Eleições 2014: dez coisas sobre o debate da Band

O experiente jornalista Paulo Nogueira, fundador do site de notícias e análises DMC, enumerou 10 pontos interessantes sobre o debate entre sete dos onze candidatos à presidência da República nas eleições de 2014. Confira matéria que trancrevo na íntegra logo abaixo. O debate foi levado ao ar pela TV Bandeirantes na noite desta terça-feira (26), sob o comando do jornalista Ricardo Boechat.

De resto, nada de muito relevante. Uma vitrine para os ataques já esperados ao atual governo do PT e à atual presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Principalmente vindos do candidato do PSDB Aécio Neves, capitaneado pelos três jornalistas da emissora. Sem muito brilho, Dilma saiu-se bem nas respostas. Aécio, também atacou a candidata de Marina Silva dizendo que sua candidatura é uma “aventura”.

Marina, segundo as últimas pesquisas do Ibope desbanca o candidato da Direita, e num provável segundo turno venceria Dilma Roussef. Segundo a pesquisa, Dilma teria 34%, Marina 29% e Aécio 19% das intenções de voto. Os outros candidatos, Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL), Pastor Everaldo (PSC), fizeram boas observações.

Porém, para os internautas que acompanharam o debate, a surpresa foi o candidato do PV Eduardo Jorge, que não se limitou a temas tabus. Chamou a atenção ao defender com elouquência assuntos polêmicos como, direito ao aborto das mulheres, voto facultativo,  parlamentarismo e a legalização das drogas. 

 

Eis os pontos destacados por Paulo Nogueira sobre o debate:
     

1) Dilma apanhou de todos os lados. Bateu em Aécio e poupou Marina, que não a poupou.
De uma maneira geral, se defendeu bem, o que mostra que se preparou para a pancadaria generalizada.

2) Aécio foi Aécio e mais três: os jornalistas da Band, José Paulo de Andrade, Boris Casoy e Fabio Panuzio.
As perguntas deles continham invariavelmente críticas a Dilma e oportunidades para Aécio vender seu peixe. Foram torcedores muito mais que jornalistas.

3) Aécio escolheu por onde vai tentar brecar Marina: dizendo que ela é uma “aventura”, um “improviso”.
A verdadeira mudança, segundo ele, é ele mesmo.

4) Aécio vê um Armínio Fraga que só ele vê. Nas  suas considerações finais, Aécio anunciou Fraga como ministro da Economia com o ar triunfal de um técnico que estaria comunicando a aquisição de Messi.

5) Marina mostrou quanto respeita Neca. Os óculos vermelhos com os quais se apresentou no debate chamaram a atenção de todos.
Neca não parece ter apreciado muito. Da plateia, acenou para que Marina os tirasse, e foi obedecida.

6) Marina, como se diz no futebol, está de salto alto, mascarada, por conta das pesquisas.
Parecia pairar acima do bem e do mal, ou pelo menos acima de Dilma e Aécio, ao renegar a polarização PT X PSDB.

7) O Pastor Everaldo não tem noção das coisas. Numa pergunta sobre o futuro da energia, parecia aquele aluno que ao ver uma questão numa prova percebe que não estudou nada. Respondeu com seu repetido bordão sobre o Estado Mínimo, que lhe valeu o apelido de Pastor Neoliberal entre os internautas.

8) Eduardo Jorge, do PV, foi o Rei da Zoeira, com seu vozeirão, seu traje de cantor sertanejo e suas críticas “a tudo isso que está aí”.
“Aquele tio que fuma maconha e pede dinheiro emprestado pra tua avó”, na definição de um internauta no Twitter.

9) Levy Fidelix frustrou os internautas ao deixar de falar no mítico “aerotrem”.

Comparado ao baixinho da Kaiser e ao Senhor Spacely, parecia, como o Pastor Everaldo, perdido no tempo e no espaço.

10) Luciana Genro pode se tornar um bom quadro da esquerda, se for mais pragmática. Sublinhou a semelhança entre o programa econômico de Aécio e de Marina, falou na necessidade de taxar as grandes fortunas e, em seu melhor momento, notou que o jornalista José Paulo de Andrade não entendeu nada dos protestos de junho passado.

Fonte: DCM
VIA
Imagem: reprodução/Foto: Felipe Redondo/Band