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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

“Um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte”

Por Carlos Eduardo, editor do Cafezinho, em 10/08/16 - "Ontem em entrevista ao Uol, a doutora Terezinha Maranhão, mãe da atleta Joanna Maranhão, foi direto ao ponto quando perguntada sobre as ofensas dirigidas à sua filha: “Este é um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte. Minha filha tem opiniões próprias, mas não merece ser ofendida e atacada como foi”.



Sobre os ataques machistas e preconceituosas não há o que dizer. Um completo absurdo sem sentido. Mas quero aqui atentar para outro detalhe, cada vez mais comum no debate político.
Acusar os defensores do governo Dilma, do PT, ou de qualquer coisa que lembre a esquerda de receberem 'mamatas' com dinheiro público.
Abaixo segue um exemplo deste tipo de argumento retirado do Facebook de Joanna Maranhão:

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(Foto: Reprodução/ Facebook)

Primeiro aconteceu com os blogs progressistas. Depois com os artistas que se manifestaram contra o golpe. E ontem vi muitas pessoas acusando Joanna Maranhão de receber algum tipo de 'mamata' ou vantagem com dinheiro público, seja lá o que isto signifique. E a culpa é do PT, claro.

Me espanta o nível de alienação e psicopatia na rede.

Se o Estado não deve financiar a imprensa alternativa, a cultura e o esporte, deve financiar o que afinal? Daqui a pouco vão dizer que bolsa de estudos também é 'mamata' com dinheiro público? O que sugerem os anti-petistas raivosos? Que o Estado continue a distribuir dinheiro somente para os mais ricos, através dos juros mais altos do mundo?

Abaixo a entrevista completa com a mãe de Joanna Maranhã, no Uol.

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Mãe de Joanna fica indignada com ataques à filha: “Um país de psicopatas”


Por Roberto Salim, do UOL

A doutora Terezinha Maranhão é geriatra. Está acostumada a atender velhinhos com problemas inevitáveis na vida de qualquer um. É uma médica dedicada, uma pessoa paciente e uma mãe que se levantava todo dia às quatro da manhã para levar sua filha aos treinamentos de natação, em Recife. A doutora dormia dentro de seu fusquinha, esperava o fim do treino, dava o lanche para pequena Joanna e a levava para a escola. Só depois disso ia para seu consultório na capital pernambucana.

“Criei meus filhos para ter opinião, pois a vida perde o sentido se o ser humano não for autêntico”.
Por ter educado Joanna Maranhão dentro desses princípios, a médica não se conformava nesta terça-feira com as ofensas recebidas pela filha nas redes sociais.

“Este é um país de psicopatas, país de doidos, que confundem religião, política e esporte. Minha filha tem opiniões próprias, mas não merece ser ofendida e atacada como foi”.

A doutora disse que Joanna não dormiu direito, ficou abalada, mesmo sendo forte.

“Foram ofensas pessoais que mexeram com ela. E é óbvio que ela não rendeu o melhor que podia na piscina, se tivesse repetido seu melhor desempenho teria passado às finais”.

Em sua família, doutora Terezinha foi criada para ser guerreira. Um dos ensinamentos da infância: a vida segue, seja qual for a dificuldade.

“E é vida que segue, às vezes se paga um preço alto por ser autêntico, mas faz parte”.

Ela volta para seus pacientes nesta quarta-feira. Joanna fica no Rio até dia 14, acompanhando o judoca Luciano Correa, seu namorado, que está comentando os jogos por uma emissora de TV.

“Se a Confederação de Desportos Aquáticos ou o Comitê Olímpico Brasileiro vão tomar alguma atitude? Eu não acredito. Eles nunca fizeram nada pela minha filha, não vai ser agora que vão agir”."

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sábado, 25 de junho de 2016

TV Vila Velha: Entrevista sobre o processo de adoção

João Barbiero, apresentador do programa JB Urgente do Canal 16 da TV Vila Velha-Ponta Grossa (PR), entrevista as assistentes sociais Jucelaine Sequinel e Priscila Primo. As profissionais, que atuam na Vara da Infância e Juventude do município, responderam várias questões relativas ao processo de adoção. Em Ponta Grossa existem mais de uma centena de casais na fila de espera para adotar uma criança. No Estado, são milhares.
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quinta-feira, 23 de junho de 2016

Gilmar Mendes: “Se Dilma tivesse cometido crime…” [vídeo]

Do Canal Favela - "Em entrevista ao repórter Wellington Calasans, na Suécia, para o blog Cafezinho, o ministro do STF Gilmar Mendes fez uma confissão constrangedora: a de que a presidente Dilma Rousseff sofre um processo de impeachment sem ter cometido um crime; "Veja, se ela também tivesse cometido o crime, ficasse flagrantemente provado que ela tivesse cometido o crime, e ela tivesse obtido 172 votos, ela também não seria processada", afirmou.


Na Suécia, o ministro do Supremo, Gilmar Mendes, foi entrevistado pelo blog O Cafezinho e ele afirmou, sobre o impeachment de Dilma, que “o processo é político, se ela tivesse cometido crime[…]” 

O site Nossa Política reproduz de O Cafezinho, a revelação de Gilmar Mendes: Não há crime! Pedaladas às cucuias.

A entrevista é de Wellington Calasans, filmada por Pedro Gomes."




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domingo, 12 de junho de 2016

Salário mínimo: duas décadas de efeitos positivos sobre a redução da pobreza e da desigualdade. Entrevista especial com Alessandra Scalioni

Do Unisinos - "A reforma da Previdência deveria levar em conta os efeitos positivos que a vinculação do salário mínimo tem sobre a redução da pobreza e da desigualdade”, afirma a economista."



Em quase duas décadas, entre 1995 e 2013, osalário mínimo teve uma contribuição significativa na redução da desigualdade da distribuição de renda domiciliar no Brasil, “estimada em 72,4%, considerando os três possíveis canais pelos quais o salário mínimo pode afetar a renda: mercado de trabalho, Previdência Social e Assistência Social”, informa Alessandra Scalioni, autora da tese de doutorado “O papel do salário mínimo na redução da desigualdade na distribuição de renda no Brasil entre 1995 e 2003” (2015).

Segundo ela, o efeito distributivo da renda foi maior pela Previdência, “onde mais da metade dos aposentados e pensionistas recebem exatamente um salário mínimo, visto que este é seu piso oficial, a contribuição do mínimo para a redução da desigualdade alcançou 37,7%”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail para a IHU On-Line, a economista afirma que “além de ser o piso do mercado de trabalho”, o salário mínimo no Brasil “cumpre outros papéis” ao estar “vinculado à Seguridade Socialdesde a Constituição de 1988, sendo o piso oficial de aposentadorias e pensões, valor do BPC, valor do abono salarial e do seguro-desemprego”. Portanto, adverte, “alterar seu valor tem um custo orçamentário não desprezível. Contudo, apesar deste custo, como vimos ele tem um potencial distributivo muito importante”.

Alessandra Scalioni também comenta a atual discussão sobre a Reforma da Previdência e o papel do salário mínimo neste debate. “Fala-se muito em desvincular o piso da Previdência do salário mínimo. Neste ponto eu acredito que deva haver muito cuidado. A Previdência tem um papel muito importante na redução da pobreza entre idosos e, como vimos com os dados que estimamos, na redução da desigualdade de renda nas últimas décadas. Enquanto nomercado de trabalho apenas 15% dos ocupados recebem o piso, havendo uma proporção significativa recebendo abaixo dele, na Previdência, ainda que tardiamente, conseguimos corrigir um pouco das distorções geradas pelo mercado de trabalho levando estas pessoas para o piso. Não à toa, 55% de aposentados e pensionistas estão no piso da Previdência”, pontua.

E questiona: “É função da Previdência cumprir este papel? Se vemos a Previdência como parte da seguridade social e não só como um seguro, a resposta é sim. Tem um custo? Claro que tem. Mas cabe ao Estado ponderar quais são suas prioridades”.

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Alessandra Scalioni é graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, mestra e doutora em Economia pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Atualmente é pesquisadora de informações geográficas e estatísticas da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

- Siga para a matéria completa, que contém a íntegra da entrevista de Alessandra Scalioni.


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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Pré-Sal: entrevista com o geólogo Guilherme Estrella

Do Site Diálogo Petroleiro - "Com mais de 40 anos como funcionário da Petrobras, o geólogo Guilherme Estrella é um dos diretores que passaram pela empresa que melhor conhece a história da companhia, suas capacidade e o papel central que a petrolífera brasileira no desenvolvimento nacional. De 2003 a 2012, foi diretor de exploração e produção da estatal. Foi neste período que a Petrobras e o governo federal divulgaram as informações sobre as imensas reservas brasileiras de petróleo e gás em águas profundas. Em entrevista exclusiva, Estrella destaca o papel da Petrobras para a independência e soberania do Brasil e deixa claro o porquê de ser conhecido como “pai do pré-sal”. Veja a entrevista abaixo:


A Petrobras como instrumento de desenvolvimento do Brasil…
Nesse ano e meio de nova gestão o governo tem se mostrado muito ausente, mesmo sendo o acionista majoritário da Petrobras. Isso passa uma imagem de descontrole. A empresa, na sua história, sempre refletiu o pensamento, a política e a ideologia do acionista controlador. E tem que ser assim mesmo. A Petrobras sempre foi uma ferramenta do governo brasileiro, dada a sua importância social, econômica, política, tecnológica e cultural para o país. É inaceitável a ausência de controle do governo, principalmente, porque sugere para o corpo de empregados falta de controle. A Petrobras tem que ser uma empresa de governo com políticas de governo.

Um olhar sobre a dívida da Petrobras…
Temos uma dívida elevada, mas porque tivemos que investir muito nos últimos 12 anos. O Brasil de 2002 era um país energeticamente dependente. Não tínhamos soberania. Hoje, com a descoberta do pré-sal, nós temos a possibilidade de projetar o Brasil que queremos. Antes não era possível. Para isso foram necessários grandes investimentos. O pré-sal foi descoberto e iniciou-se a operações em tempo recorde. O Setor petrolífero internacional fica surpreso quando vê essa capacidade e competência para explorar em águas profundas, com tecnologia nossa. A experiência profissional da Petrobras é ímpar. Estamos produzindo no pré-sal e não tem um acidente. Há um ou outro problema, mas grandes acidentes não há. Exploração e produção nos faz lidar com riscos, imprevisibilidade. Fura-se 10 poços para achar um com óleo. Os banqueiros jamais financiariam isso. Também criamos uma infraestrutura de gás ligando o sul e sudeste ao nordeste. Então, o governo tem que retomar a gestão da companhia e participar diretamente, como acionista majoritário, da solução da dívida da empresa, afinal o Brasil recebeu de sua companhia de petróleo a soberania no século 21. Somos uma das colunas mestras da economia nacional.

Defender a Petrobras é dar oportunidade ao futuro que queremos…
A Petrobras tem um poder indutor do desenvolvimento nacional que é incrível. Por exemplo, o agronegócio brasileiro é outra coluna mestra da nossa economia, seja no consumo interno ou para exportação. Mas extremamente dependente de fertilizantes importados. O pré-sal vem com muito gás, não só pra gerar energia elétrica, energia para indústria e consumo doméstico, mas vem também com uma riqueza de nutrientes nitrogenados que resolve o problema de fertilizantes brasileiros. Mas esse potencial precisa ser aproveitado, para termos independência nesse segmento também. Tudo isso foi o governo que fez através da Petrobras, uma empresa feita por brasileiros, que descobriu petróleo no Brasil, não em lugares distantes como Indonésia, Austrália ou no golfo arábico, como acontece com as grandes empresas petrolíferas. O nosso petróleo está em Copacabana (Rio de Janeiro), está de frente com São Paulo (Santos). É uma dádiva da natureza, uma riqueza natural estratégica. Isso tudo é de um valor inimaginável na geração de empregos e no desenvolvimento de tecnologia.

A corrupção nos olhos do cidadão comum…
A corrupção está sendo investigada e tratada pela justiça. Mas o funcionário da companhia deve sempre se sentir orgulhoso de fazer parte dessa história vitoriosa, de uma empresa que, com 63 anos, dá ao Brasil a sustentação energética, a segurança alimentar por todo o século 21. Os Estados Unidos importa hoje cerca de 5 milhões de barris por dia. Por isso tem que manter a OTAN, que na prática serve para garantir o suprimento energético da Europa e dos EUA. Iraque, Líbia e Síria estão aí para provar isso, ou estão destruídos ou sem governo, instáveis, por ações da OTAN. A equipe técnica da Petrobras é de longe a melhor do mundo.

Inovação e desenvolvimento tecnológico…
Para se desenvolver tecnologia e investir em inovação e preciso um motivo. Ninguém faz isso sem objetivo, e tudo por conta do acaso. O motivo é a necessidade e quando você supera essa necessidade você transforma isso num processo de causa e efeito extremamente virtuoso. Quando se supera uma etapa já se abre o olhar para novos desafios e isso dá uma robustez. A Petrobras hoje desenvolve tecnologia todos os dias nas suas frentes operacionais. Isso já foi incorporado no processo produtivo do sistema. Antigamente nós tínhamos o “do poço ao posto”, depois o “do poço ao poste” e agora estamos no “do poço ao campo”, com os fertilizantes, e depois “do poço ao plástico”, com a petroquímica. Todo esse sistema é integrado a partir de um importante olhar do que seria uma empresa estratégica e complexa dentro de um país em desenvolvimento. Para tudo isso, a presença do Estado é fundamental. Os diferentes elos desse sistema estão submetidos a variações de mercado diferentes. Por isso, é importante manter essa integração porque você mantem uma “vacina” anticíclica, que compensa perdas e ganhos. Por exemplo, quando você tem o preço dos combustíveis remunerando bem, às vezes o preço de prospecção não está bom. Então a integração é condição para o equilíbrio e para manter o sistema estável. Quando você fragiliza um dos elos interfere em todos os demais.

A política de conteúdo nacional e um Estado soberano…
A estratégia do conteúdo nacional não pode ser acéfalo. Temos hoje dois modelos de desenvolvimento disputando o Estado brasileiro: um com enfoque na soberania e independência; e um outro extremamente dependente, privatista. A principal diferença entre eles é o “cérebro”. Falamos aqui da competência tecnológica, de conhecimento, de engenharia. Quando se coloca isso no exterior, mata-se a inteligência brasileira. O verdadeiro desenvolvimento de um país acontece quando o país possui instrumentos para resolver seus próprios problemas. Essa é a verdadeira soberania. A experiência nacional é fundamental e a indústria petrolífera tem um espectro de tecnologia e cadeia produtiva extremamente largos. Passa pela informática, mecânica, eletrônica. E manter esses sistemas de avanços científicos e tecnológicos em 20 anos nós seremos outro país.

A relação da Petrobras e o golpe…
Estão querendo transforma o pré-sal de uma grande oportunidade em uma grande ameaça. Não é querer se isolar do mundo, mas estamos diante de uma perspectiva de desenvolvimento importante para o Brasil, os brasileiros, a engenharia nacional, a indústria de defesa, para a ciência e tecnologia, agricultura e a economia como um todo. Ter empresas estrangeiras participando da exploração do pré-sal é uma coisa, mas nos mantermos como controladores únicos é importante. Ter um estrangeiro operador é irreversível. É uma oportunidade que se deixa passar para o conhecimento e o desenvolvimento nacional. Afinal, essas empresas tem seus centros de pesquisas no exterior.

O plano de demissões apresentado pela gestão atual…
Voltando ao que falei sobre nosso modelo de sistema integrado, ele depende de um corpo técnico, administrativo e legal em longo prazo. É fundamental não apenas para fazer acompanhamento dos avanços tecnológico e operacional, mas para ir qualificando profissionais para as novas gerações. Para isso é fundamental um misto de experiência e conhecimento que nos dá confiança para tocar a imprevisibilidade cotidiana nas operações de prospecção, logística, refino entre outras da cadeia de petróleo. Por isso, dispensar gente experiente, que sabe lidar com as dificuldades de cada dia, é um contrassenso. Além disso, façam as contas, não apenas preocupados com enxugar gastos em período de crise. Mas é imensamente mais valioso o que está na cabeça das pessoas, que adquiriram experiência de como funciona o coração dos negócios. É uma riqueza insubstituível. Estão liberando o bem mais precioso. Demissões não podem sem uma ferramenta de gestão numa empresa petrolífera como a Petrobras. A empresa de hoje é resultado da transmissão entre gerações de competências, responsabilidades e de compromisso com o Brasil.

Combater a corrupção sem paralisar a atividade econômica…
É fundamental aplicar as leis contra os crimes. As empresas precisam ser investigas e penalizadas, mas não podem ser tiradas do grupo de fornecedores de bens e serviços da Petrobras. Porque na empresa esta a inteligência da engenharia brasileira e você não pode penalizar um corpo de profissionais porque os altos dirigentes foram envolvidos em corrupção. É preciso preservar essas companhias de capital privado nacional. E isso não é invenção nossa. Em 2008, quando dezenas de empresas americanas estavam sendo destruídas, em diversos setores, o que fez o governo dos EUA? Salvou aquelas empresas. Por quê? Elas são estratégicas para o país. Assim como a Petrobras as empresas de engenharia são estratégicas para o Brasil. Alí está uma parte importante da inteligência nacional e do que diz respeito ao desenvolvimento autônomo e soberano do Brasil."

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terça-feira, 17 de maio de 2016

Política: 'Os brasileiros começam a entender a incoerência do impeachment', aposta Cardozo

Por Brasilpost - "Em abril de 2015, ainda ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo ao lado do então advogado-geral da União, Luís Adams, fez uma das primeiras defesas das pedaladas fiscais, que se tornaram a base jurídica para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Naquela época, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda sustentava o discurso de que não havia razão para afastar a presidente.


Há pouco mais de um ano, Cardozo defende que a manobra fiscal não justifica um impeachment e que um presidente não pode ser penalizado pelas pedaladas fiscais que outros presidentes também fizeram sem que fosse considerado irregularidade. Mas, em entrevista ao HuffPost Brasil, o advogado da presidente afastada diz que só agora uma parte maior da população passa a perceber "a incorreção desse impeachment por força de em nenhum momento (a oposição) ter conseguido demonstrar que os argumentos que foram desenvolvidos pela defesa são inconsistentes".

Otimista com a possibilidade de retorno da petista ao fim dos 180 dias de análise do processo de afastamento no Senado, Cardozo argumenta que houve um oportunismo pela situação crítica da economia do País. Para ele, a oposição aproveitou a insatisfação da população com o setor para destituir a petista, com argumento de combate à corrupção.
"Quando as acusações feitas ao governo da presidente Dilma Rousseff são absolutamente inconsistentes, eu acho que hoje as pessoas começam a perceber que o caminho não era esse. Ou seja, tirou-se Dilma Rousseff por quê? Se existem pessoas no mundo da política e no próprio parlamento com acusações sérias e contra ela não existe nada."
Cardozo criticou ainda a estratégia do governo do presidente em exercício Michel Temer de anunciar as mesmas medidas que a base governista condenou, como a recriação da CPMF. O petista também criticou a incorporação da pasta de direitos humanos ao Ministério da Justiça. "Acho que essa decisão é desastrosa não só do ponto de vista simbólico, como da impossibilidade do ministro atuar em todas essas frentes."

Animado, o advogado da presidente disse que ela também está confiante e firme. Explicou também que a estratégia é rodar o Brasil e países próximos em busca de apoio.
 
Leia a íntegra da entrevista do advogado da presidente ao HuffPost Brasil:

HuffPost Brasil: O novo advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, já demonstrou interesse em revisar a defesa que foi feita pelo órgão no impeachment. É possível que haja fragilização do processo?

José Eduardo Cardozo: Acho incrível que se pretenda censurar um advogado no exercício da defesa. A crítica que se faz é porque eu disse e continuo a afirmar que há uma ruptura da Constituição, portanto, um golpe, que é expressão política que traduz uma ruptura institucional e uma violência constitucional. Então, portanto, onde está o espanto? Não gostaram da palavra golpe. Eu disse na minha defesa que fiz no Senado, talvez a palavra golpe incomode tanto porque ela expressa uma realidade que se quer esconder.

Tanto na Câmara quanto no Senado já estava praticamente clara a composição dos votos dos parlamentares. Fez diferença fazer a defesa mais de uma vez nas duas Casas?

Acredito que sim. Acho que quando você diz a verdade em um julgamento por mais que as pessoas tenham uma posição política já definida isso traz socialmente a visão a injustiça. Quando as pessoas percebem que a razão humana não se coloca na linha de analisar argumentos porque ela já está fechada numa posição política percebe muito mais claramente que se trata de uma decisão que não tem nada de jurídica, que é desrespeitosa em relação aos argumentos de racionalidade. Isso eu acho extremamente positivo. Em larga medida a visão da sociedade brasileira aumentou com relação a incorreção desse impeachment por força de nenhum momento terem conseguido demonstrar que os argumentos que foram desenvolvidos pela defesa são inconsistentes.

Mas ainda há manifestações contra a presidente Dilma...

É natural que a população reaja quando vieram a tona vários fatos de corrupção, é absolutamente natural que isso ocorra e no primeiro momento essa canalização vai contra o governo, não havendo percepção de que foi o governo que ajudou a que esse processo fosse colocado sob a luz do sol. Tenho comparado muito a corrupção como uma doença, um tumor, que desenvolve no interior de alguém que não percebe o desenvolvimento da doença. A doença é indolor, não tem efeitos visíveis. Então, a pessoa não se dá conta até o momento que for fazer um check-up, quando ela vai fazer um check up e o médico diz você está com câncer, a primeira reação da pessoa é se rebelar contra o médico, dizer que médico está errado, que é culpado. Você o acusa e até quer mudar de médico, mas quando percebe que aquele médico que estava apontando o caminho certo para a cura, a pessoa se conscientiza do equivoco. É o que acontece com os governos que tentam combater a corrupção com coragem, como foi o governo da presidente Dilma Rousseff. Ela coloca o dedo na ferida, aquilo que estava oculto aparece. As pessoas ficam indignadas inclusive com o governo, na medida em que você vê pessoas ligadas a postos governamentais sendo investigadas, mas quando passa o tempo você começa a perceber que foi exatamente aquele governo que propiciou que isso acontecesse e que foi uma injustiça quando se tenta afastar um governo por essas razões. Quando as acusações feitas ao governo da presidente Dilma Rousseff são absolutamente inconsistentes, eu acho que hoje as pessoas começam a perceber que o caminho não era esse. Ou seja, tirou-se Dilma Rousseff por quê? Se existem pessoas no mundo da política e no próprio parlamento com acusações sérias e contra ela não existe nada.

Boa parte da população não está satisfeita, principalmente com a economia...

A economia tem um papel muito importante na gestão de um governo. Nós passamos por uma crise econômica, independentemente da relação que possa ser feita em relação a erros ou equívocos no governo. As pessoas projetam suas insatisfações contra o governo e é absolutamente natural. O que temos que recriminar é que alguns setores oposicionistas, alguns setores oportunistas, tentarem aproveitar uma crise econômica para tentar fazer um processo de impeachment. Acho isso completamente lamentável, se nós tivermos em qualquer país crise econômica é caso de destituição do presidente? Não. Não existe isso no presidencialismo. No Parlamentarismo, sim. Você muda governo, porque o chefe de governo não é o chefe de estado. No presidencialismo, a estabilidade está sustentada no mandato e na sua duração a menos que o presidente cometa ilícitos graves, o que não foi o caso. Por isso, nós entendemos que foi um golpe. Um golpe que se valeu das circunstâncias da crise econômica, um oportunismo político de alguns dentro de uma situação mal digerida da oposição em relação ao resultado eleitoral quando eles foram derrotados nas urnas.

O senhor acredita que a presidente afastada volta?

Confio nisso. Acho que a cada dia que passa começa a ficar mais claro, aos olhos dos cidadãos que não havia razão para o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que um governo que nasce nessas condições é um governo ilegítimo, que dificilmente conseguirá estabilidade para governar.

O Congresso está contra ela. Como fica a governabilidade?

Acho natural, todo presidente tem que lidar com o Congresso. É fundamental para um governo ter governabilidade. A volta da presidente Dilma Rousseff implicará na reabertura de um diálogo com todas as forças do País para que possamos pactuar uma convergência nacional para sair da crise. Não acho que a convergência nacional para sair da crise possa partir de um governo ilegítimo. Somente um governo legítimo tem condições para fazer isso. No caso a presidente Dilma Rousseff, em que pese passe por uma crise de popularidade, no governo dela é o único que pode reunir uma pactuação legítima para que possamos sair desse processo.

O governo sempre falou em diálogo, mas há uma crítica muito forte de que demorou muito para se abrir ao diálogo. Essa abertura não veio tarde?

Eu diria para você que diálogo pressupõe a disposição de duas partes envolvidas. A oposição em momento algum teve disposição para o diálogo, desde o primeiro dia das eleições, do anúncio do resultado, pediu recontagem dos votos, diziam que as máquinas tinham fraudado o resultado, diziam que as contas eleitorais tinham sido prestados indevidamente. O processo de negação da legitimidade eleitoral vem desde o instante seguinte da proclamação do resultado. Vamos lembrar que foi um resultado muito apertado. A isso se somam os ingredientes da crise política que está na força principal disso Eduardo Cunha desestabilizando o governo com a força política que tinha, pautando projetos que criaram insegurança econômica, todo esse conjunto de situações se soma e faz com que um processo de impeachment aberto por vingança chegue onde chegou, acho que atribuir essa situação toda a uma não disposição de diálogo com o governo não me parece correta. A disposição ao diálogo existia, o que não existia era uma disposição de diálogo da outra parte para buscar saídas em conjunto.

Por exemplo, o governo apontou a necessidade da criação da CPMF. Era um imposto que nós propusemos que fosse transitório, dentro de certas condições para solucionar um problema que estamos vivendo. Houve um movimento brutal da oposição e setores da base governista contrários a CPMF, mas qual a nossa surpresa quando agora na primeira entrevista o novo ministro da Fazenda diz que é necessário a CPMF. E há um silêncio desses setores em relação a isso e aliás o que ele diz é a mesma coisa que está posta no projeto que encaminhamos. Ou seja, agora essa proposta vale? Antes não valia? Quem queria diálogo e quem não queria?

O governo Dilma reclamou muito que o Congresso não ajudou a aprovar medidas positivas para o País. Como vai ser a postura na oposição, vai ajudar?

Acredito que temos que ter, o próprio líder do PT, no Senado, Humberto Costa (PE), diz que devemos fazer oposição do governo e não ao Brasil. Tudo aquilo que for efetivamente adequado ao Brasil, nós temos que pensar, refletir, mas nunca sem deixar de denunciar que essas propostas já estavam sendo trabalhadas antes, ou seja, que eles não queriam diálogo e, portanto, eles levaram a essa situação justamente pela tática do quanto pior melhor. Essa situação não pode passar jamais desapercebida aos cidadãos, ela tem que ser colocada permanentemente.

O processo teria sido diferente se a presidente não fosse mulher?

Eu diria a você que há um forte componente de machismo nas questões que foram colocadas ao longo desse período. Eu tive oportunidades na minha vida de sempre trabalhar com mulheres. Desde garoto até nos cargos importantes que tive. Fui secretário da primeira mulher prefeita de São Paulo, fui ministro da primeira presidente da República mulher. É impressionante como quando as mulheres estão no exercício de suas funções elas recebem críticas e acusações que os homens não recebem. É uma coisa que chega a ser assustadora como o preconceito ainda existe de uma forma vigorosa. Lhe garanto que se Dilma Rousseff não fosse mulher e fosse um homem, muitas das questões que foram colocadas não seriam, muitas das desqualificações não seriam colocadas. Vou citar por exemplo matérias de revistas com acusações pessoais que jamais seriam apontadas, muitas vezes se fala a Dilma Rousseff é autoritária, e em um homem não seria visto como defeito. Não é autoritarismo, é firmeza. Situações deste tipo acho que em larga medida construíram uma situação de ataque a mulher, em larga medida o componente do machismo se revela nisso.

Aliás, não posso deixar de dizer que é curioso, tendo sido eleita pela primeira vez na república uma mulher para presidente, o governo que se instala agora não tem nenhuma mulher no seu primeiro escalão. É triste porque o voto que elegeu a chapa, foi um um voto em uma presidente mulher e agora não há nenhuma mulher no primeiro escalão. Querem remediar colocando no segundo escalão, talvez seja a percepção de alguns veem da mulher na política, segundo escalão.

De acordo com o discurso do PT, as conquistas dos últimos anos estão sendo colocadas em xeque. Isso quer dizer que elas não são sólidas?

Diria a você que não existem conquistas na política que não sofram retrocesso. Ninguém conquista algo definitivamente na história da política, e portanto para que as conquistas sem mantenham é necessário que as pessoas que fizeram essa conquista permaneçam vivas. Tenho absoluta certeza que se os brasileiros que ao longo deste período que conquistaram direitos que não existiam antes, tiveram melhoria nas condições de vida estiverem firmes na defesa a democracia e naquilo que votaram não teremos retrocesso. Agora se fraquejar, se permitir, o conservadorismo tomará conta e aniquilará muito das conquistas históricas que foram feitas neste período.

Como ficam os movimentos de esquerda?

Acho que todos os setores democráticos do País ou que veem a democracia como deve ser vista esperam o fim do impeachment. Porém acho que nas crises é que nascem as soluções fruto de reflexão, sem que uma crise seja colocada dificilmente a mente humana é despertada para refletir de maneira mais madura sobre as situações vivenciadas. Acho que esta crise levará aos setores democráticos de esquerda a terem uma reflexão mais aprofundada daquilo que devem fazer. Acho que nós superamos uma etapa onde os problemas não eram enfrentados de frente. Essa situação conjuntural colocam para as esquerdas até por setores de centro-democráticos a necessidade de uma reflexão sobre como iremos agir para evitar o ressurgimento do fascismo no Brasil, ressurgimento da intolerância no Brasil, de sentimento que eu julguei que estavam sepultados, mas não estão. É necessário que nós tenhamos um aprofundamento da reflexão e uma unidade de ação para não termos um retrocesso histórico no Brasil que ninguém imaginava que pudesse acontecer. Portanto, acho que chegou a hora de lutarmos pelo impeachment e ao mesmo tempo termos um processo de renovação política que unifique os setores democráticos de esquerda no Brasil.

Na sua avaliação, o governo demorou a reagir ao impeachment?

Veja, quando você está no meio de uma batalha, ao mesmo tempo que você luta, você deve pensar as melhores alternativas para evitar que o retrocesso ocorra. É óbvio que nós percebemos que quando o processo desencadeou ele poderia chegar a uma situação desastrosa, mas nós não conseguimos unificar forças para evitar. Vi inclusive setores que eu considero democráticos, centro-esquerda votando favoravelmente ao impeachment, uma situação absurda. Talvez com medo de enfrentar a opinião pública, talvez oportunista, uma avaliação equivocada, agora esses errores se não perceberem o que estão tentando fazer com o Brasil, que o estão tentando construir vai contra o que eles acreditam acho que estamos em uma situação realmente muito difícil. Acho que as pessoas estão acordando para o que está acontecendo no Brasil e isso gerará um novo movimento no Brasil pela democracia, de afirmação de bandeiras transformadoras.

O senhor foi ministro da Justiça, como avalia a fusão da pasta com o Ministério das Mulheres, de Direitos Humanos e da Igualdade Racial, sob o comando do ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes?

Não vou emitir juízo de valor sobre o ministro, acho que seria incorreto da minha parte. Mas vou comentar a situação da extinção dessas secretarias. É evidente que nós temos que cuidar do gasto público, é óbvio, mas não ao preço do aniquilamento de certas bandeiras que são muito importantes para a situação do País. Quando você coloca unidades que tem por objetivo desenvolver política em defesa das mulheres, dos negros, isso tem um efeito, uma dimensão simbólica muito importante, a dimensão simbólica de dizer que o estado brasileiros tem o dever de lutar contra a discriminação, que ele tem o dever de desenvolver políticas afirmativas que revertam o quadro histórico de aniquilamento de direitos dos negros e das mulheres. Quando você enxuga a máquina aparentemente trazendo ou diluindo essa políticas dentro de outro ministério, acho que perde muito o País com isso. Além do que do ponto de vista funcional, eu acho um equívoco. Fui ministro da Justiça por cinco anos e o Ministério da Justiça do Brasil reúne competências que em outros países são geridas por dois ou três ministérios. Em geral, você tem nos outros países um ministro da Segurança Pública e outro que cuida da Justiça. No Brasil, tem o ministério da Justiça, como eu costumava dizer, indo da toga a tanga. Ele cuida da relação com o Judiciário, dos estrangeiros, ele cuida do direito do consumidor, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do sistema penitenciário, dos índios. Era uma situação quase ingerenciável para um ministro. É enlouquecedor um ministério com essas características. Agora se dentro desse ministério era política para os negros, mulheres e direitos humanos, das duas uma, ou o ministro ficará completamente louca tentando dar atenção a tudo ou não dará a algumas coisas. Ou priorizará, por exemplo, a segurança pública e esquecerá o resto. Isto é o que eu acho que será a tendência. E isso é uma derrota histórica para um Estado que estava comprometido com direitos humanos, mulheres, direito dos negros. Acho que essa decisão é desastrosa não só do ponto de vista simbólico, como da impossibilidade do ministro atuar em todas essas frentes.

No Congresso, os parlamentares falam que o fim do golpe virá com a condenação tornando inelegível o ex-presidente Lula. O senhor tem a mesma percepção?

Acho que há muitos setores da política brasileira que querem afastar a possibilidade do presidente Lula ser candidato em 2018. Ou seja, eles sabem que Lula é um candidato fortíssimo. Apesar de todo esse bombardeio que tivemos esses dias em relação a pessoa dele, ele está nas pesquisas em posição privilegiada em relação a líderes oposicionistas. Há todo um desejo político de afastar Lula da política. Eu espero que o poder Judiciário brasileiros não se contaminem com essa posição a Lula e que a investigação seja feita de maneira justa e equilibrada, com direito a defesa assegurado. Pessoalmente, eu confio que o presidente Lula mostrará aos olhos do País que não existem acusações que ele não possa responder e justificar. Mas eu espero que essa ansiedade política não contamine nossas instituições.

Se o afastamento do presidente da Câmara tivesse ocorrido antes talvez o processo não tivesse chegado até aqui. Veio a tarde a decisão do STF?

Achei uma decisão absolutamente correta, pena que demorou tanto. Ou como disse a presidente, antes tarde do que nunca.

O modelo de governo de coalizão acabou?

Ou nós mudamos o sistema político do País ou teremos crises permanentes. Me lembro que em 2010, antes de ser da coordenação da campanha da Dilma, eu desisti de disputa para deputado federal, eu estava há 8 anos deputado, tinha uma eleição até tranquila, desisti fazendo uma carta em que dizia que neste sistema eu não quero mais disputar eleição. Ele gera ingovernabilidade, gera corrupção, gera situações inaceitáveis do ponto de vista do que o País precisa, e o risco de quem disputa. Amanhã ou depois você acaba sendo acusado de uma coisa que nem sabia. Recebeu dinheiro de empreiteira tal e é desviado. E eu lá sabia como era isso? Já falei isso naquela época. eu vou ser culpado até provem o contrário, não quero participar disso. Fiz uma carta e disse que não queria mais disputar as eleições enquanto o sistema fosse esse. Ou muda o sistema político ou o Brasil continuará patinando com crise, ainda mais com a flexibilização da ideia de impeachment, não vai ter governo que sobreviva. Não fez a vontade do Congresso, então tira o presidente."

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sábado, 2 de abril de 2016

Exclusiva: “Na Comissão do Impeachment, zero manipulação”, diz Rosso

Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - "A apenas 3 dias de receber a defesa da presidenta Dilma Rousseff sobre o processo de impeachment que corre na Câmara dos Deputados a uma velocidade incomum em comparação a tramitações corriqueiras da Casa, o presidente da comissão que conduz a análise sobre o pedido, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), mantém o semblante e o tom de voz serenos, apesar do clima hostil entre os parlamentares do colegiado, que chega a agressões verbais.


Para ele, que, em seu primeiro mandato como deputado federal, assumiu o comando de uma das discussões mais acaloradas dos últimos anos da história política do país, esta tem sido a receita usada para conduzir os trabalhos “no limite da lei”. Advogado por formação e especialista em direito tributário, Rosso, que foi eleito pelo voto de 62 dos 65 titulares do colegiado, garante que continua imparcial diante do impedimento e está debruçado há 15 dias sobre os argumentos que culminaram no início do processo de impeachment.

A cautela com que conduz o processo o levou inclusive a conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a reuniões frequentes com os mais de 10 consultores de orçamento e legislação da Câmara, além de assessores de seu partido e do gabinete.

O parlamentar está confiante de que conduz o processo da melhor forma possível, seguindo o Regimento Interno e a Constituição, para evitar qualquer judicialização e questionamentos sobre as atividades da comissão. Não esconde um olhar de indignação quando questionado sobre seu alinhamento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oficialmente declarado crítico do governo Dilma. Assegura que os boatos são “especulações e maldades” e afirma que a comissão é especialíssima e independente.

Conciliador

Nesta entrevista à Agência Brasil, Rosso atribuiu a sua eleição para o comando da comissão ao seu perfil conciliador. Enquanto continua analisando documentos e argumentos das mais de 5 mil páginas do pedido de impeachment, ele afirma que, mesmo sem votar, vai declarar sua posição sobre o processo depois de analisar a defesa de Dilma e o relatório de Jovair Arantes, com calma. O parlamentar assegura que está formando sua convicção baseando-se “absolutamente” na Constituição. Sabe que tem nas mãos o comando de um colegiado que tem uma das decisões mais importantes a tomar e que serve como termômetro para o resultado final do julgamento da Câmara, mas não se arrisca a um palpite sobre placares. Afirma, inclusive, que não tem nenhuma curiosidade prévia. Rosso evita glamourizar seu papel, afirma-se simples e diz que, além da pouca vaidade, é católico e que sua compreensão sobre o ser humano é o que o ajuda a conduzir os debates com tranquilidade. Ele também tem tentado manter sua vida particular preservada, com atividades físicas e o convívio familiar.

Sobre o futuro político do país, Rosso, que evita qualquer “futurologia”, defende que os atores envolvidos no processo se empenhem em uma repactuação para a sanidade social e das instituições. Leia abaixo a entrevista do parlamentar.

Agência Brasil – Muitos têm dito que o senhor é alinhado ao pensamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que é publicamente contrário ao governo Dilma. O senhor acha que isso pode influenciar na sua credibilidade à frente da comissão?

Rogério Rosso - É bom registrar que, antes de entrar aqui [na Câmara dos Deputados], no ano passado, eu não conhecia o deputado Eduardo Cunha. O PSD foi o primeiro partido a se posicionar pela candidatura do Arlindo Chinaglia (PT-SP) [para a presidência da Câmara] e nós não participamos da chapa que elegeu Eduardo Cunha. Como líder, eu tenho obrigação de manter uma boa relação institucional com o presidente da Casa, representando a bancada, uma vez que é muito importante para o desenvolvimento pleno das atividades de cada parlamentar aqui. Se manter uma boa relação institucional é estar próximo, então estou próximo. Mais do que isso é pura especulação e maldade.

Agência Brasil - Mas há alinhamento de posições com Cunha em relação ao impeachment? Pelo posicionamento do PSD também?

Rosso – Rogério Rosso nunca se manifestou a respeito do impeachment por um único motivo: todos têm direito à ampla defesa, ao contraditório, à presunção da inocência. Eu só posso me manifestar, até por formação profissional, após ter elementos que me façam ter convicção. Até por isto, no comando da comissão, tenho tentado ser o mais imparcial possível. Ele [Cunha] admitiu preliminarmente a denúncia e, por isso, foi montada uma comissão. Eu estou imparcial desde o primeiro momento.

Agência Brasil - Na última quarta-feira [ dia 30], um acordo de líderes garantiria 30 minutos de depoimento para os juristas autores do pedido de impeachment seguido pelo tempo de perguntas do relator e dos 65 titulares da comissão. Como era uma audiência pública, esperava-se que não fosse interrompida pela abertura da Ordem do Dia no plenário, mas o senhor decidiu encerrar, desagradando parlamentares, principalmente da base governista, que queriam fazer perguntas aos advogados. Cunha manipulou?

Rosso – Na comissão do impeachment, zero manipulação. É uma comissão especialíssima, completamente independente. De manhã [no mesmo dia], fizemos uma reunião com líderes no gabinete do deputado relator Jovair Arantes [PTB-GO] para tentar maximizar o tempo dos convidados. Colocaram que se, por ser audiência pública, era possível [continuar mesmo com a Ordem do Dia em andamento]. Entretanto, esta informação, que sempre foi colocada de boa fé por todos, não é bem assim, porque o parágrafo 1o, do artigo 46 [do Regimento Interno da Câmara] impede o funcionamento de qualquer atividade de comissão quando a Ordem do Dia é aberta.

Agência Brasil – Mas, em todas as comissões, a prática é diferente. Só encerram ou suspendem quando a comissão está deliberando sobre questões, requerimentos ou matérias.

Rosso – Qual é a prática da Casa com impeachment? A comissão do impeachment é uma comissão especial. Não é um processo administrativo. A comissão lida com a admissibilidade da denúncia. O limite é a lei, na medida que eu ultrapassar o limite estou deixando uma insegurança no processo. Com toda a tranquilidade, para preservar a segurança jurídica dos trabalhos, encerrei porque, de fato, foram feitas várias questões de ordem nos últimos anos sobre isto. Não teria como não tomar a decisão que tomei sob o risco de anular a sessão. Nesta audiência pública, inclusive, eu tomei uma decisão importante sobre questão de ordem, portanto, eu deliberei. Se, funcionando em paralelo, qualquer deputado apresentasse questão de ordem, a decisão [relativa à questão de ordem] teria que ser cancelada. Tenho a impressão que não teria tomado a decisão correta [se  não tivesse encerrado a reunião].

Agência Brasil – Por que decidiu manter sessões quase diariamente, enquanto no julgamento do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, neste prazo de dez sessões do plenário da Casa, para contagem do prazo de defesa para a representada, não houve nenhuma reunião?

Rosso - Não imagina a cautela que temos que ter. Cada reunião dessa são várias questões de ordem, várias discussões, mas fizemos o que julgo mais importante que foi convidar técnicos e juristas para esclarecimento das denúncias. Tenho certeza que, nestes últimos dois dias, com denunciantes e, ontem, com o ministro Nelson Barbosa [Fazenda] e o professor de direito tributário [Ricardo Lodi Ribeiro], os deputados saíram com muito mais informações.

Agência Brasil – O senhor acredita em novos convencimentos?

Rosso – Depende de cada parlamentar. Por isso, o Supremo [Tribunal Federal] foi cristalino ao decidir que compete à Câmara a admissibilidade e ao Senado, o julgamento. E, na admissibilidade, é importante que se faça esclarecimento da denúncia. Não pode se fazer provas, mas pode-se fazer eventos para o esclarecimento da denúncia. Se isso contribuiu para a formação da convicção do parlamentar, depende de cada parlamentar. A impressão que eu tive, por depoimento de vários, é que o convicto já tem sua opinião, mas o indeciso vai aguardar agora a protocolização da defesa.

Agência Brasil – O senhor continua entre os indecisos? Como ficou sua opinião?

Rosso – Existe uma linha aqui que defende que eu só votaria em caso de empate, mas, independentemente disso, eu vou me posicionar - seja na comissão, seja no plenário -, de acordo com minha convicção. Nos últimos 10 ou 15 dias, tenho me dedicado a ler a denúncia e tem muitas questões complexas do ponto de vista da contabilidade pública do orçamento. Foi muito bom ter essas palestras, mas vou aguardar a defesa. A minha convicção está se formando em bases absolutamente constitucionais.

Agência Brasil – O ministro Nelson Barbosa limitou suas explicações às contas de 2015. O professor Lodi disse que crime de responsabilidade só recairia sobre a lei orçamentária e não poderia ser configurado crime por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isto ajudou a esclarecer as questões que o senhor definiu como complexas?

Rosso – Eu quero ler com muita serenidade a defesa da presidente e aguardar o parecer do relator. Mas, não é o presidente da comissão, mas o parlamentar Rogério Rosso que vai posicionar o voto. Vejo este caso como complexo, de interpretação legal importante e difícil. É por isso que prefiro me manifestar após a defesa. Ainda estou estudando.

Agência Brasil – É possível, pelo perfil dos candidatos, prever um placar tanto na comissão quanto no plenário?

Rosso – Muito difícil aplicar algum tipo de análise comportamental aliada à decisão do voto. Aqui é uma casa política, mas é claro que o relatório tem um viés que não desconsidera aspectos técnicos e jurídicos da questão. É possível fazer estimativa de acordo com a bancada, estado, bandeiras e tendências, mas é difícil arriscar qualquer placar. É um momento difícil e somente ali, na votação nominal, quando cada parlamentar for chamado, é que, de fato, saberemos.

Tem várias histórias de 1992, que não sabemos se são histórias com H ou com E, que parlamentares se posicionavam de uma forma e, naquele dia, mudaram seus votos. É impossível prever o resultado.
Agência Brasil – Todos estarão no dia da votação do relatório ou há algum sinal de tentativa de evitar que a reunião tenha quórum?

Rosso – Acredito que todos. Um ou outro ausente.

Agência Brasil – Filosofando na possibilidade do impeachment avançar no Senado, como deputado, qual seria a melhor saída para o país?

Rosso – A gente tem que cumprir a Constituição, que define que, nos dois primeiros anos, caso o presidente da República seja afastado, assume o vice-presidente. Entrado no terceiro ano do mandato, teríamos eleições indiretas. Em tese, se a presidente for impedida depois de julgada pelo Senado, o vice-presidente [Michel Temer] terá todas as prerrogativas constitucionais, mas, qualquer que seja o desfecho, o país vai precisar se repactuar, a presidente Dilma ficando, ou Temer assumindo, ou convocando novas eleições.

Agência Brasil – O que seria esta repactuação?

Rosso – Os embates políticos jamais deixarão de existir até porque vivemos, felizmente, em um regime democrático. Mas estamos perdendo, a cada dia, espaço da atividade econômica interna e força exportadora. Nossa pauta de exportações hoje está resumida a minério e alimento, o que é louvável, mas um país que quer estar inserido num sistema global de economia forte, precisa ter manufaturados fortes, indústria forte, conhecimento aplicado à tecnologia, universidades altivas. O país está parado aguardando um desfecho de uma crise política. Esta repactuação terá que acontecer entre partidos de esquerda, direita ou de centro. Senão, além de não sair da crise econômica, vamos agravar. As crises são tão caras que é muito grave desperdiçá-las. Me preocupa quando um líder faz discurso para dividir o país. Não podemos continuar com uma pauta política negativa porque alimenta fortemente a econômica.

Agência Brasil – Esta pauta política negativa também tem afetado as instituições e a sociedade. Como esta repactuação atingiria essas esferas?

Rosso – Dada a crise econômica, temos que enfrentar estas duas outras crises: institucional e social, que são as mais importantes a se evitar neste momento. O início de uma crise institucional é o início de uma crise no abalo da democracia. O início de uma crise social é o início de um estabelecimento de perigo. A gente tem que evitar a qualquer custo e não vejo como evitar senão através de uma repactuação.

Agência Brasil – O senhor quer deixar esta comissão com que marca?

Rosso – A mensagem é de uma comissão formada num momento de muita intolerância, que termine como uma comissão da tolerância. Num momento de muita antecipação de julgamentos, ser uma comissão mais correta possível do ponto de vista jurídico. Uma comissão onde os ânimos estão muito acirrados, mas de respeitabilidade forte. E uma comissão que não teve medo, receio ou preguiça de se reunir todos os dias, sejam reuniões ordinárias, internas ou em finais de semana. No impeachment de 1992, não tinha tantas controvérsias. Era quase uma linha única. Nesta veio uma denúncia formulada por cidadãos diferentemente do conjunto de provas de CPIs [comissões parlamentares de inquérito]. Se eu não fizesse os quatro depoimentos de agora eu estaria muito, mas muito infeliz."

Edição: Lana Cristina
 
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Dez impactos imediatos causados por uma mentira difundida na rede

Por Sakamoto, em seu blog - "Um jornal impresso de Minas Gerais estampou em sua manchete de capa uma foto minha e uma declaração atribuída a mim – mas que nunca dei – de que “aposentados são inúteis à sociedade''. Dentro, uma entrevista – que também nunca concedi – com várias barbaridades contra os aposentados que eu nunca falaria. Ao que tudo indica, alguém pegou um post meu do ano passado, inverteu o sinal de tudo e o transformou em entrevista.

O que acontece no período entre uma difamação ser lançada na rede e o jornal, no caso o “Edição do Brasil'', soltar uma nota informando que a entrevista era falsa?

Desta vez, tive a curiosidade de registrar passo a passo o que acontece. Agora trago um grande passeio pela natureza humana na web. Isso pode ser útil quando disserem a vocês algo do tipo: “Ah, relaxa, é só a internet! Não dá em nada.''


1) Pessoas que não conhecem as ideias deste autor começam a compartilhar o texto, indignadas.

2) Mensagens espumando de raiva chegam até mim. Muitas de aposentados. As mais leves, desejam muita dor e sofrimento.

Como a de Durval Alves Correia Alves, do Rio de Janeiro (RJ): “Seu verme. Deveria ter vergonha do seu pai e da sua mãe que os colocou no mundo. Deveria ter a sensibilidade de saber que o idoso contribui muito mais do que você como jornalista. Acredito que você deverá morrer antes dos seus 40 anos, senão de alguma doença incurável ou de tiro. Toma vergonha na puta da sua cara e vê se faz alguma coisa de bom para aqueles que precisam de pessoas de dignidade. Seja homem e não um marginal. Cuidado com as merdas que fala, você é um ser mortal… Não se esqueças disso seu filho da puta, pela saco, inútil é você. Me processa.'' Não costumo dar nomes, mas a postagem dele foi aberta.

3) As conhecidas redes de ódio e intolerância, mesmo sabendo que aquilo não condiz com o pensamento deste autor, se apropriam do conteúdo e começam a dispara-lo como se não houvesse amanhã. Surge o primeiro “esse desgraçado é vendido para o governo federal'', afirmando que me pagam para falar mal de aposentados. Evitam dizer que sou crítico ao governo Dilma e às mudanças na Previdência e na legislação trabalhista que ela namora. Surgem os memes, que alimentam as hordas do Fla-Flu político nacional que, de forma leviana, reduzem todos que são de esquerda a um partido político.


4) Alguém relaciona a entrevista falsa ao nazismo e diz que o nazismo e o socialismo são a mesma coisa. E que ser de esquerda significa querer acabar com os mais velhos. “Nazista é gente boa perto desse animal'', é um exemplo desses elogios. Alguém sugere a hashtag #Heil_Sakamoto.

5) Chegam as ameaças de morte.

Como a de Jullio Cavalcante Fortes, de Rio Branco (AC): “Este filho da puta, desgraçado, deve ser caçado e morto a faca. Vou distribuir este escarnio para todo o Brasil. E vamos aguardar no que vai dar. Gostaria muito de enfiar 5 balas 1.40 no meio da testa deste filho da puta para ele nunca mais falar mau dos idosos. Desgraçado (sic)''. A mensagem foi pública, por isso publico aqui.

6) Dou uma explicação simpática no Facebook, dizendo que nunca disse aquilo e aponto para o texto que escrevi defendendo o aumento do salário e que foi desvirtuado por ignorância ou má fé. Há pessoas que não acreditam (“se está se justificando é porque fez'') e outras simplesmente ignoram o claro sentido do texto e continuam me xingando.

7) Leitores frequentes do blog, que concordam com ele ou não, tentam convencer os amigos na rede de que aquilo não faz sentido e a acusação é falsa. Mostram o texto original de onde foi inspirada a falsa entrevista, explicam a distorção de tudo. Parte dos amigos dos leitores, em fúria, ignoram as explicações, dizem que nada disso importa. O que importa é que ele é de esquerda. E se é de “esquerda'' pode até não ter tido culpa nisso, mas alguma culpa ele tem. E, seguindo a lógica do linchamento (se a turba está contra ele é porque é o culpado), sentam o pau.

8) O primeiro colega jornalista entra em contato para repercutir a matéria. O texto atinge, em pouco tempo, cerca de 15 mil compartilhamentos.

9) O próprio jornal reconhece que não dei a entrevista a eles. Alega que ela foi respondida por uma pessoa que se fez passar por uma assessora minha para prejudicar a mim e ao jornal (justificativa que eles deram em nota que substituiu a entrevista falsa). Claro, nunca me ligaram para checar qualquer informação antes de colocá-la na capa.

10) Mas não importa mais, não depende mais do jornal. As redes de ódio ignoram e continuam divulgando o conteúdo original. Como um desmentido não é lido com a mesma voracidade que uma acusação, e como as pessoas só leem título e foto na internet antes de comentar, a porrada continua. Na verdade, o conteúdo não mais importa, nem o desmentido, nem a informação. Passo a ser obrigado a provar de que não falei aquilo e não o contrário. É raiva, apenas raiva que flui.

Tomarei as medidas judiciais cabíveis. Mas o próximo passo, eu já conheço: ser xingado no supermercado ou ser vítima de agressões e cusparadas na rua, como já aconteceu comigo quando circularam outras difamações no ano passado. Esses casos têm cauda longa, duram meses e anos, arrastando-se pela internet e sobrevivendo de incautos e ignorantes. É conteúdo que ficará circulando para ser capturado por grupos que promovem o ódio, saindo da rede e sendo transportados por pessoas sem discernimento que, no limite, fazem Justiça com as próprias mãos.

Tudo isso para me lamentar da vida? Não, longe disso. Quem atua na área de direitos humanos sabe que isso pode acontecer.

Isso é para lembrar que você ganha um pontinho no céu e um bebê panda sorri na China toda vez que você checar uma informação antes de compartilha-la em redes sociais. Então, não faça isso por mim ou pela verdade dos fatos. Faça pela sua alma. E pela alegria dos pandas."

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domingo, 19 de julho de 2015

‘Para governar é preciso se aproveitar dos vícios dos homens, e não de suas virtudes’


Por Camila Nogueira (*), para o DCM – “Napoleão Bonaparte, o novo convidado ilustre de nossas “Conversas com Celebridades Mortas”, foi visto, de acordo com uma de suas biógrafas, Evangeline Bruce, alternadamente como o filho da Revolução, o pregador de uma Europa unificada ou o ditador expansionista arquetípico. As frases contidas no texto foram tiradas, em sua grande maioria, das Memórias que escreveu na Ilha de Santa Helena.”




Imperador Bonaparte, é um prazer falar com o senhor. Sua fama é impressionante – grande homem, estrategista hábil, exímio general. O senhor com certeza se orgulha disso.

Fico bastante satisfeito, considerando no entanto que a história não passa de um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo. De qualquer modo, minha cara, devo dizer que me orgulho. É melhor não ter nascido do que viver sem glória. Devo expressar meu agradecimento ao povo francês, tendo em vista que a altura de um soberano depende da altura de seu povo.

No início de sua ascensão política, sua pretensão já era se tornar Imperador?

No início da minha ascensão, durante o Consulado, meus amigos verdadeiros e partidários entusiastas perguntavam-me frequentemente, com a melhor das intenções e como um guia para as suas próprias condutas, o que eu pretendia fazer futuramente e para qual ponto me dirigia. Sempre respondi que não sabia. E isso era verdade. Eu não era o mestre de minha própria ação. Jamais fui estúpido o suficiente para tentar ajustar os eventos em conformidade ao meu sistema. Ao contrário, moldei meu sistema de acordo com a sucessão imprevista de eventos. Não tenho força de vontade. Quanto mais grandioso o homem, menor é a força de vontade da qual ele precisa; ele é governado pelos eventos e circunstâncias.

Seu principal objetivo era conquistar a Europa, não é mesmo?

Prefiro que digam que meu principal objetivo era unificar a Europa. Resumidamente – Um código civil pan-europeu; um sistema judiciário pan-europeu; moeda corrente… Toda a população da Europa se tornaria parte de uma mesma família e todos os homens, ao viajarem para o exterior, se sentiriam em casa.

Como eu já disse, o senhor foi um estrategista e general consagrado, tão forte que foi preciso quase que da Europa inteira para destruí-lo. O senhor aprendeu algo de valor nas inúmeras batalhas que lutou?

A guerra é uma arte estranha: eu lutei em sessenta batalhas importantes e não aprendi nada além do que já sabia inicialmente.

Por exemplo…

Há quatro pontos principais. O primeiro é que, para fazer uma guerra, são necessárias três coisas: Dinheiro, dinheiro e dinheiro. Depois, nunca interrompa um inimigo quando ele estiver cometendo um erro. Outra coisa é que nada é mais difícil – portanto nada é mais precioso – do que saber decidir. Por fim, a habilidade é de pouca importância quando não se tem a oportunidade.

O senhor poderia explicar o último item, por obséquio?

É claro. Eu fui, como a senhorita mesma disse, um grande general. E, como tal, percebi que existem apenas duas espécies de plano de batalha: os bons e os maus. Os bons falham quase sempre, devido a circunstâncias imprevistas que muitas vezes fazem com que os maus sejam bem-sucedidos. É por isso que não é sempre que a habilidade ganha uma guerra.

Quais são, meu caro senhor, as qualidades necessárias para formar um general de primeira linha?

É igualmente difícil e raro encontrar uma combinação de todas as qualidades que formam um grande general. A combinação mais desejável é o equilíbrio entre estas qualidades: Inteligência, talento, caráter e valentia.

E o senhor possuía todas essas qualidades.

Foi um grande mérito da minha parte. [sorri, lisonjeado]

Elas o ajudaram a se tornar Imperador, não é mesmo?

Naturalmente. Um líder é um negociante de esperanças. Eu dei esperança ao povo francês e fui aclamado como líder. Depois da Revolução, a França precisava de paz. Mas a paz é uma palavra vazia de sentido – o que precisávamos era de uma paz gloriosa.

É claro…

A verdade é que, para governar, é necessário se aproveitar dos vícios dos homens, não de suas virtudes. A multidão procura o líder não apenas pela causa a qual este serve, mas por causa de sua influência – e o líder vai recebê-los por vaidade ou necessidade.

Isso é bom ou ruim?

Para o líder? Não sei dizer. A verdade é que do sublime ao ridículo não há mais do que um passo. A população que o aclamou pode desejar linchá-lo dentro de alguns meses. A glória é fugaz, mas a obscuridade dura para sempre.

Por curiosidade, Imperador, quais foram suas preferências literárias?

Meu romance favorito é Paulo e Virgínia, de Bernardin de St. Pierre. Acima de mais nada, li Jean-Jacques Rousseau. Antes de completar dezesseis anos, eu teria lutado até a morte por ele.

E depois dos dezesseis?

Passei a desprezá-lo. Afinal, ele ajudou a criar a Revolução.

Então sem Rousseau o senhor não teria feito o que fez.

Também não está claro se foi bom para a França que eu tenha nascido.

Hmmm… Mudando de assunto, o senhor nunca foi muito fã da imprensa, não é?

Três jornais me assustam mais do que cem baionetas. Tenho um lema muito útil a respeito disso: Você não argumenta com intelectuais. Você os fuzila.

Doce lema. Muito bem, vamos finalizar. Eu o parabenizo, Imperador, por todos os seus feitos políticos, culturais etc.

Muito obrigado. Acho que mereço e ao mesmo tempo não mereço esse seu elogio. Para falar a verdade, Alexandre, César, Carlos Magno e eu fundamos Impérios grandiosos. Mas à base do que o fizemos? Em que base repousou a criação de nossos gênios? A partir da força. Cristo fundou o seu Império a partir do amor – e até hoje milhões de homens morreriam por ele. Isso é porque existem duas forças nesse mundo: O espírito e a espada. Mas no final o espírito sempre supera a espada.

O senhor mencionou Jesus Cristo; o senhor era cristão?

Não, não. Seu eu tivesse que escolher alguma religião para seguir, o Sol como fonte de vida universal seria o meu Deus. Mas, embora eu jamais tenha abraçado o cristianismo, aprecio muito a Bíblia.

Por que?

Porque ela não é um livro qualquer, e sim uma criatura viva com um poder que conquista tudo que se opõe a ela. Que felicidade a Bíblia proporciona àqueles que nela acreditam! Que belas e admiráveis maravilhas admiram aqueles que sobre ela refletem!

Algo a acrescentar, Imperador?


De modo geral, eu diria que uma sociedade sem religião é como um navio sem bússula. Eu mesmo já pensei em fundar uma nova religião – mas, para isso, é necessário morrer e ressuscitar algum tempo depois. Eu não desejava morrer e sabia muito bem que não ressuscitaria, de modo que é preferível deixar o martírio a Cristo.

Fonte: DCM


(*) Camila Nogueira [DCM], nossa correspondente de literatura, tem a impressionante capacidade de ler romances de 600 páginas em dois dias -- e depois citar frases inteiras da obra. Com apenas 18 anos, ela já leu as obras completas dos maiores mestres da literatura - como Balzac, Dumas, Fitzgerald e Dickens. 

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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Entrevista de Jô Soares com Dilma Rousseff causa furor nas redes sociais

Na última sexta-feira (12), a presidente da República Dilma Rousseff recebeu no Palácio da Alvorada o apresentador Jô Soares para uma entrevista que durou mais ou menos uns 70 minutos. Acontece, que pelo clima de amenidade com o qual foi conduzida a entrevista Jô foi atacado na internet através das redes sociais. Causou até mal estar na TV Globo, onde o humorista e também escritor, mantém o seu talk show diário. No Facebook, até um grupo de maçons ironizou o apresentador. Na rede Twitter, a conversa com a presidente esteve entre os assuntos mais comentados.
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sábado, 13 de junho de 2015

Governo: Dilma defende continuação da política de distribuição de renda no Programa do Jô

Jornal do Brasil – "A presidente Dilma Rousseff destacou que sua promessa de campanha foi fazer o Brasil crescer, continuar a política de distribuição de renda e investimento em infraestrutura. A mandatária foi entrevistada pelo Programa do Jô na tarde desta sexta-feira (12), no Palácio da Alvorada, em Brasília. A conversa foi veiculada na madrugada. Jô iniciou a entrevista  lembrando fatos da vida política da presidente, especificamente curiosidades da época em que esteve presa. Ainda no primeiro bloco, Dilma falou sobre as críticas da oposição em relação às promessas de campanha e comentou a fama de ser "pavio curto". A presidente falou ainda sobre aumento no preço dos alimentos, saúde, casa própria, legado e seus 39 ministérios.

"Eu comecei a ter uma reputação de petista fanático, porque eu saí em sua defesa no Programa Meninas do Jô, quando começou aquela onda absurda, louca, de 'Fora, Dilma!', "Fora, Dilma!', devo dizer que você estava em boa companhia porque também teve 'Fora, Lula!', 'Fora, Fernando Henrique!' e 'Fora, Fora', de uma maneira geral, porque a pessoa não acredita muito que na democracia, quando a pessoa é eleita, tem que se respeitar o voto. Então eu saí em sua defesa, não que você precisasse, mas tem certas coisas que eu fico indignado", disse Jô na abertura do programa.

Questionada sobre críticas da oposição de que não teria cumprido suas promessas de campanha, Dilma declarou: "Como eu estou no quarto, no quinto já, já tenho o quinto completo, estou entrando no sexto mês de mandato, é muito difícil dizer que não cumpri minhas promessas de campanha, eu tenho um mandato para cumpri-las." As promessas completou, foram de fazer o Brasil crescer e continuar a política de distribuição de renda e investimento em infraestrutura.

Dilma também defendeu a importância dos ajustes fiscais, para que o país volte a crescer e saia desta situação "momentaneamente difícil". "Nós precisamos de fazer ajustes fiscais, porque o mundo está no sétimo ano da crise, se olhar, nem Estados Unidos, nem Europa, muito menos a China saíram da crise."
"Eu fico bastante agoniada (com a inflação), eu acho que é das coisas que mais me preocupam", disse Dilma. "Eu sei que é passageiro, mas eu sei também que, mesmo sendo passageiro como é que, afeta o dia a dia das pessoas."

"Fico preocupada porque eu acho que nós vamos ter que fazer um imenso esforço. E quero te dizer o seguinte: nós vamos fazer o possível e o impossível para o Brasil voltar a ter uma inflação bem estável, dentro da meta", continuou. "Nós estamos esperando que melhore até o final do ano. A gente não pode chegar aqui e jurar, depende de coisas que também nós não controlamos."

Ao ser questionada sobre a saúde, a mandatária ressaltou que o país deixou de ter a arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) durante o governo Lula, e o tributo destinava R$ 40 bilhões por ano ao setor. Saúde "custa caro" e são necessários recursos para a área, disse.

Sobre a criação de um imposto sobre grandes fortunas, medida defendida pelo seu partido, a presidente disse que "é uma ideia que precisa ser avaliada, como todas boas ideais."

Em relação à situação da Petrobras, comentou que as pessoas que estavam em postos de comando em 2011 não eram de sua confiança. "Não eram pessoas da minha confiança. Quando você sobe ao governo, você coloca pessoas da sua confiança. Bom, a Petrobras não é um barquinho que você vira rapidamente, então passou um ano e eu troquei a diretoria toda e coloquei uma diretoria da minha confiança."

Dilma salientou que a publicação do balanço auditado, comemorado pelo mercado e por especialistas, ajudou a estatal a virar a página.

É a segunda entrevista de Dilma ao apresentador. Ela participou do programa em 2008, como ministra da Casa Civil. Em meados de maio deste ano, ela recebeu uma visita de Jô Soares, e prometeu ir ao programa. 

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Entrevista na íntegra:



Fonte: Jornal do Brasil
Canal do YouTube: Canal Um
Imagem: reprodução/JB/Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

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terça-feira, 2 de junho de 2015

Azenha: o fio da meada na corrupção do futebol brasileiro

O jornalista Luiz Carlos Azenha, um dos autores do livro "O lado Sujo do Futebol", que conta como João Havelange e Ricardo Teixeira entregaram o futebol brasileiro às grandes corporações do ramo e obtiveram grandes lucros com o negócio, concedeu uma importante entrevista à TV Afiada. Azenha, atualmente contratado da Rede Record trabalhou em várias emissora do país, como Globo, SBT e Manchete, revela o foi da meada da corrupção que envolve o futebol brasileiro e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e seus dirigentes.
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terça-feira, 5 de maio de 2015

João Santana ensina governo a responder a mídia


- “A resposta de João Santana esmagou brilhantemente as acusações absurdas de um setor da PF que foi tomado pelo mais absoluto partidarismo.
O ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardozo, perdeu completamente o controle sobre a instituição, e isso é deveras perigoso.
Santana esmagou a mídia também.
E deu uma lição ao governo e ao PT.
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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Principais dúvidas sobre aposentadoria

Pense no futuro. A melhor hora de pensar em aposentadoria é na juventude. Não pense que ela está muito longe, pois quando menos se espera ela está batendo à sua porta. A verdade é que com o imediatismo imposto pela vida moderna estamos nos acostumamos a pensar a curto prazo. E estamos nos tornando negligentes com relação ao futuro, também nesta questão.
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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Graça, no JN, é equilibrada e séria. O problema é que não há equilíbrio mais…

Fernando Brito, no Tijolaço

 - Em qualquer parte do mundo civilizado, acusação, para ser levada a sério, tem dois requisitos: lógica e provas. Na entrevista que deu ontem ao Jornal Nacional, na falta de provas – que não foram e não são apresentadas – Graça Foster tentou mostrar a falta de lógica das acusações da ex-gerente Venina Velosa da Fonseca, de que a presidente da empresa sabia dos esquemas de corrupção de Paulo Roberto Costa, seu chefe por quase uma década.
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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Aécio e a cocaína no Roda Viva

Por Paulo Nogueira*, no DCM 03 jun 2014 - 

Aécio tem um problema.
Mesmo num ambiente superprotegido como foi o Roda Viva ontem, a questão da cocaína o assombrou.
O editor da Piauí, Fernando Barros e Silva, fez a pergunta fatal. O desconforto jorrou em golfadas de Aécio. 

Aperto mesmo num ambiente protegido
Me ocorreu a reação histórica de FHC quando, como candidato a prefeito de São Paulo, ouviu de Boris Casoy num debate pela tevê o seguinte: “O senhor acredita em Deus?”
Naquela época, FHC não acreditava.
 
“Mas Boris: nós tínhamos combinado antes que você não faria essa pergunta”, respondeu ele.
Fernando Barros – o único dos entrevistadores que fez ontem algo parecido com jornalismo – perguntou.
 
A resposta de Aécio – disse, perturbado e irritado, que nunca usou cocaína – não foi a mais convincente que ele deu na vida, com certeza.
 
Aécio, numa demonstração de que Minas não o acostumou a lidar com perguntas embaraçosas de jornalistas, acusou Fernando Barros de já ter candidato.
Depois, ele confiou na desinformação das pessoas. Afirmou que os elos que o unem à cocaína são fruto do “submundo” da internet.
 
Temos aí uma visão ampla do “submundo da internet”, então. Incluí o Mineirão lotado. Em 2008, num amistoso da seleção contra a Argentina, a torcida gritou: “Ei Maradona, vai se fxxx, o Aécio cheira mais do que você.”
 
Pausa para rir.
 
Bem, o editor da Piauí fez menção ao coro do Mineirão.
 
Serra também teria que ser incluído no “submundo da internet”. Um jornalista ligado a Serra publicou no Estadão, quando este e Aécio disputavam a indicação do PSDB para a eleição presidencial de 2010, um artigo cujo título era: “Pó pará, governador.” (Aécio era governador de Minas.)

Serra, pelas costas de Aécio, sempre trouxe a cocaína à cena para boicotá-lo em disputas internas tucanas.
 
Barros lembrou um artigo de Serra que, do nada, quando mais uma vez se avizinhava uma competição entre ele e Aécio pela nomeação à eleição presidencial, anunciava logo na primeira frase que o “consumo de cocaína” seria debatido no Brasil.
 
Aécio claramente não está preparado para discutir a cocaína. Ele parece não ter feito nenhum treinamento com especialistas para se safar deste tipo de pergunta. Ou, se fez, o treinamento foi inútil, pelo menos a julgar por ontem.
 
Houve momentos cômicos no Roda Viva. Num deles, Aécio falou, como um Catão, do “aparelhamento do Estado” pelo PT. Isso numa emissora pública, bancada pelo contribuinte paulista e completamente aparelhada pelo PSDB de Aécio. Até um tuiteiro recrutado ontem pelo Roda Viva para cobrir a entrevista no Twitter era, conforme alguém descobriu na internet, militante tucano.
 
Aécio, desde o início, era uma candidatura de alto risco para o PSDB pela fama de festeiro inveterado. Ou o partido subestimou o risco, ou simplesmente não tinha alternativa. Podia terminar em Serra, mais uma vez.
 
Para Aécio se livrar do assunto, a única solução é ele fazer um exame toxicológico. Mas, pelo menos até aqui, ele não mostrou nenhuma disposição para fazer isso.

*O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Via
http://carcara-ivab.blogspot.com.br/





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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Paulo Nogueira: Tuma Jr só não assassina reputação porque não tem credibilidade

Paulo Nogueira*-
"Romeu Tuma Jr, como era previsível, foi ao Roda Viva, hoje o programa mais reacionário da televisão brasileira. Se você quer aparecer no Roda Viva fale mal do PT. Suas chances imediatamente aparecerão.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Dona da Magazine Luiza em entrevista: "mídia só vê o copo do lado vazio" [vídeo]

A empresária Luiza Trajano, atual presidente da terceira maior rede de varejo do Brasil, a Magazine Luiza, em entrevista ao programa Manhattan Connection, da Globo News, desmontou a história da crise no varejo, da inadimplência, etc. Sem caras e bocas, de modo simples a empresária ainda passou um "sabão" no jornalista Diogo Mainardi, que tentou intimidá-la.
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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Prefeito de São Paulo concede entrevista a blogueiros e bancários [vídeo]

Na estreia do programa Contraponto, em  parceria com o sindicato dos bancários de São Paulo e blogueiros, o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, debateu sobre transporte público, manifestações de Junho e vários outros assuntos de interesse dos cidadãos.
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Projeto Tarifa Zero - uma entrevista para entender melhor o Movimento Passe Livre [vídeo]

O entrevistado é o engenheiro aposentado Lúcio Gregori, secretário de Transportes do município de São Paulo durante a gestão da prefeita Luiza Erundina, em 1989. Gregori, é o idealizador do projeto tarifa zero e tentou implantar o sistema gratuito de transporte público na capital paulista. A pressão foi enorme. A gestão de Erundina foi atacada de todas as formas pela mídia, por juristas conservadores e pelas empresas de ônibus.
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