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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Taxação dos EUA busca controle do jogo comercial no mundo. Como fica o Brasil?

Por Patrícia Faermann, no GGN: O aumento da tarifa sobre o aço brasileiro por Donald Trump nos Estados Unidos é um tipo de pressão comercial norte-americana que visa, entre outras coisas, permitir melhores condições para o mercado norte-americano e o domínio dos EUA nas regras do jogo comercial no mundo. Diante desta estratégia, o governo brasileiro entre no jogo de articulações e tenta diplomaticamente reverter o cenário.

www.seuguara.com.br/EUA/taxação/aço/Brasil/

Em última instância e na prática, o aumento de 25% nas taxas de importação destes materiais brasileiros não é benéfico nem para os Estados Unidos. As estatísticas revelam que as indústrias norte-americanas sairão prejudicadas, porque dependem das matérias-primas importadas, incluindo o aço brasileiro.


Por isso, o objetivo de Trump vai além. E ele deixou isso claro no próprio decreto que aumentou a taxação de 25% sobre os produtos. No decreto publicado nesta segunda-feira (10), intitulado "Ajustando as importações de aço para os Estados Unidos", Trump faz um balanço mundial sobre as exportações e importações de aço, com exemplos em cada um dos países, expondo o que ele xonsidera como injusto economicamente para os EUA.


Ele dá exemplos de como as importações de aço de alguns países aumentaram, ao mesmo tempo que a compra de aço pelos EUA diminuiu. "De 2022 a 2024, as importações de países sujeitos a cotas (Argentina, Brasil e Coreia do Sul) aumentaram em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas métricas, mesmo com a demanda dos EUA diminuindo em mais de 6,1 milhões de toneladas durante o período", escreve.    

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E compara com a compra de aço do Brasil pela China, um país caracterizado por Trump "com níveis significativos de excesso de capacidade" de demanda.

"As importações brasileiras de países com níveis significativos de excesso de capacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais que triplicando desde a instituição desse acordo de cotas."

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Além do Brasil, Trump viu um suposto desequilíbrio comercial nas importações do aço pela Austrália, Argentina, Canadá, México, Coreia do Sul e países da União Europeia, colocando todos estes nos aumentos das tarifas de 25% sobre o aço importado pelos EUA.

De acordo com o novo mandatário, as vendas de aço por estes países, como estão, ameaçam a "segurança nacional" dos EUA

"O Secretário também me informou que acordos alternativos com parceiros comerciais, incluindo Austrália, membros da UE, Japão e Reino Unido, foram menos eficazes em eliminar a ameaça de comprometimento da segurança nacional dos EUA do que a tarifa adicional proclamada", expôs.

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Em meio a esta decisão, as primeiras tentativas do governo brasileiro para impedir a taxação foram por vias diplomáticas, com representantes do governo Lula junto à Casa Branca. 

Mas os argumentos de Trump de que os acordos bilaterais não seriam suficientes para evitar desgastes à competitividade norte-americana no mundo, destes materiais, acenderam o alerta do governo brasileiro de apresentar outras tratativas e negociações mais radicais. 


Outro viés estudado foi a possibilidade de usar a mesma tática de Trump: aumentar as taxas de importação dos produtos norte-americanos pelo Brasil. A medida, contudo, poderia trazer mais efeitos negativos ao Brasil do que efetivamente pressionar o gigante comercial a reduzir as taxas do Brasil.

O governo Lula decidiu, assim, manter as articulações de forma pacífica e solicitou, inclusive, aos representantes das siderúrgicas brasileiras a não retaliar os EUA.


Entenda mais aqui:

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Trump diz que Brasil está entre os países que querem mal aos EUA e cobram muita tarifa

ICL/Notícias: O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a mencionar o Brasil nesta segunda-feira (27) entre os governos que "taxam demais". Ele também incluiu o país no grupo dos que "querem mal" aos EUA, durante um discurso a correligionários na Flórida.

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"Coloque tarifas em países e pessoas estrangeiras que realmente nos querem mal", disse Trump. "A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil, tantos, tantos países. Então, não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar", afirmou.

O presidente fez a declaração ao defender que é preciso taxar produtos estrangeiros para favorecer a produção interna norte-americana.

Ele já havia citado o Brasil em novembro, após ser eleito, como exemplo de país com excesso de tarifas alfandegárias sobre produtos americanos e disse que vai impor um tratamento semelhante às exportações estrangeiras.


Trump fala em tratamento "recíproco"

"Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra 'recíproco' é importante. A Índia cobra muito, o Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa", disse Trump à época durante entrevista coletiva realizada em Mar-A-Lago, em Palm Beach, na Flórida.

Trump repetiu nesta segunda que "tarifa" está entre as quatro palavras das quais hoje ele mais gosta. Antes de mencionar o Brasil, ele citou o atrito que teve com a Colômbia neste domingo (26). O país sul-americano inicialmente se recusou a receber voos com imigrantes deportados.

O presidente dos EUA reagiu e ameaçou colocar uma tarifa alfandegária de 25% em cima dos produtos bolivianos. Mais Tarde, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recuou e aceitou receber os aviões, levando Trump recuar na promessa de sanção.

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[Leia também: "Nós não precisamos deles", declara Trump sobre o Brasil e América Latina]

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sábado, 29 de junho de 2024

Lula sanciona taxação de compras internacionais de até US$ 50

Por Paula Laboissière, repórter da Agência Brasil: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (27) a lei que estabelece a taxação de compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 250), então isentas de imposto de importação. O novo texto inclui uma cobrança de 20% sobre o valor de compras dentro desse limite, muito comuns em sites internacionais como Shopee, AliExpress e Shein.

www.seuguara.com.br/governo Lula/taxação/compras internacionais/US$ 50/

A taxação foi incluída no programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que cria incentivos para a fabricação de veículos menos poluentes. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 11, por 380 votos contra 26, e a sanção ocorreu durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.

Originalmente apresentado pelo governo federal, o projeto Mover prevê R$ 19,3 bilhões em incentivos, durante cinco anos, e redução de impostos para pesquisas e desenvolvimento de tecnologias e produção de veículos que emitam menos gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento da terra e pelas mudanças climáticas.


Primeira infância

Durante a reunião, Lula assinou ainda decreto para instaurar uma política nacional integrada para a primeira infância. O texto tem como base propostas elaboradas por um grupo de trabalho e entregues ao governo federal no último dia 13, com estratégias integradas entre diferentes áreas da administração federal para a priorizar crianças de até 6 anos de idade – sobretudo as que estão em situações de vulnerabilidade.


Outros decretos

Também foi assinado decreto que trata de projetos tecnológicos de alto impacto. A iniciativa tem, dentre outros objetivos, ampliar a cooperação entre instituições cientificas e empresas, além de estimular projetos sustentáveis, impulsionar a produção industrial de alto valor agregável e estimular o desenvolvimento de polos tecnológicos.

O presidente assinou ainda mais um decreto que institui estratégia nacional da economia circular. A proposta do governo federal é promover a transição do atual modelo de produção linear para uma economia circular, que incentiva o uso eficiente de recursos naturais e de práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva.

Edição: Aécio Amado

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