Política: 'Não usem o nome Brizola para 'bolsolar''. Por Fernando Brito
O pior é que não foram "traições" que, uma ou outra, sempre podem acontecer em partidos, heterogêneos como nossa legislação os permite ser. Acontece e estão aí os dois votos do Partido Democrata que impedem a aprovação do projeto de Joe Biden facilitando o acesso dos norte-americanos mais pobres a saúde e educação.
Foi um acordo formal da liderança e, portanto, da direção partidária, sob o argumento pífio de que haveria uma prioridade - e nem tanta - com a transferência de recursos dos precatórios (adiados) para os professores. Ora, isso não resiste a um peteleco, pois, se pagos, nada impediria que os recursos fossem destinados aos professores, o que aliás já está previsto nas leis relativas ao Fundef, hoje substituído pelo Fundeb.
E o placar apertadíssimo mostra o quanto valeu a adesão dos dirigentes pedetistas.
Há portanto, "batata nesta chaleira", diria o meu velho líder Leonel Brizola, se estivesse aqui e não distante e sem meios para manter seu partido na rota da decência.
Tem toda a razão o deputado Paulo Ramos, em dizer que foi "uma vergonha" e que quer ver como isso vai ser defendido pelo candidato pedetista (pós-Brizola) Ciro Gomes nos palanques. E foi um consolo ver pedetistas históricos, como Pompeo de Mattos votarem contra a orientação de um comando partidário que, embora fale muito em Leonel Brizola, não pratica seus princípios de honra e lealdade.
Como também será consolador estar, daqui a pouco, em São Paulo, para assistir à filiação de um dos netos de Brizola que não transige com o dever de estar ao lado de quem representa a esperança do povo brasileiro em livrar-se deste governo nefasto.
Leonel Brizola Neto, ex-vereador carioca, que deixou o Psol, filia-se ao PT, na sede nacional do partido, para estar, como sempre fez, ao lado do povo brasileiro. É, para quem acompanhou por mais de 20 anos o dia a dia do velho líder, um afago ver que seu nome estará inscrito entre os que travarão a batalha pelo Brasil, já que as duas siglas a que dedicou a sua vida - o PTB e o PT - forma postas a serviço dos inimigos do povo trabalhador.
Imagem: reprodução
[Abaixo alguns comentários registrados por leitores, no texto de Fernando Brito]
É mentiroso o argumento de que sem a PEC não há auxílio. Para pagar auxílio, não é preciso aprovar o calote: basta que se vote uma medida provisória de abertura de crédito extraordinário. Nós, da Oposição, votaremos a favor dessa medida provisória.
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) November 4, 2021
BOTEI A BOCA NO TROMBONE! Emenda de relator é desvirtuamento da política; é deputado votando em projeto antipovo para se beneficiar! É toma lá dá cá! NÃO DEVERIA EXISTIR! pic.twitter.com/HipsXW4hxA
— Bohn Gass (@BohnGass) November 4, 2021
IMPORTANTE! A PEC dos Precatórios não foi feita para pagar o insuficiente Auxílio Brasil. Foi apresentada para SALVAR O TETO às custas de um calote nos precatórios! É mero recuo tático para abrir algum espaço em 2022/eleição e voltar com toda a destruição já em 2023.
— David Deccache (@deccache) November 4, 2021
O governo diz que sem a PEC dos precatórios não terá dinheiro pro auxílio que substituiria o bolsa família. O que não diz é que dos 94 bilhões que quer aprovar 47 bi seriam destinados a deputados aliados com as chamadas emendas de relator. Não é falta de dinheiro, é jogada.
— Glauber Braga (@Glauber_Braga) November 3, 2021

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