quinta-feira, 12 de abril de 2012

Demóstenes, Cachoeira, Diógenes, os novos 40 de Ali Babá, e a corrupção

Estranho é o caminho do perjuro travestido de homem bom, falso aliado do bem comum, inimigo oculto da Pátria, e falsário da Lei e da ordem. Quem sabe a mídia imparcial como deveria ser, venha a esclarecer tudo sobre esse escândalo de corrupção que veio à tona com operação Monte Carlo, deflagrada pela Policia Federal. Principal protagonista, o até então probo senador da República, Demóstenes Torres, tinha como parceiro nessa tenebrosa artimanha, o "empresário" contraventor, Carlinhos Cachoeira. E vice-versa.
Em conversas telefônicas pra lá de comprometedoras, grampeadas pela PF, vem à tona as ações deletérias da dupla, revelando toda uma trama criminosa em que os dois levavam vantagem. Um, politicamente, outro na aglutinação de poder e aumento de influência entre os políticos do Estado. 

Disfarçado de paladino da ética, o senador foi alçado como representante da moral e dos bons costumes na política brasileira por alguns setores da própria mídia. Um deles agora surge como cúmplice na ações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a quem Demóstenes Torres chamava de "professor". Entretanto, nada tinha de verdadeiro em sua postura de político sério, comprometido com a justiça e a verdade, disposto a detonar toda a corrupção política existente no país notadamente no atual governo.
Por outro lado, vem a constatação que o seu "mentor", há muito tempo servia como principal fonte de informação e matérias para uma das principais revistas do país, a Veja. Que se encarregava do sensacionalismo ao publicar as denúncias contra os inimigos políticos do partido do senador, e por conseguinte do próprio governo. 

Cachoeira, esteve por detrás da produção do primeiro vídeo que deu início ao escândalo do mensalão, onde estavam envolvidos os principais componentes do partido do governo (PT), e seus aliados políticos. Na verdade, uma represália política do próprio senador, articulada pelo seu parceiro. Uma entrevista do ex-prefeito da cidade de Anápolis em Goias, Ernani José de Paula, estado onde se originou o escândalo, revela o fato.
O ex-político contou no programa Domingo Espetacular da TV Record, que vídeo foi produzido por uma equipe a mando de Carlinhos Cachoeira para beneficiar Demóstenes. Cachoeira, providenciou para que o video chegasse às mãos de Policarpo Júnior, editor da revista Veja. Policarpo, foi flagrado pela Policia Federal (na mesma operação), umas duzentas vezes conversando com Carlinhos Cachoeira. (ver video abaixo).
Importante observar, que Demóstenes Torres contava com o apoio de seus pares, e era idolatrado no Senado.Um mês antes do estourar o caso, parlamentares de todos os partidos se revezavam na tribuna para defender o senador goiano. Bem que o presidente do seu partido, José Agripino, hoje líder no Senado tinha advertido: "A cautela recomendava que as pessoas não fizessem qualquer tipo de aparte". Porém. ele próprio se traiu. E com ele, outros 43 colegas.

A sessão do dia 06 de março, no plenário do senado, "passará para a história como prova do corporativismo explícito de boa parte dos 44 aparteantes e pelo derradeiro voto de confiança de um diminuto grupo de parlamentares que, a exemplo de Demóstenes, também empunha a bandeira da ética e do combate a corrupção. O senador, agora sem partido, está só, e os senadores que o apoiaram encontram-se constrangidos e decepcionados (Veja matéria completa aqui , publicada e adaptada aqui e aqui).    
Isso faz lembrar das várias analogias que surgiram na grande rede, quando do surgimento do caso do mensalão. Os precursores do escândalo, naquele momento todos ligados ao governo Lula, receberam a pecha de inventores da corrupção. Nenhum partido era mais corrupto neste país. Exageros a parte, não quero dizer com isto que estão isentos de culpa, e que não devam ser regiamente punidos pelos crimes que praticaram.

Uma dessas analogias refere-se à lendária historinha de Ali Babá e seus 40 ladrões, mencionada pelo ator global, Carlos Vereza, em entrevista no programa do Jô Soares. O video tornou-se viral e rodou no correio eletrônico por muito tempo, à época daquele que foi considerado o maior dos escândalos políticos do país. Nem de leve  se desconfiava que coisas piores estavam por vir.

Por ironia, a analogia pode ser repetida agora, adaptando-se com mais ou menos o mesmo numero de figurantes, no caso de Demóstenes Torres, e seus comensais no Senado. Evidentemente sem a mesma repercussão, já que não há interesse algum em alardear o fato. Poucos são os cidadãos verdadeiramente interessados na verdade que se esconde no corrompido sistema politico brasileiro, de um modo geral.


O ambiente é tão ruim no Senado, que não seria insano afirmar que o filósofo grego, Diógenes de Sínope, poderia tranquilamente transitar pelo plenário em Brasília, abdicando de sua lamparina acesa. Seria o fim de sua cínica jornada. Conta-se que Diógenes de Sínope, de personalidade estranha, sentia tal desprezo pela humanidade que morava dentro de um barril e caminhava pelas ruas de Atenas, com uma lâmpada, a procura de um homem honesto.
Da mesma forma, o grande estadista Rui Barbosa, emudeceria o plenário do Senado, se fosse vivo e pudesse proferir parte do seu famoso discurso no qual menciona: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".
Quase cem anos se passaram depois deste pronunciamento, mas a desonestidade do homem público continua a mesma. A questão da impunidade também. Infelizmente, levará um certo tempo para que se chegue a um veredito também neste caso. Ou talvez, mais uma vez tudo se acabe em pizza como é de praxe.

Concluindo. Uma atualização do ranking de corrupção nos partidos está sendo compartilhada na Internet através das na principais redes sociais. Confira aqui, uma versão reformulada e inédita embasada nas informações divulgadas pelo TSE e dados elaborados pelo Movimento de Combate à Corrupção (MCCE), principal articulador da aprovação do Projeto Ficha Limpa.

(com informações do: congressoemfoco)
Imagens/reprodução/ Prosa&Politica.

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