quinta-feira, 23 de abril de 2020

Chanceler brasileiro denuncia suposta 'conspiração comunista' para dominar o mundo pós-pandemia

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou nesta quarta-feira (22) um artigo com tom paranoico em seu blog pessoal (Metapolítica 17), no qual denuncia uma suposta "conspiração comunista" em curso para dominar o mundo após a pandemia do novo coronavírus.

No artigo, Ernesto Araújo cita o novo livro do filósofo marxista esloveno Slavoj Zizek lanlado na Itália, no qual o escritor fala sobre as mudanças que o coronavírus trouxe para o mundo, publicado com o título Vírus. O Chanceler brasileiro também ataca a Organização Mundial da Saúde (OMS), compara nazismo a comunismo e inventa o 'comunavírus'.

"Zizek revela aquilo que os marxistas há trinta anos escondem: o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo. A pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade", diz Ernesto Araújo logo no primeiro parágrafo do texto.

Além de evidenciar um completo desconhecimento da teoria marxista ou de conceitos como socialismo e comunismo, Araújo ainda chama o livro do filósofo esloveno de uma "obra-prima de naïveté canalha, que entrega sem disfarce o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado, escravizar o ser humano e transformá-lo em um autômato desprovido de dimensão espiritual, facilmente controlável". 

O ministro do governo Bolsonaro também aproveitou para atacar a Organização Mundial da Saúde (OMS) criticando o que chama de transferir poderes nacionais a organizações multilaterais, o que, segundo Araújo, "não tem eficácia comprovada". Ele diz ainda que o "plano comunista" em curso pretende utilizar a OMS como "primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária".

No artigo, usando expressões como "o globalismo é o novo caminho do comunismo", "o inimigo do comunismo é o espírito humano" e "o nazista é um comunista que não se deu ao trabalho de enganar as suas vítimas", o Chanceler brasileiro apresenta seu argumento central de que, em meio à pandemia de covid-19, o politicamente incorreto se tornou "o sanitariamente correto" e que "esse comunismo de repente encontrou no coronavírus um tesouro de opressão". 

"A pretexto da pandemia, o novo comunismo trata de construir um mundo sem nações, em liberdade, sem espírito, dirigido por uma agência central de 'solidariedade' encarregada de vigiar e punir. Um estado de exceção global permanente, transformando o mundo num grande campo de concentração", conclui Araújo. 

Fonte: Opera Mundi
Imagem: reprodução/Foto: Alan Santos/PR

[O chanceler Ernesto Araújo não teme o ridículo: "O silêncio constrangido foi a merecida resposta da OMS ao artigo do chanceler". "Alguém precisa lembrar ao ministro que o comunismo, felizmente, só existe na Coreia do Norte, nos centros acadêmicos de algumas faculdades de ciências sociais e na retórica de políticos que precisam urgentemente atualiza seus alvos sob pena de sucumbir ao ridículo", escreveu a colunista Thaís Oyama do Uol, sobre o assunto] 

[Ontem (22), depois de noticiar sobre o artigo escrito pelo Chanceler de Bolsonaro, o apresentador do jornal da Band concluiu mais ou menos assim: "Pelo que se sabe, a camisa de força é utilizada em duas ocasiões: para os loucos em surto, e pelos mágicos em demostração de como se soltar dela". "Nesse momento, uma dessas cairia bem ao Sr. ministro" Notadamente, o governo Bolsonaro se cercou de algumas figuras obscuras, que em vez de ajudar o governo, vieram para desinformar e confundir as cabeças de seus simpatizantes]

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