quarta-feira, 2 de março de 2016

Desembargador aplica o conto do paco no governador Beto Richa

Por Valdir Cruz, Notícias Paraná, em 27/02/2016 - "O desembargador Clayton Camargo, que foi presidente do Tribunal de Justiça do Paraná entre  2012 e 2015, soube das dificuldades financeiras que o governador Beto Richa enfrentava. E, durante um jantar, num restaurante chique do Batel, em Curitiba, Camargo aplicou o conto do paco* no ingênuo e incompetente governador do Paraná. Entre uma garrafa e outra de um bom vinho francês, Camargo propôs liberar alguns milhões de reais do fundo que garante as ações judiciais, os chamados precatórios, para o governador. Em troca, Richa teria que bancar a eleição de Fábio Camargo, filho de Clayton, entre os deputados que apoiam o governo na Assembleia Legislativa, para o cobiçado, bem remunerado e vitalício cargo de conselheiro do Tribunal de Contas.


Camargo sabia que estava vendendo algo que não podia entregar. Richa, com a corda no pescoço, e sem muita inteligência para contrapor argumentos à proposta, topou.  Traiu vários aliados interessados no cargo e mobilizou a bancada aliada para votar maciçamente no filho do desembargador. Eleito, Fábio Camargo tomou posse numa sessão onde a empáfia, a arrogância e a soberba assustaram os adversários e principalmente os aliados. No dia da posse, Richa sentiu que tinha comprado gato por lebre.

Desembargador é afastado pelo CNJ



O Conselho Nacional de Justiça interveio na negociação, proibiu o repasse dos precatórios ao governo do Estado e afastou Clayton Camargo da presidência do Tribunal de Justiça do Paraná. Sem o dinheiro dos depósitos judiciais, a situação falimentar do governo Richa ficou desesperadora. Fornecedores deixaram de ser pagos. Serviços públicos foram suspensos. A Polícia Militar do Paraná ficou sem gasolina e centenas de fotos de soldados empurrando viaturas sem combustível  se espalharam pelas redes sociais, jornais e blogs. No desespero, Richa resolveu meter a mão em outro fundo, o de aposentadoria dos professores e funcionários públicos. Para conseguir isso, massacrou publicamente os professores naquela foi a pior imagem do Brasil, em 2015. As cenas brutais da violência no Centro Cívico correram o mundo.

Agora, novamente sem dinheiro em caixa, o governador Beto Richa voltou a cobrar a fatura do Tribunal de Justiça. Ele quer porque quer o dinheiro dos precatórios. E para isso, está chantageando o judiciário, segurando o repasse de recursos previstos constitucionalmente para o Tribunal (leia post abaixo). Mas o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, com o apoio de todos os juízes, tem resistido bravamente às chantagens de Richa. Diante desse quadro, a pergunta que não quer calar, e que corre à boca pequena entre os paranaenses, é:  Será que o governador vai usar a PM para massacrar os juízes, como fez com os professores?


*Conto do paco: Existem muitas variantes deste golpe, todas baseadas na ganância e em uma suposta recompensa por ter achado, recuperado e devolvido algum suposto valor."

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