sexta-feira, 24 de maio de 2019

"É preciso voltar às ruas", diz professor da UFBA sobre o bloqueio de verbas às universidades

O professor de filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Daniel Tourinho Peres, afirmou que "as universidades estão realmente ameaçadas de fechar", caso o governo Bolsonaro não volte atrás na decisão de bloquear verbas destinadas a despesas de custeio das universidades e institutos federais. "É preciso mais uma vez voltarmos às ruas, de modo ainda mais forte do que no dia 15.
[O ato do] dia 15 demonstrou que a educação é uma pauta que unifica a sociedade, e isso deve ser ainda mais aprofundado", comentou o professor sobre as manifestações realizadas no Dia de Luta pela Educação.
Naquele dia, o docente estava em Brasília e foi recebido na Câmara dos Deputados pela 1ª secretária, deputada Soraya Santos (PR-RJ), e pelo presidente da Comissão de Educação da Casa, deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), para os quais entregou uma petição aberta na plataforma Change.org com 1,5 milhão de apoiadores em um abaixo-assinado. Agora, o professor segue na expectativa da mobilização organizada para o dia 30, quando milhares devem voltar às ruas em protestos a favor da educação.

Daniel Tourinho Peres é especialista em filosofia alemã e convive com a realidade da vida acadêmica há duas décadas e meia. Segundo ele, o bloqueio dos recursos anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) deixará as universidades federais em "completa falta de condições de tocar seu dia a dia", já que os repasses são utilizados para pagamento de despesas básicas ao funcionamento das instituições como contas e água e energia elétrica.

O professor rebate as alegações do governo [Bolsonaro] de que o bloqueio se trata de um "contingenciamento". Para Tourinho Peres, a medida deveria ter sido adotada em outras áreas, que não educação e saúde, consideradas prioritárias. "A escolha das universidades foi política. Desde o início esse governo se mostrou inimigo das universidades e da educação, desabafa.

Nas manifestações ocorridas no dia 15, o presidente Jair Bolsonaro minimizou os protestos chamando os participantes de "idiotas úteis" e "massa de manobra". "Um presidente tem de ter a dignidade de ouvir a oposição, seja no Congresso, na imprensa ou nas ruas", enfatiza o professor de filosofia. "O governo já deu sinais mais do que fortes de que despreza a democracia e as instituições", completa. Com resposta à posição, movimentos pró-Bolsonaro organizam atos em apoio à gestão do presidente para este domingo 26. 

Imagem: reprodução/Yahisbel Adames/Change.org

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