Sob os princípios da tríade, Igualdade, Fraternidade e Liberdade, nos idos de 1789 aconteceu o mais importante evento da história da humanidade. A Revolução Francesa, transformou a vida política e social da França e suas consequências se estenderam à muitas nações. Começava o reconhecimento dos direitos humanos, a Declaração dos Direitos do homem e do cidadão, abolindo a servidão do povo e os privilégios do clero e da nobreza.
De lá para cá, muitas lutas ainda aconteceram em relação às conquistas pela sociedade, dos direitos comuns a todos os cidadãos, independentemente de suas condições de credo, cor, sexo, posição social. Com base no lema, Igualdade, fraternidade e liberdade, foi que chegamos à abolição da escravatura, do direito de voto das mulheres, por exemplo.
Todavia, diante da realidade política, social e econômica que vivemos hoje não só no Brasil, mas também nos países da Europa e no Oriente, percebemos a quão longe deixamos relegados os conceitos dessa sublime tríade. Que nortearam as grandes conquistas da sociedade, com objetivo de atender ao bem estar geral da humanidade. Notadamente, no campo da política não é difícil perceber a existência de uma luta inconsequente pelo poder, em detrimento do bem comum. Infelizmente, ainda grassa entre os poderes constituídos o preconceito e a intolerância, de onde surgem a incompreensão e a violência tão prejudiciais ao progresso e a paz de qualquer nação.
Não seria exagero afirmar que os conceitos de igualdade perante a Lei, conforme dispõe a Carta Magna são constantemente vilipendiados. Ela alcança os menos favorecidos com todo rigor. É veladamente benigna com as classes mais abastadas. A fraternidade que deveria existir de maneira universal entre os seres humanos, sem distinções, fica restrita apenas ao âmbito familiar, dos mais próximos, dos comensais. Quando muito a determinados grupos, no campo profissional ou corporativo, como as agremiações partidárias, clubes de serviços, ONGs.
O bem mais nobre da vida, a Liberdade, que abrange a liberdade de expressão e pensamento, é constantemente ultrajada. E por outro lado, usada com certa leviandade irresponsável, como fazem certos segmentos da mídia informativa. Vivemos dias em que aos poucos vamos perdendo o sentido dos verdadeiros valores humanos. Deixando-nos conduzir pelo consumismo desenfreado e pela obsessão de manter as aparências. Pela vaidade, pela ganância, pela ganância de poder pelo poder.
Não parece muitas vezes, que perdemos o sentido dos verdadeiros valores humanos, e a consciência de que pertencemos todos a grande família da raça humana?
A título de reflexão transcrevo uma crônica de autoria de Rui Tavares, publicada no Jornal Público de Portugal, transcrito no conceituado
blog ComunicaTudo. Um ponto de vista interessante sobre os conceitos de igualdade, fraternidade e liberdade nos dias de hoje.
"O
socialismo tem hoje um ar fora de moda, mas vamos agora precisar mais
do que nunca do socialismo e da sua defesa de uma economia que devolva
às pessoas poder sobre si mesmas e não faça delas mercadoria. Porque os
avanços tecnológicos podem fazer desaparecer de um momento para o outro
categorias profissionais com milhões de trabalhadores; porque as
tendências nos sistemas de saúde podem criar uma medicina para ricos e
outra para pobres; porque a diminuição das necessidades de mão de obra
em empresas muito lucrativas na área da informação cria desequilíbrios
na segurança social.
Podemos deixar que essas mudanças trabalhem contra nós, criando sociedades análogas às do século XIX, ou podemos pô-las a trabalhar
a nosso favor, cumprindo com os velhos sonhos de partilha do trabalho
com direitos, diminuição do horário de trabalho e conquista de uma vida
saudável para a fruição e o desenvolvimento pessoal. Essa será a
declinação futura da igualdade.
Fraternidade quer dizer algo
mais do que se pensa. Ela significa que estamos todos no mesmo barco e
que algo nos une que vai para além da doutrinas e dos laços políticos e
jurídicos. Há quem entenda a fraternidade estritamente como sendo apenas
relativa ao que é de irmãos, ou seja, homens. Não é assim; a
fraternidade diz respeito a um sentido de irmandade com o que está fora
de nós; estende-se naturalmente aos nossos próximos e aos forasteiros,
aos que existem e aos que virão. É por esse sentimento de pertença
comum, também com aqueles que hão de vir, que devemos zelar pelo
planeta, não por uma espécie de racionalidade egoísta mas porque
gostaríamos que eles chegassem a conhecer isto.
O conceito de
fraternidade encontra-se em particular nos movimentos ecologistas. A
fraternidade não é a mesma coisa que justiça (os animais não nos tratam
com justiça, nem nós a eles) pois transcende a mera equidade. A
fraternidade é o menos entendido conceito da trilogia da esquerda, mas
ele é a moldura que integra os outros dois conceitos e de certa forma os
segura e impede (ou deveria impedir) de serem totalitários: ninguém
pode ter tanta razão, na ideologia, na doutrina, ou na luta política,
que esteja dispensado da fraternidade.
Finalmente, porque é o
essencial, a Liberdade, que é mais do que individualmente podermos fazer
coisas sem restrições exteriores. Um libertário de esquerda não fica
feliz por ser livre sozinho, mas apenas se os outros também o forem. A
liberdade é, desde logo, uma cultura de liberdade: um espaço onde se
pesquisa, descobre e aprende a liberdade, um espaço comum onde se cuida
da liberdade. Liberdade é liberdade de expressão, consciência e
associação; mas também libertação do medo, dos preconceitos, da
dependência e da exploração. Se a fraternidade é o menos falado e menos
entendido dos conceitos da esquerda, a liberdade é o mais falado, mas o
mais difícil de explicar.
Liberdade era, para os republicanos clássicos,
a capacidade de viver sem estar na dependência de alguém poderoso, ou
seja: uma vida sem dominação. Para os românticos, um instinto de
liberdade animava cada um de nós. Para os pós-modernos, liberdade é
também capacidade de autorealização. Uma entidade política humana deve
poder acomodar estas e outras concepções de liberdade. Numa frase: a
liberdade sem a qual os laços entre humanos perdem significado".
Imagem: reprodução/internet
ocialismo tem hoje um ar fora de moda, mas vamos agora precisar mais
do que nunca do socialismo e da sua defesa de uma economia que devolva
às pessoas poder sobre si mesmas e não faça delas mercadoria. Porque os
avanços tecnológicos podem fazer desaparecer de um momento para o outro
categorias profissionais com milhões de trabalhadores; porque as
tendências nos sistemas de saúde podem criar uma medicina para ricos e
outra para pobres; porque a diminuição das necessidades de mão de obra
em empresas muito lucrativas na área da informação cria desequilíbrios
na segurança social. Podemos deixar que essas mudanças trabalhem contra
nós, criando sociedades análogas às do século XIX, ou podemos pô-las a
trabalhar
a nosso favor, cumprindo com os velhos sonhos de partilha do trabalho
com direitos, diminuição do horário de trabalho e conquista de uma vida
saudável para a fruição e o desenvolvimento pessoal. Essa será a
declinação futura da igualdade.
Leia mais:
http://comunicatudo.blogspot.com/2012/11/igualdade-fraternidade-liberdade.html#ixzz2CvOtEaTA
Under Creative Commons License:
Attribution Non-Commercial No Derivatives
O
socialismo tem hoje um ar fora de moda, mas vamos agora precisar mais
do que nunca do socialismo e da sua defesa de uma economia que devolva
às pessoas poder sobre si mesmas e não faça delas mercadoria. Porque os
avanços tecnológicos podem fazer desaparecer de um momento para o outro
categorias profissionais com milhões de trabalhadores; porque as
tendências nos sistemas de saúde podem criar uma medicina para ricos e
outra para pobres; porque a diminuição das necessidades de mão de obra
em empresas muito lucrativas na área da informação cria desequilíbrios
na segurança social. Podemos deixar que essas mudanças trabalhem contra
nós, criando sociedades análogas às do século XIX, ou podemos pô-las a
trabalhar
a nosso favor, cumprindo com os velhos sonhos de partilha do trabalho
com direitos, diminuição do horário de trabalho e conquista de uma vida
saudável para a fruição e o desenvolvimento pessoal. Essa será a
declinação futura da igualdade.
Leia mais:
http://comunicatudo.blogspot.com/2012/11/igualdade-fraternidade-liberdade.html#ixzz2CvOtEaTA
Under Creative Commons License:
Attribution Non-Commercial No Derivatives
O
socialismo tem hoje um ar fora de moda, mas vamos agora precisar mais
do que nunca do socialismo e da sua defesa de uma economia que devolva
às pessoas poder sobre si mesmas e não faça delas mercadoria. Porque os
avanços tecnológicos podem fazer desaparecer de um momento para o outro
categorias profissionais com milhões de trabalhadores; porque as
tendências nos sistemas de saúde podem criar uma medicina para ricos e
outra para pobres; porque a diminuição das necessidades de mão de obra
em empresas muito lucrativas na área da informação cria desequilíbrios
na segurança social. Podemos deixar que essas mudanças trabalhem contra
nós, criando sociedades análogas às do século XIX, ou podemos pô-las a
trabalhar
a nosso favor, cumprindo com os velhos sonhos de partilha do trabalho
com direitos, diminuição do horário de trabalho e conquista de uma vida
saudável para a fruição e o desenvolvimento pessoal. Essa será a
declinação futura da igualdade.
Fraternidade
quer dizer algo mais do que se pensa. Ela significa que estamos todos no
mesmo barco e que algo nos une que vai para além da doutrinas e dos
laços políticos e jurídicos. Há quem entenda a fraternidade estritamente
como sendo apenas relativa ao que é de irmãos, ou seja, homens. Não é
assim; a fraternidade diz respeito a um sentido de irmandade com o que
está fora de nós; estende-se naturalmente aos nossos próximos e aos
forasteiros, aos que existem e aos que virão. É por esse sentimento de
pertença comum, também com aqueles que hão de vir, que devemos zelar
pelo planeta, não por uma espécie de racionalidade egoísta mas porque
gostaríamos que eles chegassem a conhecer isto. O conceito de
fraternidade encontra-se em particular nos movimentos ecologistas. A
fraternidade não é a mesma coisa que justiça (os animais não nos tratam
com justiça, nem nós a eles) pois transcende a mera equidade. A
fraternidade é o menos entendido conceito da trilogia da esquerda, mas
ele é a moldura que integra os outros dois conceitos e de certa forma os
segura e impede (ou deveria impedir) de serem totalitários: ninguém
pode ter tanta razão, na ideologia, na doutrina, ou na luta política,
que esteja dispensado da fraternidade.
Finalmente, porque é o essencial, a Liberdade, que é mais do que
individualmente podermos fazer coisas sem restrições exteriores. Um
libertário de esquerda não fica feliz por ser livre sozinho, mas apenas
se os outros também o forem. A liberdade é, desde logo, uma cultura de
liberdade: um espaço onde se pesquisa, descobre e aprende a liberdade,
um espaço comum onde se cuida da liberdade. Liberdade é liberdade de
expressão, consciência e associação; mas também libertação do medo, dos
preconceitos, da dependência e da exploração. Se a fraternidade é o
menos falado e menos entendido dos conceitos da esquerda, a liberdade é o
mais falado, mas o mais difícil de explicar. Liberdade era, para os
republicanos clássicos, a capacidade de viver sem estar na dependência
de alguém poderoso, ou seja: uma vida sem dominação. Para os românticos,
um instinto de liberdade animava cada um de nós. Para os pós-modernos,
liberdade é também capacidade de autorrealização. Uma entidade política
humana deve poder acomodar estas e outras concepções de liberdade. Numa
frase: a liberdade sem a qual os laços entre humanos perdem significado.
Leia mais:
http://comunicatudo.blogspot.com/2012/11/igualdade-fraternidade-liberdade.html#ixzz2CvLUMT7M
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socialismo tem hoje um ar fora de moda, mas vamos agora precisar mais
do que nunca do socialismo e da sua defesa de uma economia que devolva
às pessoas poder sobre si mesmas e não faça delas mercadoria. Porque os
avanços tecnológicos podem fazer desaparecer de um momento para o outro
categorias profissionais com milhões de trabalhadores; porque as
tendências nos sistemas de saúde podem criar uma medicina para ricos e
outra para pobres; porque a diminuição das necessidades de mão de obra
em empresas muito lucrativas na área da informação cria desequilíbrios
na segurança social. Podemos deixar que essas mudanças trabalhem contra
nós, criando sociedades análogas às do século XIX, ou podemos pô-las a
trabalhar
a nosso favor, cumprindo com os velhos sonhos de partilha do trabalho
com direitos, diminuição do horário de trabalho e conquista de uma vida
saudável para a fruição e o desenvolvimento pessoal. Essa será a
declinação futura da igualdade.
Fraternidade
quer dizer algo mais do que se pensa. Ela significa que estamos todos no
mesmo barco e que algo nos une que vai para além da doutrinas e dos
laços políticos e jurídicos. Há quem entenda a fraternidade estritamente
como sendo apenas relativa ao que é de irmãos, ou seja, homens. Não é
assim; a fraternidade diz respeito a um sentido de irmandade com o que
está fora de nós; estende-se naturalmente aos nossos próximos e aos
forasteiros, aos que existem e aos que virão. É por esse sentimento de
pertença comum, também com aqueles que hão de vir, que devemos zelar
pelo planeta, não por uma espécie de racionalidade egoísta mas porque
gostaríamos que eles chegassem a conhecer isto. O conceito de
fraternidade encontra-se em particular nos movimentos ecologistas. A
fraternidade não é a mesma coisa que justiça (os animais não nos tratam
com justiça, nem nós a eles) pois transcende a mera equidade. A
fraternidade é o menos entendido conceito da trilogia da esquerda, mas
ele é a moldura que integra os outros dois conceitos e de certa forma os
segura e impede (ou deveria impedir) de serem totalitários: ninguém
pode ter tanta razão, na ideologia, na doutrina, ou na luta política,
que esteja dispensado da fraternidade.
Finalmente, porque é o essencial, a Liberdade, que é mais do que
individualmente podermos fazer coisas sem restrições exteriores. Um
libertário de esquerda não fica feliz por ser livre sozinho, mas apenas
se os outros também o forem. A liberdade é, desde logo, uma cultura de
liberdade: um espaço onde se pesquisa, descobre e aprende a liberdade,
um espaço comum onde se cuida da liberdade. Liberdade é liberdade de
expressão, consciência e associação; mas também libertação do medo, dos
preconceitos, da dependência e da exploração. Se a fraternidade é o
menos falado e menos entendido dos conceitos da esquerda, a liberdade é o
mais falado, mas o mais difícil de explicar. Liberdade era, para os
republicanos clássicos, a capacidade de viver sem estar na dependência
de alguém poderoso, ou seja: uma vida sem dominação. Para os românticos,
um instinto de liberdade animava cada um de nós. Para os pós-modernos,
liberdade é também capacidade de autorrealização. Uma entidade política
humana deve poder acomodar estas e outras concepções de liberdade. Numa
frase: a liberdade sem a qual os laços entre humanos perdem significado.
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