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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

A extrema-direita tem um "Gabinete de Inteligência Semiótica". E o Governo?, por Wilson Ferreira

Por Wilson Roberto Vieira Ferreira, no Cinegnose: "A humilhante derrota do Governo no episódio da normativa do Pix da Receita Federal (voltando atrás, passando recibo e pulverizando a credibilidade não só de um órgão público, mas também dos próprios jornalistas do campo progressista que lutavam contra a desinformação) revelou a extrema vulnerabilidade diante das operações de um "gabinete de inteligência semiótica" na extrema-direita: a sinergia entre o jornalismo corporativo e extrema-direita, fornecendo insights e munição para a desinformação.  

www.seuhgauara.com.br/Extrema-direita/Gabinete de Inteliência Semiótica/Wilson Ferreira/

Desde o episódio dos móveis perdidos do Palácio da Alvorada e reencontrados pela Comissão de Inventário (e depois bombado nas manchetes de primeira página) no início de 2024, encontramos um trabalho de prospecção rotineira de crises em potencial, para servir como munição às redes extremistas. O caso da normativa do Pix foi outro exemplo. Grande mídia desvia o foco para o "Gabinete do Ódio", deixando oculta a verdadeira cena: o "Gabinete de Inteligência Semiótica", da comunicação alt-right. Quando cairá a ficha do Governo que propaganda NÃO é comunicação? Comunicação É o campo dos acontecimentos, gerido e operado por um gabinete de Inteligência Semiótica (GIS)."


"O Governo perdeu para Nikolas Ferreira. Vai empatar com quem? (Fábio Pannunzio, ICL Notícias) 


Muito se falou do "Gabinete do Ódio" - expressão criada para designar a milícia digital criada pelo clã Bolsonaro formado na campanha presidencial de 2018 e que continuou atuante no governo Bolsonaro. Criando domínio de perfis falsos em redes sociais e divulgação de fake news direcionados a atacar adversários. 

Tornou-se o grande vilão para a esquerda e o campo progressista. Mais do que isso: virou um verdadeiro desafio: entender qual era a mágica, o abracadabra tecnológico que esteve por trás da vitória do Brexit, da eleição de Trump em 2016 e que agora estava a serviço de Bolsonaro.  


Com o Gabinete do Ódio parecia que a política estava virando de cabeça para baixo e que a nova arena política pós-moderna era o ciberespaço - fabricar memes, viralizar fake news, criar pós-verdades etc.

Aquele meme risível, artificial e, por assim dizer, a tosquice malfeita do Banco Central para fazer frente à fake news do Pix ("Nós vai descer pro BC com cobrança do Pix?) é um desses exemplos das tentativas desesperadas para tentar emular o suposto expertise da extrema-direita nas redes.


O problema de entender as estratégias de comunicação alt-right é que nada é o que parece ser. Sempre temos que partir do princípio é que há um ardil e que sempre a verdade está em outra cena.

Toda a atenção da grande mídia e da esquerda foi concentrada no Gabinete do Ódio - parecia que a única militância política teria passado a ser a virtual na conquista de corações e mentes.

Mas há na extrema direita um outro tipo de "gabinete", oculto. Porque todos os holofotes foram apontados para o Gabinete do Ódio dos "meu malvados favoritos" Carluxo e companhia. A outra cena: uma espécie de inteligência semiótica que prospecta crises potenciais o tempo inteiro, para criar acontecimentos comunicacionais. Para, só depois, o "Gabinete do Ódio" fazer o serviço braçal.

www.seuguara.combr/Gabinete do Ódio/

Esse gabinete está tanto na extrema-direita, quanto na grande mídia - mais precisamente, em "colonistas" que funcionam como correias de transmissão. 

Por exemplo, a exploração da bomba semiótica dos móveis perdidos no Palácio das Alvorada no ano passado. Tidos como perdidos e pivô de acusações nas redes sociais de Janja com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o Jornal Folha de São Paulo deu em manchete de primeira página o encontro dos móveis pela Comissão de Inventário do Palácio. 

Uma bomba semiótica cavada: utilizando-se da Lei de Acesso à Informação, uma dupla de repórteres encontrou o informe da Comissão dando conta do encontro, no final de 2023, dos 261 bens patrimoniais desaparecidos. Dando farta munição para as redes bolsonaristas e a promessa de "medidas judiciais" feita pela ex-primeira-dama Michelle.


Como prospectar crises

Na época, esse humilde blogueiro observou que conseguia até imaginar as brainstorming diárias nas redações dos jornais prospectando crises potenciais. Para oferecer como munição para as redes de extrema-direita.

www.seuguara.com.br/móveis do Alvorada/perdidos/achados/

O caso atual da faked news do Pix que tomou dimensões gigantescas com uma onda de informações falsas, dúvidas e medo (fazendo até cair o número de operações pix em janeiro), forçando a Receita Federal a revogar a normativa que aumentava a fiscalização sobre o Pix, é outro exemplo. 

Publicado em 18 de setembro do ano passado e em vigor a partir de primeiro de janeiro desse ano, a "instrução normativa rfb nº 2219, de 17 de setembro de 2024", foi então divulgada em sites e publicações especializadas em legislação tributária e contabilidade. 


Nada demais. Tudo rotineiro: apenas o cotidiano repasse das informações sobre movimentações das instituições financeiras à Receita Federal. O que ocorre desde 2003. O que a nova norma atualizava era estender essa obrigação também a instituições financeiras tais como as fintechs e outras soluções de pagamento e transferência, como as carteiras digitais e moedas eletrônicas.

Com  a medida, o órgão pretendia evitar inconsistências que poderiam fazer contribuintes caírem na malha fina injustamente e melhorar a identificação de movimentações que poderiam estar ligadas a crimes financeiros.

Até então nada demais: apenas informações técnicas de uma rotina de monitoramentos das operações financeiras encontrada em qualquer país civilizado - ou, pelo menos, para aqueles que pretendem ser.


Mas tudo começa a ganhar outro significado quando o "Estadão Investidor" publicou, na semana passada, u vídeo no Instagram, para lá de ambíguo e sugestivo. Começava dizendo que "as regras do Pix mudaram e como i9sso AFETARÁ a sua vida". Com imagens como, por exemplo, um olhar ameaçadoramente escrutinador atrás de uma lupa - clique aqui

E a coisa começa a ficar cada vez mais duvidosa, feita para colocar uma pulga atrás da orelha de qualquer um: "o objetivo dessa mudança é EVITAR SONEGAÇÃO DE IMNPOSTOS"... para só no final "tranquilizar": na prática isso  NÃO DEVE afetar sua vida". O advérbio de negação ao lado do verbo cria uma ambiguidade nada tranquilizadora.


E nos comentários da postagem, o início de tudo: "vem taxa por aí"... "faz o L otários".

E o resto da história conhecemos. Até a Receita Federal ser obrigada a voltar atrás e revogar a normativa, numa derrota humilhante do governo na guerra semiótica. Ironicamente no momento em que o marqueteiro Sidônio Palmeira assumia a Secom.

 

www3.seuguara.com.br/Pix/vídeo/Estadão Investidor/

Apito de cachorro do Estadão?  

Estadão entoou um "apito de cachorro"? Ou a extrema-direita tem um outro tipo de gabinete, para além do midiaticamente conhecido como "Gabinete do Ódio"? Acredito que os dois: mais uma vez a grande mídia ofereceu insights e matéria-prima para a inteligência semiótica da extrema-direita. 


Uma bomba semiótica exemplar

A perfeita bomba semiótica, porque cada veículo do jornalismo corporativo rapidamente puxou a brasa para sua sardinha: para "o Globo", a fake news do Pix é mais uma notícia que corrobora com sua agenda de eliminar o artigo 19 do Marco Civil da Internet e com a garantia da existência do jornalismo alternativo e liberdade de expressão no ambiente digital; enquanto o Estadão, exorta que "mesmo com uma mentira" foi comprovada "uma verdade": o "excesso de impostos no Brasil"; e para a Folha, a crise seria "sintoma de baixa credibilidade das autoridades".


Grande mídia até concorda que o Governo foi vítima das fake news. Mas...

Esse é um caso exemplar por três motivos: 

(a) Revela o jogo perde-perde no qual o Governo Lula está metido: de um lado, cede ao terrorismo fiscal e ao garrote do arcabouço fiscal. Levando à busca desesperada por receitas para garantir os programas e instrumentos sociais (SUS, BPC etc.) e manter o contato que resta com a base social; e do outro, nessa busca por novas fontes de receitas, deve apertar o cerco contra a sonegação e operações de lavagem criminosa de dinheiro - o que faz a grande mídia bater o bumbo contra um governo "que só pensa em arrecadar porque é gastador".


(b) Revela também uma operação que vai além do "Gabinete do Ódio": uma inteligência semiótica colaborativa entre setores do jornalismo corporativo e o ativismo digital da extrema-direita.

E, como sempre, o Governo é reativo e anda a reboque de uma agenda criada e controlada pelos seus opositores. Sob pressão de todos os lados, acaba tomando a pior decisão possível: PASSA RECIBO e suspende a normativa da Receita Federal, arrasando com a credibilidade do órgão e dos próprios jornalistas do campo progressista que tentavam combater a desinformação.


(c) A inacreditável vulnerabilidade do Governo a qualquer tipo de operação desestabilizadora (e ainda temiam que, caso mantivessem a resolução, poderia surgir nas ruas uma nova edição das Jornadas de Junho de 2013...) comprova a urgência da criação de um GIS - Gabinete de Inteligência Semiótica.

Um GIS operaria além de um Secom - que insiste em confundir propaganda com comunicação

UM GIS operaria não no campo da propaganda institucional, mas no campo da comunicação com duas estratégias:    


(a) Pré-ciência: não precisa ser um pré-cog, como aqueles do sci-fi Minority Report, para prever a guerra semiótica que viria quando mídia e extrema-direita tivessem suas atenções concentradas em uma resolutiva rotineira do dia a dia da Receita Federal. Cada decisão, resolução, promulgação etc. deve passar pelo crivo do GIS para avaliar e, principalmente, antecipar as possíveis prospecções da inteligência semiótica adversária.

Espionagem, nos moldes da espionagem industrial, não estaria fora do horizonte dessas operações: conseguir fontes ou infiltrar agentes nos "gabinetes" adversários para antecipar bombas semióticas potenciais.


(b) Gestão de Acontecimentos Comunicacionais: o GIS também deve se preocupar em reverter, criar medidas anticíclicas da agenda dominante na opinião pública. Seguindo o modelo da alopragem política da comunicação alt-right (sobre esse conceito, clique aqui), o GIS deve criar acontecimentos - fazer verdadeiros exercícios de brainstorming para sugerir, inventar, criar acontecimentos desde frívolos até de conteúdo político e econômico.

Usando uma expressão da moda, impor suas próprias narrativas. Criar acontecimentos tão explosivos e inusitados que acabem atraindo a atenção da grande mídia, que se vê obrigada a publicar - afinal, são empresas de notícias 24h, ávidas por conteúdo para se manterem atrativas aos anunciantes.


A extrema-direita faz isso o tempo todo. Achamos tudo muito bizarro (do caso do cão de Javier Milei que teria sido a reencarnação de um gladiador do antigo Coliseu, ao inacreditável e-mail que comprovaria o convite a Bolsonaro para a posse de Trump - o que garante a sua presença constante nas manchetes, mesmo não tendo cargo e ser inelegível), mas é o modus operandi que garante a manutenção de uma agenda hegemônica que sempre mantém nas cordas Governo e campo progressista. 




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sábado, 14 de dezembro de 2024

Só os homens do dinheiro continuam intactos na estrutura do golpe. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A prisão do general Braga Netto aciona a repetição de obviedades. A primeira é a que anuncia para breve a prisão de Bolsonaro. Seria o que resta para que o roteiro seja encerrado, depois do cumprimento de todas as etapas e com todos os personagens envolvidos. Não é bem assim. O roteiro completo estará incompleto, mesmo se Bolsonaro e outros generais forem encarcerados. Ficará faltando o elo empresarial do golpe, o setor que movimentou milionários e uma dinheirama incalculável, desde muito antes do 8 de janeiro.


www.seuguara.com.br/intactos no golpe/Moisés Mendes/

O mecanismo que, na máquina do fascismo, sustentou a disseminação em massa de ódio e mentira, já em 2018. Que deu suporte financeiro à rede do gabinete das milícias digitais do Planalto. 

Que muitas vezes subiu em palanques para pregar o golpe, se Bolsonaro falhasse na eleição. Que depois da eleição as turbas a irem para as estradas. Que, quando os patriotas vacilavam e ouviam as manifestações de fé de Braga Netto, apelou para que não saíssem das rodovias.

O setor empresarial que sustentou as máquinas bolsonaristas acionadas pela delinquência digital não é o mesmo dos laranjas que pagavam despesinhas. É o grupo do dinheiro grosso e capacidade de retórica e militância nas redes, até agora o único intocável, o mais impenetrável, o que não sofreu nenhum dano. 


Polícia Federal, Ministério Público e Alexandre de Moraes já desvendaram e alcançaram os idealizadores, os planejadores, os executores e os mandaletes do golpe, os civis e os fardados. Mas a facção do setor empresarial, que agiu também na pandemia com a produção e propagação de fake news, está intacta. 

Se Moraes teve a coragem de tirar de Braga Netto a chance de participar das divisão do panetone da família, às vésperas do Natal, é certo que terá, e logo, a mesma disposição para chegar ao núcleo endinheirado do golpismo.


Uma estrutura empresarial que, pelo poder econômico, deve se sentir imune e inalcançável. Mas Moraes sabe, todos sabemos, que também essa ala não tem mais o suporte de ninguém.

Braga Netto, Bolsonaro, Anderson Torres, Mauro Cid, todos foram abandonados pelos parceiros políticos e pela elite empresarial da velha direita, que apenas fingem protegê-los.


Por isso, não temam reações a um cerco aos empresários golpistas. A maioria, apesar de milionários, nunca seria convidada a sentar-se à mesa com os rapazes de Campos Neto na Faria Lima. São de outras milícias periquitas que nem os talheres sabem usar. 

Essa facção, que reuniu conhecidos tios do Zap, não tem nada, além de investigações intermináveis, que a imobilize, como aconteceu com os outros setores do golpe amordaçados por medidas cautelares. Continua atuando e se rearticulando. 


A inteligência da Polícia Federal deve saber em detalhes o que eles fazem. Os arapongas da Abin são sabedores. Moraes sabe o que eles continuam planejando. Se não abatumarem o panetone dessa facção, o serviço ficará pela metade.

É preciso tirar do conforto os tios milionários líderes do fascismo, ou eles passarão o Nata e Ano Novo como ps únicos intocáveis da estrutura extremista em funcionamento desde a eleição de Bolsonaro em 2018.

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terça-feira, 25 de junho de 2024

Carluxo, mentor do gabinete do ódio, deve ser indiciado pela PF

Redação/O Cafezinho: Finalmente! Um dos mentores intelectuais de toda uma era de fake news no Brasil, o coordenador chefe da campanha de Bolsonaro em 2028 e 2022, sobretudo nas redes sociais, vai ser investigado a sério e indiciado pela Polícia Federal. Hoje realmente é um grande dia. A Polícia Federal acredita ter elementos suficientes para indiciar Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por espionagem ilegal, em episódio conhecido como abin paralela. Carlos é suspeito de participar de um esquema de arapongagem contra adversários políticos do então presidente.

www.seuguara.com.br/Carlos Bolsonaro/gabinete do ódio/Polícia Federal/indiciado/

Em janeiro, ele foi alvo de mandados de busca e apreensão. Para os investigadores, este caso está diretamente ligado às investigações sobre outra estrutura informal para disseminar fake news contra rivais do ex-presidente, conhecida como gabinete do ódio.

Os investigadores da PF pretendem concluir esse inquérito até agosto, talvez até antes, no final de julho. 


Segundo fontes, além de considerarem o caso quase encerrado, a ideia é evitar a contaminação das eleições de outubro.

Isso porque o candidato à prefeitura do Rio, apoiado por Bolsonaro, o deputado Alexandre Ramagem, também deverá ser indiciado. Ramagem era diretor-geral da ABIN na época e tem Carlos Bolsonaro como um dos coordenadores de sua campanha.


A PF ainda avalia o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, pois as investigações indicam que ele tinha total conhecimento do esquema.

A investigação da PF aponta, portanto, para um esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, com o objetivo de monitorar adversários políticos e outras autoridades.

Procuradas, as defesas e assessorias de Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro ainda não se manifestaram.

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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Delação premiada: Mauro Cid detalha à PF funcionamento de 'gabinete do ódio' de Bolsonaro

Por Yurick Luz, no DCM: No acordo de delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, revelou detalhes sobre o "gabinete do ódio" do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os envolvidos nas tratativas, a Polícia Federal (PF) insistiu que Cid expusesse o funcionamento das milícias digitais e do gabinete do ódio para que o acordo fosse homologado em setembro pela Justiça. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.

www.seuguara.com.br/Mauro Cid/delação premiada/gabinete do ódio/Jair Bolsonaro/

Na delação, o militar descreveu as funções de cada ex-assessor do Palácio do Planalto de Bolsonaro envolvido na estratégia de comunicação digital. Isso inclui a disseminação de fake news e ataques a desafetos, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma parte essencial dessa estratégia foi a divulgação de conteúdo, como vídeos editados e frases, por meio das redes sociais.


Cid também compartilhou informações sobre as conexões entre membros desse grupo e os integrantes do clã Bolsonaro. Além disso, ele mencionou o envolvimento de apoiadores do ex-mandatário que se organizavam como milícias digitais nas redes sociais.

Um dos focos dos investigadores com a delação do tenente-coronel é angariar provas para o inquérito que apura como funcionam essas milícias.

  

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também identificou os membros do governo que promoviam o uso do gabinete do ódio para difamar reputações e aqueles que tentavam acalmar as tensões entre o ex-capitão e o Judiciário.


Mauro Cid foi preso em maio deste ano por causa de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro. Em setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, aprovou o acordo para que o militar pudesse fazer a delação.

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[Mauro Cid confirma operação do gabinete do ódio no governo Bolsonaro: "(...) Até agora, Cid já revelou que: Bolsonaro queria esconder investigados pela PF no Alvorada; o gabinete do ódio era financiado por empresários e apoiadores de Bolsonaro; Bolsonaro sabia dos planos de atos golpistas em 7 e 8 de janeiro de 2023, tendo articulado encontro com apoiadores e financiadores; Bolsonaro era um líder autoritário e tinha um plano para tomar o poder de forma ilegal; o ex-presidente ordenou falsificação dos certificados de vacina contra Covid-19. (...)"]

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domingo, 10 de setembro de 2023

Delação de Mauro Cid ressuscita o gabinete do ódio. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: A articulação do golpe parece ter perdido prioridade na delação do coronel Mauro Cid, pelas informações que temos até agora da pauta acertada com a Polícia Federal e aceita pelo ministro Alexandre de Moraes. Cid se compromete a contar como estavam estruturados e agiam os grupos envolvidos com milícias digitais, as muambas das joias e as fraudes nas carteiras de vacinação. 

www.seuguara.com.br/Jair Bolsonaro/Mauro Cid/delação premiada/gabinete do ódio/Moisés Mendes/

Essa seria a novidade: as ações específicas das milícias surpreendem e substituem os movimentos mais recentes pelo golpe antes e depois da eleição? Será isso mesmo?


O acordo formal se dá dentro do inquérito 4.874 do gabinete do ódio, das milícias de fake news e dos atos antidemocráticos, aberto em 2019, porque esse inquérito engloba um conjunto de sindicâncias de quase todos os crimes do fascismo e tem até Bolsonaro entre os investigados. 

Quase tudo que é rolo político dessa gente está dentro desse inquérito. De imediato, pode ficar frustrado quem esperava saber logo do funcionamento e dos protagonistas do golpe.


Mas ganhar os que já vinham acumulando frustrações há muito tempo com a sensação de que as investigações em torno das milícias não iriam evoluir.

O inquérito que abriga tudo o que configura as ações do gabinete do ódio, e está sob os cuidados do ministro Alexandre de Moraes, é de abril de 2019. 


Em fevereiro de 2022, a delegada Denisse Ribeiro, da Polícia Federal, enviou ao ministro o relatório preliminar sobre a ação do gabinete em que aparece pela primeira vez, em documento oficial, a definição da organização criminosa como milícias digitais.

Também é nesse documento que a PF admite a existência das milícias como grupos organizados, com o detalhe de que funcionavam dentro do Palácio do Planalto.


E nada mais se soube da evolução das investigações nessa área, que abrange a indústria da produçãqo de fake news, difamação e ódio desde a chegada da extrema direita ao poder.

Nunca mais surgiram informações conclusivas que apontassem para as suspeitas de que os filhos de Bolsonaro, em especial Carluxo, participavam do gabinete. E nada mais se soube sobre os grandes patrocinadores dos grupos. O que Mauro Cid sabe dessa estrutura? 


A inclusão das milícias como questão a ser detalhada pelo delator vira notícia no momento em que um personagem, que não sai de cena e está na boca do palco, trem exposição quase diária na imprensa, o advogado de Bolsonaro e ex-ministro da Secom Fabio Wajngarten.

Wajngarten é um dos investigados da origem desse megainquérito 4.874. O advogado também está na lsita dos 79 nomes da CPI da Covid encaminhada ao Ministério Público, em outubro de 2021.


A CPI pediu seu indiciamento por prevaricação e advocacia administrativa, ao apontá-lo como envolvido nas negociações para compra de vacinas na pandemia. Ninguém foi indiciado até hoje. Nada. Zero.

Wajngarten é advogado de Bolsonaro e fez duas declarações importantes nos últimos dias, possivelmente ao saber que a delação do coronel iria abranger as milícias.


Disse primeiro que Cid não teria o que delatar. E neste sábado reproduziu nas redes sociais uma suposição do jornalista Ricardo Noblat, segundo a qual Mauro Cid em liberdade corre risco de vida.

Wajngarten pede, em tom de apelo urgente, que as autoridades investiguem a insinuação de Noblat. Por que essa preocupação com Cid, se o próprio Wajngarten entende que ele não tem o que delatar? Por que ajudar a espalhar que o coronel pode ser morto? 


Mauro Cid não é um miliciano nem um matador de aluguel, como era Adriano da Nóbrega, executado em 2020 na Bahia como queima de arquivo. É coronel da ativa do Exército e foi escolhido em 2018 pelos generais para a chefia da ajudância de ordens do agora investigado como chefe dos muambeiros.

Cid informou duas vezes, em duas CPIs sobre o golpe, em julho no Congresso em em agosto na Câmara Legislativa do Distrito Federal, que os generais o chamaram para ser ajudante da presidência. O que quis dizer foi que os comandantes o empurraram para os braços de Bolsonaro. 


O coronel deixou claro, lendo o mesmo texto que levou às duas CPIs, que os generais o escalaram para a função e que a escolha era exclusiva dos chefes militares, e não de Bolsonaro.

Nas duas CPIs, repetiu o mesmo texto com o mesmo recado aos militares. Ele era oficial da ativa do Exército dentro do governo, onde atuava fardado. Compartilhava responsabilidades e pedia a proteção das Forças Armadas. 


O que o militares devem estar pensando agora da decisão de Fábio Wajngarten de passar adiante o alerta sobre o risco de Mauro Cid ser assassinado, bem na hora em que as milícias digitais voltam às manchetes e podem levar também aos chefes golpistas do 8 de janeiro?

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sábado, 18 de fevereiro de 2023

DCM vence na Justiça empresário bolsonarista acusado de integrar o gabinete do ódio

O DCM venceu na Justiça, em segunda instância, o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury. Fakhoury pleiteava indenização por danos morais e a publicação de nota de retratação por causa da matéria "Olavo de Carvalho está por trás de ideia do 'gabinete da sombra' na Saúde sugerido por virologista a Bolsonaro", de autoria de Pedro Zambarda.

Ambos foram negados. 

www.seuguara.com.br/DCM/empresário bolsonarista/Justiça/

A reportagem relatava como ele, a deputada federal Kia Kicis (PL) e outros estavam na origem de um "shadow cabinet" para espalhar desinformação, uma inspiração de Olavo de Carvalho, picareta disfarçado de filósofo que virou "guru" da extrema-direita.


A juíza Tais Helena Fiorini Barbosa, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível Vergueiro (SP), considerou que o DCM "divulgou matéria de cunho estritamente jornalístico, informativo e narrativo".

"Não comete ilícito civil a pessoa, física ou jurídica, cuja conduta esteja pautada no exercício regular de direito assegurado pela Carta Magna. Não poderá haver responsabilidade civil se o agente atuar no exercício regular de um direito reconhecido", escreveu na decisão.


Para a magistrada, o jornalista "cita o nome de diversas pessoas, não só do autor [Fakhoury], exercendo, dentre seus misteres, as funções investigativa, informativa e crítica pela mídia eletrônica".

"A partir da leitura da matéria em questão se verifica que não há objetivo inequívoco de proferir ataques exatamente ao requerente. As expressões utilizadas não apresentam cunho desabonador à pessoa do requerente, não se vislumbrando lesão aos seus direitos da personalidade", declara.

O DCM foi defendido pelos advogados Francisco e Caroline Ramos.


Chamado de "Faka" pelos colegas, Otávio Fakhoury já reconheceu ter financiado sites investigados por propagarem fake news, como o Crítica Nacional e o Terça Livre do foragido Allan dos Santos.

Presidente do PTB de São Paulo, Fakhoury virou um dos alvos da investigação aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a partir das provas coletadas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos.


Relatório da PF indica que ele bancou material de campanha de Jair Bolsonaro em 2018 sem declarar à Justiça Eleitoral.

Policiais também encontraram uma troca de mensagens com o ex-deputado Roberto Jefferson, atualmente presidiário, presidente nacional do PTB, em que discutem uma proposta para dissolver o STF e o STJ.


"Eu entendo que é uma coisa bem difícil a cassação dos ministros. Seria essa outra proposta que você mencionou que também tem suas dificuldades, que precisa ter apoio das Forças Armadas para que possa ir adiante e... não sei como. A gente discute lá outras formas para ver se... Tudo envolve apoio popular e vai acabar envolvendo apoio armado também né. Apoio das Forças de Segurança do Brasil", propõe Fakhoury. "Ato institucional sim, teriam que ter apoio das FFAA [Forças Armadas]", diz em outro trecho. 

Recentemente, foi condenado a indenizar o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) por danos morais após atacá-lo no Twitter, xingando-o de "gazela".


Publicado por Diário de Centro do Mundo, em 17.02.2023


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domingo, 27 de março de 2022

Como derrotar o bolsonarismo nas redes sociais? Uma crítica construtiva às esquerdas em 2022

O jornalista e escritor Cesar Calejon tem dedicado seus últimos anos de trabalho a pesquisar a ascensão do bolsonarismo no Brasil. Ele tem lançado luz sobre um debate primordial para a campanha eleitoral de 2022: como as forças democráticas podem driblar o domínio do "gabinete do ódio" de Jair Bolsonaro nas redes sociais?

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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

PF diz ao STF que "gabinete do ódio" bolsonarista orquestra milícias digitais

www.seuguara.com.br/gabinete do ódio/milícias digitais/STF/PF/
Por Pedro Zambarda de Araujo, no DCM: Na manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirmou que a estrutura do chamado Gabinete do Ódio, grupo que seria formado por auxiliares do presidente Jair Bolsonaro com assento no Palácio do Planalto, é usada por uma milícia digital que atua contra a democracia, diz reportagem de Aguirre Talento e Mariana Muniz no Globo.
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sábado, 2 de outubro de 2021

Carluxo e Filipe Martins: o comando do Gabinete do Ódio. Por Marcelo Auler

O jornalista Marcelo Auler, em seu blog, escreve sobre o gabinete do ódio. No cruzamento dos dados levantados pela CPI da Pandemia destaca-se o nome do assessor internacional do Palácio do Planalto, Filipe Martins. Ele, junto com o vereador carioca Carlos Bolsonaro, o Carluxo, é apontado como um dos coordenadores do Gabinete do Ódio (GDO) criado na Presidência da República para atacar adversários do presidente Jair Bolsonaro com falsas notícias e mensagens de ódio.
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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Redes sociais: Gabinete do ódio tenta manter influência online

Os aliados mais radicais do presidente Jair Bolsonaro têm driblado decisões judiciais para seguir com influência digital, embora sejam alvos de inquéritos tanto do Supremo Tribunal Federal (STF) com do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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sábado, 25 de setembro de 2021

CPI da Covid: Com ajuda de Eduardo Bolsonaro, Luciano Hang financiou blogueiro acusado de fake news

www.seuguara.com.br/Luciano Hang/Havan/patrocínio/blogueiro/bolsonaristas/fake news/
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid obteve mensagens e documentos, que indicam que o empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, patrocinou um programa do blogueiro Allan dos Santos. Para conseguir o financiamento, o blogueiro bolsonarista investigado por disseminar fake news teve ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
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sábado, 5 de dezembro de 2020

Política: Gabinete do ódio de Ciro Gomes ataca Boulos, PT, Manuela e os sites progressistas

www.seuguara.com.br/Ciro Gomes/gabinete do ódio/

"Reportagem do jornalista Renato Rovai, editor, da Fórum, revela como age no submundo da internet o gabinete do ódio do presidenciável Ciro Gomes, chamado de "turma boa", que ataca políticos de esquerda, sites progressistas e jornalistas independentes como José Trajano".
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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Política: Facebook derruba rede de fake news ligada ao PSL e à família Bolsonaro

www.seuguara.com.br/facebook/fake news/Bolsonaro/
O Facebook anunciou, nesta quarta-feira (08/07), que derrubou uma rede de fake news e perfis falsos ligadas ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e dos deputados estaduais pelo PSL do Rio de janeiro Anderson Moraes e Alana Passos. O anúncio foi feito numa ligação com jornalistas de diferentes países, incluindo o Brasil - o Estadão participou do evento.
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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Centrão vai blindar gabinete do ódio? Por Helena Chagas

Por Helena Chagas, em Os Divergentes - A nova política chegou. O Centrão amanheceu hoje [11/06] comemorando seu primeiro ministério, obtido num salto triplo carpado de Jair Bolsonaro, que juntou Comunicação com Comunicações, fechou a aliança com o PSD de Gilberto Kassab e ainda agradou o empresário e showman Silvio Santos, que terá no comando da pasta o genro Fabio Faria.
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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Fake news: Supremo Tribunal Federal faz ajustes e mostra união em torno do inquérito

O Supremo Tribunal Federal [STF] já emite sinais de união em torno do inquérito 4781, o chamado "inquérito das fake news", que investiga a origem e financiamento de ataques à honra e ameaças à segurança dos magistrados por parte de bolsonaristas ligados ao "gabinete do ódio".
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