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sábado, 13 de abril de 2024

O que Lula pode fazer com os desencantos e ressentimentos da classe média. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: Se o Lula acabar com a fome na última casa ainda sem comida, seus índices de aprovação não vão mudar muito. A aceitação do seu governo não depende das respostas aos programas sociais básicos para quem precisa comer. O problema é que a classe média bem alimentada decidiu que não aceita seu terceiro governo. A classe média aprova Tarcísio de Freitas mais do que Lula e aplaude a matança da polícia do bolsonarista na Baixada Santista, porque não tá nem aí.

www.seuguara.com.br/Lula/calsse média/política/

É maior o retorno político de quem autoriza a matar gente do que de quem manda matar a fome. Se melhorar a vida do povo, como vem melhorando. Se baixa a inflação, se reduzir o desemprego, não adiantará muito para Lula.

Se caçar toas as armas de bandidos fantasiados de caçadores e colecionadores, seu nível de aprovação pouco irá se alterar. Não muda nem se prender todos os grandes traficantes do país. E talvez nem se reduzir o preço da luz em 20%.


Ações e conversas propositivas não rendem mais como rendiam antes. O que rende e tem fácil assimilação é a ação destrutiva antissistema, consagrada pelo lavajatismo e aperfeiçoada pelo bolsonarismo. Vem rendendo muito agora na Argentina.

Não vai mudar nada se, depois de jogar o filé dos lucros da Petrobras para a Faria Lima, decidir atirar toda a picanha como bônus. A Faria Lima vai querer mais e pedirá os ossos da Petrobras.


Não resolve nem se conseguir mediar o fim da guerra na Ucrânia, ou se salvar os palestinos que restam em Gaza. Não adianta Lula dizer que Elon Musk nunca plantou um pé de capim no Brasil.

Só vai entender sua fala sobre capim quem já entende tudo o que está acontecendo e o que Lula tanta dizer e fazer em seu terceiro governo.

www.seuguara.com.br/Lula e a classe média/

As pesquisas que indicam aumento da desaprovação de Lula na verdade não estão captando uma percepção fora da realidade, por causa de uma distorção entre o que as pessoa vivem e, nas pesquisas, dizem viver.

As pesquisas captam a realidade vista pelo ponto de vista da classe média, essa que também contamina hoje, com seus ressentimentos e abatimentos, os sentimentos dos pobres em dúvida sobre melhoria de vida.

O Datafolha do final de março mostrou que a rejeição a Lula se acentua nesse contingente intermediário, vasto e nebuloso, porque assim é a classe média.


No segmento que ganha de dois a cinco salários mínimos (R$ 2.800 a R$ 7.000), de 19% do eleitorado, a avaliação negativa de Lula foi de 35% para 39%. Na faixa acima dessa, dos nos 12% da amostra que ganham de cinco a 10 mínimos (R$ 7 mil a 14 mil), saltou de 38% para 48%.

Bem abaixo deles, os pobres continuam com Lula, nem tanto fiéis apenas no Sul. Mas a grande imprensa e a classe média vão convencendo os pobres até de que, se não distribui lucros para os ricos que têm ações, a Petrobras agiu mal com os brasileiros.


E pobres passam achar, e acham mesmo, que a Petrobras não deve garantir gasolina barata, mas lucros para a Faria Lima e para os donos de ações da estatal na Globo.

Assim como evangélicos remediados e pobres acreditam que Israel é um país cristão e que Bolsonaro, amigo dos nazistas, é parceiro dos judeus e de Israel.


Lula pode estar sendo desaprovado por estar acertando ao reduzir pobreza, inflação e desemprego. Porque, para a classe média que o rejeita, essas melhorias favorecem mais os pobres.

E a competição com os pobres é o problema da classe média desde que o lulismo passou a ser efetivo e substantivo com os resultados dos outros três governos petistas. 


A classe média lidava bem com utopias, e assim ajudou a construir o PT. Quando se viu com perda de poder econômico e de afirmação social e percebeu, ao mesmo tempo, que as classe subalternas subiam as escadas do avião, da universidade e dos restaurantes, aí a classe média se apavorou.

O que temo, segundo as pesquisas, é um agravamento dessa percepção de que o governo não oferece melhorias. Mas melhorias para quem? 


Não há como contemplar, por maior que seja o esforço, a frustração e a queda de autoestima da classe média, essa que, como disse Paulo Guedes, viu a empregada doméstica viajando para Miami. Era, segundo ele, uma festa danada.

www.seuguara.com.br/Paulo Guedes/ex-ministro da Economia/

E ainda tem o fenômeno das igrejas. Tem a expansão da base de extrema direita no centro-oeste e no sul. E a sobrevivência, subestimada pelas esquerdas, da grande mídia hegemônica e mais articulada entre si (Folha, Globo e Estadão), para ser mais terrivelmente antilulista hoje do que foi nos governos anteriores.


Lula pode ter perdido a classe média, essa que está na origem do próprio lulismo, por não ter como lidar com seus desencantos, perda de sonhos e de perspectiva para filhos e netos. Não é a inflação da batata que atormenta a classe média.

É isso o que mostram as pesquisas. A degradação de um apoio que já existiu, mas não existe mais entre quem gostaria de ser dono de fato da Petrobras, não por causa do preço da gasolina na bomba, mas pelas ações na bolsa. 


Mais empregos, gasolina sob controle, juro baixo para a casa própria e inflação baixa já não atendem as demandas da classe média. E ela é que manda nas pesquisas e expressa junto os efeitos dos humores da grande mídia, do poder neopentecostal e agora até da influência das afrontas do gângster Elon Musk.


VIA

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sábado, 9 de dezembro de 2023

Política: 'A ignorância da esquerda diante do perigo evangélico'. Por Adriano Viaro

Por Adriano Viaro, no DCM: Não raro, me pego discutindo acerca do avanço neopentecostal. Questões de ordem política e jurídica, como fascismo e lavajatismo, são tidas como mais relevantes do que as questões religiosas. Vêm e vão pesquisas, sobre a aprovação do governo, e o "item de fé" passa batido ou pouco analisado.

www.seuguara.com.br/envangélicos/política/esquerda/

Anotem: não imposta o que o governo faça ou vier a fazer, o evangélico de direita, ou extrema-direita, dirá que está ruim ou péssimo. "Mas, professor, e a comida na mesa?". Ela não influencia em absolutamente nada. Ninguém quer comida que foi posta pelo diabo ou seu representante. Ou nós admitimos que o envangelistão dita razões políticas a partir da fé - e entendemos que isso perpetua os índices de ruim ou péssimo nas pesquisas -, ou iremos soçobrar em nossas próprias tentativas de combate ao avanço neopentecostal.


Para além dos índices revelados pelo IBGE - lembrando que o recorte religioso ainda permanece com dados de 2010, ou seja, 42,2 milhões de evangélicos, o que nos leva a uma previsão de mais de 55 milhões nos resultados ainda a serem apresentados (Datafolha apresentou mais de 60 milhões) -, temos ainda a influência nas redes.


Neste ponto, os líderes evangélicos "não fascistas" ocupam as posições 9, 10 e 12, entre os 12 mais influentes no país. Estes três pastores, juntos, possuem 5 milhões de seguidores. Por outro lado, os neopentecostais, somados, possuem 113 milhões. Estamos falando de um alcance 22 vezes maior do que os progressistas. E o que fazemos com isso? Nada, afinal de contas, "a fé não é mais importante".


Deixo uma pergunta aos meus pares: quantos cultos foram acompanhados e monitorados por estes que dispensam a importância da manipulação e da doutrina evangélica na vida política de suas ovelhas? Hum? As últimas pesquisas apontaram que 54% dos evangélicos jamais votariam na esquerda.


Os demais se dividem entre os que talvez votariam e os que votariam de fato. Mas não para por aí, outra pesquisa aponta que nas últimas duas décadas o crescimento de templos evangélicos atingiu a apavorante marca de 225% ! Ou n´s acendemos o alerta ou será tarde demais. Eu, honestamente, estou cansado de tentar alertar.

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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Os tios do zap de Bolsonaro e os jovens do TikTok de Milei. Por Moisés Mendes

Por Moisés Mendes, em seu blog: O fenômeno Javeir Milei oferece um consolo aos brasileiros, nas tentativas de comparação entre o argentino e Bolsonaro e entre as bases da extrema direita lá e cá. Algumas coisas nos favorecem quanto ao tamanho das ameaças. Numa das simplificações possíveis, para que algumas abordagens sejam aprofundadas, pode ser dito que o bolsonarismo nasce e se mantém sobre um eleitorado já envelhecido. E que o mileinismo tem seu alicerce nos jovens.

www.seuguara.com.br/Jair Bosonaro/Javier Milei/eleitores/Zap/TikTok/

É o que reafirmam pesquisas mais recentes sobre intenção de voto no segundo turno, que acontece dia 19 de novembro. Os jovens mantêm Milei competitivo e é deles que o extremista depende para o curto e o médio prazos.


Para relembrar, às vésperas da eleição no primeiro turno, em 22 de outubro, uma pesquisa da consultoria Analogia revelou que 40,6% dos eleitores de 16 a 29 anos estariam dispostos a votar em Milei. Com uma maioria de homens, como acontece em relação ao eleitorado total.

O diretor do Grupo de Estudos de Desigualdade e Mobilidade do Instituto Gino Germani, Eduardo Chávez Molina, analisou o perfil desse eleitor de Milei e concluiu que em cada quatro jovens da sua base há apenas uma mulher.


Também na Argentina o lastro da extrema direita é de machos, e há detalhes interessantes. Molina mostra que, se restringir o que chamam de jovens à faixa de 16 a 23 anos, os que declaram vínculos e fidelidade a Milei são apenas 21% do total, contra 32% de peronistas.

Quanto Mais jovem, menos o argentino seria ligado às ideias do extremista. O jovem argentino que simpatiza ou confia em Milei estaria mais perto dos 30 anos do que dos 20. É um jovem maduro, mas é jovem.

www.seuguara.com.br/Javier Milei/Eduardo Bolsonaro/

A mais recente pesquisa de intenção de voto da Analogia para o segundo turno, que acontece em 19 de novembro, foi resumida assim pelo jornal Página 12:

Sergio Massa, segundo os resultados desse levantamento, lidera com 42,4%, com maioria de votantes mulheres entre 45 e 59 anos. Milei obteve 34,3%, com uma maioria de votantes homens dos segmentos jovens entre 16 e 29 anos. 


O jornal destaca as mulheres de Massa e os jovens de Milei. No Brasil, uma pesquisa hoje poderia destacar os homens velhos de Bolsonaro, porque seu contingente de jovens é baixo, quase precário, segundo divisão por estratos feita pela DataFolha em julho de 2022. No grupo de 16 a 24 anos, Bolsonaro contava com apenas 24% do eleitorado. Lula tinha 54%.


A base do eleitorado de Bolsonaro é o macho branco, com curso superior, de classe média, com idade acima de 40 anos. É uma base com forte participação de neopentecostais. O eleitor que dá lastro a Milei é o jovem de até 30 anos, sem influências religiosas relevantes.

Não há jovens entre a militância que foi às ruas no 8 de janeiro e invadiu Brasília. Manés e terroristas presos eram em maioria homens (60% do total, segundo o Ministério Público Federal) e com idades predominantes entre 36 e 55 anos.


A radicalidade da afronta bolsonarista é coisa de quase-idosos, o que não fecha com o perfil médio histórico de participantes de ações políticas agressivas antissistema.

Eles estão, quanto à faixa etária, mais próximos do invasor trumpista do Capitólio em 2021, já indiciado e processado, que tem idade média de 42 anos.


Comparações entre perfis econômicos e de classes sociais são mais complexas e arriscadas, tento em relação aos americanos quanto aos argentinos, no confronto com brasileiros simpatizantes da extrema direita.

Mas na comparação com a Argentina, a idade é um bom indicador, nas tentativas de espelhar Milei e Bolsonaro e suas bases sociais. Ambos são fenômenos acionando machos que se dizem antissistema, desiludidos e/ou com índole fascista, mesmo que com frágil sustentação ideológica.


O resto, principalmente quanto às posições e expectativas que provocam e provocaram na economia e nos costumes, não é tão simples. 

Para o eleitor tiozão de Bolsonaro, o moralismo é uma verdade ou uma farsa fundamental para sua inserção na extrema direita, como ativista ou apenas como eleitor. Ele também é na essência um antilulista.


O eleitor jovem de Milei é alguém compressa para encontrar um novo milagre para suas misérias e desilusões, como foram os 10 anos de dolarização de Carlos Menem, que ele nem viveu, e com preocupações secundárias com temas (aborto, drogas, gays, armas, militares) que mobilizam o ódio, o preconceito e o reacionarismo bolsonaristas.


As diferenças se acentuam na capacidade de ativismo, de militância real. Milei levou jovens pobres às ruas, Bolsonaro levou seus homens carecas ricos e de classe média às motociatas.

www.seuguara.com.br/Javier Milei/Argentina/eleitorado/

Milei tem forte apoio virtual da geração TikTok na internet. Bolsonaro tem os tios do Zap e dos tuítes. Dizer que ambos são bons no manejo das redes sociais é reduzir esse mundo a algo homogêneo. Bolsonaro nem sabe o que é TikTok.


Pesquisadores têm à disposição um bom material para investigar muitas suspeitas, como a de que o eleitorado jovem de Bolsonaro pode ter encolhido entre 2028 e 2022.

Como elemento para traçar perspectivas de futuro, a base jovem oferece ao mileinismo bem mais chances do que a base velha do bolsonarismo. Milei, mesmo que perca a eleição, tem um eleitorado com a vitalidade da juventude e da renovação.

Bolsonaro tem seus tios, que podem cansar diante de novas derrotas e desencantos e da possibilidade real de vê-lo na prisão.


VIA

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domingo, 9 de abril de 2023

Pesquisas - charge do Amarildo

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domingo, 2 de janeiro de 2022

Política: Lula entra em 2022 isolado nas pesquisas; terceira via desaparece do mapa

Por Victor Dias, no DCM: De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula (PT) entra em 2022 como líder isolado na corrida eleitoral para o Palácio do Planalto. O atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), aparece em segundo lugar.

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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Nova substância pode frear o vírus causador da Covid-19

Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, descobriram uma substância que pode impedir o avanço do vírus causador da Covid-19 no organismo humano. A descoberta é baseada na análise do comportamento de uma molécula chamada α-ketoamida, que bloqueia uma das proteínas necessárias para a replicação do Sars-Cov-2.
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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Governo do Paraná nega acesso a pesquisas que custaram uma fortuna aos cofres públicos

Reportagem de José Lazaro Jr., no Livre.jor - "No dia 8 de junho, Livre.jor pediu ao Governo do Paraná cópia de quatro pesquisas de opinião pagas com dinheiro público, R$ 812 mil, pela Secretaria de Estado da Comunicação Social (Secs). Hoje, 47 dias depois – e o prazo da Lei de Acesso de Informação é de no máximo 30 dias – a resposta oficial diz que os relatórios não serão fornecidos. Geraria “conflitos desnecessários e improdutivos”, alega quem cuida da transparência na gestão Beto Richa (PSDB).

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Dos R$ 101,5 milhões gastos com propaganda oficial em 2015, R$ 812 mil pagaram pesquisas da Secs para medir “hábitos de consumo de mídia” dos paranaenses e a reação dos cidadãos às campanhas de publicidade do Governo do Paraná. Relação com o valor desses serviços, nome das empresas contratadas e objeto das pesquisas tinha sido fornecido pela própria secretaria ao Livre.jor noutra resposta obtida via Lei de Acesso à Informação (atendimento 10529/2016).

“Importante ressaltar que, ao que nos consta, tão ou mais importante do que os resultados de pesquisas”, diz a Secs na resposta ao pedido 33054/2016, no auge da argumentação para barrar o acesso a esses documentos públicos, “é a sua avaliação e contextualização, pelo que, em princípio, não se revela a informação num fim em si mesma. O resultado de pesquisas por si só não parecem fornecer ao requerente componente capaz de avaliar o desempenho da Administração Estadual, podendo criar distorções de interpretação capazes de gerar conflitos desnecessários e improdutivos”.

Erro na contabilidade
 
O Governo do Paraná admitiu, na resposta ao pedido de informações, ter publicado com erro as prestações de contas da Comunicação Social nas edições 9.504 e 9.637 do Diário Oficial do Estado. Ao tabelarmos os dados públicos com a resposta à solicitação 10529/2016, percebemos uma discrepância entre os valores. Segundo os diários, a Secs gastou R$ 802,3 mil com pesquisas de opinião. No relatório enviado ao Livre.jor, os valores somados davam R$ 792 mil.
Nem um, nem outro. O Governo do Paraná “errou pra menos” em ambos, tendo o gasto real com pesquisas de opinião chegado a R$ 812 mil em 2015. “Após questionamento aos setores de marketing e financeiro, em relação à diferença (…), na reanálise das informações lançadas pelas agências, foram detectadas inconsistências, o que gerou republicação das despesas por tipo de serviço, no Diário Oficial do dia 21 de julho. Determinamos aos setores competentes que adotem maior controle para que não mais ocorram distorções nos números e valores publicados”. Segundo a edição 9.745 do DOE, a Secs gastou R$ 245,5 mil no 1º semestre com pesquisas, mais R$ 556,8 mil de julho a dezembro de 2015.

Copel e Sanepar
 
Acontece que os gastos da Secs não tinham sido os únicos com pesquisas de opinião pública: a Sanepar, em 2015, de acordo com os relatórios anteriormente publicados no diário oficial, tinha gastado R$ 1 milhão com o serviço; a Copel, R$ 140 mil e a UEG mais R$ 38,4 mil. Só que a republicação mostrou que estava tudo errado – e isso é bastante grave em termos de administração pública. Inclusive registramos novo pedido de informação para saber se a Secs abrirá sindicância sobre o caso, para saber se não houve má-fé ou fraude no erro (pedido 42361/2016).

Na edição 9.745 do Diário, os R$ 140 mil da Copel antes carimbados como despesa com pesquisa reapareceram na rubrica “produção de conteúdo”. Os R$ 38,4 mil que a UEG supostamente teria gasto em consultas de opinião desapareceu, sendo aparentemente adicionado ao gasto com “produção eletrônica” – passou de R$ 527,4 mil na edição 9.637 para R$ 565.878,88 na edição 9.745 do DOE. Do R$ 1 milhão da Sanepar, sobraram R$ 752 mil com a republicação. E surgiu de algum lugar uma despesa de R$ 160 mil com pesquisas da Fomento Paraná – até então não contabilizada. Nós próximos dias checaremos todos os lançamentos, para ver se outros “erros” além destes ocorreram.

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Improvisação na transparência
 
Diferente do que já vinha ocorrendo no tratamento da Corregedoria-Geral do Estado (CGE), desta vez o Governo do Paraná aglutinou três pedidos de informação diferentes e os respondeu todos de uma vez só (33060/2016, 33054/2016 e 33063/2016). As perguntas sobre as pesquisas pagas pela Copel e pela Sanepar – nem tínhamos questionado a UEG – foram desconsideradas. Fomos orientados a procurar as ouvidorias do órgãos.

Ora, protocolamos três pedidos justamente para que cada um fosse encaminhado a um dos órgãos. Desde que passamos a fazer pedidos de informação regulares ao Governo do Paraná, a CGE tem distribuído – mal, a bem da verdade – as questões. As próprias Sanepar e Copel já nos responderam por essa via, sem constrangimentos. Os pedidos 2483/2015 (nível dos mananciais nos reservatórios do Paraná, quando da crise hídrica em São Paulo) e 39107/2016 (motivação para a compra de vouchers da Netflix) são exemplos. E isso foi argumentado no recurso à negativa, protocolado hoje eletronicamente.

Pequeno desabafo
 
Para o Governo do Paraná, mesmo depois dessa confusão toda na contabilidade oficial, o pedido de acesso às pesquisas sobre “hábitos de consumo de mídia” dos paranaenses não mereceu ser atendido. “Cumpre-nos esclarecer que tais pesquisas servem para uso interno e estratégico do Estado, conforme exposto pelo setor de Marketing deste órgão”, diz a Secretaria de Comunicação Social. “Assim como o gestor pode ser responsabilizado por negar acesso a informação, também o pode se disponibilizar informações que atentem contra o necessário sigilo que seja imprescindível à segurança da sociedade e/ou do Estado”, segue a resposta.

Ao ler, a primeira pergunta que me surge é se o setor de Marketing estaria preocupado com a “segurança da sociedade” ou com a “segurança do Estado”. Mas fica melhor. “É Importante considerar que as legislações específicas de sigilo continuam em vigência, bem como as informações relacionadas a segredo de justiça, segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público”. OK, que se faça essa reserva à Copel e à Sanepar. E a Secs, que gastou R$ 812 mil com pesquisas? Ela se enquadra na “exploração direta de atividade econômica pelo Estado”?

Daí a Secs vem citar o manual da ex-Controladoria Geral da União, no techo que caracterizaria pedidos desarrazoados – os quais não precisam ser respondidos – comparando a requisição das pesquisas ao pedido hipotético de “cópia da planta da penitenciária Y”. Depois, para completar o “kit básico de negativas”, insinua que ter acesso às pesquisas caracterizaria “trabalho adicional de análise”. “Desarrazoado” e “trabalho adicional” são as palavras mágicas utilizadas pelos órgãos públicos que se fecham ao princípio da transparência.

No fim do documento, sou alertado que “a exposição de relatórios de pesquisas estratégicas pode causar prejuízos à efetividade e eficácia de decisões futuras [sic]”. E que a Secs “está sujeita ao controle externo do Tribunal de Contas do Estado e do Poder Legislativo, órgãos constitucionalmente competentes para analisar as ações desenvolvidas e sua integridade para com o interesse público”. Era para tranquilizar?

A íntegra da resposta: – OUVIDORIA-atend.33060-33054-33063 "

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Fonte: http://livre.jor.br/desnecessario-e-improdutivo-diz-governo-do-parana-ao-negar-acesso-a-pesquisas-que-custaram-r-812-mil/

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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Data Popular: brasileiro médio não entende narrativa do golpe

Por Lilian Milena, no Jornal GGN - Enquanto aumenta o número de matérias no exterior com denúncias sobre o golpe em curso no Brasil, parcela significativa do brasileiro médio não compreende a crise política e, menos ainda, a narrativa do golpe.


Segundo levantamento realizado pelo Instituto Data Popular, para  ¾ da população – sobretudo das camadas C e D – o atual embate é fruto de uma briga de poderes das elites.

Em entrevista ao programa Brasilianas.org, o presidente do instituto, Renato Meirelles, destacou que “a narrativa do golpe é algo que fala muito bem para os formadores de opinião e tem um certo apelo na intelectualidade, mas fala muito pouco pra dona Maria e pro seu João”. 

Portanto, as manifestações que tomam as ruas nos dois lados da disputa política – a favor ou contra o impeachment – apesar de serem significativas não correspondem a visão da população geral sobre o momento político. Ainda, segundo pesquisa do Data Popular realizada no início do ano, para 71% dos brasileiros os políticos opositores ao governo Dilma agem por interesses próprios. 

“Quando a população foi perguntada se os políticos envolvidos na discussão do impeachment querem a saída de Dilma para melhorar a vida das pessoas ou para tomar o lugar da presidente, a resposta para ¾ dos entrevistados foi para tomar o lugar de Dilma”, acrescentou.  

“Se pegarmos o perfil dos manifestantes pró e contra o governo nas passeatas todas, veremos que é um perfil claramente mais rico que a média da população brasileira”, completu o pesquisador, destacando em seguida que entre os grupos a favor da saída de Dilma há um conjunto maior de empresários, já nos grupos pró governo, uma classe formada por funcionários públicos, professores e intelectuais.
 
Um levantamento feito por outro instituto, o Datafolha, confirma as ponderações de Meirelles, revelando que o perfil escolar dos manifestantes dos grupos contra e a favor do impeachment é praticamente homogêneo. Segundo a pesquisa, que comparou o público do dia 13 de março(pró impeachment) com o público do dia 18 de março (a favor de Dilma), 77% dos manifestantes contra o governo disseram ter nível superior de escolaridade, e 78% dos manifestantes contra o impeachment também. Dos dois lados, 18% afirmaram ter o ensino médio completo, e 4% e 5%, respectivamente, o ensino fundamental. 

A média educacional dos manifestantes é significativamente distinta da média educacional do país. Dados do IBGE de 2015 apontam que apenas 14% dos brasileiros tem formação universitária e 36% ensino médio completo ou incompleto.
 
Ponte para o quê?

Não saber dialogar com o eleitorado é um grande problema para o governo e explica porque não conseguiu mais adesão às manifestações contra o impeachment e, com isso, fazer pressão sobre o Congresso para evitar a aprovação do processo. A classe C compõe 54% do eleitorado.
Mas Meirelles analisa que a perda de capacidade de diálogo com a população se estende a classe política como um todo. “É como se os políticos fossem analógicos para o novo eleitorado que é digital, que quer se sentir participante”. 

O presidente do Data Popular ressalta que a população média desconhece o plano de governo desenhado pelo vice-presidente, e um dos articuladores do impeachment, Michel Temer, chamado Uma Ponte para o Futuro, com propostas de baixíssima popularidade como a desobrigação do empregador pagar o salário mínimo para o funcionário (desindexação do salário mínimo), e a possível redução de investimentos em saúde e educação.

O erro dos governistas, portanto, foi não abrir essa discussão de forma clara e participativa para as classes C e D aderirem a mensagem que queriam passar.

“A narrativa do golpe, por mais justa que o governo considere que seja feita, sem absolutamente entrar no mérito se é ou não golpe, é uma narrativa que fala pra muito menos gente do que uma discussão de projeto de país, e esse projeto de país que elegeu o presidente Lula duas vezes e elegeu e reelegeu Dilma”, pontua Meirelles.

Queremos estado mínimo? Nada disso.

O presidente do Data Popular aponta que a maior insatisfação hoje para o brasileiro é a economia ruim. A população deseja um Estado que, “claramente, faz parte do dia a dia e promove condições para que o brasileiro tenha oportunidades que não teria sem a presença do Estado”. 

A visão das classes C e D sobre o ideal de Estado é contrária às visões idealizadas pelas camadas políticas que disputam o poder, ou seja, de um lado a defesa do Estado mínimo, “dirigido por um CEO, e não por um presidente”, ironiza Meirelles, e de outro lado a defesa de um Estado robusto, com peso sobre a economia.

Conceitualmente, o nome do tipo de Estado que a população geral deseja é Estado Vigoroso. “É um Estado que oferece sim vagas nas universidades, mas que pode ser feito como é feito o Prouni, através da iniciativa privada operando as vagas que são dadas”, explica.

“O brasileiro gostaria muito que existisse um código de defesa do cidadão, nos moldes em que existe o código de defesa do consumidor. Por exemplo, hoje quando passa três horas numa fila de banco ele sabe para quem reclamar, mas quando passa três horas esperando na fila do SUS não sabe para quem ligar reclamando”, completa. 


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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Pesquisa aponta como combater o ódio e a intolerância na rede

Por Juliana Sada, de Barcelona, especial para o blog de Leonardo Sakamoto“Pode não parecer uma ideia saudável, mas um grupo de pesquisadores e ativistas espanhóis decidiu acompanhar cotidianamente os fóruns de comentários de notícias da internet no país. O resultado não surpreende quem acompanha esses espaços: o discurso intolerante está amplamente disseminado. 

Mas nem tudo está perdido, segundo a pesquisa, participar de fóruns com argumentos dissonantes à lógica da intolerância e favoráveis aos direitos humanos apresenta um impacto positivo.


Durante oito meses, o Observatório Proxi (Projeto Online contra a Xenofobia e a Intolerância), impulsionado pelo Instituto de Direitos Humanos da Catalunha e pela organização espanhola United Explanations, acompanhou as opiniões em notícias sobre imigração e população roma (conhecida como cigana), dois temas especialmente delicados no país. Foram mais de 400 notícias e 4.700 comentários analisados nos três sites com maior audiência do país – El País, 20minutos e El Mundo. Além disto, o projeto se dedicou também a intervir nos fóruns, com o objetivo de reduzir os níveis de aceitação do discurso intolerante.
 
Segundo o informe final do Observatório, mais da metade das intervenções, cerca de 60%, possuía discurso intolerante. Nesta categoria estão mensagens que, por exemplo, contêm estereótipos ou preconceitos, rumores, discurso de ódio ou desprezo indireto. A realidade pode ser ainda mais preocupante do que os dados revelam. “Há comentários que não passam nos filtros de moderação prévios [que barram determinados termos], então estamos diante de um universo maior de intolerância”, explica a pesquisadora do projeto Laia Tarragona.

Ódio aos migrantes

A situação mais preocupante se viu nos debates sobre a população migrante, nos quais o ódio se fez mais presente. Esta categoria, que abarca linguagem insultante e degradante ou incitação e apologia à violência, representa 11% dos comentários. Depois das opiniões intolerantes (60%, incluídas as de ódio), as mais recorrentes são as intervenções classificadas como neutras (29%), que não expressam nenhum posicionamento ou que não tem a ver com o tema da notícia. Minoritariamente, com 11% de ocorrência, está o discurso alternativo que tem como base a tolerância e o respeito à diversidade.

Em relação à população roma se destacou a marcada presença de estereótipos e preconceitos, como principal forma de intolerância. A categoria representa quase um quarto (23%) dos comentários. Já o discurso de ódio direcionado a eles não chega aos 5%. No quadro geral, os dados são semelhantes aos dos migrantes: de cada dez intervenções, seis são intolerantes, três são neutras e uma possui discurso alternativo.
 
Para o pesquisador do projeto Alex Cabo, o discurso intolerante é mais recorrente no ambiente virtual do que na vida real na Espanha. “Há pesquisas que indicam que cerca de um terço da sociedade é tolerante à população imigrante, mas nos comentários somos apenas 11%”, problematiza. “Temos que sair da nossa zona de conforto e debater”, defende.
 
Estimular os leitores tolerantes a debater – Tentando equilibrar o debate, o Observatório também se dedicou a intervir nos fóruns. A participação não almejava dialogar com quem havia escrito mensagens intolerantes e sim com o leitor ambivalente, que não necessariamente participa do fórum, mas utiliza estas opiniões na construção da sua própria. “Há estudos que indicam que os comentários podem interferir na percepção que o indivíduo tem da própria notícia”, reforça Alex.
 
Na avaliação dos pesquisadores, a ação teve bons resultados já que possibilitou diálogos construtivos entre alguns comentaristas e estimulou a participação de outros leitores tolerantes. Alex explica que se obteve um resultado melhor quando interviram no início dos debates e conseguiram o apoio de outros internautas, “mas, em outros casos, chegamos tarde demais e a bola de neve já estava formada e rolando”.

Por que tanta intolerância na internet?

Entre as conclusões do projeto, está a constatação de que o espaço virtual se converteu no último reduto para a expressão aberta da xenofobia e racismo. Para a diretora do Observatório, Aida Guillén, apesar do discurso de ódio estar presente no cotidiano, a internet o favorece. “O anonimato contribui bastante já que a pessoa apenas coloca um avatar e fala o que quiser. Outro fator é a imediatez da internet, que não favorece a reflexão”, explica.
 
Os meios de comunicação também desempenham um papel importante nesse contexto como, por exemplo, em relação ao tom das notícias. “Em geral, os veículos usam termos que criminalizam os migrantes e o uso desta linguagem, por parte do jornalista, impacta o leitor e o predispõe à intolerância” explica Laia. Como exemplo, está o uso dos termos “ilegais” ou “carga humana” para se referir aos migrantes.
 
Outro ponto de responsabilidade dos veículos é a moderação dos comentários. É importante tanto ter um filtro automático que barre determinadas expressões como ter uma equipe qualificada acompanhando os fóruns. Como instrumento para que os portais retirassem opiniões insultantes e degradantes, o Observatório fez ações de pressão nas redes sociais, junto a outros internautas. Utilizando a hashtag do projeto e taggeando os meios de comunicação, conseguiu-se a exclusão de muitos comentários ofensivos.
 
Como parte de suas conclusões, o Observatório Proxi apontou sugestões para a prevenção e combate à intolerância na internet. As indicações se dirigem à mídia, à sociedade civil e ao poder público, a partir de uma constatação de que o fenômeno é complexo e necessita diferentes frentes de atuação.
 
Veja algumas das recomendações formuladas:
 
Aos meios de comunicação
– Aprimorar os sistemas de moderação e reforçar as equipes responsáveis pela triagem dos comentários;
– Dar tratamento adequado e respeitoso à diversidade social;
– Estabelecer mecanismos de colaboração com entidades dedicadas à luta contra a intolerância.
Aos poderes públicos
– Impulsionar iniciativas contra a intolerância na internet;
– Fomentar a capacitação de profissionais da comunicação e internautas na identificação da intolerância;
– Mapear o fenômeno na internet e impulsionar pesquisas sobre o tema;
– Criar ou reforçar órgãos públicos para o combate ao discurso de ódio.
À sociedade civil
– Coordenar estratégias de mobilização e participação de ativistas online;
– Levar campanhas sobre tolerância para espaços virtuais dominados pelo discurso negativo;
– Pressionar os meios de comunicação a manterem um tom mais respeitoso em seus fóruns;
– Demandar que os poderes públicos intervenham em casos flagrantes de ódio.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Futebol - Os 10 jogadores mais valiosos do mundo

O CIES Football Observatory, entidade especialista em pesquisas sobre o futebol, elaborou recentemente uma lista com os 10 jogadores com maiores valores de mercado do mundo. Messi, aparece em primeiro lugar. O argentino supera o português Cristiano Ronaldo do Real Madrid, em 87 milhões de euros. O brasileiro Neymar, companheiro de Messi no Barcelona, ficou de fora. Não está entre os 10 mais valiosos do planeta.
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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Saiba como são feitas as pesquisas de intenção de voto

Vitor Abdala – Agência Brasil

- Divulgadas durante períodos eleitorais em todo o mundo, as pesquisas de intenção de voto costumam incendiar campanhas e influenciar eleitores. Feitas por institutos de pesquisas de opinião pública (como Ibope, Datafolha e Vox Populi) a pedido de veículos de comunicação ou entidades representativas (como as confederações nacionais da Indústria e de Transportes), as pequisas no Brasil precisam ser registradas na Justiça Eleitoral para serem divulgadas.
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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Política: uma análise das últimas pesquisas do Ibope sobre as eleições 2014

A blogueira Helena Sthephanowitiz fez uma análise esclarecedora das últimas pesquisas do Ibope, sobre a intenção de voto para presidente da República nas eleições de 2014. A análise é feita a partir de dois aspectos das pesquisas: a espontaneidade e o estímulo. Buscando a opinião do entrevistado sobre sua vida, a situação econômica do país, e sobre a sua própria situação econômica. A matéria foi publicada em seu blog no site Rede Brasil Atual.
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