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domingo, 24 de dezembro de 2023

Nunca foi Lula, sempre foi sorte

Por João Filho, no Intercept/Brasil: "Se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre", brincou Lula ao lembrar dos críticos que colocam os avanços do seu governo unicamente na conta da sorte. O Estadão não achou graça e deu a seguinte manchete: "Lula falou em se 'eleger para sempre'; veja cinco países em que os presidentes 'não saem'".

www.seuguara.com.br/Lula/sorte/

Sem nenhuma preocupação em ser fiel ao fato, o jornal da família Mesquita transformou uma piadinha em uma possível ameaça de instauração de uma ditadura comunista. Eles não acreditam nisso, claro, mas sabem que a manchete vai gerar cliques entre os bolsonaristas que precisam que o fantasma do comunismo esteja sempre rondando para manter o rebanho unido e com medo.


Não importa que Lula lidere um governo de coalizão com partidos de esquerda e de direita sem causar qualquer ameaça ao sistema de produção capitalista e à ordem democrática. A extrema direita, alimentada por veículos como o Estadão, continuará tratando essa ficção como a sua tábua de salvação, já que não há sequer um projeto para apresentar para o país. Seu único projeto é combater um comunismo que está sempre à espreita. 


Enquanto brincam de caçar comunistas que não existem, o governo Lula chega ao fim do seu primeiro ano de mandato tendo avançado em seus projetos mais importantes, mesmo com um Congresso majoritariamente conservador. 2023 chega ao fim com melhora em praticamente todos os índices econômicos, recuo no desemprego e aprovação da reforma tributária.

Ainda tivemos a retomada do prestígio diplomático brasileiro no mundo, a reversão da queda da vacinação infantil. a ampliação do Bolsa Família e a volta do Minha Casa Minha Vida. Lembremos que este é um governo que assumiu terra arrasada graças a um projeto de destruição do estado liderado por um governo fascistóide de negacionista, que passou o mandato desrespeitando as instituições, fazendo ameaças golpistas e "combatendo o comunismo". 


No oitavo dia de trabalho, Lula teve que lidar com bolsonaristas destruindo os prédios dos Três Poderes em uma tentativa de golpe de estado. O novo governo chegou com a missão de reconstruir o país em todas as áreas, recuperar o tecido democrático e, mesmo com tantos obstáculos, obteve sucesso no primeiro ano. 


A aprovação da reforma tributária é um símbolo dessa reconstrução do país e da retomada do respeito entre as instituições democráticas. Todos os governos das últimas três décadas tentaram reformar o sistema tributário brasileiro, mas nenhum conseguiu. Paulo Guedes, por exemplo, dizia que a reforma tributária seria a mais importante para o país, mas seu presidente estava muito ocupado enfiando a faca no pescoço da democracia. Já Lula e Haddad, com habilidade política, costurou a aprovação da reforma com a ajuda dos parlamentares da oposição.


A reforma aprovada não é exatamente a que o governo queria, mas foi a possível. Foi fruto de intensa negociação com Câmara, Senado, estados e municípios. As previsões de que seria impossível Lula governar com um congresso majoritariamente de direita caíram por terra. Eis aí o comunista autoritário que nos governa! 


A sessão solene de promulgação da reforma tributária forneceu o simbolismo desse novo momento do Brasil. Enquanto os políticos mais boçais do bolsonarismo xingavam o presidente, demonstrando o costumeiro desprezo pela democracia, Lula fez um discurso elogioso a seus opositores e enalteceu o papel dos presidentes da Câmara e do Senado. A cachorrada fascistóide latiu bastante, mas a foto que ficará para a história é a vitória da política sobre a antipolítica. 


E já que falamos de Paul Guedes, lembremos de algumas previsões furadas que ele e sua turma da Faria Lima faziam sobre o futuro governo Lula. O ex-ministro disse que o Brasil viraria uma "Argentina em seis meses" e uma "Venezuela em um ano e meio". Passado um ano, estamos aqui vendo o PIB crescer, a inflação sendo controlada, as agência de risco melhorando nossa classificação e o Brasil saltando da décima primeira para a nona posição no ranking da maiores economias do mundo. Tudo isso acontecendo e o Estadão preocupado com a sanha autoritária desse comunista que que se perpetuar no poder. 


Mas não foram só os bolsonaristas que previram os caos com a eleição de Lula. O marcado financeiro e seus faria limers entraram em pânico com a eleição do presidente "comunista". Assim como o seu guru Paulo Guedes, os barulhentos agentes o mercado previam um cenário de caos completo na economia: aumento da inflação, disparada do dólar, aumento da taxa Selic, o risco Brasil dispararia e o PIB cairia.

Chegamos ao fim do primeiro ano com absolutamente todas essas previsões se concretizando - só que ao contrário. Isso para não falar da Bolsa de Valores, que vem batendo recorde atrás de recorde, atingindo a máxima histórica.


No Twitter, um perfil dedicado a desmascarar as mentiras do bolsonarismo, fez um compilado das previsões furadas que os faria limers fizeram no início do primeiro mandato. É um deleite assistir os profetas do apocalipse sendo espancados pelos fatos.


É claro que nem tudo são flores. Há custos em compor com um congresso cuja maioria é de oposição. Muitas concessões ruins para o país acabam sendo feitas para acomodar alguns interesses. Como diria Ciro Gomes, "A democracia é uma delícia, mas tem seus custos". Mas é assim que funciona o jogo democrático. Os custos de não jogar esse jogo são muito altos, como vimos nos quatro anos da tragédia bolsonarista.


Considero que Lula cometeu muitos erros também. A escolha de Cristiano Zanin para o STF e a demora para enquadrar militares golpistas que rondam o governo, por exemplo, são alguns deles. Mas poder apontar esse tipo de erro é um alívio para os democratas que assistiram nos quatro anos anteriores a democracia sendo destruída com requintes de crueldade. Que os próximos anos continuem assim, com o governo avançando enquanto a caravana do apocalipse segue latindo contra o comunismo.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Um comunista em cada esquina? Por Gaudêncio Torquato

Por Gaudêncio Torquato, em O Tempo: Não vai aqui nenhum gesto de desprezo, muito menos de desrespeito, a quem ousa discordar do governo a se instalar em 1º de janeiro de 2023, por enxergar nele uma porta para a chegada do comunismo no país. O que se ouve hoje da turba que se posta na frente de alguns quartéis não tem nexo. Ou, em outras palavras, trata-se de ignorância sobre o que se passa aqui e alhures. É enxergar o horizonte com muito cisco no olho. Pior é constatar que há quadros das Forças Armadas que ainda apostam nessa maluquice.

www.seuguara.com.br/comunismo/Gaudêncio Torquato/

Para tentar explicar minha análise, peço ao leitor um pouco de paciência para pinçar velhos, porém nem sempre lembrados, conselhos.


Democracia no Brasil

A democracia é o sistema dos contrários, o que pressupõe divergência entre divisões da sociedade sobre suas metas. Alimenta-se da seiva dos partidos, que constituem parte, parcela, pedaço da sociedade. Dessa forma, a democracia se assenta na concorrência entre siglas, no debate de ideias, na livre expressão de cada parte para ilustrar, orientar e convencer as massa. 


O Brasil tem um sistema democrático, fixado em normas constitucionais, ancorado em Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), com claras normas sobre direitos individuais e coletivos, e extensa descrição do papéis dos órgãos de Estado, como as agências de controle e de segurança, a par do capítulo sobre deveres dos cidadãos. Há de se admitir que não temos ainda uma democracia consolidada, podendo até ser considerada um projeto em formação, ante as democracias mais antigas.


Política na história

Nos tempos de Platão e Aristóteles, o cidadão carregava uma missão. Honrar de defender a polis. Passou o tempo e a democracia direta da Ágora, a praça central de Atenas, ganhou novos contornos. O Estado passou por extraordinária evolução, aos substituir o espaço feudal do absolutismo pelo espaço da República.


O poder absoluto - de inspiração divina dos Reis - cedeu lugar ao poder do povo. Um poder corporificado no Estado moderno pelo ideário da Revolução Francesa, com seu escopo do governo representativo, das liberdades, dos direitos e deveres dos cidadãos - expressão, produção, comércio - incorporando os avanços civilizatórios que plasmaram a mais forte democracia do mundo ocidental, a norte-americana, plasmada sob o lema do primeiro presidente da nova ordem, Abraham Lincoln: "a democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo"


"Governo do povo"

Temos de admitir que a frase virou slogan de palanque. O governo do povo virou, em muitos países, o governo de minorias, o governo pelo povo se transformou em um governo para profissionais e um governo para o povo acabou cedendo lugar a uma administração para amigos e seus grupos. Tais desvirtuamentos ocorreram ao sabor dos jogos tramados para conquistar o poder. Que deixou de ter em mira um ideário, com um caudaloso veio de causas, e ter como alvo a construção de cidadelas de Tio Patinhas.


Ora, a esses vieses, adicionamos, por aqui, uma fileira de mazelas. O Brasil urbano revela-se parecido com o Brasil rural em toda a sua trajetória. O império coronelista do princípio do século retrasado fincou raízes em outros roçados. O novo coronelismo arranjou um habitat. O voto de cabresto, prática fraudulenta dos tempos da oligarquia rural, transferiu-se ao domínio do "novos donos do poder".


Herança colonial 

Os traços do passado colonial impregnaram nossa identidade, banhando-a com a lama dos velhos tempos: a pobreza educacional das massas; a perversa disparidade de renda entre classes; o sistema político resistente às mudanças; o sistema de governo ortodoxo (hiper-presidencialismo); e a continuidade de mazelas histórias, entre as quais reinam, absolutas, o patrimonialismo e o assistencialismo de caráter populista-paternalista. Sob essa teia esburacada, a concentração de forças permanece sob a égide do Estado todo-poderoso, bem visível na função de cobrador de impostos, eixo repressor (policialesco), distribuidor de favores e com poder de definir os destinos da sociedade.


Conclusão: o Brasil tenta construir, lenta e gradualmente, desde o século XIX, o altar da Cidadania. Em 1881, tinha 12 milhões de habitantes, dos quais poucos eram imunes à manipulação dos governos. Hoje, são 215 milhões de habitantes. E mais de 30 milhões de faminstos. Milhares sujeitos à influência dos governantes. O que temos, hoje, em vez de Cidadania, é Estadania, a dependência do Estado, o favor, migalhas, esmola.


Quimera

E o mundo? Algumas democracias evoluíram na linha dos direitos e deveres, como a norte-americana. Mas as margens da pirâmide cresceram em quase todos os lugares, com exceção de alguns países, como os escandinavos. E os regimes comunistas? Ora, trabalham com o capital. Caso da China, um capitalismo de Estado. Na Rússia, grupos empresarias se multiplicam. O capital é a mola do crescimento. Quem insiste em velhas teses está de farol baixo, casos da Venezuela e Cuba. A Coréia do Norte é uma redoma. O porto seguro é a social-democracia. Que inspira países europeus.


O comunismo é, portanto, uma quimera. Não há de sobreviver em um país com a dimensão continental como o nosso, com tantas riquezas, com a índole de um povo de sangue negro, indígena e português, e uma tradição que preza a criatividade, a liberdade, as livres manifestações e de uma alegria contagiante. Podemos compreender rompantes à direita e à esquerda como sinais de um tempo tempestuoso. Temos em nossa frente, a caminhada para o centro, saída eficaz para acomodar as placas tectônicas.

Em suma, quem vê comunista em cada esquina precisa correr urgente ao oculista.


Imagem: reprodução


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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Política: "Nos livre do comunismo", diz Bolsonaro para Alckmin no Planalto

Publicado originalmente por Kaíque Moraes, no DCM: Após o encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o vice-presidente e coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB), na última quinta-feira (03), Bolsonaro mostrou que continua assustado por falsa ameaças. A reunião foi organizada para alinhar a transição de governo.
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

"Por que o brasileiro ainda tem tanto medo do comunismo?; especialistas explicam

Por Alice Araújo, em O Povo: A pesquisa mais recente do Instituto Datafolha revelou que 44% dos brasileiros temem que o Brasil possa virar comunista após as eleições de 2022. Embora a maioria de 50% dos entrevistados tenha afirmado discordar desse cenário, a parcela que acredita na possibilidade demonstrou-se expressiva.
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Comunismo? A Folha segue a pauta dos fascistas? Por Fernando Brito

Por Fernando Brito*: A Folha fez um recorde em sua pesquisa de opinião e agora cobra que a esquerda discuta o "medo do comunismo", algo que é - e nada além - da estratégia mentirosa e terrorista que a extrema direita levanta no Brasil. Será que não está evidente que isso é apenas uma maneira de iludir tolos e incautos e, por se tratar de algo sem qualquer base na realidade equivale às "fake news" tão soberbamente criticadas pelo jornal?
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sábado, 5 de junho de 2021

O eterno retorno do comunismo ao Brasil, cuidado! Por Xico Sá

www.seuguara.com.br/fantasma/comunismo/Xico Sá/
Por Xico Sá*, no El País/Brasil: É mais fácil o Brasil acabar com a lenda urbana do "tratamento precoce" para a covid-19 do que com o tal do comunismo - o espectro que volta a rondar, ao ritmo de uma paranoia delirante, esse país tropical esquecido por Deus e até pelo Curupira que um dia protegeu nossas florestas. Para a obsessão da ineficaz cloroquina, a bula indica a CPI da Pandemia; quanto à assombração comunista, esqueça, não tem cura.

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domingo, 31 de maio de 2020

Que ameaça comunista é esta de que o Governo tanto fala? Por Camilo Vannuchi

Por Camilo Vannuchi* - Esta foto [abaixo] completou oito anos na semana passada. Não se tem notícia de registro anterior a este em que se viam, num mesmo frame, todos os cinco presidentes da República ainda vivos. A foto foi feita em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, por Roberto Stuckert Filho, fotógrafo oficial do governo Dilma Rousseff.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Política: Partido Comunista chinês convida o PSL de Bolsonaro para uma visita a Pequim

Reportagem de Jamil Chade e Mariana Haubert, no Estadão, informa que o Partido Comunista de Pequim convidou membros do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, para uma visita à China, na esperança de manter uma relação "pragmática". No último dia 15 de novembro, a embaixada da China no Brasil enviou um carta abrindo convite para receber uma delegação de dez membros do PSL, que foi entendida como um gesto dos chineses para tentar se aproximar do novo governo brasileiro.
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sábado, 21 de janeiro de 2017

Curitiba e Irati como alvos de investigações da CIA


Documentos revelados pela DW Brasil confirmam que lá pelos idos de 1949, especialmente nos tempos da guerra fria, a capital do Paraná, Curitiba, e a cidade de Irati situada no sul do Estado foram alvos de várias ações de vigilância comandadas pela Agência de Inteligência do governo dos Estados Unidos (CIA). Saiba como e porque dessas investigações.
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sábado, 8 de novembro de 2014

Você sabe o que é o bolivarianismo?


A palavra Bolivarianismo tornou-se moda no Brasil. O termo tem aparecido muito na imprensa, na mídia em geral e também nas redes sociais. Porém, há muita gente usando esta palavra de uma forma equivocada, sem fazer ideia do seu real significado. Você sabe o que é isso?
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