7 de setembro em Brasília, que será mais modesto este ano devido à falta de recursos, tiver pouca participação, enquanto a Avenida Paulista estiver lotada de apoiadores de Bolsonaro.

***


Leia Mais ►

terça-feira, 2 de julho de 2024

O protesto que deixou Bolsonaro "preso" em rodovia

Por Augusto de Sousa, no DCM: Integrantes da Federação Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) do Pará bloqueram a rodovia PA-275 em protesto contra a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Parauapebas, município localizado a 700 Km de Belém, nesta terça-feira (2). O grupo sindical incendiou pneus na estrada para demonstrar sua insatisfação com a gestão de Bolsonaro em relação à agricultura familiar no estado.

"O manifesto é uma resposta ao descaso do governo Bolsonaro em relação à agricultura familiar no Pará. As lideranças destacaram o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA] e a interrupção da reforma agrária no estado como principais motivos do protesto", explicou Noemi Gonçalves, coordenadora estadual da Fetraf-PA.


"Estou redito na rodovia PA-275, próximo a Parauapebas. Bloqueio do MST para impedir miha entrada na cidade", disse o ex-presidente ao portal Metrópoles. Bolsonaro relatou que os manifestantes atearam fogo em objetos na pista, o que levou à intervenção da polícia e dos bombeiros para liberar a rodovia. 

O deputado estadual do Pará Delegado Caveira (PL), também presente no local, mostrou sua indignação em um vídeo publicado nas redes sociais: "Isso aqui é terrorismo", disse ele, apontando para um pneu incendiado do lado de fora da estrada. "A nossa bandeira jamais será vermelha", concluiu Caveira. 


Em outro vídeo, o bolsonarista ameaça bater nos manifestantes: "Vai lá, demônio. Se fechar a estrada vai levar porrada, vai levar vicuda", disse em direção aos trabalhadores vinculados à Fetraf.

Na sequência, o deputado federal delegado Eder Mauro (PL-PA) questiona os protestantes quanto eles "receberam do MST". "Foi R$ 50? Te ofereço R$ 100 para você sair daqui", falou com notas de dinheiro na mão. 

Veja:


O bloqueio foi rapidamente desfeito, permitindo que Bolsonaro participasse do evento agendado na cidade. Vídeos nas redes sociais mostraram discussões acaloradas entre apoiadores do ex-presidente e membros do movimento de agricultura familiar. "Comigo não teve nenhuma maldade com produtor rural. Não demarquei nenhuma terra indígena, nenhuma área ambiental", disse o ex-presidente em sua defesa. 


O inelegível, que está cumprindo uma série de compromissos no interior do Pará desde domingo (30), comentou sobre o incidente dizendo que ficou "retido" na rodovia PS-275 devido ao protesto. Ele atribuiu o bloqueio ao Movimento dos Trabalhadores Sem terra (ST), embora o MST tenha negado qualquer envolvimento.

***


Leia Mais ►

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Governo da Argentina identifica foragidos do 8 de janeiro no país

Por Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil: O Ministério das Relações Exteriores recebeu do governo da Argentina uma lista com nomes de brasileiros que cumpriam medidas cautelares por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e estão foragidos no país vizinho. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (18), que foi quem solicitou ao Itamaraty que fizesse a consulta ao governo argentino.

www.seuguara.com.br/Argentina/foragidos/8 de janeiro/

Os trâmites para uma eventual extradição para o Brasil dependem de pedido formal pelo Judiciário e são de responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No que diz respeito à cooperação jurídica internacional, o Itamaraty atua de forma auxiliar na tramitação de documentos.


No início deste mês, a Polícia Federal (PF) realizou operação para cumprir mandados de prisão de centenas de investigados por envolvimento na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Os alvos são ou que descumpriram medidas cautelares determinadas pelo STF, inclusive aqueles que romperam tornozeleiras eletrônicas e fugiram para países como a Argentina e Uruguai. Condenados a penas superiores a dez anos de prisão, eles recorrem em liberdade das condenações.


Pelo menos 50 pessoas foram presas até o dia seguinte à operação e a PF segue trabalhando para localização e captura de outros 159 condenados ou investigados considerados foragidos. As diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que desde o ano passado apura quem são os responsáveis e os executores dos ataques e já teve 28 fases, a última deflagrada nesta quinta-feira (20).


“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. As investigações continuam em curso, e a Operação Lesa Pátria é permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados cumpridos e pessoas capturadas”, informou a PF.

Edição: Aline Leal

***

Leia Mais ►

sábado, 15 de junho de 2024

Governo Milei é questionado sobre entrada ilegal de mais de 60 bolsonaristas foragidos: 'Santuário de golpistas'

Por Leandro Melito, no Brasil de FatoBrasil de Fato: Parlamentares da Argentina e do Brasil que integram o Parlasul enviaram nesta sexta-feira (14) uma carta à Ministra da Segurança da Argentina, Patrícia Bullrich, pedindo esclarecimentos sobre a entrada ilegal no país de mais de 65 bolsonaristas fugitivos, acusados da tentativa de golpe no Brasil.

www.seuguara.com.br/bolsonaristas/asilo político/Argentina/parlamentares/

Na carta, os parlamentares solicitam "informações confiáveis sobre a situação de um grupo de cidadãos brasileiros acusados da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023 na República Federativa do Brasil e que entraram ilegalmente na República Argentina". 

Em declaração ao Brasil de Fato, Gabriel Fuks que é o chefe do bloco de deputados do Parlasul pelo partido argentino União Pela Pátria, aponta que informações obtidas com fontes da Polícia Federal brasileira apontam que o número de foragidos que entraram de forma ilegal no país vizinho pode chegar a 100 pessoas.


"Exigimos que a ministra esclareça essa situação, porque, sem dúvida, é muito difícil que esse volume de pessoas tenha cruzado as fronteiras em a colaboração ou omissão das autoridades argentinas. Nossa preocupação é que a Argentina se transforme em um santuário de golpistas", disse Fucks.

"Um volume tão grande de pessoas que estão sendo processadas não pode cruzar uma fronteira sem que as autoridades de segurança e de migração argentinas saibam, ou suas fontes de inteligência, que são para esse fim e não, como muitas vezes são usadas, para investigar os próprios argentinos".


Na última semana, a Polícia Federa (PF) brasileira realizou uma operação para cumprir mandados de prisão preventiva contra 208 condenados ou investigados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro do ano passado. Os alvos são considerados foragidos ou apresentam risco de fuga.

As investigações apontam para os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

As apurações indicam que o prejuízo decorrente da invasão e depredação aos prédios dos três Poderes, em Brasília, gira em torno de R$ 40 milhões.


Eduardo Bolsonaro pediu asilo para golpistas

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajou para a capital argentina Buenos Aires no final de maio para pedir asilo político aos golpistas brasileiros naquele país, durante um evento promovido pela deputada argentina Maria Celeste Ponte, aliada do presidente Javier Milei.

A comitiva liderada pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi formada pelos deputados federais de extrema direita Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União-SE). 


"As autoridades argentinas não estão dando uma resposta. Não estamos debatendo se a Argentina deve ou não da asilo. O direito de asilo pertence a cada indivíduo, não é coletivo. A Conadi (Comissão Nacional pelo Direito à identidade) é um órgão de prestígio nessa questão e veremos o que acontece", conclui Fuks.


Edição: Rodrigo Durão Coelho


Leia Mais ►

terça-feira, 11 de junho de 2024

Mourão pede asilo na Argentina para bolsonaristas golpistas

Redação/GGN: O ex-vice-presidente da República e atual senador Hamilton Mourão escreveu no X, antigo Twiiter, um apelo ao presidente da Argentina, Javier Milei, para acolher os brasileiros golpistas em seu país, concedendo asilo político contra as investigações e condenações que estão sofrendo no Supremo Tribunal Federal.

www.seuguara.com.br/Hamilton Mourão/asilo/Argentina/bolsonaristas/golpistas/

Mourão disse que a ida de condenados à Argentina apenas mostra "tão somente que essas pessoas não confiam na justiça brasileira, que lhes negou direitos básicos do devido processo legal, bem como impôs penas desproporcionais", criticou o senador. 


Na semana passada, a Polícia Federal (PF) afirmou que mais de 65 golpistas teriam fugido para o país vizinho a fim de evitar punições no Brasil.

Segundo a corporação, 208 condenados ou investigados pelos atos "deliberadamente, descumpriram medidas cautelares judiciais ou ainda fugiram para outros países, com o objetivo de se furtarem da aplicação da lei penal"


A ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, disse neste sábado (8) que desconhece qualquer informação sobre os brasileiros foragidos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.


Leia a mensagem abaixo:


***


Leia Mais ►

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Acordo de Bolsonaro com Argentina deixará extradição de bolsonaristas nas mãos de Milei

Por Patrícia Faermann, no GGN: Após mais de 60 condenados pelo 8 de janeiro fugirem para Argentina, sob proteção do governo Javier Milei, e a Polícia Federal prender os que participaram dos intentos de fuga, nesta quinta (07), agora a instituição trabalha para extraditar os foragidos. A missão precisará enfrentar uma possível interferência de Milei, com base em um acordo assinado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

www.seuguara.com.br/Javier Milei/Jair Bolsonaro/extradição de bolsonaristas/8 de janeiro/

Entenda as prisões e fugas de bolsonaristas

Nesta semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluiu 47 mandados de prisão preventiva contra bolsonaristas que tentaram ou estavam dialogando sobre fugir para a Argentina, assim como já fizeram dezenas de outros condenado do 8 de janeiro.

Por isso, nesta quinta (06), a Polícia Federal levou 49 detidos - de um total de 208 alvos de detenção - que estavam em prisão domiciliar, usando tornozeleira eletrônica, e tentaram escapar ao país vizinho ou apresentaram o risco de fuga. Na operação, outros 159 ainda não foram encontrados e podem ser presos a qualquer momento.


Há dois meses, o noticiário revelou que diversos bolsonaristas condenados do 8 de janeiro quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil. A PF identificou que pelo menos 65 deles estão hoje foragidos na Argentina.

A extradição desse grupo, contudo, não será simples. E as autoridades brasileiras buscam, agora, como resolver este problema. 


Conheça o acordo de Bolsonaro: dependerá de Milei

Isso porque há um acordo fechado no governo Jair Bolsonaro com a Argentina que dá brechas para o governo Milei, aliado do bolsonarismo, a manter o "asilo" aos condenados de tentativa de golpe foragidos no país.

Trata-se de um Tratado de Extradição, assinado em janeiro de 2019, entre Bolsonaro e o então presidente argentino Mauricio Macri. Nele, os prazos para a extradição foram diminuídos, mas um artigo trata dos motivos para a Argentina negar a extradição. 

É o artigo 3, que permite conceder "asilo ou refúgio" quando "o pedido de extradição foi formulado com o propósito de perseguir ou punir uma pessoa em razão de raça, sexo, condição social, religião nacionalidade ou opinião política". 


Apesar de se tratar de crimes comprovadamente cometidos, em flagrante, no Brasil, o governo Milei pode querer interpretar as prisões bolsonaristas como "perseguição" de "opinião política".

Por essa razão, o ministro Alexandre de Moraes se adiantou em prevenir que outras centenas de condenados que poderiam tentar escapar aos país do polêmico argentino o fizessem. 

***


Leia Mais ►

terça-feira, 21 de maio de 2024

Quanto a Câmara gastou para bolsonaristas ouvirem ataques a Moraes nos EUA

Por Augusto de Sousa, no DCM: Os deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF) requisitaram diárias para uma viagem aos Estados Unidos que ocorreu entre os dias 6 e 10 de maio. Ao todo, a Câmara dos Deputados desembolsou cerca de R$ 32,7 mil para a estadia do trio. Lá, eles acompanharam uma audiência no Congresso estadunidense que discutia uma suposta perseguição a lideranças de direita no Brasil.

www.seuguara.com.br/parlamentares bolsonaristas/EUA/Moraes/Câmara dos deputados/

Segundo o sistema da Câmara, Gustavo Gayer e Bia Kicis receberam cinco diárias no valor de R$ 2.259,84 cada, totalizando R$ 11,3 mil por deputado. Nikolas Ferreira recebeu quatro diárias e meia, totalizando R$ 10,1 mil. Até o momento, não há registro de gastos com passagens aéreas por parte dos três parlamentares no sistema de viagens da Casa.


A viagem também contou com a presença dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR), atual líder da oposição na Câmara. Diferentemente dos colegas, Eduardo não solicitou diárias nem passagens aéreas pagas pela Câmara, assim como Barros, que alegou ter usado dinheiro do próprio bolso para arcar com os custos.


A comitiva bolsonarista foi aos EUA para participar de uma comissão no Congresso americano que discutia supostas violações da liberdade no Brasil, atribuindo parte da responsabilidade ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A audiência foi marcada por declarações polêmicas, incluindo a da deputada dos EUA María Elvira Salazar, do Partido Republicano, que atacou Moraes.

"Não sabemos se o ministro é um socialista, ou se ele é um tolo, ou se ele é um tolo útil para os socialistas. Mas sabemos que ele está cerceando um dos direitos fundamentais", afirmou Salazar durante a sessão.


Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, os deputados informaram à Câmara que participaram de "reuniões de intercâmbio parlamentar organizadas pelo Conservative Caucus", um grupo de lobby que defende pautas ultraconservadoras. De acordo com os bolsonaristas, a viagem teve caráter oficial e visava estreitar relações e discutir questões de interesse mútuo entre Brasil e Estados Unidos.

***


Leia Mais ►

segunda-feira, 29 de abril de 2024

STF já condenou mais de 200 bolsonaristas por atos do 8 de janeiro

Por Augusto de Sousa, no DCM: O Supremo Tribunal Federal (STF) já emitiu mais de 200 condenações relacionadas aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Os julgamentos são realizados de forma individual, no plenário virtual, analisando ações penais apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os envolvidos na invasão e destruição das sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 

www.seuguara.com.br/bolsonaristas/condenados/8 de janeiro/

Na última sexta-feira (26), 10 réus foram condenados, totalizando 206 pessoas sentenciadas a penas que variam de 3 a 17 anos de prisão. A maioria das condenações se refere a cinco crimes principais, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.

Além das privações de liberdade, as penas também determinam que os bolsonaritas arquem com indenizações milionárias. O STF entendeu que houve clara intenção de uma multidão em tomar ilicitamente o poder, usando meios violentos para derrubar um governo democraticamente eleito.

www.seuguara.com.br/Alexandre de Moraes/relator/ações/bolsonaristas/8 de janeiro/

Para a maioria dos ministros, os ataques configuram o crime de multidão, em que um grupo influencia a conduta do outro, resultando em uma série de crimes.

Atualmente, 88 pessoas estão presas, incluindo 13 já condenadas, 42 com denúncia recebida e 33 com inquéritos em andamento.


O STF também validou 172 acordos de não persecução penal, nos quais os investigados confessam o crime para evitar julgamento, realizando cursos sobre democracia e pagando multas. Mais de mil outros acordos ainda estão sob avaliação da PGR. As medidas do acordo são:

  • Prestação de serviços à comunidade;
  • pagamento de valor em dinheiro (pode ser parcelado);
  • Restrição ao uso de redes sociais abertas;
  • Participação no curso "Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado". 

***


Leia Mais ►

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Bolsonaristas chiam, mas defendem bandido ao tentar livrar Brazão da cela

Publicado originalmente por Leonardo Sakamoto, no Uol: Após tentarem tirar da cadeia o colega Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal como o mandante do assassinato de Marielle Franco, bolsonaristas perderam a moral de chamar qualquer ser humano de "defensor de bandidos". Mesmo assim, untados em óleo de peroba, agora acusam Lula nas redes e do parlamento de defender criminosos ao sancionar com vetos a nova "lei das saidinhas".

www.seuguara.com.br/Chiquinho Brazão/Flavio Bolsonaro/campanha/

O presidente manteve o benefício em datas comemorativas para quem já está no regime semiaberto e tem bom comportamento. Há uma grande possibilidade de o Congresso Nacional derrubar o veto, mantendo a possibilidade de saída apenas para trabalho e estudo (o benefício vale apenas para ensinos profissionalizante, médio e superior sendo que a maioria dos presos não tem nem o fundamental completo).


O veto é decorrente da avaliação da equipe do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski de que o impedimento de saída temporária para detentos visitarem suas famílias e terem convívio social pode gerar rebeliões nos presídios - que, há anos, são um barril de pólvora. Como há parlamentares estão interessados apenas em provocar o caos no Brasil para que seu grupo volte ao poder, então quanto pior, melhor.

www.seuguara.com.br/Chiquinho Brazão/Marielle Franco/

Na quarta, o plenário da Câmara manteve o prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (hoje, sem partido, ex-União Brasil) que havia sido decretada pelo Supremo Tribunal Federal, por 277 votos a 129. Ele é apontado como o responsável por ordenar a morte da vereadora Marielle Franco em 14 de março de 2018 e interferir nas investigações do crime.

Um dos grupos mais aguerridos na luta para libertá-lo foi o dos bolsonaristas, os mesmos que, agora, chamam Lula de defensor de bandido.


Como disse aqui, o bolsonarismo e setores do centrão venderam a ideia de que a libertação não tinha a ver com Brazão, mas era um recado ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes de que o Poder Judiciário não manda no Legislativo. Na verdade, os principais recados foram à sociedade: 1) mandatos parlamentares servem sim para cometer e acobertar crimes; 2) mexeu com miliciano, mexeu comigo; 3) quem mandou Marielle ser negra, de origem pobre e LGBTQI+?


Para um grupo acostumado a bradar "bandido bom é bandido morto", a defesa de Brazão foi como se colocassem um adendo: "bandido bom é bandido morto, com exceção dos nossos bandidos". A questão não é falta de coerência dos parlamentares, mas oportunismo. O que surpreende, portanto, não é o comportamento deles, mas de quem consome isso bovinamente, aceitando que uma contradição é válida desde que seja para ferrar um adversário.

VIA

*****


Leia Mais ►

Arquivos

Site Meter

  ©Blog do Guara | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger