sábado, 21 de fevereiro de 2009

O combate aos vícios através das virtudes


A cada momento que se adquiri, ou melhor, se conquista uma virtude derrotamos um vício sem sequer tê-lo adquirido. E o conceito de liberdade que buscamos através do conhecimento dos atos e fatos,daquilo que é real,estaria intrinsecamente relacionado ao exercício pleno do livre arbítrio. A cada erro cometido, uma lição. Se voltarmos a cometer o mesmo erro, não assimilamos por completo os ensinamentos da nossa queda.
Seria como viver num eterno equilíbrio sobre o “fio da navalha”. Ora executando atos de divina plenitude, ora tropeçando em nossas próprias deficiências de caráter.

Todavia, o domínio de uma virtude pressupõe um sacrifício proporcional ao beneficio que esta pode nos trazer. Isto é, não podemos esperar um resultado estupendo para um sacrifício medíocre. O vício é um inimigo sutil que ataca surpreendentemente as nossas próprias fraquezas, enquanto pobres de espíritos que somos e desprovidos de qualquer iluminação.
As virtudes,pois, são para o homem os seus maiores valores. Cultivá-las, é então nosso dever maior.
"O mundo é movido pelas ações dos homens.
Atrás de cada ação, existe uma decisão.
Atrás de cada decisão, existe um pensamento.
Pensamentos são transformados em ações por meio de decisões.
As ações são necessárias em todas as esferas da vida para a
sobrevivência e o Progresso do Ser Humano".

“A origem do bem e do mal é mistério incompreensível
para quem não se importa com o fim das coisas”.
“A liberdade não existe para os escravos das próprias
paixões, para os que não crêem em deus e para os que a vida
é apenas um clarão no meio de dois nadas.” (Pitágoras).

Encontrei no Ética Global, do eminente Sérgio Amadeu, um trecho do livro “Convite à Filosofia” de Marilena Chauí , em que é abordado um aspecto filosófico diferente sobre o Mal e o bem e sobre vícios e virtudes:
"Para Spinoza, somos seres naturalmente passionais, porque sofremos a ação de causas exteriores a nós. Em outras palavras, ser passional é ser passivo, deixando-nos dominar e conduzir por forças exteriores ao nosso corpo e à nossa alma. Ora, por natureza, vivemos rodeados por outros seres, mais fortes do que nós, que agem sobre nós. Por isso, as paixões não são boas, nem más, são naturais. Três são as paixões originais: alegria, tristeza e desejo. As demais derivam-se destas."

"Assim, da alegria nascem o amor, a devoção, a esperança, a segurança, o contentamento, a misericórdia, a glória. Da tristeza surgem o ódio, a inveja, o orgulho, o arrependimento, a modéstia, o medo, o desespero, o pudor. Do desejo provêm a gratidão, a cólera, a crueldade, a ambição, o temor, a ousadia, a luxúria, a avareza."

"Uma paixão triste é aquela que diminui a capacidade de ser e agir de nosso corpo e de nossa alma; ao contrário, uma paixão alegre aumenta a capacidade de existir e agir de nosso corpo e de nossa alma. No caso do desejo, podemos ter paixões tristes (como a crueldade, a ambição, a avareza) ou alegres (como a gratidão e a ousadia)."
Veja agora como Spinoza amarra as suas idéias:

"Que é o VÍCIO? Submeter-se às paixões, deixando-se governar pelas causas externas. Que é a VIRTUDE? Ser a causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos. Ou seja, passar da passividade (submissão a causas externas) à atividade (ser causa interna). A virtude é, pois, passar da paixão à ação, tornar-se causa ativa interna de nossa existência, atos e pensamentos. As paixões e desejos tristes nos enfraquecem e nos tornam cada vez mais passivos. As paixões e desejos alegres nos fortalecem e nos preparam para PASSAR DA PASSIVIDADE À ATIVIDADE. Como sucumbimos ao vício? Deixando-nos dominar pelas paixões tristes e pelas desejantes nascidas da tristeza. O vício não é um mal, é fraqueza para existir, agir e pensar. Como passamos da paixão à ação ou à virtude? Transformando as paixões alegres e as desejantes nascidas da alegria em atividades de que somos a causa. A virtude não é um bem, é a força para ser e agir autonomamente."


Como minimizar nossas chances de fracasso diante dos efeitos negativos de nossas paixões terrenas? Identificando-as. Agindo com firmeza em nossas ações, tendo em mente o propósito claro da consciência,com o coração puro e sensível à prática do bem.
Por analogia, clik aqui e reflita sobre a ação dos jogadores participantes de um RPG, tendo como base a Força de Vontade dos personagens dotando-os das diversas variantes oriundas do vício e da virtude. Com o intuito de levá-los a assumir as conseqüências de suas ações,o que se obtem é uma luta indefinida quanto ao sucesso do bem ou do mal, ou sobre a prevalência de um sobre o outro, em decorrência dessa eterna batalha.
Tendo considerado que nós, e apenas nós teremos que agir utilizando-se das virtudes contra os estragos do vício, e como dizem por aí, "você é o único pensador existente no teu mundo",reflitamos sobre este artigo de Sergio Biagi Gregório, ele poderá nos ajudar.

"Vencer as paixões, edificando templos à virtude e cavando masmorras ao vício", requer preparo e sacrifício, clik aqui e veja mais algumas importantes considerações.

Pense no Bem, e ...

Comece Consigo Mesmo
(beba nesta fonte: Arte real -revista virtual).

As palavras a seguir foram escritas na
tumba de um bispo anglicano (1100
d.C.), nas criptas da abadia de Westminster:

“Quando era jovem e livre e minha
imaginação não tinha limites, eu sonhava em
mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais
sábio, descobri que o mundo não mudaria; e
assim, reduzi um pouco os limites de meu ideal e
decidi mudar, apenas, meu país. Porém este,
também, parecia imutável.
À medida que chegava ao crepúsculo,
numa última e desesperada tentativa, procurei
mudar, apenas, minha família, aqueles mais
próximos a mim, mas, ai de mim, eles não
mudaram. E, agora, deitado em meu leito de
morte, subitamente percebo:
se eu tivesse, apenas, mudado a mim
mesmo primeiro, então, pelo exemplo, eu teria
mudado minha família. Com sua inspiração e
estímulo, eu poderia ter melhorado meu país e,
quem sabe até, ter mudado o mundo”.


Veja neste vídeo os três desejos (paixões) mais comuns solicitados ao “gênio da lâmpada”, e outros três bem diferentes:



Leia mais sobre este assunto em: como a ganância engoliu um homem.
Das virtudes e dos vícios.
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1 Comentário:

Carlos Henrique Leda disse...

Belo texto, parabéns.
Assumir as rédeas de nossa vida é um excelente modo de nos livrarmos dos problemas, das preocupações, dos vícios.

Belíssimo o texto do bispo anglicano.

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