terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nem PT, nem PSDB. Quem dá as cartas é o PMDB

Mesmo diante de toda a polarização política existente entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), engana-se quem acredita que sejam esses os mais importantes partidos políticos do Brasil. PT e PSDB se revesaram no poder nos últimos 20 anos, mas o maior partido brasileiro e o que mais influência exerce sobre os dois, é o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). 
Fundado em 1980 o PMDB tem sua origem no antigo MDB. Ganhou identificação com o eleitorado como o principal representante da redemocratização do país no período pós regime militar. Chegou ao poder com a morte do então presidente da república Tancredo Neves, através do vice José Sarney. Até hoje um dos integrantes do PMDB mais respeitados no meio político, Sarney é considerado um dos caciques da politica brasileira. Com o fracasso do Plano Cruzado em seu governo e o desaparecimento da figura mais importante do partido, Ulisses Guimarães, precursor do "Diretas Já", o partido entrou em declínio. Da dissidência mais importante nasceu o PSDB.

No momento atual, é o partido com maior número de filiados no país. Conhecido no mundo político como partido "pega-tudo" e "partido-ônibus", atrai pessoas com diversos pontos de vista e não exige qualquer ideologia como critério de adesão. Com o tempo arrebanhou políticos famosos de todos os matizes, como por exemplo, o próprio Sarney considerado um conservador, o liberal Pedro Simon, Roberto Requião de esquerda-liberal, o populista Iris Rezende. Também era peemedesbista o saudoso nacionalista Orestes Quércia, principal liderança do antigo MDB onde se abrigaram membros do antigo movimento de guerrilha MR-8, que participou da luta armada contra a ditadura militar brasileira.

Nas últimas eleições, o PMDB do vice-presidente da república Michel Temer, foi o partido que conquistou o maior número de prefeituras - 1041. O PSDB ficou em segundo lugar, com 718 municípios, seguido pelo PT, que venceu em 566. Na bancada do Senado, sob a presidência de José Sarney (PMDB-AP), é o primeiro colocado, com 18 senadores. Seguido do PT com 13, e do PSDB com 10. Na Camara Federal, a bancada maior é do PT, com 86 deputados, mas o PMDB vem logo em seguida com 78, seguido do PSDB com 53 deputados. Esta realidade mostra que o partido detém um alto poder de influência nas decisões políticas em todos os niveis, principalmente no Congresso Nacional.

Curioso é que o PMDB não apresenta há muito tempo, dentre suas lideranças, um candidato à presidência para fazer frente à dupla PT x PSDB. Mas com frequência segue dando as cartas nesse jogo duro que é a política brasileira. A impressão que dá, é que sempre na "moita", decide no momento oportuno a quem concederá seu apoio. Obviamente de forma mútua. Qualquer que seja o partido da situação terá correr atrás de um acerto aqui, outro conluio acolá. Pois não poderá prescindir de tão importante e às vezes espúria aliança, se pretende o exercício da governabilidade do país. Nesta zona de conforto, porque o PMDB almejaria algo mais em termos de poder político partidário?

O professor de ética e filosofia da universidade São Paulo, Renato Janine Ribeiro, não poderia ser mais assertivo em uma definição para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), diante do quadro que se apresenta, quando disse:

"Perguntem a qualquer partido político brasileiro o que ele quer ser quando crescer, se crescer, para crescer. É quase certo que, se ele for sincero, responderá: 'PMDB'. Chamo de 'PMDB' um partido de pouca definição ideológica, capaz de sustentar um governo de direita ou esquerda, mas formado por tantas alianças regionais que consegue um bom retorno da União em troca de se apoio". 

Prossegue o professor, "Por mais que o modelo PMDB ofereça ganhos tangíveis e certos, os dois partidos, somados, ou melhor, brigados, chefiam o Estado há quase 20 anos, só conseguiram isso porque não foram nem são PMDB. Nosso grande partido-ônibus é vantajoso para apoiar, não para liderar. Lutar pela hegemonia, como fazem PT e PSDB, tem um custo: você não disputa a final do campeonato. Pode até se manter na primeira divisão, mas não chega à final do Brasileirão".       


Fonte: Suapesquisa
Informações: migalhas
Imagem: reprodução/google

       
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