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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Retrato do desmonte: veja a íntegra do relatório da transição

Por Rudolfo Lago, no Congresso em Foco: "O governo Bolsonaro chega ao fim do mandato em meio a uma ameaça real de colapso dos serviços públicos". A frase do que descreve o relatório final do Gabinete de Transição Presidencial, apresentado na manhã desta quinta-feira (22) pela equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil. De acordo com o texto, o diagnóstico da situação deixada pelo governo Jair Bolsonaro é o passo inicial do "processo de reconstrução" que o novo governo presidido por Luiz Inácio Lula da Silva propõe. 

www.seuguara.com.br/Diário da Transição/Congresso em Foco/

"Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da covid-a9; faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro", diz o texto do relatório. 


Em 73 páginas, em seções divididas por cada um dos 32 grupos temáticos da transição, que analisaram as informações obtidas junto ao atual governo e também coletadas por instituições que atuam no acompanhamento de cada área, apresentam um diagnóstico da situação herdada e que terá de ser enfrentada a partir do próximo ano.

Clique aqui para acessar a íntegra do relatório apresentado.


Radiografia do desmonte


O primeiro capítulo do relatório tem como título "Radiografia do desmonte do Estado e das políticas públicas" e apresenta dados gerais da situação encontrada.

"A herança do governo Bolsonaro é a desorganização do Estado e o desmonte dos serviços público essenciais. Esse processos foram contínuos, abrangentes e sistemáticos, sendo parte do seu projeto político-ideológico de redução e enfraquecimento institucional do Estado. O desmonte respondeu a uma lógica de menos direitos para a maioria, e mais privilégios para uma minoria", diagnostica o relatório.


Segundo o relatório, houve um "processo de enrijecimento dos gastos reais primários, no que diz respeito ao desfinanciamento da políticas públicas de saúde, previdência e assistência social, dentre outras". Mas ressalva: "No entanto, para atender suas necessidades de sustentação política, em quatro anos o atual governo furou o teto de gastos por cinco vezes, gerando gastos no valor de cerca de R$ 800 bilhões".


Mapa da fome


"O legado dos quatro anos do governo Bolsonaro é perverso. Ele deixa para a população o reingresso do Brasil no mapa da fome: hoje são 33,1 milhões de brasileiros que passam fome e 125,2 milhões de pessoas, mais da metade da população do país, vive com algum grau de insegurança alimentar", descreve. 


O relatório descreve a situação nas áreas. "Os cortes no orçamento da saúde para 2023 são da casa de R$ 10,7 bilhões, o que inviabiliza programas e ações estratégicas do SUS [Sistema Único de Saúde], tais como: farmácia popular, saúde indígena, e o programa HIV/AIDS", enumera. Ainda na área de saúde, ressalta o problema da fila de atendimentos especializados, como cirurgias eletivas, que cresceu "de forma vertiginosa" durante a pandemia.


"Na Educação, o governo Bolsonaro mostrou seu descompromisso com o futuro", prossegue. "Cortou deliberadamente recursos, não contratou a impressão de livros didáticos [informação que já havia sido antecipada pelo Congresso em Foco], colocando em risco a qualidade do ano letivo em 2023. E contribuindo para ampliar a evasão escolar que cresceu com a pandemia, o governo Bolsonaro congelou durante quatro anos em R$ 0,36 centavos por aluno a parte da União para a merenda escolar". 


"Sob o governo Bolsonaro, o Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país", diz o texto.


"A dimensão da participação social em âmbito governamental sofreu paralizações e retrocessos institucionais. Em praticamente todas as três grandes áreas de política públicas para o desenvolvimento nacional - Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos, Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Socioambiental e Climática, e Defesa da Democracia e Reconstrução do Estado e da Soberania -, houve claro retrocesso participativo e o desmonte dos principais instrumentos e mecanismos de relacionamento Estado/Sociedade".


Meio ambiente


"Quanto ao legado do governo Bolsonaro no âmbito da políticas ambientais e climáticas, é notório o rebaixamento organizacional e a falta de compromissos com os acordos internacionais", segue o texto. "A destruição ambiental nos dois últimos anos foi a maior em 15 anos. Em quatro anos, o governo Bolsonaro destruiu 45 mil Km² com desmatamento só na Amazônia". 


O relatório critica ainda o programa de desestatização feito por Bolsonaro, que teria se caracterizado por "decisões erráticas que implicaram em: desnacionalização patrimonial e perda de soberania nacional; desarticulação dos investimentos públicos indutores e multiplicadores dos investimentos privados e do próprio crescimento econômico". O relatório exemplifica com o setor de energia. "Os consumidores de energia elétrica poderão pagar uma conta que pode chegar a R$ 500 bilhões nos próximos anos, em razão de uma série de ações tomadas pelo governo Bolsonaro no setor elétrico". 


"No tocante às relações federativas, o governo Bolsonaro foi responsável pela maior crise do sistema federativo desde a redemocratização. A União provou desunião. Observou-se o enfraquecimento dos elos federativos em torno das principais políticas setoriais da área de Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos. O exemplo maior foi o papel desarticulador do Governo federal no enfrentamento da pandemia da COVID-19", prossegue o texto.


Enfrentamento aos demais poderes


"No que diz respeito à relação entre os três poderes e o respeito aos preceitos constitucionais, a Presidência da República adotou atitude de enfrentamento aos demais Poderes, bem como ação contínua de afronta aos marcos legais do regime democrático", critica o relatório, acentuando os problemas que aconteceram especialmente na relação de Bolsonaro com o poder Judiciário e alguns ministros, principalmente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.


"No tocante à Política Externa Brasileira, o governo isolou o país de seus vizinhos e dos âmbitos multilaterais, e não pagou cotas a organismos internacionais, deixando o país sem voto nestes fóruns", observa. "Sob a égide de Bolsonaro, constata-se um profundo rebaixamento e desprestígio internacional do Brasil no concerto das nações".


Imagem: reprodução


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Militares do GSI encaminham a Lula suas "exigências". Por Denise Assis

Por Denise Assis*: Não colou agora, como não funcionou no passado. O método, gasto e desbotado, usado pela ultradireita nos estertores da ditadura - quando oficiais do Centro de Investigações do Exército (CIE), tentaram explodir bombas durante um show do 1º de maio, em homenagem aos trabalhadores, para incriminar as esquerdas, atribuindo-lhes a autoria -, fracassou. A bomba explodiu antes, matando um dos militares, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo brutalmente o seu colega, o capitão Wilson Machado.
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Gabinete de transição revela o Brasil destroçado que o governo escondia. Por Jeferson Miola

Publicado originalmente por Jeferson Miola, em seu blog: Com a transição de governo começa a vir à tona a realidade sobre o descalabro das finanças nacionais, a devastação da institucionalidade governamental e o desmonte avançado de instrumento fundamentais de gestão de ´políticas públicas.

As informações e dados acessados pelas equipes do gabinete de transição não só confirmam a desgraceira que já se conhecia sobre a herança deixada pelo governo militar presidido por Bolsonaro, como mostram que em várias áreas a situação é muito mais grave do que se suspeitava.

O gabinete de transição recebeu do Tribunal de Contas da União [TCU] documentos com diagnósticos e subsídios sobre esta realidade. Estes trabalhos estão disponíveis no site do gabinete de transição.


O TCU "apontou 29 áreas que representam um alto risco para a Administração Pública federal devido à vulnerabilidade a fraude, desperdício, abuso de autoridade, má gestão ou necessidade de mudanças profundas para quer os objetivos das políticas públicas sejam cumpridos". 

O relatório menciona "problemas crônicos e de grande impacto" em praticamente todas as áreas de governo. É um cenário devastador.


O Tribunal cita problemas como pagamento de auxílio federal a pessoas indevidas [como a 79 mil militares e a empresários bolsonaristas]; demora na concessão de benefícios pelo INSS, cauda do estoque de cinco milhões de pessoas com benefícios atrasados; falhas na governança fiscal; ineficiência na execução de políticas públicas; prejuízos para a redução das desigualdades sociais e regionais; falta de confiabilidade e de segurança de dados e dos sistemas federais; problemas na gestão de obras paralisadas, falha na fiscalização e no combate ao desmatamento ilegal etc.


O processo de transição de governo tem antecipado a revelação de aspectos escondidos pela política de sigilo, opacidade e falta de transparência do governo Bolsonaro.

Além de casos de negligência e incompetência, há também várias denúncias de improbidade, corrupção e ilicitudes. A partir de 1º de janeiro, com a quebra daqueles sigilos decretados ilegalmente, os órgãos de fiscalização e controle terão condições de apurar e identificar responsáveis.


Os militares estão legando aos brasileiros um país arruinado e destroçado, que precisará ser inteiramente reconstruído, num esforço de muitos anos. Era uma tragédia anunciada.

O saldo da intromissão indevida e inconstitucional dos militares na política - tal como ocorreu na ditadura e agora, no atual governo - é desastroso para o país: arrocho salarial, carestia, miséria, fome, descontrole, violência, aumento das desigualdades, incompetência e destruição.


A semelhança do desastre atual com aquele da ditadura [1964/1985] não é casual, é repetição previsível.

É uma repetição histórica que acontece ao mesmo tempo como farsa e tragédia em um país sujeitado à tutela militar e habituado a contemporizações, conciliações por cima e anistias.


Imagem: reprodução/charge: Latuff


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domingo, 4 de dezembro de 2022

Casa Branca confirma reunião com Lula na segunda-feira

Representantes dos Estados Unidos viajarão até Brasília na segunda-feira (05) para se reunir com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a equipe de transição para o próximo governo e o secretário de Assuntos Estratégicos do governo de Jair Bolsonaro (PL).
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sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Comandantes das Forças Armadas cobram ação de Bolsonaro para conter atos em frente a quartéis

Reportagem de Leonardo Ribeiro, da CNN/Brasil: Numa reunião que durou duas horas nesta quinta-feira (24), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ouviu dos comandantes da Marinha, Exército e Força Área de que é preciso um sinal mais claro do chefe do Executivo aos eleitores que insistem em fazer vigílias na frente de quartéis, com demandas inconstitucionais, como pedido de intervenção militar.
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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Política: "Nos livre do comunismo", diz Bolsonaro para Alckmin no Planalto

Publicado originalmente por Kaíque Moraes, no DCM: Após o encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o vice-presidente e coordenador do governo de transição, Geraldo Alckmin (PSB), na última quinta-feira (03), Bolsonaro mostrou que continua assustado por falsa ameaças. A reunião foi organizada para alinhar a transição de governo.
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