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sexta-feira, 28 de abril de 2017

“Sobre os vagabundos grevistas” - o texto que viralizou nas redes sociais


Publicado no Pragmatismo político - SOBRE OS VAGABUNDOS - Amanhã, dia 28 de abril, vagabundos de todo o Brasil participarão da greve geral em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária. Ainda bem que existem vagabundos para defender os seus direitos. E, claro, os meus também. Afinal, os vagabundos tiveram papel importante na construção dos direitos em todo o mundo.


Foram vagabundos que, com as greves do início dos anos 80, forçaram os grandes empresários a apoiar a luta pela volta da democracia, pondo fim a uma ditadura de 20 anos.

Eram também vagabundos aqueles hippies que iniciaram uma revolução cultural nos anos 60 e culminaram na emancipação feminina e no respeito ao direito das minorias.

Naquela época, lá nos Estados Unidos, um pastor vagabundo liderou milhares de outros vagabundos pelo reconhecimento dos direitos dos negros e pelo fim do apartheid naquele país.

Por falar em apartheid, quem não se lembra do vagabundo que ficou preso na África do Sul por quase toda sua vida e que acabou derrubando um regime racista com suas greves e boicotes a produtos produzidos pelos brancos?

Foram também vagabundos que, no início do século XX, iniciaram uma onda de manifestações na Europa e na América pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas e pela redução da jornada de trabalho.

Assim como as vagabundas que foram queimadas em uma fábrica norte-americana chamaram a atenção do mundo para a equiparação dos direitos femininos àqueles dos homens. Foi em um 8 de março, mais tarde reconhecido como dia internacional da mulher.

Se eu fosse lembrar de todos os vagabundos que lutaram e perderam a vida para que eu e você tivéssemos uma vida melhor, não bastaria um textão na internet. Eu precisaria escrever uma enciclopédia.

Portanto, termino com uma pequena frase: Ainda bem que existem os vagabundos!

(autor desconhecido)

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Redes sociais: eu sei quem você é, eu vi o que você fez!


Artigo de Adriane Werner (*), no Bem Paraná, chama a atenção para o cuidado que se deve ter nas redes sociais. Tudo o que você posta, comenta ou compartilha pode comprometer o seu perfil como profissional e ser preterido como candidato a um novo emprego. É cada vez mais comum profissionais de Recursos Humanos, recrutamento ou head hunters darem uma checada no perfil dos candidatos, antes de contratá-los para vagas de empregos.

"As redes sociais já fazem parte da vida dos brasileiros e devem ter cada vez mais espaço em nosso dia-a-dia. Especialistas na área afirmam até mesmo que os e-mails já estão perdendo espaço para a troca de informações e mensagens por meio das redes.


O uso de redes sociais deve ser feito com muita parcimônia por pessoas que precisam cuidar de seu perfil profissional. Mesmo que usem as redes apenas para contatos pessoais e para diversão, é importante não manchar a imagem profissional.

Elas são tão envolventes que, sem perceber, muitas pessoas chegam a perder produtividade no trabalho porque passam horas postando fotos, brincadeiras, jogos, participando de bate-papos, esquecendo-se das prioridades do trabalho. É por isso que muitas empresas restringem o acesso a várias redes. Como diz o ditado, “paga o justo pelo pecador”, e pessoas que utilizam as redes de forma racional e profissional acabam sendo prejudicadas com as restrições, e até mesmo empresas que poderiam ser beneficiadas com uma participação ativa nas redes perdem visibilidade porque se obrigam a adotar restrições.

Uso pessoal não pode ferir o perfil profissional
 
Mesmo que sua participação nas redes sociais seja unicamente com objetivos de alimentar relações pessoais e se divertir, há que se ter cuidado para não ferir sua imagem profissional.

As redes são ótimas para alimentar contatos sociais, marcar e comentar festas, postar fotos, divertir-se com tiradas bem humoradas, mensagens de reflexão, etc. Mas tudo isso deve ser postado e comentado com os devidos cuidados para que a credibilidade de sua pessoa não fique abalada.

É sabido que profissionais de Recursos Humanos, recrutamento ou head hunters analisam os perfis de candidatos antes de contratá-los para vagas de empregos. Portanto, mesmo que seus objetivos sejam apenas pessoais, zele por sua imagem na rede. É importante mostrar quem você é de fato,
verdadeiramente, mas pequenos deslizes em comentários ou postagens podem prejudicá-lo."

(*) Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O sub-subjornalismo com que o MBL desinforma os seus seguidores

Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho - "Ao custo de 150 milhões, cabelo de Dilma pode ser um dos mais caros do mundo”. Esta é a bizarra manchete de uma notícia no site "jornalivre". Este site confiabilíssimo é, disparadamente, o mais compartilhado pelo Movimento Brasil Livre em sua página no facebook.
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Política: Cabos eleitorais de Aécio Neves, delegados federais continuam até hoje na Operação Lava jato

O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, foi discretamente à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no inquérito que investiga se o tucano atuou para “maquiar” dados da CPI dos Correios, em 2005. “Em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), o tucano foi acusado pelo ex-senador Delcídio do Amaral de tentar interferir nos trabalhos da CPI que investigava denúncias do mensalão”.

Interessante a observar, que nem a Globo deu destaque e se manteve igualmente discreta em relação ao fato. Tal qual no passado não tão distante, nenhuma referência quando delegados federais da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, sem nenhum pudor foram cabos eleitorais de Aécio Neves. Isso talvez explique, a forma discreta como foi conduzida a ida do tucano à Polícia Federal.

A atitude dos delegados federais veio à tona durante a campanha eleitoral para presidente da República, em 2014. Na ocasião, eles usaram seus perfis no Facebook para demonstrar apoio irrestrito ao ex-candidato tucano, ironizando o PT, Lula, e exclusivamente a candidata adversária Dilma Rousseff, que acabou vencendo o pleito contra o tucano. E na sequência dos acontecimentos, acabou sendo defenestrada do cargo através do golpe político que todos conhecemos e que muitos não reconhecem como tal.

Vale lembrar, que está em curso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o julgamento de uma ação impetrada pelo PSDB de Aécio Neves, para impugnar o mandato da chapa Dilma-Temer. Eleita para governar o país até 2018, atualmente está sob o comando do vice-presidente devido ao afastamento de Dilma da presidência da República. No golpe político que teve como principais protagonistas, o próprio PSDB e o PMDB de Temer.  

Delegados da Operação Lava jato atacam PT e exaltam Aécio nas redes sociais



“Conforme publicado pelo jornal Estadão, delegados federais da Operação Lava Jato, que investiga o suposto esquema de corrupção na Petrobras, usaram as redes sociais para atacar o ex-presidente Lula e a então candidata à reeleição Dilma Rousseff, ambos do PT, durante a disputa presidencial deste ano.

Nas postagens feitas em seus perfis no Facebook, delegados da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que concentra as investigações, fizeram propaganda do ex-candidato Aécio Neves (PSDB), inclusive reproduzindo reportagens nas quais o doleiro Alberto Youssef acusava Dilma e Lula de terem conhecimento sobre as irregularidades na estatal. O teor desses depoimentos, obtidos por delação premiada, estaria sob segredo de Justiça.

No dia 18 de outubro, o delegado Igor Romário de Paula, que responde a Rosalvo Franco, superintendente da Polícia Federal do Paraná, comentou uma montagem em que Aécio aparece em fotos ao lado de diferentes mulheres. “Esse é o cara!!!!”, escreveu.

Igor de Paula, que atuou na prisão de Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção, cujo símbolo é uma caricatura ironizando a presidenta. Ele também compartilhou link da revista inglesa The Economist, que defendia voto em Aécio Neves, além de divulgar propagandas eleitorais do candidato.

O delegado Marcio Alselmo, coordenador da Operação Lava Jato, postou a frase “Alguém segura essa anta, por favor”, em referência a uma matéria sobre o ex-presidente Lula. Há poucos dias, Anselmo cancelou sua conta na rede social.

O delegado Maurício Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários, e a delegada Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná, também fizeram declarações de forte oposição ao PT.”

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domingo, 20 de novembro de 2016

Qual o verdadeiro peso das notícias falsas?


Também no Brasil, durante o período eleitoral este fenômeno sempre foi uma ameaça constante, influenciando consideravelmente no resultado final das eleições. “Estima-se que, durante as eleições americanas, informações mentirosas tiveram mais de 8 milhões de compartilhamentos no Facebook. Especialista afirma que fenômeno pode, sim, influenciar a opinião pública.”

notícias falsas
"Desde a surpreendente vitória de Donald Trump nas eleições para a Casa Branca, a atenção da mídia se voltou para o fenômeno das notícias falsas, numa tentativa de entender o seu impacto no processo eleitoral americano.

No Facebook, entre agosto e 8 de novembro, data da eleição americana, as "fake news" ganharam mais atenção do que os sites de notícias convencionais, de acordo com o editor-fundador da empresa de notícias digitais Buzzfeed, Craig Silverman.

Foram "notícias" como "papa declara apoio a Trump" ou "agente do FBI que expôs e-mails de Hillary é encontrado morto". Textos com correções também circularam, mas nada comparado às dezenas de milhares de vezes em que as mentiras foram compartilhadas – muitas vezes inadvertidamente – nas redes sociais.

Segundo Silverman, que cita dados coletados do Facebook, as notícias falsas tiveram 8,7 milhões de compartilhamentos na rede social, reações e comentários, enquanto as notícias convencionais obtiveram 7,3 milhões.

Na ânsia de se detectar as influências da polarizada eleição americana, rapidamente, surgiram na rede social e nos sites de notícias acusações afirmando que as "fake news" teriam sido usadas para enganar deliberadamente o eleitorado. Isso levou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, a anunciar novas medidas para combater o fenômeno.

"Após as eleições, muitas pessoas estão se perguntando se as notícias falsas contribuíram para o resultado e qual seria a nossa responsabilidade em impedir elas se espalhem. Essas são questões muito importantes e eu me importo profundamente em corrigi-las", postou Zuckerberg.

O fundador do Facebook afirmou que "mais de 99% do que as pessoas veem é autêntico", referindo-se aos feeds de notícias dos usuários da rede social.

"Dito isso, não queremos nenhuma fraude no Facebook. Nosso objetivo é mostrar às pessoas o conteúdo que elas vão achar mais significativo, e os usuários querem notícias precisas. Já começamos a trabalhar para que a nossa comunidade possa identificar fraudes e notícias falsas, e há mais coisas que podemos fazer", explicou Zuckerberg.

Alguns críticos afirmam que a política editorial poderia filtrar conteúdo considerado importante para movimentos sociopolíticos, como o "alt-right", um grupo de ideologia de direita visto como uma força motriz por trás da vitória eleitoral de Trump.

Mas dúvidas relativas a seus objetivos políticos surgiram na esteira da bem-sucedida campanha de Trump, que muitas vezes chegou próxima do incitamento ao ódio contra minorias nos EUA, condenando notícias convencionais como tendenciosas.

Mudar, manipular, deslegitimar

Bart Cammaerts, professor de mídia e comunicação na London School of Economics, diz que a ameaça das notícias falsas está na sua capacidade de espalhar sentimentos populistas e transformar a opinião pública, minando as regras da mídia tradicional.

"A diferença entre a paródia e as notícias falsas está na intenção. A produção de 'fake news' não se destina a criticar ou zombar de algo, mas serve antes a objetivos que são inerentemente manipuladores, muitas vezes para mudar a opinião pública ou deslegitimar algo ou alguém", explica Cammaerts.

"Isso tende a ir de mãos dadas com o populismo, com a promoção de várias teorias de conspiração, a rejeição de especialistas e uma rigorosa crítica dos meios de comunicação, que em todas as partes tende a enfatizar o factual em suas reportagens", acrescenta.

O professor da London School of Economics aponta para um fenômeno similar na Alemanha, onde grupos anti-imigração e de extrema direita, como a Alternativa para a Alemanha (AfD) e o Pegida, acusam a mídia tradicional de distorcer propositadamente as suas posições, chamando-a de die Lügenpresse – "a imprensa da mentira".

"Como os alemães são mais conscientes, esse surgimento da política pós-factual, e tudo que vem junto, não é novidade. Ele remete a uma época fascista e antiliberal, que também foi racista, autoritária e acusava a mídia de ser 'die Lügenpresse'", aponta Cammaerts.

Na Europa, problema já é combatido

Em 2015, o órgão fiscalizador dos direitos da mídia na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) publicou uma reportagem criticando a propaganda disfarçada de noticiário, que acabou prejudicando a aproximação entre a Ucrânia e a Europa após a saída do presidente Viktor Yanukovich.

A propaganda em questão empregou táticas semelhantes às usadas pelos sites de notícias falsas durante as eleições americanas, incluindo manchetes enganosas, citações fabricadas e declarações incorretas, o que levou a União Europeia (UE) a criar uma força-tarefa para "abordar as campanhas de desinformação em curso por parte da Rússia."

Segundo Cammaerts, notícias falsas têm sido usadas para angariar apoio a várias causas políticas e representam uma grave ameaça para as sociedades democráticas, seja na Europa, nos EUA ou em qualquer outro país do planeta. Mesmo o direito à liberdade de expressão, muito elogiado pelos seguidores de sites de notícias falsas, tem os seus limites, afirma.

"A liberdade de expressão nunca é uma liberdade absoluta, nem mesmo nos EUA com sua doutrina da Primeira Emenda. Embora espalhar e fazer circular notícias falsas seja parte da liberdade de expressão de alguém, é uma obrigação democrática das organizações de mídia expor esse fato e se opor ativamente contra isso, o que pode significar também a recusa à sua divulgação", diz o professor.

"Acho que o Facebook e Twitter têm responsabilidades editoriais, e por isso é válido que eles ativamente combatam a propagação de notícias falsas. Mas tais decisões editoriais devem ser transparentes", conclui."

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sábado, 19 de novembro de 2016

Política - No mundo das novas mídias, "tudo é verdade e nada é verdade", diz Obama

Da Folha - "O presidente dos EUA, Barack Obama, avalia que um dos motivos que levaram à vitória de Trump na eleição presidencial do país foi o fato de que ele "entende o novo ecossistema em que fatos e a verdade não importam. Você atrai a atenção, desperta emoções, e continua. Você pode surfar essas emoções", disse, em entrevista à revista "The New Yorker".
O comentário de Obama se enquadra na acusação de que redes sociais e a proliferação de notícias falsas à véspera da eleição ajudaram a eleger Trump.

Obama-Tramp-reunião-Casa Branca
Segundo um levantamento realizado pelo BuzzFeed News, antes da eleição, os usuários de redes sociais se engajaram mais com notícias falsas sobre o pleito do que com reportagens reais de veículos de comunicação.

Para Obama, esse novo ecossistema da mídia "significa que tudo é verdade e nada é verdade", disse, ecoando o fenômeno chamado de "pós-verdade", termo escolhido pelo dicionário Oxford como a palavra do ano. A palavra faz referência à tendência, apontada por analistas, de emoções terem mais influência sobre a opinião pública do que os fatos.

"A explicação de um físico ganhador do Prêmio Nobel para o aquecimento global no Facebook parece exatamente igual à negação do aquecimento global por alguém que receba dinheiro dos irmãos Koch. E a capacidade de disseminar desinformação, teorias da conspiração, de pintar a oposição de forma totalmente negativa sem nenhuma refutação –isso se acelerou de formas que polarizam fortemente o eleitorado e tornam mais difícil ter uma conversa", disse.

Segundo o presidente, isso mudou completamente a situação política.

"Idealmente, em uma democracia, todo mundo concordaria que o aquecimento global é consequência do comportamento humano, porque isso é o que 99% dos cientistas nos dizem. Então teríamos um debate sobre como consertar isso. (...) Agora não temos mais isso", avaliou.

David Simas, diretor político de Obama, também avaliou o efeito de novas mídias na eleição de Trump. Segundo ele, o governo falhou ao falar apenas para seu próprio público, sem alcançar leitores da direita.

"Até recentemente, instituições religiosas, a academia e a mídia definiam os parâmetros do discurso aceitável", disse. Trump mudou isso, segundo ele, e conseguiu fazer discursos extremos e ser replicado em redes sociais sem ser denunciado de forma eficiente.

"Se Trump tivesse dito o que disse durante a campanha oito anos atrás –sobre banir muçulmanos, sobre mexicanos, sobre deficientes, sobre mulheres–, seus oponentes republicanos, líderes religiosos, acadêmicos teriam denunciado ele e não haveria como contornar essas vozes. Agora, com Facebook e Twitter, pode-se contorná-las. Há permissão social para este tipo de discurso. Ademais, pelas mesmas redes sociais, pode-se achar pessoas que concordam com você e validam esses pensamentos e opiniões. Isso cria toda uma estrutura de permissão, um senso de afirmação social, para aquilo que antes era impensável", explicou.

Apesar do diagnóstico e da preocupação com a situação política do país, a surpreendente eleição Trump "não é o apocalipse", disse Obama ao conversar com sua equipe na Casa Branca após o resultado. "Não acredito no apocalíptico – até que o apocalipse ocorra. Acho que nada é o fim do mundo até o fim do mundo", disse, segundo a "New Yorker"."

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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sobre informação, boatos e farsas nas redes sociais

Em vista da situação política e social que atravessa nosso país, é crescente a onda de boatos e meias verdades que proliferam principalmente através do compartilhamento nas redes sociais. Com tanta desinformação a produzir mais prejuízos que benefícios aos usuários, qual seria a atitude mais sensata e louvável diante disso tudo?

A excelente matéria de Ana Freitas, publicada no NexoJornal, nos oferece uma grande ajuda para separarmos o joio do trigo nesse turbilhão de informações, que diariamente rola nas redes sociais, como no Facebook, por exemplo.

Como identificar a veracidade de uma informação e não espalhar boatos

Por Ana Freitas, no Nexojornal

"O serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo em poucos dias em razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de sua foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”.

verdade-boato
Batista, que começou a receber ameaças, agora tem medo de sair de casa. Não é o primeiro caso do tipo: em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista, depois de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava crianças. No entanto, nem sequer existiam denúncias do tipo na região.

Esses casos demonstram o que acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento de informações mentirosas sai do controle. Essa prática, comum em um mundo no qual todos são consumidores e produtores de conteúdo, também pode ter impactos políticos e sociais - na medida em que informações falsas ajudam as pessoas a construir opiniões.

Nos últimos anos, a crise política escancarou esse cenário no Brasil. De acordo com um
levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da USP, na semana em que a Câmara autorizou a abertura do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, em abril, três das cinco matérias mais compartilhadas no Facebook no Brasil eram falsas.

Por que as pessoas compartilham informações sem checá-las

“A dinâmica [de compartilhamento de boatos] é um efeito da polarização do debate político, mas também é muito marcada pelo viés de confirmação”, disse ao Nexo Marcio M. Ribeiro, professor da USP e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da universidade.

O viés de confirmação é uma tendência cognitiva que faz com que nós tenhamos mais propensão de lembrar, pesquisar informações ou interpretar fatos de maneira que eles confirmem nossas crenças ou hipóteses.

Na dinâmica da comunicação digital e dos algoritmos que mostram apenas aquilo que queremos ver, o viés de confirmação cria uma “bolha” de visão de mundo que exclui aqueles que pensam diferente - o chamado “filtro bolha”.

Quando recebemos, por meio das redes sociais, o link de uma matéria que confirma nossa visão de mundo, temos mais chances de ignorar possíveis evidências de que ela seja falsa.

“Na dinâmica das redes sociais, as pessoas têm tanta ou mais responsabilidade que os veículos em determinar qual conteúdo terá mais ou menos visibilidade por meio do compartilhamento”, diz Ribeiro. Por isso, cabe também aos usuários garantir que a informação compartilhada seja verdadeira.

Como identificar notícias falsas e matérias inverídicas

Abaixo, o Nexo reuniu um conjunto de boas práticas que podem ser aplicadas de maneira rápida, no dia a dia, por qualquer pessoa. Geralmente, o ideal é usar mais de uma técnica - e, se tiver tempo, todas elas.

10 boas práticas para o consumo de informações na web
1 - CRUZAMENTO DE FONTES

É simples: basta jogar as informações-chave relacionadas à notícia em questão no Google e verificar se outros veículos também falaram dela, e em quais termos. Caso você encontre apenas uma fonte para aquela informação, vale desconfiar. Se encontrar várias fontes, mas todas elas forem cópias de apenas um veículo, também é razoável considerar a matéria com cautela.

2 - BUSCAR A FONTE ORIGINAL

Uma notícia ou print mostra que uma figura pública disse ou fez alguma coisa. Confira nos canais oficiais daquela pessoa se o print é verdadeiro, ou se há uma entrevista original, publicada em um veículo de confiança, que exiba a declaração em questão. Também é importante ficar atento a perfis falsos - muitas vezes, prints de declarações polêmicas têm origens em perfis não-oficiais, às vezes criados com propósitos humorísticos, outras para difamar alguma figura pública.

3 - CREDIBILIDADE DE QUEM PUBLICA

Verifique o histórico do veículo que publicou a informação. Redações com jornalistas profissionais, sejam de veículos tradicionais ou novos, mantêm critérios de checagem em suas reportagens. E quando há erro, essas redações costumam corrigi-los. Isso não quer dizer que sites e blogs pequenos, além de posts no Facebook ou em outras redes sociais, não tragam bons conteúdos. Basta que você conheça o histórico desses canais.

4 - ADJETIVOS DEMAIS SÃO SUSPEITOS

O excesso de adjetivos para difamar ou exaltar alguém ou algo, ou seja, um viés muito claro de acusação ou defesa no texto, também merecem sinal amarelo (especialmente em textos noticiosos).

5 - FAÇA UMA BUSCA REVERSA DA IMAGEM

Muitas fotos que circulam nas redes sociais são montagens. Antes de compartilhar a suposta foto da capa da revista “Time” que mostra uma reportagem bombástica sobre o Brasil, confira no próprio site do veículo - ou faça uma busca reversa, que procura a imagem no Google e encontra outros lugares em que ela (ou versões parecidas) foram publicadas. Para fazer isso, é preciso usar o navegador Chrome. Então, basta clicar com o botão direito na imagem exibida no navegador e escolher a opção “Procurar Imagem no Google”.


6 - HÁ GENTE QUE SE DEDICA A ACHAR BOATOS

Para qualquer tipo de informação recebida via Whatsapp e Facebook, há sites dedicados exclusivamente a pesquisar e confirmar (ou não) os boatos espalhados nas redes. Dois dos mais famosos são o E-Farsas e o Boatos.org. Uma visita rápida pode evitar o compartilhamento de uma informação falsa.

7 - VERIFIQUE A DATA DA PUBLICAÇÃO

Em um contexto e data diferente, uma notícia antiga pode servir a uma narrativa atual completamente diferente daquela em que ela estava inserida no passado. Por isso, é comum que links antigos ganhem novas ondas de compartilhamento anos depois de publicados. Para evitar que uma informação fora de contexto contamine seu julgamento, adquira o hábito de checar a data de publicação de uma matéria antes de compartilhá-la. Geralmente, essa informação se encontra embaixo do título.

8 - VÁ ALÉM DO TÍTULO

É relativamente comum o compartilhamento de informações por Whatsapp e Facebook apenas com base no título do link. O título, no entanto, pode ser modificado: além de o Facebook permitir isso na publicação do conteúdo, também é possível usar ferramentas que mudem o título exibido quando o link é compartilhado. Por isso, evite compartilhar material sem ler o conteúdo completo.

9 - SEM FONTE, NÃO CONFIE

Em muitos casos, textos ou vídeos compartilhados por mensagens do Whatsapp vêm sem uma fonte - ou, então, mencionam fonte sem um link para ela. Cheque sempre, usando o Google, se a informação é verdadeira e está mesmo disponível na fonte mencionada. Se o conteúdo vier sem fonte, é muito improvável que seja real. Além disso, ligue o radar diante de vídeos ou áudios gravados por completos desconhecidos. Qualquer um pode fazer um vídeo ou áudio de Whatsapp e dizer o que quiser, e já temos provas suficientes de que muita gente inventa informações falsas para compartilhar nessas redes.

10 - NA DÚVIDA, PENSE DUAS VEZES

“Na dúvida, achei melhor compartilhar.” Você já deve ter lido a frase por aí. No entanto, embora a abordagem seja muitas vezes bem intencionada, ela pode ter efeitos trágicos - como aqueles mencionados nos primeiros parágrafos deste texto. Caso não consiga obter confirmação de uma informação que consumiu na internet, recomendamos que considere não compartilhá-la."

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terça-feira, 19 de julho de 2016

Por que o WhatsApp está fora do ar no Brasil

Da Redação da Galileu – "Por medida judicial, hoje o WhatsApp está bloqueado no Brasil. Pela terceira vez, trata-se de uma represália contra o Facebook. A empresa que é dona do app se recusa a ceder informações privadas à justiça. Desta vez, a decisão partiu da juíza de fiscalização da Comarca de Duque de Caxias do Rio de Janeiro, Daniela Barbosa. A multa para as operadoras que não cumprirem a decisão é de R$ 50 mil por dia. Ainda não há previsão de retorno.



Apesar disso, ainda há quem consiga utilizar o app sem problemas. Quem faz o acesso por wi-fi empresarial (que usa endereços estrangeiros para acessar a rede) ou faz parte de operadoras que não receberam a notificação (como a Algar, a Sercomtel e a Porto Seguro Conecta) continua trocando mensagens normalmente.

Vale lembrar que o uso de VPN, para drilblar a proibição, deve ser feito com cautela. Redes VPN possuem acesso a TODOS os seus dados — e não é raro que façam mal uso deles."

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Vivendo na caverna de Platão

Por Marília Veríssimo Veronese * - "Acho que todos os leitores e leitoras do Jornal Já conhecem o mito/alegoria da caverna de Platão. Dicotomias platônicas à parte, ele servirá aqui como uma metáfora para a leitura do nosso tempo. Na clássica obra “A República”, o filósofo grego (428 aC. – 347 aC.) descreve uma caverna onde prisioneiros – desde o nascimento – viam apenas sombras projetadas pela luz de uma enorme fogueira, na entrada da caverna. As sombras eram os personagens do seu mundo; eram tudo que eles conheciam e com elas se relacionavam em seu universo simbólico. Um deles, porém, conseguiu escapar da prisão cavernosa e, cego a princípio com tanta luz, acabou com ela se acostumando e enxergando as coisas, as pessoas, os animais, as cores, o movimento, a diversidade… voltou correndo para contar aos ex-companheiros o que havia lá no mundo “real”, animado com o teor e o potencial de suas bombásticas revelações!


Coitado! Ridicularizado a princípio, depois ameaçado – e como insistisse na declaração que eles viviam na ignorância e havia muitas coisas para além de seu mundo -, acabou morto pelos prisioneiros da caverna. Pois eu sustento que hoje boa parte dos cidadãos brasileiros está vivendo na caverna de Platão. As sombras projetadas são as “verdades” e o “real” produzidos pelos mais diversos agentes (no sentido de “ter agência”, agir, fazer, realizar); estes são geralmente midiáticos, e sua versão do “real” é legitimada como sendo a expressão exata da verdade. Se alguém questiona veículos midiáticos considerados “de referência”, “consagrados” – ou até mesmo boatos amalucados que circulam nas redes sociais – é defenestrado tal qual o sujeito que saiu da caverna e voltou para contar o que viu.

Tive um exemplo, há uns três anos atrás, quando circulou um hoax que utilizava uma imagem de um prédio público no interior de São Paulo – uma escola técnica pertencente à USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz) – dizendo que era a fazenda do filho do Lula e tinha sido adquirida com dinheiro público. Tratava-se de um prédio luxuoso, que passava por uma fazenda de alto luxo. Logo saíram os desmentidos, o site e-farsas colocou o link da escola e viu-se que era apenas uma mentira inventada por algum mentecapto. Contudo, a versão factual pouco importou para quem difundia o boato. A sombra bruxuleante na parede da caverna à brazileira já havia se espalhado e era tomada como a mais certa e comprovada realidade. Uma pessoa que era meu contato no Facebook divulgou a postagem, que foi comentada imediatamente por uma legião de “pessoas de bem”, indignadas com os desmandos do “lulo-petismo”. De boa vontade (juro!), postei nos comentários que se tratava de um hoax, acrescentei o site da escola e esclarecimentos diversos sobre a falsidade do boato1. Fui “xingada” de epítetos muito pouco amigáveis, e que se eu não ia ajudar a divulgar, pelo menos que não atrapalhasse. Bloqueei aquela gente louca e me perguntei: estarei tendo o mesmo destino do habitante que fugiu da caverna?

Muitas outras situações vieram a provar que sim. Hoax passaram a ser “notícias” da mais profunda veracidade, boatos mentirosos motivaram decisões em câmaras de vereadores – vide situação bem recente que ocorreu na cidade de Feira de Santana, na Bahia (distante 100 km de Salvador, mais ou menos). Cidade esta que visitei em março deste ano e que tem uma universidade federal com um corpo docente extremamente qualificado, que tive oportunidade de conhecer durante um congresso ali realizado. Lamentavelmente, os vereadores do simpático município não lhes fazem jus. Esses nobres representantes municipais utilizaram a tribuna da Câmara para protestar contra um projeto de lei – inexistente! – que seria de autoria do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) para retirar “textos considerados homofóbicos da Bíblia”. O boato na internet dizia que ele pretendia alterar a Bíblia… e os vereadores acreditaram!!!

Quem é mais bitolado: esses “nobres” políticos (eleitos pela população!) ou os habitantes da imaginária caverna de Platão? Decida você mesmo, caro/a leitor/a! Quem deu início à discussão foi o vereador Edvaldo Lima (PP), que cogitou dar entrada em uma moção de repúdio contra o deputado federal. Na tribuna, ele criticou duramente o “projeto para alterar a bíblia”2. Meu último texto aqui foi sobre a tragicomédia brasileira. Pois é, ela continua firme, a desenrolar-se diante de nossos olhos incrédulos, talvez desde o ano de 1500 dC.

E não só no campo da política que as sombras projetadas nas paredes criam realidades e autorias indevidas. Um texto que circulou muito há algum tempo atrás, atribuído a Luis Fernando Verissimo, dizia lá pelas tantas que “dar é bom pra caramba”. Alguém que já tenha lido uma linha do que LFV escreve acha mesmo que ele escreveria isso!? Pois mesmo assim, lá passava o texto de mão em mão, com elogios ao autor por ser tão certeiro em suas assertivas sobre relacionamentos amorosos. Verificando sem dificuldade na internet, logo se descobria que o texto era de uma blogueira que escrevia na revista TPM, mas depois que caiu na rede, virou peixe sem mãe nem pai definidos. Por que as pessoas não verificam aquilo que postam?

E por que, ao verem que não é verdade, não admitem o erro e procuram a versão mais próxima da realidade? Talvez porque um Hampty-dumpty3 arquetípico tenha morada dentro de todos nós. O personagem utilizado por Lewis Carrol, no livro “Alice através do espelho”, dizia para Alice que dava às palavras o sentido que ele queria dar. Pouco importa a legitimidade desse sentido, o que importa é que ele era o dono do sentido, e assim manipulava-o à vontade.

Parte da imprensa faz exatamente isso, como ilustra bem o excelente documentário de Jorge Furtado, “Mercado de noticias”. Uma vez que a falsa versão, sem nenhuma verificação mais séria e responsável passa a circular e ser apropriada pela miríade incrivelmente variada de receptores…, pronto, está feito: a sombra da caverna não é mais questionada. Quem ousar fazê-lo sofrerá as consequências. Ela se impõe porque simplesmente é. E a força desse ser tem um poder incrível de mobilização das subjetividades. Não se trata simplesmente de “formar opinião”, mas sim de conformar subjetividades, modos de ser/estar no mundo, ideias e afetos diversos, dentre eles o ódio e o preconceito. Ou seja, se trata de produzir sujeitos, de produção de subjetividade no sentido de Deleuze e Guattari, autores conhecidos não só na filosofia como nos demais campos das humanidades e das ciências sociais. Quem não é desses campos deveria procurar conhecê-los, compreendê-los.

Seja por sedimentação – martelar certo conteúdo dia após dia, durante anos, para solidificar um determinado viés da percepção de alguma coisa –, seja por fratura – “opa, parem tudo, não é nada daquilo, vejam só!”, através de uma “notícia” (na verdade interpretação viesada de algo) que dá novo sentido ao mundo, a parcela hegemônica da mídia brasileira não para. Simplesmente não para: ela age diuturnamente. Utiliza todas as ferramentas disponíveis da comunicação para produzir e sustentar seus interesses e a visão de mundo que defende.

É dessa forma que o “mensalão” vira o maior escândalo de corrupção de toda a história do Brasil. Sabemos que isso não é verdade, pois ao comparar o estrago feito por todos os lamentáveis escândalos de corrupção das últimas décadas, temos que ele ocupa um “modesto” décimo lugar.
Vejamos:

Os dez maiores crimes de corrupção do Brasil4


escândalos de corrupção

E entender isso não tem nada a ver com defender os corruptos envolvidos no esquema do mensalão, que, aliás, eram oriundos de vários partidos políticos e de grandes corporações privadas. Cadeia neles! Agora, por que só neles?! Por que tanta seletividade? Ao querer que se diga a verdade dos fatos, não se está defendendo este ou aquele partido político. Apenas se quer refletir sobre a informação verdadeira em termos factuais! Entretanto, se a gente tenta argumentar com alguém que incorporou profundamente a inverdade em seus afetos e “certezas”, pode esquecer. Agressões e insultos- ou uma resistência obstinada – serão a resposta, jamais a reflexão crítica diante de fatos objetivos. Sim, porque o fato objetivo existe! Apesar de eu estar mais para Guattari do que para Durkheim (!), eu acredito que há uma factualidade em andamento que, embora contraditória e muitas vezes ambígua, possui uma concretude e uma existência que se desenrola objetivamente. Que pode ser demonstrada e provada, utilizando-se esses fatos e os dados decorrentes deles de forma objetiva.
O que a mídia faz é atribuir sentidos a esses fatos; o sentido que ela quer dar. É o Humpty-dumpty em ação. São os regimes de luz de Deleuze: onde a gente joga luz, ali há existência. O que se deixa no escuro, invisível, ali não há existência! Assim eu produzo a realidade do jeito que eu quiser, manipulando as luzes (acabo de ter um rompante de autoritarismo agudo, meu próprio Humpty-dumpty emergindo?).

Concluo que todos nós, homens e mulheres contemporâneos, estamos à mercê de nosso próprio personagem autoritário e manipulador, introjetado. A mercê das sombras das nossas cavernas de Platão existenciais. O que poderá fazer a diferença é o esforço consciente de nos informarmos em várias fontes, de refletirmos criticamente, de forçarmos o pensamento a pensar – e buscar- mais e melhor diversidade de análise do mundo, correndo sempre para fora da caverna e vendo a pluralidade que existe para além dela.

1 http://www.e-farsas.com/filho-de-lula-compra-fazenda-avaliada-em-47-milhoes-de-reais.html

2 http://g1.globo.com/bahia/noticia/2016/07/vereadores-repudiam-pl-inexistente-de-jean-wyllys-para-mudar-biblia.html

3 “When I use a word,” Humpty Dumpty said in rather a scornful tone, “it means just what I choose it to mean — neither more nor less.”. “The question is,” said Alice, “whether you can make words mean so many different things.”. “The question is,” said Humpty Dumpty, “which is to be master— that’s all.” (Through the Looking Glass, by Lewis Carroll). Disponível em: http://definitionsinsemantics.blogspot.com.br/2012/03/humpty-dumpty-principle-in-definitions.html

4 http://www.endodontiaclinica.odo.br/os-10-maiores-escandalos-de-corrupcao-do-brasil/"

 

*Autor: Marília Veríssimo Veronese

Professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UNISINOS.



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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Boas práticas para um compartilhamento responsável nas redes sociais

Certamente, o avanço da tecnologia propiciou a popularização da internet e com ela o desenvolvimento das redes sociais, que permitem a milhares de pessoas compartilharem suas ideias e opiniões, sem restrição alguma. Um mundo livre, que percorre a linha tênue entre realidade e ficção. Um universo ainda sem lei, que facilmente pode nos levar a confundir verdade com mentira. Porém, cada vez parecido com a vida real.

Na toada do dia da internet segura, celebrado ontem (09), é de extrema importância que tenhamos consciência que o mesmo comportamento e atitudes que temos na vida real, será exigido da mesma forma na vida virtual. Isto é, o conceito de valores humanos e do que é certo e errado, deverá sempre prevaler nos dois mundos. Como também, as regras da boa convivência. Portanto, o critério no compartilhamento de textos, notícias, vídeos e fotos na internet deverá ser o mesmo que adotamos na vida real. A responsabilidade é a mesma. 

Em nome do bem estar geral e por uma internet cada vez melhor, é fundamental percebermos quando um conteúdo é danoso e não produzirá resultado benéfico nenhum pra ninguém. Ao contrário, contribui para o ambiente confuso, com o aumento do ódio e intolerância, que observamos hoje nas redes sociais. Posto que liberdade exige responsabilidade, não é difícil assumir uma atitude positiva e contribuirmos para que o ambiente seja cada vez mais prazeroso e ao mesmo tempo proveitoso.

Veja no artigo abaixo, algumas práticas recomendáveis para navegar pelas redes sociais com critério e tranquilidade sem prejudicar a si próprio e aos outros. Preservei todos os links no texto.

Pare de compartilhar conteúdos danosos – 15 práticas para abrir 2016 com o pé direito

Por Marcela Campos, no papodehomem

Imagem/reprodução
"No cansaço de fim de ano tem sempre um bocado de clima de renovação. A vontade de ser uma pessoa melhor no próximo ciclo vem junto da listinha de mudanças. Aqui no PapodeHomem, decidimos convidar diferentes autores pra escrever uma lista de 15 práticas pra começar 2016 com o pé direito - um texto por dia com uma sugestão de mudança pra uma vida mais plena no próximo ano.

Um 2015 conturbado e cheio de timelines indignadas fechou com a cereja do bolo dos conteúdos ruins: o vídeo de flagrante da traição de Fabíola.

Prometo que essa prática já estava no meu radar mental antes do episódio, já que pelo ano todo me causaram certo incômodo os posts que povoavam minhas redes sociais. Boa parte deles compartilhava ideias preconceituosas ou aprisionantes, humilhações e violência virtual, ainda que boa parte dos meus amigos compartilhassem para criticar.

Parei pra pensar sobre quantas notícias ruins e que me causavam indignação eu mesma propagava. Resolvi diminuir drasticamente essa toxicidade.

É claro que ainda é importante que falemos sobre esse tipo de conteúdo, que ela seja pautado nas mesas de bar e posto em discussão, questionamento. Mas compartilhá-los todos e exaustivamente acabava por criar um estado mental defensivo, fechado para o diálogo e o ouvir e preparado pro ataque. Pra não falar na ansiedade social.

Por essas e outras, sugiro que em 2016 nós paremos de compartilhar conteúdos danosos, por três perspectivas.

Não republique vídeos e fotos que propaguem prisões

Se você está sentindo que aqueles seus amigos politicamente corretos vão encucar com o seu share, repense. Por que eles o fariam?
Há algo nesse conteúdo que pode ofender alguém? Há algo nesse conteúdo que pode reprimir o jeito como alguém se comporta? Há algo nesse vídeo que faz graça às custas de um grupo de pessoas?
Você ficaria satisfeito por saber que alguém se sentiu mal e triste ao consumir o conteúdo que compartilhou?

Se for criticar, não propagandeie

Arriscaria dizer que as nossas principais plataformas de compartilhamento de conteúdo são as redes sociais.
Acontece que elas funcionam na base de algoritmos que beneficiam aqueles cujo conteúdo foi mais visto. Ou seja, quanto mais pessoas viram e republicaram um post, mais ele aparecerá na tela de pessoas aleatórias, mais se espalhará pela rede e mais dinheiro gerará. Só que nessa, meu amigo, seu textão ficou pra trás – e você terá contribuído para propagar o dano.

Acredite: se você viu e já escreveu textão, todo mundo já viu. Publique a crítica se a achar construtiva. E só.

Cheque a veracidade do que compartilha

Sempre que possível, confirme se o post republicado tem fundo verdadeiro em mais de uma fonte.
Muitas vezes essas correntes não chegam a ser danosas, nada mais do que irrelevantes, e só te enchem o saco no whatsapp. Só que quando há gente dizendo que epidemias foram causadas por vacinas sem respaldo científico ou que elas podem ser transmitidas para crianças e bebês indiscriminadamente, a gente começa a refletir sobre como uma atitude dessa poderia até ser ingênua, mas é só irresponsável.

Cheque fontes oficiais e os principais jornais e revistas. Eles podem errar, mas a chance é consideravelmente menor. São substancialmente mais confiáveis que seu colega no grupo da pelada de sexta.

Saiba que todas as fontes têm seus interesses, e consulte mídias que declaram diferentes visões editoriais e opiniões políticas. Cruze fatos e dados, reflita. Se precisar, questione: isso faz sentido?
Assumir a responsabilidade pelo que dizemos e, nos ambientes virtuais, republicamos, é essencial."

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domingo, 17 de janeiro de 2016

Internet, um território perdido?

Por Rafael Evangelista, no site Outras Palavras - "Ao mesmo tempo que as redes sociais se mostram como uma fissura na represa de informações dos grandes grupos de mídia, o diálogo que se dá por meio delas parece cada vez mais confuso, por vezes violento e produtor de rupturas e rivalidades pouco construtivas.
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Barraco nas redes sociais: Ícones da direita trocam farpas e vitupérios

Agressões verbais contundentes registradas nas redes sociais, entre: Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino, Kim Kataguiri, o mais famoso líderes do Movimento Brasil Livre, e fãs de Jair Bolsonaro, revelam “o pensamento vivo da direita brasileira”.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Pesquisa aponta como combater o ódio e a intolerância na rede

Por Juliana Sada, de Barcelona, especial para o blog de Leonardo Sakamoto“Pode não parecer uma ideia saudável, mas um grupo de pesquisadores e ativistas espanhóis decidiu acompanhar cotidianamente os fóruns de comentários de notícias da internet no país. O resultado não surpreende quem acompanha esses espaços: o discurso intolerante está amplamente disseminado. 

Mas nem tudo está perdido, segundo a pesquisa, participar de fóruns com argumentos dissonantes à lógica da intolerância e favoráveis aos direitos humanos apresenta um impacto positivo.


Durante oito meses, o Observatório Proxi (Projeto Online contra a Xenofobia e a Intolerância), impulsionado pelo Instituto de Direitos Humanos da Catalunha e pela organização espanhola United Explanations, acompanhou as opiniões em notícias sobre imigração e população roma (conhecida como cigana), dois temas especialmente delicados no país. Foram mais de 400 notícias e 4.700 comentários analisados nos três sites com maior audiência do país – El País, 20minutos e El Mundo. Além disto, o projeto se dedicou também a intervir nos fóruns, com o objetivo de reduzir os níveis de aceitação do discurso intolerante.
 
Segundo o informe final do Observatório, mais da metade das intervenções, cerca de 60%, possuía discurso intolerante. Nesta categoria estão mensagens que, por exemplo, contêm estereótipos ou preconceitos, rumores, discurso de ódio ou desprezo indireto. A realidade pode ser ainda mais preocupante do que os dados revelam. “Há comentários que não passam nos filtros de moderação prévios [que barram determinados termos], então estamos diante de um universo maior de intolerância”, explica a pesquisadora do projeto Laia Tarragona.

Ódio aos migrantes

A situação mais preocupante se viu nos debates sobre a população migrante, nos quais o ódio se fez mais presente. Esta categoria, que abarca linguagem insultante e degradante ou incitação e apologia à violência, representa 11% dos comentários. Depois das opiniões intolerantes (60%, incluídas as de ódio), as mais recorrentes são as intervenções classificadas como neutras (29%), que não expressam nenhum posicionamento ou que não tem a ver com o tema da notícia. Minoritariamente, com 11% de ocorrência, está o discurso alternativo que tem como base a tolerância e o respeito à diversidade.

Em relação à população roma se destacou a marcada presença de estereótipos e preconceitos, como principal forma de intolerância. A categoria representa quase um quarto (23%) dos comentários. Já o discurso de ódio direcionado a eles não chega aos 5%. No quadro geral, os dados são semelhantes aos dos migrantes: de cada dez intervenções, seis são intolerantes, três são neutras e uma possui discurso alternativo.
 
Para o pesquisador do projeto Alex Cabo, o discurso intolerante é mais recorrente no ambiente virtual do que na vida real na Espanha. “Há pesquisas que indicam que cerca de um terço da sociedade é tolerante à população imigrante, mas nos comentários somos apenas 11%”, problematiza. “Temos que sair da nossa zona de conforto e debater”, defende.
 
Estimular os leitores tolerantes a debater – Tentando equilibrar o debate, o Observatório também se dedicou a intervir nos fóruns. A participação não almejava dialogar com quem havia escrito mensagens intolerantes e sim com o leitor ambivalente, que não necessariamente participa do fórum, mas utiliza estas opiniões na construção da sua própria. “Há estudos que indicam que os comentários podem interferir na percepção que o indivíduo tem da própria notícia”, reforça Alex.
 
Na avaliação dos pesquisadores, a ação teve bons resultados já que possibilitou diálogos construtivos entre alguns comentaristas e estimulou a participação de outros leitores tolerantes. Alex explica que se obteve um resultado melhor quando interviram no início dos debates e conseguiram o apoio de outros internautas, “mas, em outros casos, chegamos tarde demais e a bola de neve já estava formada e rolando”.

Por que tanta intolerância na internet?

Entre as conclusões do projeto, está a constatação de que o espaço virtual se converteu no último reduto para a expressão aberta da xenofobia e racismo. Para a diretora do Observatório, Aida Guillén, apesar do discurso de ódio estar presente no cotidiano, a internet o favorece. “O anonimato contribui bastante já que a pessoa apenas coloca um avatar e fala o que quiser. Outro fator é a imediatez da internet, que não favorece a reflexão”, explica.
 
Os meios de comunicação também desempenham um papel importante nesse contexto como, por exemplo, em relação ao tom das notícias. “Em geral, os veículos usam termos que criminalizam os migrantes e o uso desta linguagem, por parte do jornalista, impacta o leitor e o predispõe à intolerância” explica Laia. Como exemplo, está o uso dos termos “ilegais” ou “carga humana” para se referir aos migrantes.
 
Outro ponto de responsabilidade dos veículos é a moderação dos comentários. É importante tanto ter um filtro automático que barre determinadas expressões como ter uma equipe qualificada acompanhando os fóruns. Como instrumento para que os portais retirassem opiniões insultantes e degradantes, o Observatório fez ações de pressão nas redes sociais, junto a outros internautas. Utilizando a hashtag do projeto e taggeando os meios de comunicação, conseguiu-se a exclusão de muitos comentários ofensivos.
 
Como parte de suas conclusões, o Observatório Proxi apontou sugestões para a prevenção e combate à intolerância na internet. As indicações se dirigem à mídia, à sociedade civil e ao poder público, a partir de uma constatação de que o fenômeno é complexo e necessita diferentes frentes de atuação.
 
Veja algumas das recomendações formuladas:
 
Aos meios de comunicação
– Aprimorar os sistemas de moderação e reforçar as equipes responsáveis pela triagem dos comentários;
– Dar tratamento adequado e respeitoso à diversidade social;
– Estabelecer mecanismos de colaboração com entidades dedicadas à luta contra a intolerância.
Aos poderes públicos
– Impulsionar iniciativas contra a intolerância na internet;
– Fomentar a capacitação de profissionais da comunicação e internautas na identificação da intolerância;
– Mapear o fenômeno na internet e impulsionar pesquisas sobre o tema;
– Criar ou reforçar órgãos públicos para o combate ao discurso de ódio.
À sociedade civil
– Coordenar estratégias de mobilização e participação de ativistas online;
– Levar campanhas sobre tolerância para espaços virtuais dominados pelo discurso negativo;
– Pressionar os meios de comunicação a manterem um tom mais respeitoso em seus fóruns;
– Demandar que os poderes públicos intervenham em casos flagrantes de ódio.

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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Direito da UFPR responde Francischini com ironia sobre “turma do MST”


Do Paranaportal -"O diretor do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, enviou, nesta segunda-feira (28), resposta ao deputado federal Fernando Francischini (SDD) para esclarecer questionamentos levantados pelo parlamentar sobre o  Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).


Criado pelo governo federal e instituído pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, o programa é voltado a fomentar a educação de parcelas da população do campo socialmente vulneráveis. O programa criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é baseado em outro anterior, do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O deputado publicou na semana passada em seu Facebook um ofício destinado ao Reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, sobre a existência de um curso de Direito com vagas supostamente exclusivas para integrantes do Movimento dos Sem Terra, o MST.
“ABSURDO! GOVERNO COMUNISTA!!! Quantos filhos e filhas de pequenos agricultores e de famílias carentes não tem a chance do curso Superior gratuito??? (SIC)”, escreveu o deputado em sua página pessoal .

O diretor do curso de Direito da UFPR rebateu as acusações em tom irônico.
“Tendo sido a mim encaminhado pelo Magnifico Reitor da UFPR um oficio da sua lavra (de número 034-2015-GFF), que pede informações sobre a realização dc um curso de Direito “com 60 vagas exclusivas para integrantes do MST”, devo dizer-lhe que eu poderia respondê-lo, de modo claro e objetivo, dessa forma: “não” — pois não foi criado um curso de Direito para integrantes do MST. Simples assim”, rebate.

Ricardo Fonseca desconstrói o discurso do deputado.

“Mas como seu oficio aduz também que busca essa informação para, a partir dela, instaurar um debate na Câmara dos Deputados sobre, nas suas palavras, a “tentativa de doutrinação ideológica deste atual governo petista”, penso que valha a pena esclarecer Vossa Excelência com alguns dados que foram ignorados ou que lhe passaram despercebidos”, ironiza.

“E que, conhecedores que todos nós somos (e por “nós”, refiro-me a nós paranaenses) da atenção que Vossa Excelência dispensa ao tema da educação, certamente que partimos da premissa que seu ofício não tem nenhum interesse circunstancial que esteja ligado ao conturbado contexto político atual, mas que decorre do desejo de urna genuína contribuição para o debate sobre a educação pública superior em nosso pais”, conclui a introdução.

Em documento oficial, Ricardo Fonseca destaca as normas que regem o programa. Veja a resposta na íntegra."

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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Secretaria da Fazenda rebate boataria nas redes


Do BemParana – "O diretor-geral da Secretaria da Fazenda, George Tormin, afirmou, ontem, que os contribuintes podem participar do Programa Nota Paraná sem qualquer receio de informar o número do CPF no momento da compra. “O número do CPF pode ser informado, sem qualquer preocupação por parte das pessoas”, disse Tormin. 



A ação foi feita para combater mensagens nas redes sociais que insinuam que ao fornecer o CPF para conseguir os benefícios do programa, o contribuinte acaba dando brecha para ser vigiado pelo Fisco nacional, embora o programa Nota Paraná seja da Secretaria da Fazenda do Paraná.

Pelo programa, que foi lançado no dia 3 de agosto, o consumidor poderá receber de volta 30% do imposto recolhido pelo estabelecimento comercial. Para isso, basta informar o número do CPF na nota fiscal da compra. Até a segunda-feira, 202 mil pessoas já tinham se cadastrado no programa. O programa foi inspirado no Estado de São Paulo, que já desenvolve promoção semelhante há quase 15 anos.
 
Os créditos recebidos pelo Nota Paraná podem ser depositados em conta corrente ou poupança do contribuinte, podem ser usados para o pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) ou, ainda, para adquirir créditos para celulares pré-pagos. Quem escolher a última opção tem ainda uma vantagem adicional: para cada R$ 1,00 em créditos no Nota Paraná, as empresas de telefonia vão depositar R$ 2,00 nos créditos de celular.
 
Os consumidores também poderão participar de sorteios mensais de 250 mil prêmios, que podem chegar a R$ 50 mil. Os valores podem chegar a R$ 200 mil nos meses com datas especiais – nos dias das Mães, dos Pais, dos Namorados, das Crianças e no Natal."

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sobre o pedido de habeas corpus de Lula

Convenhamos, o tal pedido de habeas corpus preventivo supostamente solicitado pelo ex-presidente Lula à Justiça Federal, causou um certo frenesi histérico na mídia e nas redes sociais. Até o "probo" senador da República, Ronaldo Caiado (DEM-GO) ferrenho opositor do governo, do PT, da Dilma, do próprio Lula, do Papa, da democracia e não sei mais do quê, divulgou em sua página no Twitter a tal “notícia”. O fato é que se torna intrigante verificar que uma grande parte das pessoas, digo entre leitores e navegantes, demonstram pouco apreço pela verdade real dos fatos.
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terça-feira, 23 de junho de 2015

A verdade e a mentira se escondem nas entrelinhas

Há um ditado nascido da sabedoria popular, que diz o seguinte: “Deus escreve direito por linhas tortas”. Só Deus possui esta onipotência.  E são poucos, aqueles a quem é concedida a benção especial de interpretar fielmente o que foi escrito e captar o pensamento do escritor, descobrindo a verdade ou talvez a mentira escondida nas entrelinhas. Diuturnamente, a tradicional imprensa brasileira coloca a disposição dos cidadãos, um turbilhão de notícias acerca dos principais fatos que ocorrem no país. Principalmente no mundo da politica, assunto fervilhando desde o resultado das últimas eleições até os dias de hoje.
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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Entrevista de Jô Soares com Dilma Rousseff causa furor nas redes sociais

Na última sexta-feira (12), a presidente da República Dilma Rousseff recebeu no Palácio da Alvorada o apresentador Jô Soares para uma entrevista que durou mais ou menos uns 70 minutos. Acontece, que pelo clima de amenidade com o qual foi conduzida a entrevista Jô foi atacado na internet através das redes sociais. Causou até mal estar na TV Globo, onde o humorista e também escritor, mantém o seu talk show diário. No Facebook, até um grupo de maçons ironizou o apresentador. Na rede Twitter, a conversa com a presidente esteve entre os assuntos mais comentados.
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terça-feira, 16 de junho de 2015

A pauta de 140 caracteres

Por: Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa – “Funcionava assim: aos jornalistas abordavam os políticos nos corredores do Congresso para colher declarações. Repassavam as falas aos editores, que faziam a compilação mais conveniente para compor um contexto que podia ser chamado de notícia. Esse era o modelo clássico do jornalismo declaratório que predominava nas redações dos principais veículos de comunicação do Brasil.



De vez em quando, um repórter mais esperto vasculhava sites de órgãos públicos e detectava números incongruentes, e uma calculadora ajudava a puxar o fio da meada que poderia conduzir a descobertas interessantes. Depois, era construir uma lógica criminosa por trás daqueles indícios e procurar um agente público disposto a tornar oficial a investigação. Eventualmente, o garimpo dava num veio promissor, dependendo da filiação partidária do acusado, mas na maior parte das vezes era apenas “ouro de tolo”.

Hoje o jornalismo declaratório não exige nem mesmo que o repórter se coloque no caminho do declarante: o político que quiser mandar um recado simplesmente posta uma frase polêmica no Twitter e a imprensa faz o resto do trabalho.

Para atuar como jornalista, é suficiente ter uma conta no serviço de mensagens curtas ou seguir determinados personagens nas redes sociais. Para chamar a atenção da imprensa, basta saber usar esses recursos, ou contratar quem faça esse serviço.

Foi assim que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ganhou mais um dia de destaque nas primeiras páginas dos jornais de segunda-feira (15/6), após a entrevista publicada pelo Estado de S.Paulo no domingo, na qual anunciou que dificilmente seu partido, o PMDB, vai seguir integrando a aliança que venceu a eleição presidencial em 2014.

A entrevista mostra Eduardo Cunha usando com inteligência o espaço que conquistou na mídia e explorando a passividade dos entrevistadores. A declaração escolhida para compor a manchete de domingo é apenas uma das opiniões que emitiu durante a entrevista, que faz sentido apenas no atual contexto de crise entre o dirigente da Câmara dos Deputados e o partido da presidente da República.

Cunha foi hostilizado no sábado (13), ao comparecer ao 5º Congresso do PT, e se vingou nas redes sociais, provocando novo abalo nas relações internas da aliança governista.

Malícia ou incompetência

Os jornais fazem parecer que a vontade de Eduardo Cunha basta para mudar a composição do governo e lançar o PMDB oficialmente na oposição. Mas o próprio entrevistado foi muito reticente quanto à possibilidade de uma ruptura, principalmente porque ele considera que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff chegou ao ápice e ela tende a se recuperar, na medida em que as relações políticas se estabilizarem e os ajustes na economia produzirem resultado.

Sua afirmação era muito clara: se o governo retirar do presidente do PMDB, Michel Temer, a tarefa de conduzir as negociações com o Congresso, o partido pode deixar a coligação. Essa frase condicional foi transformada em manchete, e o Estado publicou: “O PMDB não repetirá aliança com PT, afirma Cunha”.

Agrega-se a isso o episódio em que o presidente da Câmara, hostilizado por militantes do partido da presidente, reage pelo Twitter, e está configurada nova crise dentro do governo, embora todos saibam que uma frase de Cunha não define o futuro do PMDB.

Essa é a rotina do noticiário político desde a posse da presidente reeleita. Quando não está apostando numa visão apocalíptica da economia, a mídia tradicional está criando ou alimentando a crise que se inaugurou nas relações entre o Executivo e o Congresso desde a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara. Trata-se de um jogo no qual, entre as muitas alternativas de frases, fatos e suposições, os editores escolhem prioritariamente aquelas que deixam o Executivo em pior situação.

Adicione-se a essa receita certa malícia, ou má qualidade, na abordagem de temas que produzem controvérsias entre o Executivo e o Legislativo, e temos outra fonte de desentendimentos. São constantes os casos em que indicadores econômicos e sociais surgem nas manchetes com sentido distorcido, o que contribui para alimentar esses conflitos.

Seria preciso vasculhar cada notícia publicada com destaque todos os dias para verificar o que resulta de desatenção, de incompetência ou do interesse em fomentar a crise de governabilidade. De qualquer maneira, está claro que a imprensa brasileira não se dedica mais ao jornalismo puro e simples.”

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Prisão de policiais militares: uma "pepita falsa"

Depois daquela atrocidade praticada contra os professores na capital do Paraná, o Broadcast, serviço da Agência Estado, deu o “furo”, que dezessete policiais “foram presos por se recusar a participar do cerco”. Logo os grandes portais de notícias repercutiram a notícia do Estadão como se fosse verdade, mas não é. O Uol, o R7, e diversos outros sites e blogs publicaram o falso fato. O blog do Guara também selecionou a informação na edição do “Curtas&Boas” de ontem (30) como fosse autêntica, sem se dar conta que era uma “pepita sem valor”.

Mais uma “garimpagem” rápida e verificamos em uma matéria do Zero Hora, que a Polícia Militar negou a prisão dos policiais.

Imagem/reprodução/paranaportal
A matéria diz o seguinte: “De acordo com o comando da PM, "ninguém foi preso". A assessora de comunicação da corporação, Márcia Santos, afirmou à Zero Hora que "todos os policiais cumpriram a missão, como previa a determinação da Justiça". - Não teve policial preso. Os veículos reproduziram o Estadão. E a gente já pediu formalmente para o que corrijam a informação - disse Márcia.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná (OAB-PR), que tem uma comissão de Direito Militar, afirmou à reportagem que também não recebeu relatos, nem informações sobre a possível prisão de militares”, informa.

Mais uma lição aprendida. Como meros espectadores das narrativas dos acontecimentos que repercutidos pelos veículos de informação corporativos existentes o Brasil, volta e meia estamos escorregando nos boatos publicados.

Pior! Por um rompante que mistura indignação e raiva, compartilhamos nas redes sociais sem sequer nos darmos conta da falsidade do suposto fato. Daí a necessidade de adotarmos um critério mais rigoroso quando nos deparamos com uma "notícia". Infelizmente, é muito fácil cometermos esta negligência. Consertar um erro costuma ser extremamente mais difícil, mas acontece.

Quem contou melhor esta história dos PMs presos, foi Kiko Nogueira, diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo:

A história dos PMs que se recusaram a bater nos professores era boa demais para ser verdade

Por Kiko Nogueira, no DCM 

“Em tempo de guerra, a primeira vítima é a verdade. Depois da pancadaria no Paraná, duas histórias chamaram a atenção pelo ineditismo, cada uma especial à sua maneira. A primeira envolveu o soldado Umberto Scandelari, de Curitiba.

Scandelari publicou uma foto dele mesmo nas redes sociais com as mãos e o rosto manchados do que parecia ser sangue, juntamente com a legenda: “Professor, conta outra…”

Viralizou. Um exame não muito detido na imagem, porém, levantava algumas dúvidas quanto à consistência dos ferimentos. Parecia canetinha hidrográfica.

A Polícia Militar paranaense admitiu que era tinta. O resultado de uma bomba usada “para marcar pessoas que estão envolvidas nos protestos”. Foi de mártir a pateta em minutos. Se bobear, ainda tinha uns escalpos no armário.

A outra crônica envolvia um grupo de policiais que teria resistido em participar do ataque aos grevistas. De acordo com o Broadcast, serviço da Agência Estado, que deu o “furo”, eram dezessete que “foram presos por se recusar a participar do cerco”. A informação seria do Comando da PM.

Mais tarde, os dezessete haviam se transformado em “pelo menos 50”. Um portal local assinalou que aquilo até pode ter sido um ato de desobediência, mas era também de coragem.
No entanto, a cena incrível não fora testemunhada por ninguém. Qual o nome de pelo menos um deles? Onde estão esses heróis?

Provavelmente, em lugar nenhum porque não existem. A PM e a Secretaria de Segurança Pública desmentiram. A OAB confirmou que nenhum policial foi detido.

É o triunfo do chamado wishful thinking. Entre aquelas centenas de homens, alguns poucos — nem tão poucos assim, dependendo da fonte do boato — tomaram uma atitude sobranceira e resolveram fazer a coisa certa e correr o risco. São homens, não ratos. Obedeceram sua consciência e conseguiram se insurgir contra o mal. Etc etc. Irresistível como ideia.

Tire o pônei da chuva. O pessoal cumpriu muito bem as ordens. O retrato fiel daquela PM é a do sujeito que se maquiou de cor de rosa para alegar que foi espancado depois de descer o porrete nos vagabundos — não o dos bravos insubordinados.

E vamos lembrar: o Estadão, que soltou a nota, é aquele jornal que publicou que golfinhos estavam sendo treinados na Ucrânia para desarmar minas carregando armas de fogo e que Jack Nicholson está com Alzheimer.”

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