sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Política: PSDB unifica discurso a favor do impeachment, com adesão de FHC

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso mudou o discurso em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. “"Tirar a presidente da República não adianta nada. O que vai fazer depois?", questionava o tucano durante um seminário realizado em março, no Instituto FHC. Ontem (10), o discurso do ex-presidente foi bem diferente quando se reuniram as lideranças do principal partido de oposição ao governo Dilma, para unificar o discurso a favor do impeachment. 

Até então, alguns integrantes do PSDB não haviam se posicionado claramente, sobre o impedimento da presidente. Ao que parece, o fato do vazamento da carta desabafo que Michel Temer enviou à presidente e o silêncio do vice-presidente sobre o assunto, tenha contribuído para a busca dessa uniformidade de pesamento do partido. Prova de que as articulações em torno da possibilidade de Temer assumir a presidência, existe.

Consta que o vice-presidente teve encontros com os tucanos na semana passada e no início desta, antes de se encontrar com a presidente pela primeira vez depois do caso da carta. Onde a conclusão foi que, presidente e vice passariam a ter uma relação apenas institucional, sem que Michel Temer se posicionasse a favor de Dilma no processo de impeachment. 


Do Jornal do Brasil – com informações da Agência Brasil – “Os principais líderes do PSDB reuniram-se na quinta-feira (10) à noite em Brasília. Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos presentes ao encontro, existem motivos suficientes para concretizar o impeachment de Dilma Rousseff. O senador e presidente nacional do partido, Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também participaram da reunião. 

A mudança de postura de alguns nomes do PSDB, que ainda não haviam se posicionado claramente a favor do impeachment - como o de Geraldo Alckmin - mostra que as articulações em torno de um possível governo Michel Temer avançaram. No fim de semana e no início desta semana, Temer teve encontros com tucanos, em meio ao silêncio do vice sobre o andamento do processo de impeachment.

Em março deste ano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, inclusive, que um impeachment "não adiantaria nada". 

"Tirar a presidente da República não adianta nada. O que vai fazer depois?", questionou o tucano na ocasião, durante um seminário no Instituto FHC, na capital paulista. 

Já na quinta-feira, o discurso de FHC foi bem diferente: “Você desrespeitar reiteradamente a Lei de Responsabilidade Fiscal tendo em vista benefícios eleitorais, porque houve abundância de uso de recursos para uso em programas sociais em ano de eleição, é uma razão consistente”, disse FHC. Ele disse ainda que entende o impeachment como um processo jurídico-político e que um presidente só pode ser tirado no meio do mandato se houver “clima político”.

“Se esse clima se formar, há razões [para o processo de impeachment]. Se esse clima não se formar, não há razão que derrube um presidente da República que foi eleito, que teve voto. Não é um processo simples. Parece-me que o clima atual é de que o governo está muito paralisado. E um país como o Brasil, com tantos problemas pela frente, não pode ficar esperando que as coisas se resolvam por si. Precisa que haja ação política”, avaliou o ex-presidente da República.


Para Aécio Neves o encontro foi  o momento para “afinar a orquestra” em torno do discurso favorável ao processo de impeachment. “Essa reunião é para 'afinar a orquestra' e estaremos cada vez mais conversando e convergindo no sentimento de que cabe à presidenta da República dar respostas formais e definitivas às acusações que lhe são feitas”.

O senador também pediu “serenidade” neste momento, mas disse que há justificativa jurídica para que o processo de impeachment corra no Congresso. “Existe um pleno Estado de Direito, os pilares básicos para que essa proposta fosse colocada em votação existem e nós temos que ter a serenidade para discuti-la”. Aécio frisou que a petista “deve ter todo direito à defesa”, mas afirmou que no PSDB há um “sentimento convergente” de que existem razões para a saída de Dilma da Presidência da República. 

Já Alckmin criticou os recorrentes discursos do governo e seus aliados de que há uma tentativa de golpe no país. “O impeachment está previsto na Constituição Brasileira e a Constituição não é golpista. Não tem nenhuma justificativa para vir com essa história de golpe”.

O encontro também teve a presença dos governadores tucanos Pedro Taques (MS), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA), Beto Richa (PR) e Reinaldo Azambuja (MS). Os senadores José Serra e Cássio Cunha Lima, além do líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio, também participaram da reunião, que durou cerca de uma hora.

Após um desentendimento com a ministra Kátia Abreu em uma festa ontem, bastante repercutido hoje na mídia e nas redes sociais, Serra saiu sem falar com a imprensa.”

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