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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Infiltrados alimentam 'guerra fria' entre direita e esquerda após ataques

A reportagem é de Gabriela Soares, no Lupa: Após os ataques golpistas, grupos de esquerda e de direita no Telegram intensificaram a estratégia de se infiltrar em chats de adversários políticos para coletar informações. De um lado, o foco é mapear quem os esquerdistas apontam como responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Do outro, até forças-tarefas foram montadas para ajudar na identificação de financiadores e golpistas.

A disputa virtual, em um clima de "guerra fria", também resulta em outros efeitos colaterais, como cautela e desconfiança, que cresceram nos grupos enquanto temores da presença de "espiões" se reservaram ambos nos lados.


O Google Trends mostrou que, entre os dias 9 e 10 de janeiro, houve um pico nas buscas pelos termos "infiltrado" e "infiltrados". A ferramenta Crowdtangle revelou que o mesmo padrão se repetiu no Facebook e no Instagram.      

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Postagens públicas no Instagram com os termos "infiltrados" e "infiltrado", de 1º a 17 de janeiro/2023. Foto: reprodução 

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Postagens públicas no Facebook com os termos "infiltrados" e "infiltrado, de 1º a 17 de janeiro/2023. Foto: reprodução

E não foi apenas o termo que se potencializou. Em grupos de Telegram, usuários têm buscado, literalmente, infiltrar-se nas conversas de seus respectivos antagonistas, atuando como informantes nessa guerra de narrativas.

Nos grupos de esquerda, forças-tarefas forma formadas para acessar chats golpistas, coletar provas e identificar os responsáveis pelos ataques em Brasília. Em alguns grupos monitorados pela Lupa, uma das investidas foi apelidada de "Operação sexta-feira 13" - data que, além de carregar a fama de ser dia de azar, também faz alusão ao número de Lula nas urnas.

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Reprodução/Lupa

Nesses grupos, circulam, ainda, orientações para realizar a devida captura de provas. Umas das técnicas sugeridas foi a de "printar" as postagens e arquivá-las por meio de plataformas como o Archive.today e o Wayback Machine

Os conteúdos eram separados em tópicos que compunham linhas de investigação. Entre os alvos dessas forças tarefas, estavam cenas de vandalismo e informações sobre financiadores e organizadores dos atos.

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Reprodução/Lupa

Em uma estratégia semelhante, grupos de direita se articulavam para obter informações. Mensagens enviadas em grupos golpistas alertavam sobre os mutirões que buscavam identificar os responsáveis pela depredação na capital federal. "monitorando de perto", disse o administrador de um dos chats sobre a possível presença de infiltrados no espaço.

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Imagem/reprodução: Lupa

"Hoje eles vão começar a entrar nos grupos em massa", alertou uma outra mensagem enviada junto de informações vazadas de grupos de esquerda.

O anonimato proporcionado pelo Telegram - que permite a ocultação do número telefônico - é um aliado nessa "guerra fria virtual", mas também inimigo de ambos os lados. Nos grupos, é difícil identificar quem é quem, o que facilita o trabalho dos "espiões" e dificulta saber quem é realmente confiável.


Em um dos grupos golpistas monitorados pela Lupa, um dos administradores publicava diariamente uma lista de nomes de possíveis espiões para excluí-los do chat. Ele, inclusive, buscava acessar grupos de esquerda para coletar nomes e bani-los.

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Imagem/reprodução: Lupa

Os grupos de esquerda, também cientes do monitoramento, adotaram a mesma estratégia de vigilância, além de terem compartilhado medidas de segurança para evitar a identificação. 
"Nenhum dado sensível foi vazado, mas temos que tomar cuidado porque chamamos muita atenção", orientava uma das mensagens.

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Imagem/reprodução: Lupa

Tese sobre infiltrados cresce também fora das redes 


No dia 12 de janeiro, durante um café da manhã com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse estar convencido de que a porta do Palácio do Planalto "foi aberta" para que os golpistas entrassem. "Teve muita gente conivente. Teve muita gente da Polícia Militar conivente, muita gente das Forças Armadas aqui dentro coniventes", argumentou na ocasião, sinalizando a possibilidade de envolvimento de "infiltrados" golpistas.


Em resposta, o governo tem articulado mudanças, principalmente em áreas ligadas à segurança presidencial. Na quarta-feira (18), por exemplo, 13 militares foram dispensados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). No dia anterior, 40 militares que cuidavam da administração do Palácio da Alvorada já tinham sido exonerados. 

O discurso de responsabilização de infiltrados, contudo, já vinha sendo utilizado havia dias por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como mostrou uma reportagem da Lupa. A tese de que infiltrados de esquerda foram os responsáveis pela depredação dos prédios dos três poderes começou a ser propagada em 9 de janeiro, dia seguinte aos atos golpistas. 


Seguindo essa linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, votou contra o decreto do presidente Lula de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro. Em seu perfil no Twitter, Flávio publicou um vídeo em que reforça a tese de que infiltrados aproveitaram a situação para "sujar a reputação de quem estava lá de maneira pacífica".


Outros parlamentares, como o vereador da capital paulista Fernando Holiday (Republicanos-SP) e o deputado estadual do Rio de Janeiro Alexandre Freitas (Podemos), também endossaram o discurso. 

Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal mais votado nas eleições de 2022, chegou a fazer um pedido de investigação contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). Segundo Ferreira, Dino sabia que os ataques ocorreriam e foi omisso. O pedido, porém, foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de indícios criminais que justificassem a abertura do inquérito.


Editado por: Leandro Becker e Bruno Nomura


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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

'O zap que afaga é o mesmo que apedreja'

Por Cefas Carvalho, no SaibaMais - Qualquer pessoa com o mínimo de percepção da realidade sabe que a eleição presidencial foi, em grande parte, decidida por informações falsas, as Fake news, transmitidas por grupos de Zap. Após as eleições, descobrimos que esse surto de notícias falsas e sua disseminação não eram orgânicas, mas, sim planejadas, sistematizadas e dentro de uma estrutura cara e bem montada com origem nos EUA e ramificações mundiais.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Internet - grupos virtuais revelam o mesmo comportamento da vida real

É inegável. O advento da Internet nos proporcionou uma revolução no mundo do conhecimento, da informação, e da comunicação. Transformou-se rapidamente no maior instrumento democrático de divulgação, disseminação, e compartilhamento de ideias. Haja vista, o enorme sucesso das redes sociais como Twitter, Facebook, Orkut, e outras, que a cada dia recebem inúmeros adeptos. Sem mencionar os Blogs, é interessante perceber também, que é cada vez mais comum a participação das pessoas nos chamados grupos virtuais de discussão.

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