quinta-feira, 9 de julho de 2020

Política: Facebook derruba rede de fake news ligada ao PSL e à família Bolsonaro

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O Facebook anunciou, nesta quarta-feira (08/07), que derrubou uma rede de fake news e perfis falsos ligadas ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e dos deputados estaduais pelo PSL do Rio de janeiro Anderson Moraes e Alana Passos. O anúncio foi feito numa ligação com jornalistas de diferentes países, incluindo o Brasil - o Estadão participou do evento.
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Foram identificadas 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram. As páginas no Facebook tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no Instagram tinham 917 mil seguidores. 350 pessoas estavam no grupo.

No material postado estavam conteúdos relacionados às eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas, além de material relacionado ao coronavírus. Segundo a rede social, parte do conteúdo dessa rede já havia sido removido da plataforma por violar os padrões de comunidade. Entre as violações estavam conteúdo de discurso de ódio. Os detalhes de toda a operação brasileira foram postados no site do Atlantic Council's Digital Forensic Research Lab, instituição que realiza análise independente de remoções do Facebook por comportamento inautêntico coordenado. 

O anúncio faz parte de uma remoção de redes de desinformação que operavam em quatro territórios postando conteúdo relacionado a assuntos políticos domésticos. Além do Brasil, foram derrubadas redes nos EUA, na Ucrânia e na América Latina, incluindo países como El Salvador, Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. No caso brasileiro, as investigações e remoções ocorreram a partir de notícias na imprensa brasileira e referências feitas ao assunto no Congresso durante a CPMI das fake news. 

Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, foi cauteloso em apontar o envolvimento direto ou o conhecimento dos políticos na campanha, inclusive na coordenação das postagens. "Não podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que pessoas associadas a ele e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma". O Facebook, porém, identificou que um membro da rede é conectado ao vereador Carlos Bolsoanro e outro é contratado do deputado estadual pelo PSL de São Paulo Coronel Nishikawa.

Segundo o executivo, não há indícios de que uma empresa foi contratada para realizar o trabalho, como aconteceu com a operação nos outros países latinos. A operação brasileira, porém, gatou US$ 1,5 mil em anúncios no Facebook e foram pagos em reais (cerca de R$ 8,03 mil na cotação desta quarta,8).
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Segundo a Atlantic Council, o envolvimento de funcionários de gabinetes pode indicar que a operação usou recurso públicos, pois as postagens eram feitas durante o horário regular de expediente.

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPI Mista das Fake News do Congresso, afirmou que o anúncio do Facebook confirma que as investigações da comissão de inquérito estão na direção certa. 

"A notícia de que o Facebook teria tirado do ar perfis que disseminam notícias falsas ligados aos apoiadores do presidente Bolsonaro não chega a causar espanto para nós que temos trabalhado na CPMI das Fake News desde o ano passado. Nossas investigações sempre apontaram para uma rede de desinformação que pode sim ter influenciado o pleito eleitoral de 2108 e que continua atante com fortes suspeitas de amplo apoio da família Bolsonaro", afirmou a parlamentar. 

"Neste momento, entendemos que as plataformas se juntam a todos aqueles e aquelas que lutam por liberdade de expressão, mas também por responsabilidade nas redes e pelo combate à desinformação e contra qualquer prática de discursos caluniosos e que espalham o ódio por todo o nosso país", acrescentou. 

Imagem: reprodução

[Aliados de Bolsonaro questionam Facebook por ofensiva contra gabinete do ódio: "(...) auxiliares do presidente entraram em contato com executivos da empresa de Mark Suckerberg. Perguntaram o que havia motivado o ato e se havia ligação com o inquérito das fake news, que está no STF. Tiveram como resposta que as remoções no Brasil foram parte de uma ação global da rede social e não era nenhuma perseguição contra bolsonaristas ou contra o governo."] 

[Carlos Bolsonaro culpa o PT pelo desmonte do gabinete do ódio por facebook e Intagram: "Carluxo está aborrecido. O filho 02 do presidente postou no Twitter: 'Que tipo de mentiras seriam ditas para derrubar o PT nas eleições de 2018? Bastava apenas dizer a verdade vinda um povo cansado de ser violentado em todos os sentidos! APENAS MOSTREM! Lamentavelmente a atenção merecida sobre o assunto jamais foi dada! Falta de aviso nunca foi!'] 

[Rede de 'Facebook' bolsonarista mostra ação orquestrada: "A decisão do Facebook de eliminar a rede de 88 páginas - com perfis bolsonaristas, gerida por auxiliares e filhos de Jair Bolsonaro dá um  impulso extra ao inquérito da "fake news", que só pode levar ao que é uma realidade: foi montada uma máquina de ataques e mentiras que funciona como o verdadeiro "partido do presidente". Ou será que alguém ainda acredita que este podia ser o PSL ou este esquecido "Aliança pelo Brasil" anunciado a cartuchos de 38? (...) A "Matrix" bolsonarista em que mergulharam as redes sociais, pouco a pouco, vai deixando evidente que tudo foi objeto de um cuidadoso planejamento de manipulação da opinião púbica. Isso foi operado por imbecis, mas foi formulado, certamente, por eles. Houve cabeças e, claro, bolsos que formularam e sustentaram esta conspiração."] 

[Com powerpoint do Gabinete de ódio, Facebook fere de morte esquema de Bolsonaro nas redes; veja o gráfico e leia a íntegra do relatório: "O laboratório forense digital que fez a investigação que derrubou a rede de fake news bolsonarista no Facebook, DFRLab, define sua missão como "identificar, expor e explicar a desinformação onde e quando ocorre usando a pesquisa de código aberto; promover a verdade objetiva como fundamento do governo para e pelas pessoas; proteger instituições e normas democráticas daqueles que procurariam miná-las no espaço de engajamento digital". O laboratório é financiado pelo Atlantic Council, um think tank fundado em 1961 em Washington, que hoje é dirigido por John F. W. Rogers, um executivo da poderosa Goldman Sachs."]

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