As obras da Copa do Mundo e uma analise sobre a realização do evento
A equipe do Ministério do Esporte produziu 13 pequenos vídeos, que mostram o andamento das obras para a Copa do Mundo nas 12 sedes do evento. As imagens foram captadas no mês de Março/2014. O primeiro vídeo (ver abaixo), mostra o desenvolvimentos das ações nas arenas, mobilidade urbana, portos e aeroportos na cidades que receberão os 64 jogos do torneio mundial de futebol.
Os outros, com duração de aproximadamente 30 segundos cada, trazem imagens do entorno de cada cidade sede do mundial e podem ser assistidos no Portal da Copa.Em Março de 2003, o comitê executivo da FIFA decide que um país da América do Sul sediaria a Copa de 2014, e que o Mundial de Futebol em 2010, seria na África. Os dirigentes da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) se reúnem e decidem indicar o Brasil como único candidato para sediar a Copa de 2014.
A Colômbia entra na concorrência. Estados Unidos se apresenta como alternativa à realização do evento, caso o projeto de candidatura de ambos os países não não fosse aprovado pela FIFA. A Federação colombiana desiste da candidatura "pro não ter condições de arcar com os altos custos para adequar o país aos encargos que a FIFA exige".
Seguindo a cronologia da candidatura brasileira à Copa de 2014, o governo cria um grupo de trabalho responsável pela elaboração do projeto. O grupo reuniu representantes dos Ministérios do Esporte, Casa Civil, Planejamento, Fazenda, Relações Exteriores, Justiça, Cidades e Turismo.
Segue uma romaria da FIFA em visitas às cidades sedes para verificação da viabilidade com relatórios de ajustes na preparação do ambiente e criar condições para a realização do grande evento. Nesse meio tempo, uma comitiva de governadores de vários estados, dentre eles, Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Eduardo Campos (PE), anuncia viagem a Zurique para defender suas capitais como sedes dos jogos do Mundial.
Depois de inúmeros debates, idas e vindas, acertos e definições, em Outubro de 2007 a FIFA anuncia oficialmente o Brasil como sede da Copa de 2014. Passada a euforia inicial dos governantes e grupos empresariais interessados em participar do evento, seguiram-se então questionamentos até então não levantados.
Seria mesmo o momento oportuno para que o país realizasse um evento de tal envergadura? Estaria o país em reais condições de arcar com elevados gastos, em vista das carências sociais relativas à saúde,segurança, transporte, tão flagrantes em vários estados brasileiros?
Os debates acerca das despesas governamentais com o projeto da Copa do Mundo ganharam corpo na mídia, refletindo em vários setores da sociedade brasileira. Culminou em manifestações populares sedimentadas em diversos grupos protestando contra a Copa e o governo, atingindo o pico no mês de Junho/2013. Permaneceram repercutindo como ponto de discussão, entre àqueles grupos pró e contra, nas diversas redes sociais.
Consideremos as razões e princípios particulares de cada pessoa, as conotações políticas que se deram ao evento, as ideologias de cada grupo (sim, elas existem), e que todos tem o direito à liberdade de expressão e livre pensamento. Porém, aos que se posicionam contrários, muitas são as ponderações a serem feitas. E a esta "altura do campeonato", momentos de reflexão são necessários e podem evitar transtornos futuros ainda maiores.
Por conseguinte, nasceu a Lei da Copa, discutida exaustivamente e aprovada no Congresso Nacional visando regulamentar sua realização. Entretanto, havia tempo hábil para repensar e tentar barrar o projeto. Se houve a possibilidade de suspender as obras que eram necessárias, porque não o fizeram na época oportuna? Então, porque não foi feito antes um plebiscito extraordinário em conjunto com as diversas entidades representativas, sobre a conveniência ou não da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil?
Porque da mobilização do governo federal e de muitos dos governadores em torno do projeto se ele não era de fundamental importância para o país? Diante dos questionamentos de parte da sociedade brasileira, uma outra atitude poderia ser tomada pelas autoridades constituídas, visando a suspensão da realização do evento, já que existiam motivos para isso?
Imaginemos por um instante, qual seria o veredito da consulta endereçada a um povo que tem no DNA a paixão pelo futebol. E que tradicionalmente faz parte da cultura do Brasil, tal qual é o Carnaval. Dificilmente um governo estabelecido democraticamente deixaria de ignorar esta realidade. Seja ele deste, ou daquele partido político. Afinal, restariam sempre dúvidas eternas se o Brasil decidisse por não realizar a Copa do Mundo de 2014. Uma vez que até os Estados Unidos sem muita tradição nesse esporte, reconheceu a importância de se promover tal evento, que sem dúvida sempre teve repercussão positiva em todo o mundo.
Há incertezas quanto ao legado que deixará a Copa do Mundo para o país. Um estudo elaborado pela FIPE estima que o retorno financeiro pode chegar a R$ 30 bilhões. Até o mais pessimista deve crer que um mínimo de resultado positivo será acrescentado à economia. Também existe o receio de não estar tudo perfeitamente pronto até o início do jogos, em vista que vários fatores contribuem para que o andamento das obras sofram paralisações temporárias. Ora é um acidente, ora são questões judiciais, e ora condições climáticas fazem com que as obras sofram retardamento. As competições de uma forma ou de outra vão acontecer. Mas, é evidente que alguma coisa sempre fica faltando. Nada é perfeito.
Exite também, um certo temor em relação às manifestações populares, em que grupos específicos podem gerar atos de violência, para tumultuar o ambiente durante o período dos jogos. Quando não, a prática de atos de terrorismo contra a população. Vocês lembram do que aconteceu nas olimpíadas de Munique, anos atrás? Um ato extremo, que esperamos não aconteça por aqui.
Quanto a isso, cabe aos organizadores, ao poder púbico e principalmente aos governadores e prefeitos das cidades sedes, tomar as devidas precauçõs para garantir que as pessoas tenham livre acesso aos estádios, com segurança. Todos sabemos que o resultado de atos extremos de protestos não resultam em nada de positivo. Ao contrário, contribuem tão somente para denegrir a imagem do país. Felizmente, ao que parece já existe mobilização do Estado nesse sentido.
Uma vez que o evento da Copa do Mundo no Brasil não tem volta, resta-nos em um gesto de compreensão e tolerância. Torcer (não por vitórias da seleção brasileira, para quem não gosta de futebol), mas para que tudo se realize dentro da normalidade, dentro da ordem. Se não temos nada a ver com futebol, que pelo menos tenhamos bom senso de torcer que nada de mal aconteça às pessoas que pretendem acompanhar os jogos nos estádios, ou em casa mesmo. Afinal, grande parte da população mundial estará com os olhos voltados para o Brasil, durante o período de realização do evento.
(com informações do portal da copa e Zero hora)
Imagem: reprodução/portal2014/créditos: Vigliecca Arquitetos)
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