sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
sexta-feira, 5 de janeiro de 2024
"Golpe": web repudia ataque e pede prisão de terroristas após entrevista de Moraes
Por Caíque Lima, em O Essencial: Usuários do X (ex-Twitter), políticos e outras autoridades têm feito um movimento de repúdio à tentativa de golpe que ocorreu durante o ataque terrorista de 8 de janeiro. O ato na rede social ocorre após entrevista do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que revelou que bolsonaristas fizeram planos para enforcá-lo na Praça dos Três Poderes.
"Uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir no nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição", afirmou ao jornal O Globo.
Após o relato do magistrado, usuários da rede social têm repudiado a tentativa de golpe durante o atentado. Internautas pedem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro por inflar seus apoiadores contra o Supremo e outras instituições.
Usuários da rede social ainda pedem que todos os golpistas sejam responsabilizados e que ninguém seja anistiado. O movimento levou a palavra "golpe" aos temas mais comentados do X. Veja a repercussão:
Bandido Bolsonaro e seus sequazes fazem ironia da denúncia,ou pedem prova de Moraes da tentativa de sequestra-lo,mata-lo e enforca-lo no GOLPE de 8/1.Chefe da PF já disse q pode identificar os assassinos.Vão quebrar a cara.Esgoto bolsonarista deve voltar ao bueiro e cadeia neles.
— Ivan Valente (@IvanValente) January 4, 2024
É gravíssimo o relato do Ministro Alexandre de Moraes. Diante do vandalismo ocorrido no dia 08 de Janeiro e as demais evidências de planos de Golpe, sequestro e homicídio, SEM ANISTIA para Golpistas. Bolsonaro na cadeia!
— @Tweetando 12 🚩Lula 💋 (@Tweetando12) January 4, 2024
Todos os financiadores e apoiadores na cadeia! pic.twitter.com/TkgMBqyTVP
GRAVÍSSIMO: tentativas inclusive com participação da ABIN que monitorava os passos do Ministro Alexandre de Moraes. De que os golpistas mais "exaltados defendiam q após o golpe o ministro poderia ser preso e enforcado na praça dos três poderes" GRAVÍSSIMO BOLSONARO NA CADEIA JÁ pic.twitter.com/rLNFuSqztF
— Gilmar de Alcântara (@VoxGilmar) January 4, 2024
Alexandre de Moraes revela a informação de que a extrema-direita pretendia prendê-lo e enforcá-lo após o golpe. Por isso não pode haver anistia para esses golpistas. O Brasil se livrou ao eleger o presidente Lula de um regime que pretendia ser tão cruel quanto foi a ditadura.
— Ricardo Pereira (@ricardope) January 4, 2024
BOLSONARISMO MATA! Na semana que um "editorial" pedia o fim do inquérito contra os golpistas de 08 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes revela que no plano do golpe, a ideia era prendê-lo, enforcá-lo e sumir com o corpo. pic.twitter.com/HVkOZuvMhc
— Natália Bonavides (@natbonavides) January 4, 2024
Esse é o bolsonarismo:
— abocadelobo 🇧🇷 (@abocadelobo) January 4, 2024
Transforma adversários em inimigos.
Incita e estimula a violência política.
Planeja e tenta golpe. https://t.co/2JHJnXOyZx
Para quem acha que a tentativa de golpe foi um passeio no bosque, as investigações mostram que os lunáticos do zap eram potenciais assassinos. Sim, ninguém planeja um golpe sem armas. Eles contaram com as do Exército, que não vieram. Agora arquem com as consequências penais! pic.twitter.com/CRIwg4Jvxw
— Orlando Silva (@orlandosilva) January 4, 2024
Absurdo inaceitável!!!
— Tadeu Veneri (@tadeuveneri) January 4, 2024
Em entrevista o ministro Alexandre de Moraes revela detalhes do que pretendiam os golpistas, com participação da ABIN.
Derrotamos o golpe, mas ainda precisamos que todos os golpistas sejam responsabilizados pelos crimes que cometeram.
Sem anistia! pic.twitter.com/yPlrugcfDy
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terça-feira, 13 de dezembro de 2022
Web detona Jovem Pan após comentaristas falarem sobre "infiltrados" em atos terroristas
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
Bolsonaro.com.br: 'Não sou político e estou preparado para me defender', diz empresário que registrou domínio
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Inventor da Internet faz proposta para salvá-la antes que seja tarde demais
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Saiba como se proteger do ataque hacker que está se espalhando pelo mundo

Mas como se proteger? Antes de mais nada, atualize o seu Windows. As informações mais recentes, partindo de especialistas em segurança eletrônica, indicam que o ransomware está explorando uma falha de uma versão desatualizada do sistema operacional da Microsoft.
Segundo a Kaspersky, a falha, chamada "EternalBlue", chegou a conhecimento público pelo grupo de hackers Shadow Brokers, que vazaram, em abril, uma série de documentos sigilosos da Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA.
Ou seja, o governo norte-americano sabia da falha e não contou para a Microsoft, que só ficou sabendo quando os hackers vazaram a informação em abril. Menos de um mês depois, a empresa lançou uma atualização para o Windows que corrigia a brecha.
No entanto, muitas pessoas e empresas, por falta de conhecimento ou de atenção, não atualizaram seus PCs. Por isso tantas máquinas estão sendo vítimas do WannaCry nesta sexta. Por isso a ordem no momento é atualizar o Windows o mais rapidamente possível.
Você precisa baixar a atualização registrada como MS17-010, lançada em 14 de março deste ano. O update vale para todas as versões do Windows a partir da era Vista, incluindo Windows 7, Windows 8 e, é claro, o Windows 10. A correção resolve uma vulnerabilidade no protocolo de transferência de arquivos do sistema, o SMB.
Nesta página você encontra o link para download, diretamente do site da Microsoft, dos pacotes de atualização para cada versão do sistema operacional. Você precisa saber se o seu PC roda em um processador de 32 ou de 64 bits - para isso, clique com o botão direito em "Meu computador", na pasta de arquivos da sua máquina, e depois em "Propriedades".
Por exemplo: se você estiver no Windows 7 e tem um processador de 32 bits, baixe o arquivo identificado como "Windows 7 Service Pack 1 para sistemas de 32 bits (4012212) - Apenas segurança". Se estiver no Windows 10, procure por um link com o mesmo nome, mas identificando o Windows 10 e o número, 32 ou 64, do processador do seu PC.
Se você tem o Windows 10 e quer saber se seu sistema está 100% atualizado, vá até as configurações do PC (aquele ícone de uma engrenagem no menu Iniciar) e clique em "Sistema". Na barra à esquerda, clique em "Sobre". Procure pela versão do seu sistema. Se for a 1703, então você está seguro.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Sobre informação, boatos e farsas nas redes sociais
A excelente matéria de Ana Freitas, publicada no NexoJornal, nos oferece uma grande ajuda para separarmos o joio do trigo nesse turbilhão de informações, que diariamente rola nas redes sociais, como no Facebook, por exemplo.
Por Ana Freitas, no Nexojornal
"O serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo em poucos dias em razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem, acompanhada de sua foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de crianças”.

Batista, que começou a receber ameaças, agora tem medo de sair de casa. Não é o primeiro caso do tipo: em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista, depois de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava crianças. No entanto, nem sequer existiam denúncias do tipo na região.
Esses casos demonstram o que acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento de informações mentirosas sai do controle. Essa prática, comum em um mundo no qual todos são consumidores e produtores de conteúdo, também pode ter impactos políticos e sociais - na medida em que informações falsas ajudam as pessoas a construir opiniões.
Nos últimos anos, a crise política escancarou esse cenário no Brasil. De acordo com um
levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da USP, na semana em que a Câmara autorizou a abertura do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, em abril, três das cinco matérias mais compartilhadas no Facebook no Brasil eram falsas.
Por que as pessoas compartilham informações sem checá-las
“A dinâmica [de compartilhamento de boatos] é um efeito da polarização do debate político, mas também é muito marcada pelo viés de confirmação”, disse ao Nexo Marcio M. Ribeiro, professor da USP e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a Informação da universidade.
O viés de confirmação é uma tendência cognitiva que faz com que nós tenhamos mais propensão de lembrar, pesquisar informações ou interpretar fatos de maneira que eles confirmem nossas crenças ou hipóteses.
Na dinâmica da comunicação digital e dos algoritmos que mostram apenas aquilo que queremos ver, o viés de confirmação cria uma “bolha” de visão de mundo que exclui aqueles que pensam diferente - o chamado “filtro bolha”.
Quando recebemos, por meio das redes sociais, o link de uma matéria que confirma nossa visão de mundo, temos mais chances de ignorar possíveis evidências de que ela seja falsa.
“Na dinâmica das redes sociais, as pessoas têm tanta ou mais responsabilidade que os veículos em determinar qual conteúdo terá mais ou menos visibilidade por meio do compartilhamento”, diz Ribeiro. Por isso, cabe também aos usuários garantir que a informação compartilhada seja verdadeira.
Como identificar notícias falsas e matérias inverídicas
Abaixo, o Nexo reuniu um conjunto de boas práticas que podem ser aplicadas de maneira rápida, no dia a dia, por qualquer pessoa. Geralmente, o ideal é usar mais de uma técnica - e, se tiver tempo, todas elas.
10 boas práticas para o consumo de informações na web
1 - CRUZAMENTO DE FONTESÉ simples: basta jogar as informações-chave relacionadas à notícia em questão no Google e verificar se outros veículos também falaram dela, e em quais termos. Caso você encontre apenas uma fonte para aquela informação, vale desconfiar. Se encontrar várias fontes, mas todas elas forem cópias de apenas um veículo, também é razoável considerar a matéria com cautela.
2 - BUSCAR A FONTE ORIGINAL
Uma notícia ou print mostra que uma figura pública disse ou fez alguma coisa. Confira nos canais oficiais daquela pessoa se o print é verdadeiro, ou se há uma entrevista original, publicada em um veículo de confiança, que exiba a declaração em questão. Também é importante ficar atento a perfis falsos - muitas vezes, prints de declarações polêmicas têm origens em perfis não-oficiais, às vezes criados com propósitos humorísticos, outras para difamar alguma figura pública.
3 - CREDIBILIDADE DE QUEM PUBLICA
Verifique o histórico do veículo que publicou a informação. Redações com jornalistas profissionais, sejam de veículos tradicionais ou novos, mantêm critérios de checagem em suas reportagens. E quando há erro, essas redações costumam corrigi-los. Isso não quer dizer que sites e blogs pequenos, além de posts no Facebook ou em outras redes sociais, não tragam bons conteúdos. Basta que você conheça o histórico desses canais.
4 - ADJETIVOS DEMAIS SÃO SUSPEITOS
O excesso de adjetivos para difamar ou exaltar alguém ou algo, ou seja, um viés muito claro de acusação ou defesa no texto, também merecem sinal amarelo (especialmente em textos noticiosos).
5 - FAÇA UMA BUSCA REVERSA DA IMAGEM
Muitas fotos que circulam nas redes sociais são montagens. Antes de compartilhar a suposta foto da capa da revista “Time” que mostra uma reportagem bombástica sobre o Brasil, confira no próprio site do veículo - ou faça uma busca reversa, que procura a imagem no Google e encontra outros lugares em que ela (ou versões parecidas) foram publicadas. Para fazer isso, é preciso usar o navegador Chrome. Então, basta clicar com o botão direito na imagem exibida no navegador e escolher a opção “Procurar Imagem no Google”.
6 - HÁ GENTE QUE SE DEDICA A ACHAR BOATOS
Para qualquer tipo de informação recebida via Whatsapp e Facebook, há sites dedicados exclusivamente a pesquisar e confirmar (ou não) os boatos espalhados nas redes. Dois dos mais famosos são o E-Farsas e o Boatos.org. Uma visita rápida pode evitar o compartilhamento de uma informação falsa.
7 - VERIFIQUE A DATA DA PUBLICAÇÃO
Em um contexto e data diferente, uma notícia antiga pode servir a uma narrativa atual completamente diferente daquela em que ela estava inserida no passado. Por isso, é comum que links antigos ganhem novas ondas de compartilhamento anos depois de publicados. Para evitar que uma informação fora de contexto contamine seu julgamento, adquira o hábito de checar a data de publicação de uma matéria antes de compartilhá-la. Geralmente, essa informação se encontra embaixo do título.
8 - VÁ ALÉM DO TÍTULO
É relativamente comum o compartilhamento de informações por Whatsapp e Facebook apenas com base no título do link. O título, no entanto, pode ser modificado: além de o Facebook permitir isso na publicação do conteúdo, também é possível usar ferramentas que mudem o título exibido quando o link é compartilhado. Por isso, evite compartilhar material sem ler o conteúdo completo.
9 - SEM FONTE, NÃO CONFIE
Em muitos casos, textos ou vídeos compartilhados por mensagens do Whatsapp vêm sem uma fonte - ou, então, mencionam fonte sem um link para ela. Cheque sempre, usando o Google, se a informação é verdadeira e está mesmo disponível na fonte mencionada. Se o conteúdo vier sem fonte, é muito improvável que seja real. Além disso, ligue o radar diante de vídeos ou áudios gravados por completos desconhecidos. Qualquer um pode fazer um vídeo ou áudio de Whatsapp e dizer o que quiser, e já temos provas suficientes de que muita gente inventa informações falsas para compartilhar nessas redes.
10 - NA DÚVIDA, PENSE DUAS VEZES
“Na dúvida, achei melhor compartilhar.” Você já deve ter lido a frase por aí. No entanto, embora a abordagem seja muitas vezes bem intencionada, ela pode ter efeitos trágicos - como aqueles mencionados nos primeiros parágrafos deste texto. Caso não consiga obter confirmação de uma informação que consumiu na internet, recomendamos que considere não compartilhá-la."
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sexta-feira, 22 de abril de 2016
Como é a oferta de banda larga em outros países?

Outros tantos consumidores acusam um suposto "monopólio" de operadoras de internet por aqui, e críticas não faltam à administração pública e ao governo. Mas, afinal, esse problema é exclusivo do Brasil? Outros países já passaram por algo parecido? O Olhar Digital decidiu responder essas perguntas e comparar a oferta de banda larga fixa no Brasil com a de outros cantos do mundo.
Coreia do Sul
Segundo o instituto de pesquisa Akamai, em seu tradicional relatório anual "State of the Internet" de 2015, a internet mais rápida do mundo é a oferecida na Coreia do Sul. A velocidade média de tráfego de dados no país asiático chega a 23,6 Mbps, enquanto, no Brasil, esse número é de 3,4 Mbps. Nesse ranking, aparecemos em 89º lugar.
Lá, porém, o mercado também é dominado por um pequeno punhado de empresas. As três maiores operadoras, que cobrem quase todo o território sul-coreano, são KT Corp, SKBroadband e LGU+, à frente de uma pouco acirrada concorrência contra empresas como Hanaro Telecom e Hello Vision. Consideradas as devidas proporções, a KT Corp é equivalente à nossa Telefônica (dona da Vivo e GVT).
Na Coreia do Sul não existe limite de dados, porém. Há pacotes de internet cabeada por ADSL ou fibra óptica, em velocidades que chegam a ultrapassar os 10 Gbps. Em média, um plano de 10 Mbps, por exemplo, custa em torno de 26 mil won sul-coreanos por mês - o que, na atual cotação da moeda, equivale a cerca de R$ 80. É claro que números de custo de vida e salário mínimo, por exemplo, podem afetar a balança do custo-benefício.
Mas nem tudo são flores do outro lado do oceano. Embora os investimentos em infraestrutura sejam prioridade para o governo sul-coreano, a censura do conteúdo que circula na rede também é. O país possui três órgãos reguladores de mídia responsáveis por vasculhar a web e limitar o acesso dos cidadãos a certas páginas, como sites da vizinha inimiga Coreia do Norte, além de conteúdo pornográfico - este é proibido por lei.
Estados Unidos
No mesmo ranking em que a Coreia do Sul aparece em primeiro lugar, os Estados Unidos estão em 19º. Por lá, a velocidade média da internet é de 11,9 Mbps e, embora até o Google ofereça serviço de banda larga (em apenas 9 cidades), o mercado é dominado por quatro grandes operadoras: Comcast, AT&T, Time Warner e Verizon.
Nos EUA, ao contrário do que muitos imaginam, limites de internet são muito comuns. Todas essas grandes provedoras impõem pacotes de franquia de dados aos usuários, assim como as brasileiras se interessam em fazer. Por outro lado, o limite norte-americano é muito mais brando do que o ofertado por aqui.
O pacote mais básico da AT&T, por exemplo, com 3 Mbps de velocidade e custando US$ 30 mensais (pouco mais de R$ 100) vem com uma franquia de 250GB. Ao fim do pacote, a internet não é reduzida ou cortada, mas o consumidor é obrigado a pagar mais US$ 10 a cada 50 GB de dados que ultrapassar do limite. Por exemplo: se consumir 300 GB num mês, pagará US$ 40; se chegar a 350GB, paga US$ 50; e assim por diante.
No Brasil, a oferta da Vivo, por exemplo, é bem diferente. O limite máximo é de 130GB, com velocidade de 25 Mbps e, naturalmente, trata-se do pacote mais caro. Ao cruzar a linha, a ideia da operadora é que a internet do cliente seja cortada. Outras concorrentes, como a Oi e a NET, preveem a redução de velocidade - mas, na prática, costumam fazer "vistas grossas" para os excessos dos consumidores.
Irlanda
Representando a Europa, a Irlanda aparece em segundo lugar no ranking da Akamai com uma velocidade média de internet chegando a 17,4 Mbps. Por lá, não há monopólio e a oferta de operadoras é bem diversificada. Os consumidores podem escolher entre planos limitados e ilimitados, em velocidades que vão de 4 Mbps a 360 Mbps na capital Dublin, por exemplo.
Um dos contratos mais baratos é o oferecido pela Europasat: velocidade de 4 Mbps e limite de 3GB por mês, custando cerca de 25 euros (pouco mais de R$ 100). Mas ao fim da franquia, a conexão é sumariamente cortada. Já um dos planos mais caros é o da Vodafone, que, por sua vez, oferece 100 Mbps e não há limite para o tráfego de dados. A conta no fim do mês, nesse caso, sai mais alta: 40 euros, o que equivale a algo em torno de R$ 150.
Argentina
Segundo um outro ranking, mais recente, da Akamai, o acesso à internet na nossa vizinha é mais rápido que o nosso: média de 4,7 Mbps. Em toda a América Latina, a Argentina aparece em segundo lugar entre os países com conexões mais rápidas, enquanto o Brasil é o sétimo colocado. No ranking global, os argentinos não ficam tão longe de nós, na parte mais baixa da tabela: em 75º.
Em Buenos Aires, o mercado também sofre com o monopólio de duas grandes operadoras: a Telecom, mais popular nas regiões ao norte do país; e a Telefônica (a mesma que é dona da Vivo no Brasil) na região sul. Em contrato, as operadoras chegam a definir um limite de dados para a navegação, mas esse limite nunca foi efetivamente cobrado dos consumidores - algo semelhante ao que NET e Oi fazem por aqui.
Para contratar um plano de internet, porém, a Telefônica Argentina exige que o cliente adquira também uma de suas linhas de telefone fixo. A oferta mais barata da empresa é de 3 Mbps de velocidade e custa 527 pesos argentinos, o que, no Brasil, equivale a cerca de R$ 129. O salário mínimo por lá compensa o alto custo da internet, já que um cidadão regularizado ganha mais de 6 mil pesos. Ou seja, ter acesso à rede em casa consome cerca de 7% da renda mensal de um argentino."
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terça-feira, 19 de abril de 2016
Anatel proíbe operadoras de banda larga fixa de limitar franquia de dados

Durante os 90 dias da suspensão, as operadoras devem comprovar à agência que há, à disposição do consumidor, ferramentas que o permitam, por exemplo, identificar seu perfil de consumo, ser alertado sobre a possibilidade de esgotamento da franquia, além de acompanhar de maneira clara o tráfego de dados.
A medida exige também que, antes que possam comercializar contratos de internet com restrição de franquia, as empresas deixem claro em materiais de publicidade a existência de limitações na navegação.
A decisão da Anatel atende também a uma solicitação feita pelo ministro das Comunicações, André Figueiredo. Ele enviou ofício, na semana passada, à Anatel para que intercedesse no assunto em favor dos consumidores.
Este ano, algumas operadoras de telefonia fixa e banda larga começaram a adotar a prática de restringir o tráfego de dados permitido aos usuários, à semelhança do que é praticado no mercado de telefonia móvel.
A atitude das empresas causou indignação nos usuários, que apontam que os limites propostos muitas vezes se mostram irreais diante do volume de dados trafegados numa navegação normal pela internet.
As restrições podem penalizar aqueles que usam serviços de streaming de vídeos, por exemplo, que exigem uma transferência mais robusta de dados.
Proteste
Para a Proteste Associação de Consumidores, a determinação da Anatel de obrigar as operadoras a dar ferramentas para os consumidores acompanharem o consumo de dados dos planos antes de esgotar a franquia da internet fixa não resolve o problema. “Na realidade, a Anatel está dando aval à anunciada mudança de prática comercial quanto à franquia de dados, desde que as operadoras deem três meses para o consumidor identificar seu perfil de consumo. Como algumas estavam prevendo iniciar a cobrança só em 2017, obtiveram aval para começar a cobrar até antes a franquia de dados”, avalia a entidade. A Proteste está fazendo uma mobilização na internet contra a limitação.
Edição: Talita Cavalcante
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segunda-feira, 18 de abril de 2016
Saiba quais operadoras não aderiram ao limite de dados no seu estado

Mesmo diante deste cenário quase "aterrorizante", há algumas empresas no mercado dispostas a oferecer acesso ilimitado à internet em diversos estados brasileiros. Um usuário do GitHub criou um repositório, aberto à edição para qualquer pessoa, com todas as operadoras que não aderiram ao limite de dados na rede fixa.
Veja a lista abaixo, mas leve em consideração que muitas dessas operadoras podem não atender todas as cidades de seus respectivos estados. Entre em contato com as empresas para saber mais sobre planos, ofertas e área de cobertura. Se você souber de alguma provedora que não está na lista, clique aqui para editar o repositório.
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Goiás
Maranhão
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
BR27"
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Dia da Internet Segura 2016

1. Correntes (chain letters).
São aquelas mensagens que vêm junto com a recomendação “Envie para todos “os seus amigos”, “Você precisa enviar isto para um número X de pessoas” etc. Elas também têm circulado peloWhatsApp (“Envie para todos os seus grupos!”). Eu confesso ser o tipo que mais me irrita; por isso mesmo, não passo adiante.
2. Boatos (hoaxes) e lendas urbanas.
Os boatos contêm histórias alarmantes ou difamatórias. Considere aqui aquelas histórias mirabolantes sobre crianças à beira da morte, cujos pais receberão uma ótima doação se você encaminhar a mensagem para todos os seus amigos. Algumas circulam na web há muitos anos. A família da criancinha doente não vai receber nenhum centavo de nenhuma empresa, mas se você for ingênuo, pode até receber um vírus de brinde.
Parece que o pessoal atualiza os boatos e eles agora circulam também pelo Facebook com o apelo de que o dono da rede fará doações em seu nome. Como se prevenir? Dou quatro dicas:
a) Deixe de ser ingênuo;
b) Ignore;
c) Perca cinco minutos e leia os termos de uso daquela rede social; assim, você nunca cairá nesse tipo de golpe! Preguiça de ler pode custar caro!
d) Não faça seus amigos perderem tempo com isso.
O site Quatro Cantos mantém uma lista atualizada dessas histórias conhecidas como hoaxes. (http://www.quatrocantos.com/LENDAS/index_crono.htm). O site disponibiliza, ainda, uma imensa lista de remetentes de mensagens propondo negócios suspeitos.
Dica: recebeu uma comunicação de débito? Acesse o site oficial do possível credor pelo seu navegador (Jamais clique no link contido na mensagem!), procure um número de telefone ou alerta e busque informações a respeito! Portais de empresas de telefonia e bancos costumam conter alertas sobre isso.
3. Jamais comaprtilhe ameaças, brincadeiras e difamação.
Essas mensagens promovem a difamação de alguém ou contém brincadeiras constrangedoras. Fique esperto: quem curte ou compartilha comentário difamatório pode ter de indenizar o ofendido. Sabe aquele seu primo advogado? Observe o que ele posta! Se ele não compartilhar, também não compartilhe; ou você vai acabar precisando dele no Tribunal!
Veja alguns casos divulgados pela imprensa:
- “Internautas podem ser condenados por curtir ou compartilhar posts no Facebook“, publicado no site JusBrasil em 2014.
- Difamação publicada na rede social Facebook culmina em condenação de servidora pública ao pagamento de indenização para reparação de danos morais, publicado no JusBrasil em 2015.
- Compartilhou o vídeo da Fabíola? Você também pode ser punido! , publicado no site UOL Mulher em 2015.
4. Não clique em qualquer link.
Neste grupo, estão as falsificações de sites verdadeiros. Geralmente, imitam páginas de internet banking. Uma forma de verificar a autenticidade da mensagem é visitar a página original do suposto site. Na dúvida, ligue para o SAC de seu banco e pergunte se houve alguma alteração na página. Acredite: eu já fiz isso, só por ter desconfiado do CNPJ no rodapé da página!
Cinco coisas para FAZER na internet:

1. Denuncie pornografia.
Esta é uma das modalidades mais antigas de spam e caracteriza-se pelo envio de material pornográfico, muitas vezes com incitação à pedofilia.
Recebeu algo de teor pornográfico? Seja útil e denuncie! A Polícia Federal recebe denúncias deste tipo por meio link http://denuncia.pf.gov.br/. O site SaferNet também é um canal eficaz de denúncia contra pornografia infantil. Você também deve ligar para o Disque 100. Lembre-se: manter material de pornografia infantil no computador é crime!
2. Seja educado!
Parece tão óbvio, mas muita gente esquece ou não sabe como fazer isso na internet! Ao enviar e-mail, use a opção Cópia Oculta. Todos os provedores de email oferecem essa opção; portanto, não há motivos para não usá-la. Ela impede que os endereços da sua lista de contato sejam desnecessariamente enviados a quem não interessa.
Qual é a necessidade de todo mundo saber quem recebeu a mensagem enviada por você? Vale mesmo a pena enviar uma lista de 690 contatos antes de uma mensagem que contém apenas um “Estou com saudade”? Pondere: Essa gente toda se conhece? Se a resposta for não, aí mesmo é que vale o bom senso e a educação! Quando recebo mensagem com uma lista enorme de destinatários, perco a paciência e excluo antes mesmo de ler.
3. Altere suas senhas periodicamente.
Pode parecer uma bobagem, mas é uma falha de segurança que sempre cometemos.
a) Evite usar computadores que você não conhece e, caso seja essencial fazê-lo, certifique-se de que não deixou sua senha gravada na máquina. Se não tiver certeza, troque-a assim que chegar em casa.
b) Ao usar um computador público (escola, trabalho) certifique-se de fechar a conta do seu e-mail ou de sua rede social por meio do botão sair. Em alguns navegadores, não adianta apenas clicar no X que fecha a janela, pois você continuará logado.
4. Utilize um bom anitvírus e mantenho-o sempre atualizado.
O seu computador pode enviar mensagens maliciosas aos seus amigos e você nem ficar sabendo. Desconfie se algum amigo disser que você enviou uma mensagem estranha, com fotos estranhas, links mais estranhos ainda. Quando o pc se torna um spamzombie, o vírus transforma o sistema do usuário em um servidor de envio de emails de spam. O site AntiSpamensina como se proteger:
a. Utilize softwares de proteção (antivírus, antispam, anti-spyware e firewall pessoal) nos computadores de uso doméstico e corporativo.
b. Mantenha atualizadas as versões dos softwares de proteção.
c. Mantenha atualizadas as assinaturas do antivírus e do anti-spyware.
d. Não clique em URLs (links) incluídas em e-mails, principalmente, se forem e-mails suspeitos de spam ou de origem desconhecida.
(*) Andréa Motta, é professora de Língua Portuguesa e Literatura. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Responsável pelo Website: http://conversadeportugues.com.br/sobre/
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Dez impactos imediatos causados por uma mentira difundida na rede
Desta vez, tive a curiosidade de registrar passo a passo o que acontece. Agora trago um grande passeio pela natureza humana na web. Isso pode ser útil quando disserem a vocês algo do tipo: “Ah, relaxa, é só a internet! Não dá em nada.''

1) Pessoas que não conhecem as ideias deste autor começam a compartilhar o texto, indignadas.
2) Mensagens espumando de raiva chegam até mim. Muitas de aposentados. As mais leves, desejam muita dor e sofrimento.
Como a de Durval Alves Correia Alves, do Rio de Janeiro (RJ): “Seu verme. Deveria ter vergonha do seu pai e da sua mãe que os colocou no mundo. Deveria ter a sensibilidade de saber que o idoso contribui muito mais do que você como jornalista. Acredito que você deverá morrer antes dos seus 40 anos, senão de alguma doença incurável ou de tiro. Toma vergonha na puta da sua cara e vê se faz alguma coisa de bom para aqueles que precisam de pessoas de dignidade. Seja homem e não um marginal. Cuidado com as merdas que fala, você é um ser mortal… Não se esqueças disso seu filho da puta, pela saco, inútil é você. Me processa.'' Não costumo dar nomes, mas a postagem dele foi aberta.
3) As conhecidas redes de ódio e intolerância, mesmo sabendo que aquilo não condiz com o pensamento deste autor, se apropriam do conteúdo e começam a dispara-lo como se não houvesse amanhã. Surge o primeiro “esse desgraçado é vendido para o governo federal'', afirmando que me pagam para falar mal de aposentados. Evitam dizer que sou crítico ao governo Dilma e às mudanças na Previdência e na legislação trabalhista que ela namora. Surgem os memes, que alimentam as hordas do Fla-Flu político nacional que, de forma leviana, reduzem todos que são de esquerda a um partido político.

4) Alguém relaciona a entrevista falsa ao nazismo e diz que o nazismo e o socialismo são a mesma coisa. E que ser de esquerda significa querer acabar com os mais velhos. “Nazista é gente boa perto desse animal'', é um exemplo desses elogios. Alguém sugere a hashtag #Heil_Sakamoto.
5) Chegam as ameaças de morte.
Como a de Jullio Cavalcante Fortes, de Rio Branco (AC): “Este filho da puta, desgraçado, deve ser caçado e morto a faca. Vou distribuir este escarnio para todo o Brasil. E vamos aguardar no que vai dar. Gostaria muito de enfiar 5 balas 1.40 no meio da testa deste filho da puta para ele nunca mais falar mau dos idosos. Desgraçado (sic)''. A mensagem foi pública, por isso publico aqui.
6) Dou uma explicação simpática no Facebook, dizendo que nunca disse aquilo e aponto para o texto que escrevi defendendo o aumento do salário e que foi desvirtuado por ignorância ou má fé. Há pessoas que não acreditam (“se está se justificando é porque fez'') e outras simplesmente ignoram o claro sentido do texto e continuam me xingando.
7) Leitores frequentes do blog, que concordam com ele ou não, tentam convencer os amigos na rede de que aquilo não faz sentido e a acusação é falsa. Mostram o texto original de onde foi inspirada a falsa entrevista, explicam a distorção de tudo. Parte dos amigos dos leitores, em fúria, ignoram as explicações, dizem que nada disso importa. O que importa é que ele é de esquerda. E se é de “esquerda'' pode até não ter tido culpa nisso, mas alguma culpa ele tem. E, seguindo a lógica do linchamento (se a turba está contra ele é porque é o culpado), sentam o pau.
8) O primeiro colega jornalista entra em contato para repercutir a matéria. O texto atinge, em pouco tempo, cerca de 15 mil compartilhamentos.
9) O próprio jornal reconhece que não dei a entrevista a eles. Alega que ela foi respondida por uma pessoa que se fez passar por uma assessora minha para prejudicar a mim e ao jornal (justificativa que eles deram em nota que substituiu a entrevista falsa). Claro, nunca me ligaram para checar qualquer informação antes de colocá-la na capa.
10) Mas não importa mais, não depende mais do jornal. As redes de ódio ignoram e continuam divulgando o conteúdo original. Como um desmentido não é lido com a mesma voracidade que uma acusação, e como as pessoas só leem título e foto na internet antes de comentar, a porrada continua. Na verdade, o conteúdo não mais importa, nem o desmentido, nem a informação. Passo a ser obrigado a provar de que não falei aquilo e não o contrário. É raiva, apenas raiva que flui.
Tomarei as medidas judiciais cabíveis. Mas o próximo passo, eu já conheço: ser xingado no supermercado ou ser vítima de agressões e cusparadas na rua, como já aconteceu comigo quando circularam outras difamações no ano passado. Esses casos têm cauda longa, duram meses e anos, arrastando-se pela internet e sobrevivendo de incautos e ignorantes. É conteúdo que ficará circulando para ser capturado por grupos que promovem o ódio, saindo da rede e sendo transportados por pessoas sem discernimento que, no limite, fazem Justiça com as próprias mãos.
Tudo isso para me lamentar da vida? Não, longe disso. Quem atua na área de direitos humanos sabe que isso pode acontecer.
Isso é para lembrar que você ganha um pontinho no céu e um bebê panda sorri na China toda vez que você checar uma informação antes de compartilha-la em redes sociais. Então, não faça isso por mim ou pela verdade dos fatos. Faça pela sua alma. E pela alegria dos pandas."
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domingo, 17 de janeiro de 2016
Internet, um território perdido?
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Pesquisa aponta como combater o ódio e a intolerância na rede

Durante oito meses, o Observatório Proxi (Projeto Online contra a Xenofobia e a Intolerância), impulsionado pelo Instituto de Direitos Humanos da Catalunha e pela organização espanhola United Explanations, acompanhou as opiniões em notícias sobre imigração e população roma (conhecida como cigana), dois temas especialmente delicados no país. Foram mais de 400 notícias e 4.700 comentários analisados nos três sites com maior audiência do país – El País, 20minutos e El Mundo. Além disto, o projeto se dedicou também a intervir nos fóruns, com o objetivo de reduzir os níveis de aceitação do discurso intolerante.
Segundo o informe final do Observatório, mais da metade das intervenções, cerca de 60%, possuía discurso intolerante. Nesta categoria estão mensagens que, por exemplo, contêm estereótipos ou preconceitos, rumores, discurso de ódio ou desprezo indireto. A realidade pode ser ainda mais preocupante do que os dados revelam. “Há comentários que não passam nos filtros de moderação prévios [que barram determinados termos], então estamos diante de um universo maior de intolerância”, explica a pesquisadora do projeto Laia Tarragona.
Ódio aos migrantes
A situação mais preocupante se viu nos debates sobre a população migrante, nos quais o ódio se fez mais presente. Esta categoria, que abarca linguagem insultante e degradante ou incitação e apologia à violência, representa 11% dos comentários. Depois das opiniões intolerantes (60%, incluídas as de ódio), as mais recorrentes são as intervenções classificadas como neutras (29%), que não expressam nenhum posicionamento ou que não tem a ver com o tema da notícia. Minoritariamente, com 11% de ocorrência, está o discurso alternativo que tem como base a tolerância e o respeito à diversidade.
Em relação à população roma se destacou a marcada presença de estereótipos e preconceitos, como principal forma de intolerância. A categoria representa quase um quarto (23%) dos comentários. Já o discurso de ódio direcionado a eles não chega aos 5%. No quadro geral, os dados são semelhantes aos dos migrantes: de cada dez intervenções, seis são intolerantes, três são neutras e uma possui discurso alternativo.
Para o pesquisador do projeto Alex Cabo, o discurso intolerante é mais recorrente no ambiente virtual do que na vida real na Espanha. “Há pesquisas que indicam que cerca de um terço da sociedade é tolerante à população imigrante, mas nos comentários somos apenas 11%”, problematiza. “Temos que sair da nossa zona de conforto e debater”, defende.
Estimular os leitores tolerantes a debater – Tentando equilibrar o debate, o Observatório também se dedicou a intervir nos fóruns. A participação não almejava dialogar com quem havia escrito mensagens intolerantes e sim com o leitor ambivalente, que não necessariamente participa do fórum, mas utiliza estas opiniões na construção da sua própria. “Há estudos que indicam que os comentários podem interferir na percepção que o indivíduo tem da própria notícia”, reforça Alex.
Na avaliação dos pesquisadores, a ação teve bons resultados já que possibilitou diálogos construtivos entre alguns comentaristas e estimulou a participação de outros leitores tolerantes. Alex explica que se obteve um resultado melhor quando interviram no início dos debates e conseguiram o apoio de outros internautas, “mas, em outros casos, chegamos tarde demais e a bola de neve já estava formada e rolando”.
Por que tanta intolerância na internet?
Entre as conclusões do projeto, está a constatação de que o espaço virtual se converteu no último reduto para a expressão aberta da xenofobia e racismo. Para a diretora do Observatório, Aida Guillén, apesar do discurso de ódio estar presente no cotidiano, a internet o favorece. “O anonimato contribui bastante já que a pessoa apenas coloca um avatar e fala o que quiser. Outro fator é a imediatez da internet, que não favorece a reflexão”, explica.
Os meios de comunicação também desempenham um papel importante nesse contexto como, por exemplo, em relação ao tom das notícias. “Em geral, os veículos usam termos que criminalizam os migrantes e o uso desta linguagem, por parte do jornalista, impacta o leitor e o predispõe à intolerância” explica Laia. Como exemplo, está o uso dos termos “ilegais” ou “carga humana” para se referir aos migrantes.
Outro ponto de responsabilidade dos veículos é a moderação dos comentários. É importante tanto ter um filtro automático que barre determinadas expressões como ter uma equipe qualificada acompanhando os fóruns. Como instrumento para que os portais retirassem opiniões insultantes e degradantes, o Observatório fez ações de pressão nas redes sociais, junto a outros internautas. Utilizando a hashtag do projeto e taggeando os meios de comunicação, conseguiu-se a exclusão de muitos comentários ofensivos.
Como parte de suas conclusões, o Observatório Proxi apontou sugestões para a prevenção e combate à intolerância na internet. As indicações se dirigem à mídia, à sociedade civil e ao poder público, a partir de uma constatação de que o fenômeno é complexo e necessita diferentes frentes de atuação.
Veja algumas das recomendações formuladas:
Aos meios de comunicação
– Aprimorar os sistemas de moderação e reforçar as equipes responsáveis pela triagem dos comentários;
– Dar tratamento adequado e respeitoso à diversidade social;
– Estabelecer mecanismos de colaboração com entidades dedicadas à luta contra a intolerância.
Aos poderes públicos
– Impulsionar iniciativas contra a intolerância na internet;
– Fomentar a capacitação de profissionais da comunicação e internautas na identificação da intolerância;
– Mapear o fenômeno na internet e impulsionar pesquisas sobre o tema;
– Criar ou reforçar órgãos públicos para o combate ao discurso de ódio.
À sociedade civil
– Coordenar estratégias de mobilização e participação de ativistas online;
– Levar campanhas sobre tolerância para espaços virtuais dominados pelo discurso negativo;
– Pressionar os meios de comunicação a manterem um tom mais respeitoso em seus fóruns;
– Demandar que os poderes públicos intervenham em casos flagrantes de ódio.
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terça-feira, 17 de março de 2015
Internautas discutem a regulação do Marco Civil da Internet
- "Após ampla mobilização social para a aprovação do Marco Civil da Internet (MCI) em 2014, chegou a hora de se discutir como colocar em prática a “constituição das redes”. Para isso, o Ministério da Justiça abriu processo de debate público para receber contribuições sobre a proposta de regulamentação do marco civil até 31 de março.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
Mobilização e alerta no Dia Mundial da Internet Segura
quinta-feira, 31 de julho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Marco Civil da Internet entra em vigor hoje

Para os usuários, uma das principais novidades será a neutralidade de rede, ou seja, a garantia de que o tráfego terá a mesma qualidade e velocidade, independentemente do tipo de navegação. O usuário não poderá ter sua velocidade reduzida de acordo com o uso e as empresas não podem, por exemplo, diminuir a velocidade de conexão para dificultar o uso de produtos de empresas concorrentes.
Outro direito dos usuários é relacionado à privacidade. Segundo a nova lei, informações pessoais e registros de acesso só poderão ser vendidos se o usuário autorizar expressamente a operação comercial. Atualmente, os dados são coletados e vendidos pelas empresas, que têm acesso a detalhes sobres as preferências e opções dos internautas.
Outra mudança: atualmente, as redes sociais podem tirar do ar fotos ou vídeos que usem imagens de obras protegidas por direito autoral ou que contrariam regras das empresas. Com o marco civil, as empresas não podem retirar conteúdo sem determinação judicial, a não ser em casos de nudez ou de atos sexuais de caráter privado. O provedor não pode ser responsabilizado por conteúdo ofensivo postado em seu serviço pelos usuários. O objetivo é garantir a liberdade de expressão dos usuários e impedir a censura.
O Marco Civil também determina que os registros de conexão dos usuários sejam guardados pelos provedores durante um ano, sob total sigilo e em ambiente seguro. A lei também garante a não suspensão da conexão à internet, salvo por débito, e a manutenção da qualidade contratada da conexão à internet.
“O Brasil saiu na frente de vários países dando exemplo de como regulamentar essas decisões de maneira equilibrada entre os vários interesses e potos de vista sobre essa questão”, diz Nejm, diretor da SaferNet Brasil, organização não governamental (ONG) que atua na pesquisa e prevenção de crimes da internet.
Apesar de destacar todos os pontos positivos da norma, Nejm ressalta que o grande desafio, a partir de agora, fazer com que lei não fique só no papel. “Ainda tem uma lacuna importante na estrutura das policias especializadas, a carência de infraestrutura é grande”, destaca.
Hoje, segundo levantamento da SaferNet, só o Distrito Federal e os estados de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul tem delegacias especializadas. “Na Polícia Federal, a estrutura também é precária para a demanda. Falta estrutura para oferecer ao cidadão um atendimento adequado”, diz Nejm. A morosidade da Justiça também preocupa já que, segundo a ONG, com exceção de casos de nudez, julgamentos de processos por calúnia e difamação, por exemplo, pode demorar anos.
“Em um dia de exposição, o dano é imensurável e o tempo de resposta na Justiça não é tão rápido. O dano sempre é maior que a reparação”, acrescentou.
Para reduzir o número de crimes na internet, a SaferNet Brasil aposta na prevenção. A novidade neste sentido é que o Artigo 26 do Marco Civil, de forma inédita no Brasil, estabelece que é dever do Estado promover a educação para o uso seguro e responsável da internet em todos os níveis de ensino.
”Para nós, isso é muito importante. Mais que a questão de segurança, queremos discutir a cidadania digital: ética, direitos humanos, respeito por direitos e deveres, e não falar só sobre perigos na internet”, concluiu. A ONG preparou vasto material sobre o assunto que pode ser acessado gratuitamente e usado por escolas.
Sabrina Craide e Karine Melo - repórteres da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
sábado, 14 de junho de 2014
Como excluir sua conta de qualquer serviço online
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Google abre a porta do 'esquecimento' aos cidadãos europeus

A empresa de Mountain View (Califórnia) explicou que irá estudar se os resultados que o motor de busca devolve contêm informação obsoleta ou se existe nela interesse publico.
Como exemplos, cita casos de más práticas profissionais, crimes financeiros, condenações criminais ou condutas das autoridades.
A Google sustenta que este formulário é "um esforço inicial" e que irá trabalhar com as autoridades de proteção de dados para "aperfeiçoar a sua estratégia", adiantando que irá criar um comité consultivo para ajudar a determinar o equilíbrio entre o direito ao esquecimento e o direito à informação.
Os cidadãos que solicitarem o direito a serem "esquecidos" nos resultados do maior motor de busca da internet vão ter de juntar uma cópia de uma identificação oficial, bem como explicar porque razão a informação que pretendem "apagar" é inadequada.
A decisão do Tribunal Europeu de Justiça foi tomada depois de uma queixa de um cidadão espanhol, e aplica-se a informações "inadequadas, não pertinentes ou já não pertinentes ou excessivas em relação ao objetivo pelo qual foram processadas tendo em conta o tempo decorrido".
O tribunal baseou a decisão na conclusão de que, ao abrigo das atuais normas de proteção de dados na UE, "um motor de busca na internet é responsável pelo processamento que faz de dados pessoais".
Publicado originalmente em: Jornal de Notícias
Imagem: reprodução/Kimihiro Hoshino/AFP