Bolsonaro e Lira esperam que STF reverta decisão que suspendeu a excrecência chamada "orçamento secreto"
O presidente da República tem criticado a decisão da ministra Rosa Weber, alegando que "cada vez mais o STF interfere em tudo!". Na verdade, o Supremo, que só entra em ação quando provocado, tem o dever de, com base na lei, impedir a criminosa farra decorrente do orçamento secreto.
"Você vê o STF também. Cada vez mais o Supremo, na verdade, interfere em tudo. Hoje teve interferência agora nessa história do orçamento secreto. Orçamento secreto publicado no Diário Oficial da União...Mas tudo bem", disse Bolsonaro em entrevista.
Bolsonaro tem o direito de discordar da decisão da ministra do STF, mas usar recursos públicos sem a devida e necessária transparência é um atentado à democracia. Além disso, o tal orçamento está sendo utilizado para garantir não apenas a aprovação da PEC dos Precatórios, que corre o risco de ser barrada no Senado, mas de outras matérias de interesse do governo que surgirão adiante.
No afã de defender o proxenetismo que reina no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reuniu-se na segunda-feira (8) com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, a quem solicitou a derrubada da liminar.
Duramente criticado por receber Lira, o ministro Luiz Fux alegou que o encontro foi institucional e somente ouviu o pleito do presidente da Câmara. O encontro avançou no terreno do absurdo, já que Fux deveria ter descartado de chofre a tese de que o "orçamento secreto" é assunto que compete à Câmara dos Deputados decidir. No plenário eletrônico da Corte, quatro ministros já votaram a favor da suspensão do "orçamento secreto" (Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Luiz Edson Fachin).
Ao contrário do que alega Arthur Lira, o "orçamento secreto" é um caso de polícia, que em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis os protagonistas do escárnio já estariam atrás das grades. Como o Brasil é o paraíso do "faz de conta" e a sociedade é preguiçosa em termos políticos, o rolo compressor de Bolsonaro continua a circular livremente no Parlamento.
Imagem: reprodução/redes sociais
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O orçamento paralelo é um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. Dinheiro público destinado secretamente para compra de votos de deputados. Esperamos que o STF mantenha o entendimento da Ministra Rosa Weber sobre a ação do PSOL que pede o fim dessa falcatrua. pic.twitter.com/72xoVpZ9Do
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) November 9, 2021
O orçamento secreto é de R$ 17 bilhões. Isso mesmo, R$ 17 BILHÕES que saem do bolso de TODOS os brasileiros para saciar o apetite do centrão. É escandaloso. Bolsonaro deveria usar esse dinheiro para pagar o auxílio aos pobres, não para comprar deputado. #STFSuspendeBolsolao
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) November 9, 2021
Na manifestação ao STF, o Senado CONFESSA que as emendas de relator-geral são para permitir ao Congresso alocar o dinheiro "de acordo com a formação da base de apoio ao governo federal"
— andré shalders (@andreshalders) November 8, 2021
Se o STF concordar com isso, estará efetivamente legalizado o toma-lá-dá-cá no Braza pic.twitter.com/aHAuNx4KIY
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