sábado, 27 de junho de 2020

Um presidente na mão de seus capangas. Por Fernando Brito

Por Fernando Brito, no Tijolaço: Três fantasmas e um presidente: Flávio, Fabrício e Frederick Wassef assombram dias e noites de Jair Bolsonaro, agora um acabrunhado ex-valentão, e nada fará isso parar. Suas únicas armas, são o silêncio e a proteção.

O primeiro, a toda hora, é quebrado pelos fatos e pela necessidade que todos apresentem versões dos fatos, o que leva a afirmações absurdas e inverossímeis, como as de Wassef, que estreitam a margem dos outros dois de, na expressão do próprio Flávio, contarem "histórias plausíveis".

O advogado do Filho 01 e do próprio presidente poderia ter escolhido, durante um ano e meio e falando em complôs para assassinato de Queiroz, poderia ter escondido de ambos que estava homiziando o ex-PM. Não teria, obviamente, de comunicar as ameaças e pedir que os Bolsonaro providenciassem segurança para ele? 

O advogado "guardou" Queiroz por um ano e meio e nunca conversou com ele? Não sabia de onde vinham os recursos em dinheiro para pagar despesas hospitalares e a vida folgada do ex-PM, além de sua família? 

Wassef é um exibicionista desclassificado e é impossível negar sua proximidade, muito além da de um advogado, com Jair Bolsonaro, que o recebia, seguidamente, nos finais de semana no Palácio da Alvorada.

A detenção da mulher de Queiroz é outra ponta que está para ser puxada, até porque se tornou, para qualquer protetor que tenha assumido a tarefa de escondê-la. 

Também a protelação das das investigações, embora lhes faça respirar por dias é, evidentemente, algo que não vai se sustentar e basta que se questione nos tribunais superiores a decisão esdrúxula de retirar o processo da 1ª instância.

A atitude desleal, de quem procura se defender não no mérito, mas a golpes de esperteza e chicanas jurídicas, enquanto vão se acumulando as evidências de que se está diante de um esquema mafioso, em tudo semelhante às milícias que "controlam território".

Só que o território está se tornando restrito e o que sobra a Bolsonaro é o canto do tingue. 

Imagem: reprodução/Foto: Daniel  Marenco/Agência Globo

[Wassef admite que mentiu e agora diz que escondeu Queiroz porque o ex-assessor de Flávio Bolsonaro estaria jurado de morte: "antes, advogado vinha dizendo que não sabia o paradeiro de Queiroz, pivô do esquema de desvio de salários à época em que Flávio era deputado estadual. Nova versão foi dada em entrevista à revista 'Veja'. Wassef afirmou ainda que fez tudo sem conhecimento da família do presidente.] 

[Fabrício Queiroz negocia delação premiada, segundo jornal: - "A defesa do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na época em que ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). As informações são da CNN Brasil. Fabrício está preso desde quinta-feira da semana passada (...), pego em uma casa de Frederick Wassef, que até então era advogado do senador e do presidente Jair Bolsonaro. (...) Há um mandado de prisão em aberto contra a esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, que etá foragida há oito dias.]

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