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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Igrejas evangélicas dos EUA esvaziam com deportações de Trump e pastores se desesperam

Diário do Centro do Mundo: A onda de medidas rigorosas de deportação e operações para capturar imigrantes irregulares nos EUA tem gerado um impacto visível em espaços centrais para a comunidade brasileira, com destaque para o esvaziamento progressivo de igrejas evangélicas.

www.seuguara.com.br/Silas Malafaia/igrejas evangélicas/EUA/deportações/

Relatos ouvidos pela BBC News Brasil revelam que fiéis estão evitando cultos por medo de serem detidos, mesmo em ambientes tradicionalmente considerados seguros.

"Os cultos estão bem mais vazios. As pessoas estão com medo até de ir para a igreja", afirma uma estudante brasileira em uma cidade americana com alta concentração de imigrantes do Brasil.


O temor aumentou após a administração Trump autorizar, em janeiro, a detenção de imigrantes em locais como igrejas, escolas e clínicas. A medida, parte de 21 ações executivas para endurecer a imigração, ampliou a atuação de agente federais, incluindo operações em áreas antes vistas como refúgios.

Em Nova York, uma igreja chegou a colar um aviso na porta alertando que o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) só pode entrar no local com autorização judicial. A ação simboliza a tensão que permeia esses espaços. Fernanda, que frequenta uma igreja em Massachusetts, conta que até ela reduziu a presença nos cultos: "A gente nunca sabe o que pode acontecer". 

www.seuguara.com.br/Igreja evangélica/Estados Unidos/Aviso/imigrantes/

O clima de apreensão é alimentado por relatos de deportações de imigrantes sem antecedentes criminais, contrariando o discurso oficial de que o foco são "criminosos". Rafael, evangélico sem documentos na Flórida, revelou que sua advogada orientou evitar não apenas mercados e festas, mas até aglomerações religiosas: "O medo aumentou, mas seja feita a vontade de Deus", resigna-se.


Embora o governo afirme priorizar deportações de pessoas com crimes graves, a definição ampla de "criminoso" - incluindo quem violou leis migratórias - e a prática de detenções em massa em residências ou locais públicos geram o chamado "dano colateral".

Dinorah, da Carolina do Norte, resume: "Se você estiver perto de alguém com problemas, vai ser levado junto". 


Pastores também sentem o impacto. Um líder de igreja em Orlando, que preferiu anonimato, admitiu que o fluxo de fiéis diminuiu e reforçou que a comunidade não incentiva imigração irregular. "Não oferecemos auxílio jurídico a quem está legal", disse, em um sinal de como o tema se tornou tabu até em espaços religiosos.  

Além de evitar igrejas, brasileiros relatam isolamento social. Junior Pena, influenciador com milhares de seguidores, orienta: "Andamos pisando em ovos". Ele cancelou uma viagem ao Alasca por medo de voos domésticos, enquanto outros evitam até supermercados étnicos. 

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Para Fernanda, o fenômeno nas igrejas evangélicas é sintomático: "O templo está mais vazio, e isso reflete o desespero de quem vive na sombra". Enquanto a Casa Branca defende suas políticas como "proteção nacional", a comunidade brasileira enfrenta uma realidade onde até a fé é abalada pelo medo de estar "no lugar errado, na hora errada".



Em suas redes sociais, o Pastor Silas Malafaia, líder da ADVEC, abordou o tema dizendo que ele "concorda em parte" com as medidas de Trump.

"Deportar gente que tem ficha criminal está certo", diz o extremista religioso, que entretanto cita versículos bíblicos para fundamentar que os "estrangeiros trabalhadores" não deveriam ser atingidos com a política de imigração do republicano.


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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Extrema-direita ganha espaço com volta das ideologias fascistas

Por Milleny Ferreira, no GGN: - No aniversário da libertação de Auschwitz, mundo não pode ignorar a extrema-direita atual - Um artigo de opinião publicado nesta segunda (27) por AL Jazeera traça um paralelo entre a ideologia fascista dos nazistas e da extrema-direita europeia, que trocou de "inimigo": antes, os judeus; agora, os muçulmanos e os imigrantes. O artigo ocorre por ocasião do Dia Internacional da Memória do Holocausto, data firmada pelas Nações Unidas em 2005.

www.seuguara.com.br/extrema-direita/fascismo/holocausto/

Há exatos 80 anos, o maior campo de concentração e extermínio de judeus era encerrado. O Auschwitz-Birkenau aprisionou cerca de 1,3 milhão de pessoas entre os anos de 1940 e 1945, e pelo menos 1,1 milhão delas foram exterminadas. 

Enquanto a Europa celebra oito décadas desde o fim do Holocausto, líderes políticos voltam a ressaltar a importância de combater o ódio e lembrar da "ruptura civilizatória" que o genocídio representou.

No entanto, a ascensão de partidos e movimentos de extrema-direita, por todo o continente, coloca em risco este compromisso principalmente com os novos representantes dessas ideologias fascistas.


Embora muitos desses partidos homenageiem as vítimas do Holocausto e afirmem combater o antissemitismo, suas ações falam mais alto. Em vez de abandonar seu passado fascista, essas forças políticas se adaptaram e continuaram a propagar ideias perigosas de supremacia branca e ódio, agora com um foco crescente na islamofobia, podendo ser considerados como os "herdeiros nazistas".

Por décadas, a extrema direita na Europa foi marcada por uma retórica abertamente antissemita, com figuras como Jean-Marie Le Pen, da Frente Nacional, e Jörg Haider, do Partido da Liberdade, desafiaram o consenso pós-guerra.


Contudo, nos últimos anos, com a "guerra ao terror" e o medo crescente do islamismo, a medida foi direcionada contra os muçulmanos. Ao mesmo tempo, o apoio a Israel aumentou, melhorando a negação do direito de existência do país pela negação do direito de um estado palestino. 

Essa mudança de foco, que encontrou o antissemitismo por islamofobia, provou ser bem sucedida, por volta de 2022, ano também em que o líder do partido pós-fascista Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, tornou-se primeiro-ministro, e em 2023, o partido de Geert Wilders, na Holanda, foi o mais votado.


Em 2024, a extrema direita participou de grandes vitórias sendo muito significativas em Portugal, França e outros países, com a Alternativa para a Alemanha (AfD) e o Partido da Liberdade da Áustria também avançando. Esse crescimento está diretamente relacionado ao fracasso dos partidos tradicionais em lidar com questões como a imigração e a islamofobia.

Ao adotar políticas semelhantes às de extrema direita, os partidos de centro ajudam a legitimar essas ideias. Ao mesmo tempo, a incapacidade da esquerda de oferecer alternativas eficazes ao crescente descontentamento social e econômico permitiu que a extrema direita se apresentasse como uma solução para esses problemas. 


O mais alarmante é a normalização dessas ideologias nos dias de hoje, já que a extrema direita participa de coalizões governamentais em vários países, e suas ideias radicais, como a "remigração" ou manifestações agressivas de figuras públicas, já não são mais escondidas.

O retorno da extrema direita reflete as mesmas ideologias que geraram o Holocausto. A troca de um inimigo - os judeus - por um novo inimigo, os muçulmanos, ou os imigrantes, e a defesa da supremacia branca, são facetas da mesma ameaça. 


Além disso, a negação do genocídio palestino e o apoio ao massacre em Gaza por parte de alguns líderes europeus reforçam a continuidade de uma mentalidade que não só ignora as lições do passado, mas também coloca em risco o futuro.

Neste cenário, as declarações feitas sobre a libertação de Auschwitz são vazias. O ressurgimento da extrema direita e suas políticas de ódio e racismo deixam claro que o "nunca mais" nunca foi garantido.


*Com informações do Aljazeera

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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Por enquanto, fim da checagem de fatos é limitado aos EUA, diz Meta

Lucas Pordeus Léon, repórter da Agência Brasil: O fim do serviço de checagem de fatos da Meta – companhia que controla Facebook, Instagram e Whatsapp – ocorreu apenas nos Estados Unidos (EUA), pelo menos por enquanto, informou a gigante da tecnologia ao responder questionamentos da Advocacia-Geral da União (AGU).

www.seuguara.com.br/Meta/checagem de fatos/limite/EUA/

“Neste momento, essa mudança somente será aplicada nos Estados Unidos. Planejamos criar, testar e melhorar as Notas da Comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países”, informou a big tech estadunidense, destacando a intenção de expandir a mudança para os outros países.


Desde 2016, a Meta oferece no Facebook e no Instagram um serviço de checagem de fatos, realizado por jornalistas e especialistas em cerca de 115 países, que apura se informações que circulavam nas redes eram verdadeiras ou falsas e oferecia a contextualização aos usuários.

Com o fim da checagem de fatos, a Meta passou a adotar a política de “notas da comunidade”. Com isso, apenas usuários previamente cadastrados podem contestar alguma informação que circula nas plataformas.


Ofensas preconceituosas

Ao mesmo tempo em que diz proteger os direitos humanos e a segurança de grupos vulneráveis no documento enviado à AGU, a Meta defendeu alterações na política sobre discurso de ódio que passou a permitir insultos preconceituosos contra mulheres, imigrantes e homossexuais. A companhia confirmou que essas mudanças já estão em vigor no Brasil.

“Tais atualizações procuram simplificar o conteúdo da política de modo a permitir um debate mais amplo e conversas sobre temas que são parte de discussões em voga na sociedade”, explicou a companhia, alegando que a política antes em vigor havia limitado o “debate político legítimo e, com frequência, impedindo a livre expressão que pretendemos viabilizar”.


Sobre isso, a AGU destacou que causa grave preocupação a confirmação da alteração da política sobre discurso de ódio no Brasil porque “pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, acrescentando que as mudanças informadas pela Meta “não estão adequadas à legislação brasileira e não são suficientes para proteção dos direitos fundamentais”.

A AGU destacou ainda que a nova posição da Meta contraria a defesa que a companhia fez no julgamento sobre o Marco Civil da Internet no Supremo Tribunal Federal (STF). “Em tais manifestações, representantes da empresa asseguraram que as então políticas de governança de conteúdo eram suficientes para a proteção dos direitos fundamentais dos usuários”, diz a pasta.


A AGU vai promover uma audiência pública, nesta quinta-feira (16), para discutir com órgãos governamentais e entidades da sociedade civil as ações para lidar com o tema das redes sociais a partir das mudanças anunciadas pela Meta.

“A audiência vai discutir os efeitos da nova política implementada pela Meta, o dever de cuidado das plataformas digitais, os riscos da substituição do Programa de Verificação de Fatos no exterior e as medidas a serem ser adotadas com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação nacional e a proteção de direitos”, diz o comunicado da AGU.



Entenda

Na semana passada, a Meta anunciou uma série de mudanças e o alinhamento da política da empresa à agenda de governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a desregulamentação do ambiente digital e é contrário à política de checagem de fatos. Em seguida, a Meta liberou a possibilidade de ofensas preconceituosas nas plataformas.

Edição: Érica Santana

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domingo, 28 de julho de 2019

Portaria sobre deportação viola direitos e a Constituição, diz DPU (Defensoria Pública da União)

Por Gabriela Coelho, no Conjur - É preocupante constatar a criação, por portaria ministerial, de um conceito jurídico indeterminado chamado "pessoa perigosa", que remete às piores lembranças autoritárias do Direito Migratório brasileiro, afirmou a Defensoria Pública da União, ao comentar a Portaria 666, publica pelo Ministério da Justiça nesta sesta-feira (26/7).
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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Vídeo explica a crise de refugiados da Síria

O vídeo postado no YouTube pelo canal de In a Nutshell tem duração de apenas seis minutos. Explica didaticamente a crise de refugiados da Síria e porque ela atingiu tal magnitude. Entenda também porque os argumentos dos países europeus para não receber os imigrantes são equivocados.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Solidariedade - Bayern oferece abrigo, comida e aulas de alemão para refugiados em Munique


Por: Felipe Lobo, no Trivela – "O Bayern de Munique irá doar € 1 milhão para ajudar os refugiados e irá montar uma estrutura para abrigar os imigrantes. O número de imigrantes na cidade tem aumentado, com milhares de pessoas chegando a Munique depois de passar por Hungria ou Áustria. A estação de trem de Munique é um dos principais pontos de entrada.
“O Bayern vê como sua responsabilidade social ajudar os refugiados e essas crianças, mulheres e homens que sofrem, apoiá-los e acompanha-los na Alemanha”, afirmou o executivo-chefe do clube bávaro, Karl-Heinz Rummenigge, em um comunicado.

refugiados-solidariedade-Bayern de Munique
O clube pretende usar a estrutura das categorias de base para abrigar crianças, em ação conjunta com a cidade de Munique. O lugar onde ficarão os abrigados fica separado da parte de treinamento regular do time. O abrigo improvisado irá fornecer alimentação e aulas de alemão aos refugiados, para os ajudarem a se adaptar à Alemanha.

No dia 12 de setembro, no jogo contra o Augusburg, os jogadores do Bayern de Munique entrarão e campo com crianças refugiadas como uma forma de tomar posição sobre isso. O dinheiro doado para ajudar os refugiados, € 1 milhão, será arrecadado com um amistoso ainda planejado. “O Bayern está tomando uma posição e eu estou feliz com o envolvimento do clube”, disse o prefeito de Munique, Dieter Reiter. “É por isso que eu alegremente aprovei o apoio da cidade”, continuou.

A expectativa é que a Alemanha receba cerca de 800 mil imigrantes até o fim do ano, quatro vezes mais do que o país recebeu em 2014. A questão dos imigrantes se tornou importante na Alemanha, com muitos imigrantes vindos da Síria e de outros países, especialmente fugindo da pobreza e buscando asilo político.

As torcidas de quatro clubes alemães fizeram manifestação de apoio aos refugiados com mensagens de “Bem-vindos, refugiados” ou “Bem-vindos à Alemanha”. A Federação de Futebol Alemã (DFB) divulgou uma mensagem condenando os ataques aos refugiados nas suas acomodações na Alemanha, assim como condenou também a xenofobia. A entidade planeja um amistoso chamado “Refugiados Unidos” na próxima semana com funcionários da federação para arrecadar fundos."

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