sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Política: criação de novo partido por Bolsonaro é retrocesso e ameaça à democracia, diz Kennedy Alencar

"Será que agora dá para a imprensa deixar de passar pano, parar de chamar absurdos de polêmicas e enxergar que o Aliança para o Brasil é um partido com ideário fascista, projeto nacionalista autoritário e pretensão de manipular os piores sentimentos morais e religiosos do povo brasileiro?

38, o famoso número do trabuco, é simbólico do calibre do retrocesso em curso no Brasil e da ameaça à nossa democracia. Até o símbolo da legenda foi feito com cápsulas de bala. Com vocação cesarista, é um partido familiar que reúne o pior do conservadorismo dito cristão no país. É extrema-direita na veia, com toda a sua intolerância às diferenças e a pregação desabrida do ódio no debate público. 

Em nome de uma suposta agenda liberal para lá de tosca, que estimula o empobrecimento do país, a precarização do trabalho e ignora as necessidades sociais, setores da sociedade civil vão tolerar um caminho claro de atraso e barbárie? O caminho é esse mesmo? 

A paz dos cemitérios e a intensificação da exclusão social são as ofertas de Bolsonaro e companhia ao país. Parabéns aos que estão fechando os olhos e se omitindo em relação ao Partido da Família, da Bala e da Bíblia. Assim é como as democracias morrem.

E o jornalismo tem um papel a cumprir neste momento histórico." O alerta é do jornalista Kennedy Alencar em seu blog.

Via: GGN
Imagem: reprodução

[Nesta quinta-feira (21), em torno de 300 pessoas estavam presentes no lançamento da Aliança pelo Brasil, o novo partido de Jair Bolsonaro, realizado num hotel vizinho ao Palácio da Alvorada. O evento, que teve a participação do presidente, contou com a presença de admiradores que chegaram em Brasília em caravanas vindas de vários estados. 

Todavia, o novo partido precisará cumprir uma série de exigências legais para que possa existir de verdade. Precisará de adesão com assinatura de mais 491.967 de eleitores, em pelo menos nove estados, para estar apto a concorrer nas eleições municipais do ano que vem, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Inclusive, há controvérsias se o TSE irá aceitar assinaturas por meio digital. (Quem não lembra, que Bolsonaro vivia batendo na tecla sobre a exigência de voto impresso nas eleições gerais, em referência a possíveis fraudes no pleito).

Um outro ponto que merece atenção sobre a criação do novo partido, diz respeito ao fato de que, parlamentares que saírem do PSL ao partido de Bolsonaro não levam fundo partidário, caso as regras atuais sejam seguidas. "A lei 9.096/18 - dos partidos políticos - estabelece que, caso os parlamentares decidam deixar o PSL para integrar a nova sigla perdem os mandatos e, por consequência, os findos ligados a eles. Também aqui há controvérsia, mas as chances são mínimas para que o partido tente alterar as regras do fundo partidário. Além disso, conforme a opinião da diretora do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade), é praticamente impossível que o partido de Bolsonaro seja criado a tempo de disputar as eleições municipais de 2020.

Para mais informações de como fica a verba pública do PSL, sobre a crise que acabou rachando o partido, e para entender melhor as regras do Fundo Partidário e Fundo Eleitoral, leia esta matéria do Nexo Jornal.]

PS - De acordo com o professor Pasquale: governo Bolsonaro mergulhou o "Brasil de cabeça na ignorância, na mediocridade e o resultado disso é imprevisível".  

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