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sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Política: Reformas de Bolsonaro são resultado da ação de Temer, diz líder de entidade liberal

São Paulo, SP (FOLHAPRESS) - Quem foi o presidente mais liberal do Brasil nos últimos anos, ao menos em matérias econômica? Até pouco tempo atrás havia vários argumentos para dar o troféu para Jair Bolsonaro, com seu ministro da Economia formado na Escola de Chicago e a promessa feita na campanha de 2018 de "menos Brasília e mais Brasil".

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Os bilhões que separam neoliberais de heterodoxos

Por J. Carlos de Assis (*) - "Há uma ignorância generalizada, inclusive na chamada elite culta, sobre o que é neoliberalismo, no Brasil e no mundo. A ignorância se amplia, inclusive nas esquerdas, quando se tenta estabelecer um confronto ideológico entre ortodoxia econômica e heterodoxia. A questão é colocada como numa partida de futebol onde os times são identificados pelos nomes, e nunca pelos jogadores. Na opinião pública em sentido amplo, não se trata de falta de nomes, mas de fetiches que funcionam como instrumentos de manipulação pela mídia.


Se você acha que isso é irrelevante devo lembrar que a candidata Marina Silva, assim como de Eduardo Campos e de Aécio, estabeleciam como pilar da sua proposta econômica presidencial o chamado tripé do câmbio (livre), juros (elevado) e superávit primário (alto). Para quem não sabe, esse tripé está encravado no coração do neoliberalismo e da ortodoxia econômica, que são mais ou menos a mesma coisa. Aposto que milhões de pessoas votaram no tripé. Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem. Milhões voltarão a fazê-lo caso não sejamos competentes para desmascarar essa empulhação.

O que é um ortodoxo, ou neoliberal? É o sujeito que acha que o mercado resolve tudo. Já o Governo, este é apenas um entrave. Os juros estão elevados? A oferta de dinheiro aumenta e os juros caem espontaneamente. O câmbio está supervalorizado? As exportações aumentam e promovem a desvalorização do câmbio. O desemprego aumentou? A oferta de trabalho se expande, pressiona os salários para baixo e isso estimula os empresários a gerarem mais empregos. A palavra mágica para tudo isso é uma só: equilíbrio de mercado.

Isso também se aplica aos preços de bens e serviços em geral. Inflação? Ora, não se afobe. O Banco Central, independente do Governo e atento ao mercado, cuidará de aumentar os juros e a demanda cairá promovendo o equilíbrio dos preços. Em suma:  tudo se resolve pelo mercado. Ao Governo cabe apenas promover o equilíbrio fiscal. O mercado não é apenas um agente eficiente mas extremamente elegante. Não polui a economia com intervenções do Governo. E realiza o desenvolvimento econômico saudável!

O que é um heterodoxo, ou desenvolvimentista? É o sujeito que, tanto do ponto de vista teórico quanto prático, sabe que as teorias de equilíbrio espontâneo dos mercados são uma farsa. Em síntese, ele advoga câmbio administrado, juros controlados num nível baixo, política fiscal anticíclica (déficit na recessão e superávit no boom), e, regra suprema, uma certa administração dos preços para dar conta de inflação de custos provocada por política monopolistas e oligopolistas das empresas privadas, ou escassez de produtos agrícolas.

Você poderá achar que se trata de diferenças  simples. Grande engano. As diferenças são medidas em bilhões. Por trás dos ortodoxos neoliberais está um exército de serviçais de financistas que ganham bilhões de reais diariamente com a política que defendem,  quando não são eles próprios os financistas ganhadores. Muitos, como Lara Resende, Pérsio Arida, Gustavo Franco, Edmar Bacha, escondem na falsa condição de acadêmicos sua posição real de aves de rapina da economia real, dentro da casamata neoliberal do Instituto Millenium.

Também em termos de rigor teórico o neoliberalismo ortodoxo é um embuste. Sou economista político, não sou matemático. Mas escrevi junto com um dos maiores matemáticos do Brasil, Francisco Antônio Doria, o livro “O universo neoliberal em desencanto”. Na sua parte, Doria desenvolve um conjunto de teoremas que provam matematicamente que mercados não entram em equilíbrio espontaneamente, embora possam fazê-lo por acaso. Como consequência, a doutrina do livre mercado não pode ter caráter normativo – razão pela qual o movimento Aliança pelo Brasil rejeita vigorosamente o neoliberalismo."

(*) J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de “Sete mandamentos do jornalismo investigativo”, Ed. Textonovo, SP, 2015. Este artigo foi publicado no Jornal GGN, em 19/01/2016.
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