segunda-feira, 1 de junho de 2020

Coronavírus: EUA enviam 2 milhões de doses de hidroxicloroquina ao Brasil para tratamento da Covid-19

Poucos dias após a OMS (Organização Mundial de Saúde suspender os testes da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus, por causa dos riscos de segurança sobre a eficácia do remédio, os Estados Unidos enviaram ao Brasil 2 milhões de doses da substância. O anúncio do fornecimento foi feito pelos dois governos neste domingo (31).

O uso da hidroxicloroquina, tradicionalmente usado no tratamento de pessoas com malária e doenças auto imunes, é defendido tanto pelo presidente Bolsonaro (sem partido) quanto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para tratar pacientes com Covid-19. Recentemente, Trump declarou que faz uso o medicamento como medida preventiva para não e contaminar com o coronavírus. Bolsonaro, disse ter uma "caixinha" do remédio guardada caso sua mãe de 93 anos precise.

No Brasil, segundo informa o jornal Folha de S.Paulo, o uso da hidroxicloroquina foi ampliado no dia 20 de maio para pacientes com sintomas leves do novo coronavírus, que até então era usado por pessoas com sintomas graves e críticos e com monitoramento em hospitais. Segundo a Casa Branca, a hidroxicloroquina enviada ao Brasil, será utilizada por enfermeiros, médicos e profissionais de saúde, além de pacientes infectados.  

O governo norte-americano se comprometeu a fazer uma parceria com o governo brasileiro em testes clínicos controlados sobre a hidroxicloroquina. "Esses testes ajudarão em avaliações adicionais sobre a segurança e a eficácia [do medicamento] tanto para a profilaxia quanto para o tratamento precoce do coronavírus", diz o comunicado dos Estados Unidos, que diz também que enviarão em breve mil ventiladores mecânicos para unidades de saúde brasileiras.

Estudos descartam eficácia da hidroxicloroquina

Segundo a Folha, "um dos maiores estudos feitos até o momento não encontrou redução de mortalidade por Covid-19 entre pessoas que foram medicadas com hidroxicloroquina (com e sem associação com azitromicina). A pesquisa com 1.438 pacientes foi publicada em maio na revista Jama (Journal of the American Medical Association), um dos principais periódicos médicos do mundo. Isso significa que o estudo passou por revisão de outros cientistas não envolvidos nas análise em questão". 

Uma outra pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine, respeitado periódico científico, realizada com 1.376 pacientes de Nova York, também apontou que não foram encontradas evidências de que o uso da hidroxicloroquina influenciaria na redução de mortes ou intubações. A Revista científica inglesa The Lancet também publicou pesquisa feita com dados de 96 mil pessoas internadas com Covid-19 em 671 hospitais de seis continentes, indicando que o uso de hidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a maior risco de arritmia e de morte, em comparação com pacientes que não usaram os medicamentos.

Fonte: Folha de S.Paulo
Imagem: reprodução/Foto: Getty Images

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