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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Brasil precisa desenvolver uma plataforma pública para garantir uma internet livre, democrática e sem crimes. Por Jeferson Miola

Originalmente publicado por Jeferson Miola, em seu blog: Elon Musk, proprietário da plataforma "X", ex-Twitter, atacou a soberania nacional e a Suprema Corte do Brasil. Ele arrogantemente desobedeceu a ordem judicial de suspender as contas/perfis de extrema-direita que utilizam a plataforma para a prática de crimes. E, além disso, ainda pediu o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.

www.seuguara.com.br/Brasil/Internet livre/democrática/sem crimes/Jeferson Miola/
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Em abril de 2022, quando ofertou 43 bilhões de dólares para arrematar o Twitter, Musk disse que a plataforma deveria ser uma "arena para a liberdade de expressão". Na verdade, ele defendia a total liberalidade e a condescendência absoluta com o uso criminoso da plataforma pelas extremas-direitas fascistas e não-fascistas.

Musk é um bilionário ambicioso que se identifica com Donald Trump, Jair Bolsonaro e outros do gênero. Ele milita por um projeto fascista de poder e pela expansão dos seus negócios - a ponto de estar por trás do golpe de 2019 contra Evo Morales para se apossar das reservas de lítio da Bolívia, uma das maiores do mundo. 

www.seuguara.com.br/Elon Musk/proprietário da "X"/Twitter/

No mundo contemporâneo as plataformas, redes sociais e mídias digitais representam grandes ameaças à democracia, aos valores humanos, às sociedades nacionais e à própria humanidade.

Episódios traumáticos recentemente ocorridos no Brasil, como suicídios de jovens, incitação de hordas, linchamentos e destruição de reputações são consequências da ausência de auto-regulação e de regulamentação pública dessas tecnologias.


Está disponível uma ampla literatura que demonstra como a ultradireita se expande mundialmente por meio das redes sociais, mídias digitais e plataformas.

www.seuguara.com.br/Lula/Alexandre de Moraes/

E também está fartamente documentado como a exploração do sensacionalismo extremista motoriza o modelo de negócios das plataformas digitais, baseado no agenciamento de ressentimentos, ódios e rancores.


No livro "Como as guerras civis começam e como impedi-las", da editora Zahar, a escritora estadunidense Barbara W. Walters analisa o papel das redes sociais em golpes, conflitos siciais radicalizados e guerras civis que levam à destruição da democracia.

A autora, que é professora de assuntos internacionais da Universidade da Califórnia, EUA, constata que o retrocesso democrático "ocorre não só em lugares onde a democracia é novidade, mas também em países ricos, liberais, cujas democracias já forma consideradas sacrossantas".


Ela identifica um padrão universal: as redes e plataformas funcionam como "veículo que leva ao poder outsiders com impulsos autocráticos surfando uma onda de apoio popular". 

Na visão de Barbara Walters, há uma relação nítida de causa-efeito entre a queda global da democracia, "o advento da internet, a introdução de smartphones e o uso generalizado das redes sociais".


O Brasil é hoje reconhecido mundialmente como referência no enfrentamento da extrema-direita e do fascismo na esfera institucional-judicial.

É preciso, no entanto, se avançar mais nesta luta sem tréguas contra o fascismo. Para isso, a abordagem sobre a ameaça antidemocrática representada pelas plataformas digitais é um fator central, prioritário e estratégico para a sobrevivência da nossa debilitada democracia.


Há no debate mundial um consenso acerca da "necessidade democrática de se regulamentar e regular as redes sociais, que são a principal ameaça à democracia e mecanismo fértil de expansão da extrema-direita, dos fascismos e dos neofascismos" [aqui].

Nesse sentido, é urgente a necessidade de aprovação, pelo Congresso Nacional, do PL 2630/2020, que institui a Lei Brasileira de liberdade, responsabilidade e transparência na internet. A internet não pode continuar sendo um território do vale-tudo e da barbárie extremista.


Mas, além da prioridade de aprovação urgente do PL 2630/2020, o Brasil precisa dar um gigantesco passo adiante. É preciso superar esta realidade absurda e inaceitável, em que três ou quatro indivíduos de toda galáxia mantêm o controle privado sobre o quê nove bilhões de habitantes do planeta Terra deverão saber, ler e ouvir. E pio ainda: desde a perspectiva da contrarrevolução fascista e reacionária.


O Estado brasileiro dará esse passo adiante na proteção da democracia se desenvolver uma plataforma digital pública, não-estatal, controlada democraticamente pela sociedade civil e instituições da República, com o objetivo de garantir uma internet pública, livre, e sem crimes.

Sem isso, a soberania nacional continuará sendo atacada, o Judiciário desrespeitado e bilhões de recursos públicos e privados de propaganda e publicidade continuarão sendo transferidos para não mais que três ou quatro pústulas chamados de humanos que acumulam dinheiro de modo inescrupuloso destruindo a democracia em todo mundo.

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VIA


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quinta-feira, 14 de março de 2024

Quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas. Por Jeferson Miola

Por Jeferson Miola, em seu blog: Eduardo Galeano eternizou em sua preciosa obra a frase que conheceu num muro pichado na cidade de Quito, capital do Equador, que dizia: "quando tínhamos todas as respostas, nos mudaram as perguntas".

www.seuguara.com.br/Pergntas/respostas/Jeferson Miola/
 
É uma frase-síntese, que tem o poder de definir e dar significado a este momento de orfandade teórica que vivemos, em que não conseguimos entender e explicar esse período histórico perturbador, assombroso e suas conjunturas vertiginosas.


Estamos tateando no escuro e sem entender nosso tempo presente. Confrontamo-nos com realidades complexas e que são inteiramente novas para as atuais gerações não só no Brasil, mas de todas as partes do mundo.

Nos iludíamos, até há pouco tempo, que já tínhamos as respostas para todas as perguntas. Alguns, inclusive, devotos de certas tradições dogmáticas e deterministas, imaginavam possuir certezas absolutas em relação a tudo e ao porvir de um futuro glorioso para a humanidade. 


O problema, porém, é que "nos mudaram as perguntas", como avisou o autor [ou a autora] da pichação anônima em Quito, e então ficamos teoricamente e politicamente desequipados, e com enormes dificuldades para decifrar os enigmas do tempo presente. 

O reflorescimento dos fascismos no mundo contemporâneo conserva a característica genuína dos fascismos históricos: funciona como uma resposta do próprio capitalismo por meio de formas de gestão violentas e autoritárias da crise capitalista e da barbárie neoliberal neste estágio avançado de financeirização da economia.


A extrema-direita, seja ela fascista ou não-fascista, é a resposta do próprio capitalismo à crise do sistema deflagrada em 2008, e não uma alternativa a ela.

A governança extremista de direita das sociedades nacionais é, portanto, a resposta do próprio capitalismo para renovar e ampliar as taxas de acumulação e de reprodução do capital em moldes autoritários, desdemocratizantes e regressivos.


Este processo vem acompanhado de tremendos retrocessos dos valores universais e das conquistas civilizatórias, com o agravamento do racismo, da xenofobia, do messianismo fundamentalista, do obscurantismo [grifo deste blog] e de outras formas degradantes da miséria humana. 

No plano econômico, a extrema-direita responde com as receitas nefastas da austeridade, privatizações, Estado mínimo, exclusão social, necropolítica, teologia da prosperidade, meritocracia, empreendedorismo...


Figuras como Trump, Bolsonaro e Milei encarnam com excelência o espírito desses tempos. Magnetizam multidões ressentidas e encantam corações e mentes - a imensa maioria pessoas pobres atraídas pela demagogia salvacionista que promete acabar com o mal-estar de décadas de promessas neoliberais descumpridas.

Assim como nos fascismos históricos de Mussolini e Hitler, as ultradireitas contemporâneas também são fenômenos com grande adesão de massas. Bolsonaro conquistou 58 milhões de votos na eleição de 2022, votação parelha com a do Lula, o maior líder popular da atualidade.


Bolsonaro é a principal liderança carismática do extremismo brasileiro. Agora inelegível, ele já construiu perante o bolsonarismo a narrativa mítica do mártir perseguido pelo sistema e que será preso pela ditadura do STF com Lula.

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/bolsonarismo/

Seria imprudente supor que a prisão do Bolsonaro significará o derretimento do bolsonarismo. O bolsonarismo com Bolsonaro inelegível - ou com Bolsonaro preso - continuará potente e forte, tal como aconteceu com o lulopetismo, que não esmoreceu diante da tentativa de assassinato político do Lula e do PT pela gangue da Lava Jato.

É preciso recordar que mesmo ilegalmente preso e vitimado pelas violências dantescas do STF, como a proibição de conceder entrevistas no cárcere, na eleição de 2018 Lula conseguiu alavancar 47 milhões de votos para Fernando Haddad.


A pesquisa do instituto AtlasIntel [10/3] sobre a polarização no Brasil traz informações valiosas. A primeira delas, é de que quase 40% das pessoas [4 a cada 10] se posicionam politicamente em função das abordagens ideológicas - esquerda ou direita -, e escolhem candidatos apoiados por Lula [17,3%], ou por Bolsonaro [20,5%].

Outro dado da AtlasIntel: 32% se consideram bolsonaristas, contra 31,2% que se consideram petistas.


A pesquisa mostra, também, que é a primeira vez, em décadas, que algum outro partido, afora o PT, consegue obter dois dígitos de preferência junto ao eleitorado. Não há antecedentes disso, nem mesmo no auge da polarização PT-PSDB, quando o PT tinha mais de 20 pontos percentuais e o segundo colocado, o PSDB, nunca superou os 5% das preferências partidárias.

Hoje, no entanto, o PL aparece no encalço do PT no segundo lugar, nove pontos percentuais atrás. Enquanto para 34,6% o PT é o partido referido, outros 25,1% preferem o PL.


A extrema-direita está ampliando sua representação na cena politica das nações e nos espações internacionais. E não dá sinais de ser um fenômeno passageiro. Ao contrário, tem jeito de que terá uma permanência prolongada, e se movimenta com ambições hegemônicas. 

No Brasil essa situação se complexifica ainda mais devido, pelo menos, a três fatores: o fundamentalismo religioso, a liberdade de manipulação das plataformas digitais na guerra cultural em meio à guerra híbrida, e o anacronismo do país em relação aos militares.


As diferentes pesquisas de opinião recentemente divulgadas convergem na constatação de vários desafios postos para o governo Lula e para a democracia brasileira.

A despeito do tremendo esforço de reconstrução das política permanentes de Estado, de recuperação da economia e ampliação do emprego e da renda, a aprovação do governo não deslanchou, mas até caiu.

É verdade que existem insuficiências e lacunas importantes na comunicação governamental, mas isso não explica tudo.


A simples repetição do modelo sem rupturas antineoliberais e das fórmulas de um "reformismo fraco", nas palavras de André Singer, que deram certo nos governos petistas anteriores, não é garantia automática de que darão certo outra vez nesse novo contexto inteiramente distinto e com requerimentos inéditos. 

É preciso encontrar as respostas adequadas para as novas perguntas que surgiram. E urgentemente, para evitar surpresas desfavoráveis nas eleições municipais deste ano.

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Via: DCM/VioMundo


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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

A confraria do fascismo em Buenos Aires. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A posse de Javier Milei, no domingo, terá a maior aglomeração de todos os tempos da extrema direita com grife da América latina. Lula está certo ao decidir que não vai e que o representante do Brasil será o chanceler Mauro Vieira. Não será uma festa de fascistas comuns, é a confraria de grandes fascistas que se agarram à esperança de que Milei irá inspirar outros países a seguir o mesmo caminho.

www.seuguara.com.br/Javier Milei/fascismo/

E por que Bolsonaro vai à posse e leva sua turma? Porque precisa dizer ao Supremo e ao sistema de Justiça que continua andando por aí, impune, e ainda resiste. E para manter a base acordada.

Milei não ganha nada com a presença de Bolsonaro, que não tem, como as pesquisas feitas lá já mostraram, influência alguma no eleitorado da direita argentina.

Bolsonaro é que tenta se aproximar de Milei e dos que irão aparecer na festa, por estar em busca de trincheiras para fingir mais um pouco que é um político forte.


O fascista argentino tem o apoio de ex-presidentes da região, começando por Mauricio Macri, que participa ativamente da montagem do governo.

Luis Caputo, futuro ministro da economia, foi presidente do Banco Central no governo Macri. Patricia Bullrich, candidata de Macri à presidência, será a ministra da Segurança, o mesmo cargo que ocupou no governo Macri. E Luis Petri, futuro ministro da Defesa, foi vice na chapa de Patricia.


Além de Macri, poderão estar na festa em Buenos Aires os ex-presidentes Felipe Calderón e Vicente Fox, do México; Iván Duque e Andres Pastrana, da Colômbia; Jorge Quiroga, da Bolívia; e Sebastián Piñera, do Chile. 

Todos assinaram, co Mario Vargas Llosa, pouco antes do segundo turno, um manifesto de apoio a Milei. Esse manifesto foi revelador de que Milei não tem nada a ganhar com a presença de Bolsonaro, mesmo que os dois tenham conversado pela internet depois da eleição.


A prova da desimportância de Bolsonaro é que o sujeito não foi convidado a assinar a declaração de apoio de ex-presidentes latino-americanos a Milei.

O grupo não quis Bolsonaro por perto e é provável que o brasileiro não tenha em Buenos Aires a recepção que espera ter.

A caravana brasileira pode ter os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo; Romeu Zema, de Minas; Jorginho Mello, de Santa Catarina; Ronaldo Caiado, de Goiás; e Ratinho Júnior, do Paraná.


Bolsonaro também vai levar Michelle, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o advogado e ex-ministro Social Fábio Wajngarten e os filhos Eduardo e Flavio. Outros deputados bolsonaristas podem integrar a excursão.

Espera-se que alguém evite que todos embarquem no mesmo avião. Ninguém imagina uma situação em que Carluxo, que não viaja, venha ser o único herdeiro e de peso do bolsonarismo.


Esconderam

JR Guzzo, o colunista preferido dos fascistas, publica seus textos em Zero Hora, mas o jornal decidiu esconder o colaborador.

Há pelo menos um mês os artigos do sujeito não têm chamada de capa na versão online do jornal, que nunca teve, nem na ditadura, um colunista tão reacionário quanto o jornalista do Estadão.


Tetravô

Está na capa do Estadão há quatro dias o alerta de que a família de Flávio Dino está no poder no Brasil desde o Império e que o tetravô do ministro ajudou Pedro II a combater uma rebelião.

Está lá em destaque a notícia, que já foi manchete do jornal, alertando que uma família poderosa domina o Brasil desde o Império, mas ninguém faz nada.

Depois não sabem por que este é o país da impunidade. O jornalismo remexe arquivos escondidos e descobre que uma família detém o poder no Brasil desde Pedro II, mas a descoberta é tratada com desdém.


A volta do negacionista

Eric Clapton retorna ao Brasil para três shows no ano que vem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Quem vai encarar?


Tem cada uma

Essa é de Eliane Cantahêde, também do Estadão:

"Tarcísio nega candidatura, mas lapida a imagem e já mira um partido: o PSD". Imaginem se a imagem não estivesse sendo lapidada.

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sexta-feira, 21 de julho de 2023

A falsa equivalência da falsa guerra de versões. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: O fascismo conseguiu criar uma falsa equivalência entre a versão da autoridade que salvou a República em 2022 e a versão de um grupo avulso que expressa o poder de destruição da extrema direita. Aconteceu o que eles queriam. Que Alexandre de Moraes, o ministro que enfrentou e venceu a sabotagem contra a eleição, tenha seus argumentos postos frente a frente com os de agressores identificados com as ideias dos sabotadores.
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terça-feira, 11 de abril de 2023

A estrutura do fascismo está intacta. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Não há mais o que dizer sobre o balanço dos cem dias do governo Lula. Mas pouco se disse sobre o balança dos cem dias da extrema direita fora do poder e ainda viva e ativa. O fascismo está intacto. A estrutura política e criminosa, assumidamente envolvida na tentativa de golpe, ainda não foi abalada.

www.seuguara.com.br/estrutura do fascismo/Moisés Mendes/
Imagem/reprodução: redes sociais

A base social se reanima e se rearticula. É mobilizada pelo sentimento de que os terroristas presos depois do 8 de janeiro são parte do custo da guerra e apenas perdas pontuais distantes da maioria impune.


É nesse contexto que são percebidas as romarias de pretensos arrependidos em direção a Brasília, virtual ou presencialmente. 

Enquanto se reorganizam, os arrependidos pedem trégua e mandam recados. Não são os pequenos, amadores e subalternos, mas os arrependidos do primeiro time de golpistas e terroristas.


Não são tampouco os arrependidos da direita pragmática do centrão que se vendem por dinheiros fáceis. Esses são os profissionais do arrependimento.

O personagem agora é o arrependido protagonista da criação e manutenção da estrutura do golpe. Que financiou o gabinete do ódio, desfilou ao lado de Bolsonaro como golpista e apresenta-se como convertido aos valores da democracia.


Não precisamos citá-los, para não cometer o erro de esquecer alguém. E os arrependidos são perigosos, vingativos, ameaçadores. Não é bom nominá-los.

Arrependidos poderosos têm imposição econômica e são frequentadores de rodas de amigos de nome não só da extrema direita. 


São passadores de mãos nas costas, enxergam o Judiciário como extensão das suas empresas e têm base parlamentar. Com suas armas e chantagens, vão sugerindo tréguas que alguns consideram possíveis.

Sabemos que circulam em Brasília emissários de arrependidos de grosso calibre que só se arrependeram do que fizeram nos invernos pós-2016 porque a mais recente tentativa de golpe não deu certo.


Não é arrependimento, nem rendição em alto estilo, é um ensaio de cumplicidade com os vencedores, para que as sujeiras sejam negociadas, com possíveis adiamentos de punições e reparações.

O arrependido poderoso não é o cantor sertanejo que pede desculpas por ter apoiado Bolsonaro e procura conter as perdas financeiras da aposta errada.


Não é tampouco o alienado que Alexandre de Moraes visitou na Papuda e disse ter esperado no dia 8 de janeiro em Brasília que um marciano descesse na Praça dos Três Poderes para ajudá-lo a derrubar Lula e acabar com o Congresso e o Supremo.

O arrependido que manda recados a Brasília e agora se considera até admirador de Lula faz um movimento arriscado, mas vive de correr riscos. 


Depois de investir tudo no golpe, andar de braços dados com Bolsonaro, disparar mensagens em massa para sua rede de satélites de tios do zap e de financiar o golpe, esse arrependido arrisca-se agora a fingir que se arrependeu.

É um gesto de esperteza, mais do que de acovardamento. Não é uma trégua. O farsante envia a mensagem e avisa: digo que me entrego, mas cabe a vocês acreditarem na minha rendição.


Só a esquerda que também acredita em marcianos golpistas pode levar a sério arrependimento dos manezões fascistas às vésperas do fim de Bolsonaro.

Os falsos arrependidos, que reorganizam suas bases em cidades que Brasília não enxerga, só podem subestimar todos os que recebem suas mensagens pacificadoras. Subestimem só os mais crédulos.


Não dá para acreditar que o fascistão impune, depois de sustentar as milícias do ódio, disseminar mentiras, fazer ameaças e tentar impor o golpe com muito dinheiro, possa enganar os que ele cercou ao agir como jagunço de Bolsonaro.

Não dá para acreditar porque toda a resistência ao fascismo estaria desmoralizada e perderia sentido.


Não há perdão para o fascista que acena com o pedido de trégua apenas para sobreviver, se rearticular e voltar a atacar.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A esquerda se articula para enfrentar o neofascismo, por Arnaldo Cardoso

Por Arnaldo Cardoso*: Prestes a completar dois meses a posse de Lula na Presidência do Brasil, o novo governo brasileiro, além da missão extraordinária enfrentada com coragem ao derrotar o golpe de Estado deflagrado em 8 de janeiro e, logo em seguida, reverter a crise humanitária vivida pelos Yanomami face à exploração criminosa de seu território, todos os recursos tem sido empregados na tarefa de remover o entulho fascista produzido pelo governo Bolsonaro e promover sinergias de ministérios e demais órgãos do Estado para a implementação de políticas públicas dirigidas à reversão de situações críticas como a fome, o déficit habitacional, o desmonte do sistema público de saúde, os diversos crimes ambientais que agravam o quadro das mudanças climática e suas consequências, além de restabelecer os princípios norteadores da política externa brasileira que, historicamente, serviram para promover o Brasil como ator internacional respeitável e capaz de interagir positivamente na cena internacional em favor da paz, dos direitos humanos, da justiça social e da liberdade.

www.seuguara.com.br/esquerda/noefascismo/Arnaldo Cardoso/

Depois da traumática experiência vivida no Brasil, com a chegada em 2019 da extrema direita no comando do país, a compreensão do fenômeno em sua dimensão internacional, uma vez que lideranças similares e com claras articulações, ganharam crescente espaço em países como Estados Unidos, Hungria, Polônia, Itália, Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Holanda, entre outros, a cooperação internacional entre forças democráticas se afirma como urgente e essencial para frear a escalada do fascismo no século XXI. 


Tem merecido a atenção de analistas brasileiros a realidade política italiana desde a eleição antecipada de 25 de setembro passado, quando a deputada e líder do partido neofascista Fratelli d'Italia, Giorgia Meloni, venceu o pleito e assumiu o comando do país. Desde então, com um governo formado por expoentes da direita e extrema direita, personalidades com históricos vínculos e declaradas afinidades com o passadfo fascista do país, ações e discursos tem convulsionado o debate político na Itália como o recente episódio em que jovens estudantes de ensino médio de um colégio de Florença foram espancados na frente da escola por um grupo de jovens militantes da ala juvenil de partido de extrema direita.


O silêncio do governo diante do episódio deplorável viralizado nas redes sociais por meio de um vídeo, foi quebrado por uma carta pública escrita e divulgada pela diretora do colégio alertando sobre a ameaça da escalada fascista. A reação do governo veio através de declarações do Ministro da Educação, Giuseppe Valditara, criticando a carta da diretora, acusando-a de politização do episódio e ameaçando-a de punição.

As forças de esquerda e progressistas no Parlamento, na imprensa e na sociedade civil condenaram as declarações do ministro e muitos pediram sua demissão. Giorgia Meloni manteve o apoio ao seu ministro. 


Para analistas brasileiros, a série de ações e declarações de membros do governo de extrema-direita na Itália, como defesa de armamento dos cidadãos, ataques à jornalistas e artistas, declarações misóginas e homofóbicas, políticas repressivas à imigrantes, negacionismo diante de problemas sociais, entre outros, produzem uma inevitável sensação de déja vu. Os contextos podem ser diferentes, mas as práticas da extrema direita são muito similares, denotando coesão de valores em escala internacional.


Observar com atenção as estratégias da esquerda e de progressistas, nos planos institucional e social, na Itália e outros países, para enfrentar governos eleitos e lideranças de extrema-direita - no atual caso italiano, com substancial apoio popular -, afirma-se como importante exercício político para o enfrentamento do problema que se configura como um dos mais sérios na atual quadra da história das sociedades democráticas.


Neste domingo, 26, na Itália, ocorrerá uma votação plenária inédita, para escolha do(a) novo(a) dirigente do Partido Democrático (PD) de centro-esquerda, segunda principal força política  no país. A disputa está centrada em dois candidatos do partido, Stefano Bonaccini (56) e Elly Schein (37). Ele, mais à direita, foi governador da rica região da Emilia Roagna, ela, mais à esquerda, foi deputada no Parlamento Europeu e tem forte apoio de lideranças jovens do partido, ambientalistas e defensores dos direitos humanos. Cada um se apresenta como mais apto para conduzir as mudanças no Partido expressas no documento "Manifesto Per Il Nuovo PD" produzido em 2020.


Andrea Pissauro (38), italiano natural de Roma, PhD pela Universidade de Oxford, acadêmico da Universidade de Birmingham, ativista político junto ao Manifesto di Londra, dirigiu-se hoje aos italianos progressistas com as seguintes palavras (tradução livre), que nos ajudam a compreender a importância dessa eleição.


"Neste domingo, pela primeira vez na vida, participarei da eleição para escolha do(a) Secretário(a) do Partido Democrático e aproveito para lembrar que todos os cidadãos progressistas podem fazê-lo.

Votarei em Elly Schlein que conheço há alguns anos, assim como todo o Manifesto di Londra a conhece, cujo caminho ela acompanhou ao longo dos anos compartilhando ideais de justiça, solidariedade e democracia.


Vou fazê-lo consciente dos enormes problemas da esquerda italiana em todas as suas articulações. Problemas que vêm de longe e são profundos. Problemas, entre outros, de credibilidade, organização e cultura política. Para resolvê-los serão precisos anos de trabalho paciente de uma geração de militantes, gestores e intelectuais. 

Não acho que uma única pessoa consiga resolver todos estes problemas rapidamente, mas acho que com a Elly a liderar o Partido Democrático, daremos um passo na direção certa e em direção a um método melhor de lidar com eles. Acho que sim, por pelo menos três razões.


1) Ela é uma pessoa confiável de de claras posições de esquerda. O seu caminho nestes anos é claro e consistente com as suas ideias de justiça social e climática, que ela nunca pôs em negociação. Mostrou que sabe operar em diferentes níveis institucionais, a começar pelo Parlamento Europeu. A sua eleição tornará tanto o Partido Democrático como a esquerda como um todo, mais credíveis e, portanto, mais fortes. 


2) Sabe cuidar de uma organização. Nas ocasiões que tive a oportunidade de vê-la operando, ela prestou atenção e escutou os militantes, valorizando e apoiando as iniciativas da base. Ela tem uma forma humilde de se apresentar, não parece pensar que sabe tudo e parece capaz de tirar o melhor partido da inteligência coletiva de uma comunidade política.


3) Ela é a pessoa certa para unir a esquerda e relançar a oposição. A Itália não se converteu à direita. Meloni venceu eleições em função das divisões do campo progressista. Elly é uma pessoa capaz de unir, sabe dialogar e confio que pode dar força a um campo progressista renovado que oferece à Itália uma chance de um governo orientado para a justiça e solidariedade para muitos e não para poucos.


Por tudo isso, e por muito mais, espero que amanhã sejamos muitos a dar uma boa guinada de esquerda, ecológica e feminista ao Partido Democrata votando em Elly Schlein, e elegendo a primeira mulher a liderar um grande partido de esquerda na Itália!"


Vejamos como nossos companheiros italianos reorientam as forças progressistas para enfrentar o neofascismo. Que não sofram como nós, a trágica experiência de quatro anos de um governo de extrema direita cuja recuperação dos estragos custará muito trabalho e recursos, sem falar das milhares de vidas perdidas.

Particularmente aos italianos, a própria história deveria ser uma fonte permanente de alerta sobre o que não deve ser repetido. Bom que a esquerda pareça disposta a reconhecer seus erros e agir para corrigi-los. A gravidade do momento exige isso.


*Arnaldo Cardoso, sociólogo e cientista político (PUC-SP), pesquisador, escritor e professor universitário. 

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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Posse de Lula não é o começo do paraíso, mas a saída do inferno. Por João Filho

Publicado por João Filho, no The Intercept/Brasil: A posse de Lula foi um acontecimento histórico. Motivos para defini-la assim não faltam. Ela representa não apenas o fim de um governo autoritário, golpista e fascista que aterrorizou o país nos últimos quatro anos, mas também o começo do fechamento do arco do personagem Lula na história do país.
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sexta-feira, 4 de novembro de 2022

A vitória de Lula foi a nova "Stalingrado" na guerra global contra o fascismo. Por Miguel do Rosário

Por Miguel do Rosário, em O Cafezinho: Somos maioria. Somos 60,34 milhões de brasileiros que tomamos a decisão de fazer as malas do atual presidente da República. Ah, mas Bolsonaro teve 58,2 milhões de votos... Não importa. As regras são claras. Tivemos mais votos, e iremos exercer o poder.
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sábado, 22 de outubro de 2022

A presteza de Augusto Aras ao fascismo. Por Jeferson Miola

Publicado por Jeferson Miola, em seu blog: Augusto Aras, o procurador-geral da República, agiu com surpreendente agilidade para contestar a decisão do TSE que corretamente acelera a remoção de mentiras e publicações falsas das plataformas digitais.
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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Política: 'Golpe poderá vir depois da posse de Lula'. Por Marcelo Zero

Por Marcelo Zero*: Bolsonaro vem seguindo o bem conhecido roteiro, herdado de Bannon, para tentar se perpetuar no poder. Ataca-se o sistema eleitoral, "denunciando", antecipadamente e sem quaisquer provas, que as eleições serão fraudadas. Cometem-se calúnias contra as autoridades do Judiciário, na tentativa de demonstrar que elas estariam comprometidas com "terrorismo" e com uma agenda "comunista".
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terça-feira, 12 de julho de 2022

Salvem o assassino. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Vamos torcer para que o assassino de Foz de Iguaçu não morra. É preciso que ele sobreviva e em condições de falar. Para que possamos saber o que irá dizer da invasão da festa. Para que se avalie de novo a solidariedade dos Bolsonaros com os seus seguidores bandidos.
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segunda-feira, 7 de março de 2022

Política: As facções, os machos, os eleitores e os cúmplices fáceis do fascismo brasileiro. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A viagem do deputado Mamãe Falei à Ucrânia ficaria na antologia do folclore da guerra, se não fosse a ostentação do macho incontrolável. A viagem não foi a farra macabra de um sujeito que se revela farsante até como mercenário. A excursão e sues desdobramentos são da essência da degradação da política brasileira.
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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Servidores da Anvisa apontam fascismo em conduta de Bolsonaro

Jornal GGN: A rapidez dos profissionais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em liberar a vacinação da vacina Pfizer contra covid-19 para crianças entre cinco e 11 anos foi alvo de ameaças apenas pelo exercício de suas funções.
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quinta-feira, 8 de abril de 2021

As caras do fascismo. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog - Vamos imaginar que um dia a turba bolsonarista decida invadir o Congresso, para imitar a turba que invadiu o Capitólio em janeiro. É provável que tenhamos, na versão brasileira, figuras grotescas semelhantes a essas das fotos.

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domingo, 28 de março de 2021

Janaina Paschoal propõe "solução final" para idosos na pandemia em nome de "priorizar os recursos disponíveis"

www.seuguara.com.br/Janaina Paschoal/covid-19/coronavírus/pandemia/Twitter/
Publicado por Kiko Nogueira, no DCM : Depois de Xuxa sugerir que presidiários sejam cobaias de remédios, a deputada Janaina Paschoal resolveu dar um passo adiante rumo ao abismo moral. De acordo com Janaina, que já vem numa louca cavalgada há tempos, é necessária uma espécie de solução final para os idosos porque não há recursos disponíveis para todos no combate ao coronavírus.

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domingo, 22 de novembro de 2020

O 'mimimi' fascista da falsa 'moderação'. Por Fernando Brito

www.seuguara.com.br/Bolsonaro/Mourão/racismo/Brasil/

Por Fernando Brito, no Tijolaço - Uma pessoa de bem não pode calar ou relativizar um assassinato frio e brutal, onde a cor da pele foi determinante na atitude dos assassinos a soldo de uma multinacional. Ponto final. Mas estamos cheios disso.
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sábado, 14 de novembro de 2020

Política: 'Derrota do fascismo em 2020 precisa começar domingo'. Por Marcelo Auler

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Publicado originalmente por Marcelo Auler, em seu blog - Os 70 milhões de votos obtidos por Donald Trump não forma suficientes para mantê-lo no cargo por mais quatro anos, mas demostraram bem que ele, apesar de todos os estupros democráticos que cometeu, foi capaz de dividir a sociedade estadunidense.
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quinta-feira, 11 de junho de 2020

O que o Fantástico não disse sobre o fascismo e Bolsonaro? Por Valério Arcary

Por Valério Arcary* - No último domingo o Fantástico fez uma reportagem sobre o fascismo. Justificou a matéria pelo aumento do volume de consultas no Google sobre o que é o fascismo e o antifascismo. Não mencionou Bolsonaro, o que é pitoresco, até um pouco divertido. Como se os brasileiros estivessem curiosos sobre o perigo fascista... na Hungria.
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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Em dia de manifestações, Fantástico explica o que é fascismo e antifascismo

A edição do Fantástico deste domingo (7) apresentou uma reportagem dedicada à explicar o que é fascismo e antifascismo. O tema ganhou força nos últimos dias com as manifestações antirracistas que eclodiram pelo mundo após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos.
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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Uma canção para o Brasil, por Carlos Motta

Por Carlos Motta, no GGN - A canção "Bella Ciao" é o hino mundial antifascista, conhecida por todos os que desejam a liberdade, em qualquer parte do mundo. Há várias versões sobre o seu nascimento. Uma delas diz que era o canto das trabalhadoras rurais temporárias italianas, as "boais-frias" de lá, no fim do século XIX. Já modificada, serviu como protesto contra a Primeira Guerra Mundial e depois foi usada como um símbolo dos "partigiani", os guerrilheiros do movimento de resistência ao fascismo, na Segunda Guerra Mundial.
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