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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Nos bastidores, o clima é de "apaziguamento" com os militares golpistas, diz Julia Duailibi ao GGN

Por Camila Bezerra, no GGN: A jornalista Julia Duailibi, apresentadora da GloboNews, disse em entrevista exclusiva ao jornalista Luís Nassif, do GGN, que não acredita que haverá punição para militares envolvidos no atentado à democracia que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023.

www.seuguara.com.br/Julia Duailibi/entrevista/atos terroristas/militares/golpistas/documentário/8 de janeiro/A democracia resista/

Segundo Julia, as instituições estão inclinadas ao "apaziguamento" com as Forças Armadas. Por outro lado, na visão da jornalista, há um "empenho" em encontrar os financiadores e mentores por trás da tentativa de golpe de Estado.


"A minha impressão - e eu posso estar errada - mas as conversas que tive e tenho até hoje me mostram que há uma tentativa e apaziguamento. O que eu sinto é que está todo mundo meio 'não vamos mexer nisso, não' [é o que dizem] em off. 'Vamos esperar um pouco, foi muito estresse. As instituições passaram por momento muito crítico, vamos esperar'. Agora, sinto que há um empenho muito grande na questão dos financiadores e mentores. Se vai andar a investigação para além dos executores que já estão presos, acho que vai ser na direção dos financiadores e mentores."


Julia concedeu entrevista exclusiva ao programa TVGGN 20 Horas, da canal TVGGN [assista abaixo] na noite de segunda (8), para comentar a estreia na GloboNews do documentário "8/1 - A democracia resiste". 

A produção, que tem Julia Duailibi e Rafael Norton na direção, conta os bastidores da reação do poder civil na tarde do domingo, 8 de janeiro de 2023, quando uma horda bolsonarista invadiu os prédios dos Três Poderes, em Brasília, pedindo intervenção militar contra a posse de Lula, e deixando um rastro de destruição sem precedentes.

Para compor o documentário, Julia teve acesso a mais de 500 horas de gravação de imagens de câmeras de segurança, que foram casadas com entrevistas exclusivas. O documentário "8/1 - A democracia resiste" será exibido na próxima quarta-feira (10), na Rede Globo (canal aberto), após o programa Big Brother Brasil - BBB24.


Bastidores da crise

Uma das histórias resgatadas no documentário de Duailibi foi o papel de protagonista do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que mesmo sendo um civil assumiu o comando da tropa que guardava a segurança da sede do MJ, de onde trabalhavam os ministros Flavio Dino, Gonçalves Dias (exonerado meses após o atentado) e José Múcio, em meio à crise. o documentário também mostra como e por que Capelli foi nomeado interventor federal na segurança do Distrito Federal naquela mesma noite.


A produção mostra ainda a curiosa história de dois funcionários da equipe de segurança do governo Lula, que tomaram as medidas necessárias para impedir que o gabinete presidencial fosse invadido pelos bolsonaristas. No documentário, um deles explica que seu objetivo era impedir que um golpista sentasse na cadeira hoje ocupada por Lula, pois seria uma imagem chocante para a opinião pública. Por isso, tiveram essa preocupação de resguardar o gabinete a qualquer custo. 


Ganhando tempo 

Na análise de Julia Duailibi, o golpe não teve êxito por uma série de fatores combinados, desde o papel dúbio de Jair Bolsonaro - que deixou o País em 31 de dezembro de 2022, antes da posse de Lula - como também pela falta de consenso entre as Forças Armadas sobre a ruptura democrática.


"Há militares que reconhecem que se o golpe fosse bem sucedido, o Brasil ficaria isolado no cenário internacional, havia essa reflexão. [Entre os militares] Há conservadores que são legalistas. Houve falta de organização e comando do Bolsonaro, que foi embora. Tudo isso levou a, de fato, não ter um apoio majoritário para que virassem o jogo", pontuou Duailibi. 


Ainda sobre os militares, Julia comentou na entrevista ao canal TVGGN sobre a resistência que o comando militar impôs à entrada da polícia no acampamento dos bolsonaristas na capital federal. Os militares alegaram que se os policiais entrassem para cumprir a ordem de desmobilizar o acampamento e prender os golpistas, haveria risco de violência e morte. Com isso, Lula aceitou a ideia de cercar o acampamento e prender todos os manifestantes na manhã do dia seguinte.


Apesar da hipótese de violência ter sido a justificativa oficial dos militares para resistir à entrada da polícia no acampamento no dia 8/1, há informações de bastidor dando conta de que, na verdade, o que os militares queriam era "ganhar tempo" para remover seus familiares do acampamento e impedir que fossem presos.


"Está na cara que eles ganharam tempo para sair. Tinha familiar de gente importante que ia, frequentava [esse acampamento]. O presidente chegou a mencionar em uma das entrevistas que a mulher ou filha do Villas Boas frequentava acampamentos [golpistas]. Então, eram parentes de gente de importância e relevância das Forças Armadas [ali dentro]. É uma teoria que se tem , mas não temos as imagens para comprovar."


Assista a entrevista completa abaixo:



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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

STF lança livro e documentário sobre ataques antidemocráticos de 8 de janeiro

Do Conjur: A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, lançou nesta quarta-feira (30/08) um livro e um documentário sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro deste ano, em que os edifícios-sede dos Três Poderes da República (Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF) forma brutalmente vandalizados.

www.seuguara.com.br/STF/Rosa Weber/livro/documentário/atos antidemocráticos/8 de janeiro/

De acordo com o Supremo, o documentário Democracia Inabalada relembra, por meio dos depoimentos de ministros, servidores e colaboradores da corte, a perplexidade diante do ataque e as etapas do esforço de recuperação do prédio em apenas três semanas. Com imagens inéditas de áreas atacadas, a obra registra ainda a união interna quanto da opinião pública em torno da defesa da democracia.


Já o livro é dividido em oito capítulos, que relatam a história do edifício-sede da Suprema Corte, a invasão do prédio, as medidas adotadas para a reconstrução, a restauração das obras de arte destruídas, a campanha #DemocraciaInabalada e a sessão de abertura do ano judiciário com o Plenário reconstruído.

A obra traz também relatos de ministros, servidores e colaboradores entrevistados para o documentário, além der uma galeria de fotos da destruição e reconstituição dos espações atingidos pelos vândalos.


O evento de lançamento será [foi] às 18h30, no Museu Ministro Sepúlveda Pertence, na sede do Supremo. A versão inédita do documentário será exibida no dia 3 de setembro, às 22h, na TV Justiça. A versão digital do livro estará disponível no site do STF. Com informações da assessoria de imprensa do STF.

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terça-feira, 14 de junho de 2022

Filme "Amigo Secreto" mostra direcionamento da Lava Jato para derrubar Lula, diz diretora

Reportagem de Cintia Alves, no GGN: Com estreia prevista para quinta-feira, 16 de junho, em cinemas de todo o País, o filme "Amigo Secreto", novo documentário da cineasta Maria Augusta Ramos, eternizará com as ferramentas da sétima arte a parcialidade da Operação Lava Jato. Enquanto Lula era perseguido pelos investigadores, políticos do outro lado do campo eram poupados nos acordos de delação.
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quarta-feira, 25 de maio de 2022

"Amigo secreto": documentário traz o avesso da Operação Lava Jato que você desconhece

Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia: No próximo dia 16 de junho chega às salas de cinema o documentário "Amigo secreto", da consagrada cineasta Maria Augusta Ramos, que tem em seu catálogo filmes como: "O Processo", "Juízo" e "Morro dos Prazeres", todos com brilhante carreira no Brasil e no exterior.

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sábado, 26 de setembro de 2020

'O Dilema das Redes': 5 motivos para você não assistir ao documentário da Netflix

www.seuguara.com.br/Netflix/documentário/O Dilema das Redes/

Por Maurício Thomaz, no Catraca Livre - Nas duas últimas semanas, não foram poucas as pessoas que me recomendaram assistir a "O Dilema das Redes", um novo documentário da Netflix. "Eu saí do Instagram", "desativei todas as notificações do meu celular" e "vou dar um tempo com as redes sociais" foram as afirmações que mais escutei depois que amigos e parentes chegaram até mim com suas percepções do filme.
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Oscar 2020: Joaquin Phoenix vence com Coringa porque é o reflexo de uma sociedade louca (e dolorosamente real)

Da Redação do site Rolling Stone - "Desigualdade, corrupção, cortes de gastos, figuras públicas ameaçadoras e uma população ansiosa. O mundo está em 1980 ou 2020? Como um dos maiores reflexos da sociedade, as produções cinematográficas servem como objetos de estudo do próprio tempo. Se não reproduzem a realidade, essas obras nos atentam a um cenário próximo.
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sábado, 1 de fevereiro de 2020

Até o Cunha quer dar sua versão sobre o filme 'Democracia em Vertigem' e entra com pedido no STF

De Athos Moura na Coluna de Lauro Jardim no Globo - Eduardo Cunha quer falar sobre o filme brasileiro que concorre ao Oscar de melhor documentário, "Democracia em Vertigem". Como não tem veleidades de crítico de cinema, Cunha quer dar sua versão dos fatos abordados no filme de Petra Costa.
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Documentário sobre o golpe que derrubou Dilma Rousseff é indicado para concorrer ao Oscar 2020

O Documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa, foi escolhido para concorrer ao Oscar 2020. Entre os melhores de 2019, segundo o The New York Times, o filme mostra passo a passo como foi o processo arquitetado pela direita que acabou derrubando Dilma Rousseff da presidência da República, eleita democraticamente.
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terça-feira, 18 de junho de 2019

"Democracia em vertigem": Netflix lança documentário sobre a história recente da política brasileira. Assista o trailer

Elogiado pela imprensa americana, após sua estreia no Festival Sundance, nos Estados Unidos, o documentário Democracia em Vertigem, da cineasta Petra Costa, será exibido nesta quarta-feira (19) pela Netflix. O longa retrata como o sistema político brasileiro entrou em colapso após o golpe contra Dilma Rousseff (PT), em 2016, culminando, no ano passado, na eleição de um governo de extrema-direita com Jair Bolsonaro (PSL).
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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Série documental da Netflix escancara crimes do HSBC

RBA/São Paulo - "Um outro ponto de vista é simplesmente ver de um lugar onde você não está". As palavras são parte do conjunto de ações publicitárias do banco HSBC. A série Na Rota do Dinheiro Sujo, produzida pela gigante do streaming audiovisual Netflix, parte deste slogan para escancarar as ações do banco em um dos melhores episódios da da temporada: "O Banco dos Carteis".
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sábado, 27 de janeiro de 2018

Documentário sobre o golpe é selecionado para o festival de Berlim

De Hildegard Angel - Dilma Rousseff perdeu a Faixa Presidencial, mas poderá levar pra casa o cobiçado "Urso de Ouro". Retratando os bastidores de seu Impeachment, o filme "O Processo", de Maria Augusta Ramos, foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Berlim, um dos principais do mundo, de 15 a 25 de fevereiro, na Alemanha.
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quarta-feira, 1 de junho de 2016

'Os 10 princípios da concentração de riqueza e poder da plutocracia, ou Réquiem para um Sonho Americano'

Suponhamos que você seja a favor da igualdade entre os homens. Então, você tem consciência da importância de reduzir a desigualdade no mundo. Vamos supor que você comungue com os valores da solidariedade humana. Então, você dever ter conhecimento de que o egoísmo destrói a nobreza desses ideais, e representa um contributo contrário ao bem estar geral da humanidade. Vamos presumir que você seja favorável aos ideais da democracia. Então, supõem-se que você repudia o despotismo, e qualquer manifestação que seja exercida através da tirania e da opressão...

Os 10 princípios da concentração de riqueza e poder da plutocracia (ou Réquiem para um Sonho Americano)

Por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho

"A desigualdade social é o grande desafio da humanidade no século XXI, inclusive para a nação mais rica e poderosa do mundo. Em meu último artigo publicado aqui no Cafezinho, expliquei as razões que levaram alguns norte-americanos a votarem em alguém como Donald Trump: o crescente empobrecimento da classe média no país.

Já foi o tempo em que as crises econômicas penalizavam somente os mais pobres. Atualmente a classe média norte-americana é uma das maiores vítimas da excessiva concentração de renda nas mãos de poucos. Tanto que hoje a nova geração de millenials se encontra sem grandes perspectivas de futuro e mais pobre que seus pais.

Desde os anos de 1980, com a implantação do chamado ‘neoliberalismo’, o sonho americano como conhecemos morre lentamente e este é o tema do documentárioRequiem for the American Dream, em cartaz no Netflix.



Ao longo de 75 minutos, Requiem for the American Dream reúne uma série de entrevistas do linguista, filósofo e cientista político, Noam Chomsky, gravadas nos últimos quatros anos.
Professor de uma das mais renomadas universidades do mundo, o Massachusetts Institute of Technology, aos 87 anos de idade este senhor parece estar no seu auge intelectual.

Sereno e com a voz sempre suave, Chomsky cita Aristóteles, Adam Smith e James Madison para dar uma aula de história contemporânea e explicar como a sociedade moldada pelos pais fundadores dos Estados Unidos da América se encontra a beira de um colapso.

Para organizar as ideias, Chomsky separa os ‘dez princípios da concentração de riqueza e poder’, que segundo ele foram postos em prática pela oligarquia norte-americana nestes últimos 40 anos para transformar os Estados Unidos em uma plutocracia, não mais numa democracia.

O princípio mais importante, a meu ver, é o financiamento privado de campanha, origem de toda a corrupção do sistema, haja visto que os ricos financiam políticos para aprovarem leis a favor de seus interesses particulares, não a favor da população.

Como os ricos doam para todos os partidos e políticos, não importa quem seja eleito, este sempre governará em prol de seus financiadores de campanha, ou seja, a plutocracia. Portanto, a democracia deixa de fazer sentido.

O alerta de Chomsky também vale para o Brasil já que a elite brasileira copia as mesmas táticas da plutocracia norte-americana.

OS DEZ PRINCÍPIOS DA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E PODER

Um: Reduzir a Democracia

Uma das características mais belas e admiráveis na democracia norte-americana é de que ela foi concebida por homens que buscavam corrigir as imperfeições e injustiças dos regimes monárquicos europeus. Mas não sejamos ingênuos. A democracia norte-americana é uma criação da elite intelectual de sua época. Todos os pais fundadores dos Estados Unidos eram homens ricos e bem educados, a maioria advogados ou diplomatas. Faltavam-lhes apenas o sobrenome nobre e o título aristocrático, por isso, inclusive, eram desprezados pela corte inglesa.

O objetivo da república fundada por John Adams, Benjamin Franklin, Alexander Hamilton, John Jay, Thomas Jefferson, James Madison e George Washington era acabar com os privilégios dos reis e da aristocracia e entregar o poder para os burgueses. O bem estar do povo pobre e trabalhador nunca esteve em questão.

Tanto que Noam Chomsky chama atenção para o fato de James Madison, durante debate sobre a constituição dos Estados Unidos, afirmar que a nova república deveria criar mecanismos para proteger os ricos do ‘excesso de democracia’.

Por isso a democracia norte-americana se encontra hoje restrita a apenas dois partidos, republicano e democrata, onde o povo tem pouca margem de escolha e qualquer mudança no sistema é pontual, nunca estrutural.

Dois: Moldar a ideologia

No mundo ideal da plutocracia, o povo precisa ser passivo e despolitizado. Deve saber o seu lugar na sociedade e não fazer nada para mudar isto. Nos anos de 1960 e 1970, os Estados Unidos vivenciaram uma explosão de movimentos sociais, com os negros, as feministas, os gays e os ambientalistas, exigindo voz ativa na política e lutando por seus direitos.

Isto assustou a elite política e econômica, que começou a questionar o que era ensinado nas escolas, universidades e igrejas do país.

Qualquer semelhança com a lei promulgada recentemente em Alagoas, proibindo professores de opinarem sobre política em sala de aula, não é mera coincidência. Definir o modo como os cidadãos comuns devem pensar e agir faz parte da estratégia de dominação das elites.

Três: Redesenhar a economia

Desde a década de 1970 a economia dos Estados Unidos vem gradativamente reduzindo sua atividade industrial e aumentando sua atividade financeira. O economista francês, Thomas Piketty, autor do célebre livro ‘O Capital do Século XXI’, alerta para o perigo da financeirização da economia global.
Quando a especulação de capitais gera mais dinheiro que a produção de bens e serviços, sinal de que o capitalismo real está doente.

Resultado: em 2007 os grandes bancos norte-americanos eram responsáveis por 40% dos lucros corporativos. A desregulamentação desenfreada da economia produziu concentração de renda e graves falhas que resultaram na crise econômica de 2008, obrigando o governo a resgatar empresas irresponsáveis que puseram a nação mais poderosa do mundo na iminência de um colapso – os tais ‘grandes demais para falir’ (outoo big to fail, em inglês).



Chomsky explica que no ‘neoliberalismo’ o capital é livre, mas o trabalho não. O industrial pode facilmente fechar sua fábrica nos Estados Unidos – onde os custos sociais e trabalhistas são maiores – e transferir a produção para a China – onde o salário mínimo gira em torno de US$1 dólar a hora de trabalho.

A globalização redesenhou a economia mundial de tal modo que tornou os trabalhadores reféns do que Alan Greespan, ex-presidente do banco central americano, o Federal Reserve, chamou de “insegurança no trabalho”.

Para competir de igual para igual com a China, os sindicatos norte-americanos se viram obrigados a aceitar corte nos direitos trabalhistas e piores condição de trabalho.

Deixar os trabalhadores em constante medo de perder o emprego é fundamental para mantê-los em seu devido lugar.

Quatro: Deslocar o fardo de sustentar a sociedade para os pobres e classe média

O sonho americano foi uma concepção criada nas décadas de 1950 e 1960. No pós-guerra, tanto os ricos quanto os pobres enriqueceram porque na época os impostos sobre altos salários de executivos e sobre o lucro e dividendos das empresas era elevado o bastante para distribuir a renda de forma igualitária.

No entanto, desde os anos de 1980, os impostos sobre a parcela mais rica da sociedade diminuíram drasticamente e a desregulamentação total do fluxo de capitais permitiu a plutocracia pagar ainda menos impostos – ou simplesmente sonegá-los.

Estamos retornando ao período pré-revolução francesa, em que a alta corte de reis, rainhas e nobres famílias aristocráticas eram isentos de impostos, enquanto o fardo de sustentar a sociedade recaía somente sobre os pobres e a burguesia, no caso a classe média da época.

A única diferença é que hoje a nova aristocracia é formada pelos super-ricos com acesso a paraísos fiscais e outros mecanismos financeiros reservados à elite econômica global que lhes permite fugir dos impostos.

No Brasil mais da metade da carga tributária é cobrada justamente daqueles que possuem menos, os mais pobres. Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 53,8% do total de impostos arrecadado no país é pago por brasileiros com renda de até três salários mínimos, que representam 79% da população.

Na prática são os mais pobres quem sustentam os programas sociais, o SUS e as escolas e universidades públicas. Pois 28,5% da arrecadação vêm da dita 'classe média', famílias com renda entre três e dez salários mínimos, enquanto míseros 17,7% vem da classe média alta e da elite: brasileiros com renda superior à dez salários mínimos.

Cinco: Atacar a solidariedade

Do ponto de vista da plutocracia, a solidariedade entre os povos é muito perigosa. Você deve se preocupar somente consigo mesmo.

No Brasil este princípio fez com que uma parcela da classe média fosse contra o Bolsa Família, por exemplo. Já nos Estados Unidos fez a classe média se opor a previdência social e ao Obamacare.

Um dos motivos que levaram os Estados Unidos a obterem um extraordinário crescimento econômico e humano no pós-guerra foi a G.I Bill (conhecida como Lei de Reajuste dos Militares, ou Servicemen's Readjustment Act, em inglês), projeto de lei sancionado pelo presidente Frankin D. Roosevelt em 1944, que oferecia ensino superior gratuito aos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial.

Isto possibilitou aos norte-americanos tornarem-se uma nação próspera e desenvolvida, com uma classe média rica e bem qualificada.

Desde então todo o sistema de políticas públicas desenvolvido durante o New Deal, calcado nos ideais de solidariedade entre ricos e pobres, foi completamente desmantelado pela plutocracia.

A crise educacional nos Estados Unidos é tão gigantesca, que em 2016 a dívida de empréstimos estudantis alcançaram o patamar de US$ 1.3 trilhões de dólares.



O problema é tão preocupante, que Hillary Clinton promete criar um fundo governamental para renegociar a dívida dos mais de 40 milhões de norte-americanos endividados com grandes bancos e propõe ainda uma espécie de FIES ‘versão americana’, para que os novos estudantes possam pegar dinheiro emprestado direto do governo a juros baixos.

Quando o acesso ao ensino superior se torna exclusividade das famílias ricas que podem pagar pela educação de seus filhos, o discurso da meritocracia repetido aos quatro ventos pelos liberais conservadores não vale de nada.

Seis: Controlar os reguladores

Segundo Chomsky, a história americana mostra que na maioria das vezes as agências reguladoras foram incentivadas ou criadas pelas próprias empresas do setor, para proteger seu oligopólio da entrada de novos competidores. Para a estratégia funcionar, o lobby das empresas em Washington tem papel central, pois é através dele que as companhias conseguem aprovar leis de seu interesse.

Quando o financiamento privado de campanha é permitido por lei, como acontece nos Estados Unidos, as leis são escritas a favor da plutocracia, que através de seu poder econômico elege deputados e senadores alinhados com seus interesses particulares controlando assim os rumos do país.

A última crise econômica, em 2008, mostrou bem porque é importante para a plutocracia controlar os reguladores. Num sistema verdadeiramente capitalista, as crises econômicas acabariam com os investidores que fizeram escolhas de alto risco. Mas não é isto que a elite quer.

A plutocracia quer um capitalismo de mentirinha, com um Estado-babá sempre pronto para socorrê-la nas crises causadas por elas mesmas, enquanto a conta, é claro, fica para a classe média e os pobres.

Sete: Controlar as eleições

Como foi explicado anteriormente, o financiamento privado de campanha cumpre um papel central na estratégia de dominação da plutocracia.  Deste modo a concentração de riqueza gera concentração de poder.

Oito: Manter a ralé na linha

Até hoje a formação de sindicatos e associações de classe foi a melhor saída encontrada pelos trabalhadores para combater os abusos do capitalismo. Por isso a plutocracia global não vê a hora em regulamentar a terceirização do trabalho em todas as áreas e profissões possíveis e imagináveis, tal qual o Congresso Brasileiro, durante a presidência de Eduardo Cunha.

O objetivo é desmobilizar os trabalhadores, deixa-los fracos e impotentes.

Nos anos dourados do sonho americano, nas décadas de 1950 e 1960, um terço dos trabalhadores eram sindicalizados. Atualmente apenas um em cada dez é sindicalizado. Sinal de que a plutocracia está vencendo esta batalha.

Nove: Fabricar consensos e criar consumidores

Curioso como a técnica de criar consensos por meio da mídia surge exatamente nos países mais livres do mundo, como explica Noam Chomsky.

Uma vez que a plutocracia percebe que não há mais volta, a democracia e a liberdade são conquistas definitivas da sociedade, ela busca outras formas de controle social. Uma delas é a ditadura do pensamento único e a fabricação de consensos por meio das grandes empresas de mídia, controladas pela plutocracia.

Claro que na democracia norte-americana os eleitores ainda podem escolher entre republicanos e democratas, mas as diferenças entre os partidos são tão sutis, que no final não faz muita diferença. Não custa repetir: qualquer mudança no sistema será sempre pontual, nunca estrutural.
De acordo com Chomsky, a sociedade idealizada pela plutocracia transforma os eleitores em meros consumidores. Escolher entre republicano ou democrata torna-se o mesmo que escolher entre Coca-Cola ou Pepsi, Nike ou Adidas, Windows ou Apple.

Dez: Marginalizar a população

Um estudo da Universidade de Princeton mostrou que 70% da população norte-americana não têm meios para influenciar a política em Washington – principalmente brancos de classe média baixa e minorias pobres, como negros e latinos.

Tamanha impotência diante do sistema gera frustração e ódio contra as instituições. Como a mídia fabrica consensos, gerando uma massa sem senso crítico e com um pensamento único, o povo compra facilmente o discurso das elites e passa a culpar o governo por todos seus problemas.



Segundo Chomsky, o objetivo é fazer as pessoas odiarem ‘tudo o que está aí’ e temerem umas as outras.

A indignação contra a democracia cria terreno fértil para o surgimento de lideranças antidemocráticas, servindo de válvula de escape para a raiva da população, ao mesmo tempo em que atende aos interesses econômicos das elites.

Conclusão

O alerta de Noam Chomsky é direcionado para a sociedade norte-americana, mas muito do que ele diz serve também para nós brasileiros, visto que a elite tupiniquim replica exatamente as mesmas estratégias da plutocracia norte-americana.

Soa até irônico ver um documentário estrangeiro, gravado em 2015, citar passo a passo a estratégia utilizada pela grande mídia (leia-se Rede Globo) e oposição (leia-se PSDB) para derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff.

Devido aos últimos acontecimentos, Requiem for the American Dream é um documentário que todo brasileiro deveria assistir. Fica a dica.

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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Prefeitura de PG veta documentário e gera polêmica

Com base na decisão da Procuradoria Jurídica do município, que entendeu a exibição do documentário "Massacre 29 de abril: ataque do Governo do Paraná aos professores" como um ato "político-partidário", a prefeitura de Ponta Grossa vetou o uso do Cine Teatro Ópera como local de estreia. A produção audiovisual de 45 minutos é uma iniciativa dos estudantes e professores de jornalismo da Universidade Estadual (UEPG), e conta com o apoio da TV Comunitária de Ponta Grossa e do Sinduepg, além de outros projetos.
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terça-feira, 8 de abril de 2014

Documentário resgata política, futebol e rock and roll na ditadura

Por Xandra Stefanel, em Rede Brasil Atual - 

“Pra todos aqueles que lutaram desde 1964, que morreram, que sumiram, que foram torturados, presos e exilados, a Democracia Corintiana bateu o pênalti”, afirma o ex-jogador e hoje comentarista Walter Casagrande no documentário Democracia em Branco e Preto, que será exibido na edição de 2014 da mostra competitiva do Festival É Tudo Verdade nos dias 5 e 6 de abril, no Rio de Janeiro, e 10 e 11, em São Paulo.
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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Democracia e Ditadura no Brasil. Um breve relato.

O povo brasileiro sabe, ou veio a saber recentemente sobre os anos de obscurantismo vividos no pós-golpe militar de 64. Sob a falsa promessa de se combater o "terrorismo", o regime ditatorial instalado no Brasil entre os anos de 1964 até 1985 renegou os ideais da democracia e os direitos constitucionais. E por conseguinte, privou o cidadão brasileiro de seus direitos da liberdade de expressão e pensamento.
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sábado, 27 de abril de 2013

Documentário: como a cerveja salvou o mundo? [vídeo]

O vídeo não é novo. Fala da importância da Cerveja na história da humanidade. Questionável sob o ponto de vista científico vinculado no documentário, revela detalhes interessantes desde seu descobrimento "por acaso" nos longínquos tempos pré-históricos. E o papel importante que teve no desenvolvimento das principais atividades humanas como contributo a agricultura, economia e a própria ciência.
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sábado, 3 de novembro de 2012

Documentário: Sementes da Liberdade [vídeo]


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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Governo do Brasil - 24 anos da Constituição Brasileira [documentário]

Documentários produzidos pela TV Senado relembram 24 anos da promulgação da Constituição Brasileira, através de depoimentos de personalidades políticas e civis que viveram aquele momento histórico. E do testemunho de pessoas que tiveram participação efetiva na grande transformação política do país, rumo á conquista dos preceitos da Democracia.
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dividocracia (Dedtocracy) - documentário sobre a crise na Grécia

Produzido de forma independente pelos jornalistas, Aris Hatzistefanou e Katerina Kitidi, com apoio de Leonidas Vatikiotis, responsável pelas pesquisas na área econômica. Este documentário só foi possível graças a uma campanha de doações realizada através das redes sociais. Retrata de uma maneira original um outro ângulo não mostrado pela mídia em geral, sobre a crise econômica-social que se passa a Grécia há algum tempo.
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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Morreu o humorista José Vasconcelos

Morreu na madrugada desta Terça-feira (11), um dos principais humoristas do Brasil. José Thomaz da Cunha Vasconcelos Neto, ou José Vasconcelos, sofria do mal de Alzheimer e tinha problemas renais. Estava internado no Hospital das Clínicas de São Paulo, quando foi acometido de uma parada cardíaca. Era conhecido pela criação e interpretação do personagem humorístico, Ruy Barbosa Sá Silva, no programa "Escolinha do Professor Raimundo", da Rede Globo, e "Escolinha do Barulho" da Record.

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