Diretor do Google Brasil critica justiça do MS
O diretor geral do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, chegou a ser preso nesta quarta-feira (26) por descumprir ordem judicial para remover os vídeos contra o candidato a prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP). Fábio Coelho, emitiu uma Nota no blog oficial do site de busca, considerando a decisão do juiz da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, Flávio Saad Perón, como intimidatória e uma ofensa a liberdade de expressão.
Na nota, Fábio J. S.Coelho diz que "profundamente desapontados por não termos
tido a oportunidade de debater plenamente na Justiça Eleitoral nossos
argumentos de que tais vídeos eram manifestações legítimas da liberdade
de expressão e deveriam continuar disponíveis no Brasil".
Conforme noticiado pelo jornal eletrônico Campo Grande News, os vídeos postados no YouTube, site que pertence ao Google, colocam o candidato Bernal como incentivador de aborto. Além de relacionar a pessoa do candidato com embriaguez,
violência contra menor, enriquecimento ilícito e preconceito contra
pobres.
O diretor foi ouvido na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e liberado pouco depois. O responsável pela publicação dos vídeos, decidiu encerrar sua conta YouTube.
Confira a Nota.
Confira a Nota.
Por isso, temos políticas bem claras sobre quais vídeos são inaceitáveis – e quando denunciados, nós analisamos e, se necessário, removemos. Se um vídeo é ilegal em um país específico – e temos uma versão local do serviço nele, como é o caso do YouTube no Brasil – nós restringimos acesso ao vídeo depois de receber uma ordem judicial. Como o Google é profundamente comprometido com a luta pela liberdade de expressão, constantemente contestamos ordens que acreditamos não estarem corretas. Por exemplo, estivemos recentemente na Suprema Corte dos EUA discutindo vídeos que são perfeitamente legítimos e deveriam continuar disponíveis no YouTube.
Agora vamos falar sobre o que aconteceu no Brasil. Durante o período eleitoral, é normal recebermos diversas ordens judiciais para remoção de vídeos que criticam candidatos concorrendo a cargos eletivos. Como sempre, revisamos todas essas ordens judiciais – e recorremos daquelas que acreditamos incorretas. Por exemplo, na última semana, recorremos de uma ordem judicial para remover vídeos do YouTube. Enquanto aguardávamos a apreciação de nosso recurso, um mandado de prisão foi expedido contra minha pessoa na qualidade de representante legal do Google Brasil.
Na noite de Quarta-Feira (26/09), soubemos que nosso último recurso contra a ordem não foi conhecido, de forma que, agora, não temos outra escolha senão bloquear o vídeo no Brasil. Estamos profundamente desapontados por não termos tido a oportunidade de debater plenamente na Justiça Eleitoral nossos argumentos de que tais vídeos eram manifestações legítimas da liberdade de expressão e deveriam continuar disponíveis no Brasil.
Apesar de tudo, nós continuaremos nossa campanha global pela liberdade de expressão - não apenas porque essa é uma premissa das sociedades livres, mas também porque mais informação geralmente significa mais escolhas, mais poder, melhores oportunidades econômicas e mais liberdade para as pessoas. Nesse sentido, o Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU prevê: "Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras."
Ironicamente, o usuário que publicou um dos vídeos acabou por removê-lo e fechou sua conta no YouTube – esse é apenas um exemplo dos efeitos intimidatórios do episódio para a liberdade de expressão.
Postado por: Fábio Coelho, Diretor Geral do Google Brasil
Imagem: RBVNws/foto: reprodução

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