quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Política: Marcos do Val recua e tenta isolar Bolsonaro de plano golpista

Reportagem de Ana Gabriela Sales, no GGN: O senador Marcos do Val (Podemos-ES) voltou atrás e afirmou que o plano de golpe de Estado envolvendo um grampo ilegal no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi arquitetado e sugerido pelo ex-deputado federal Daniel Silveira, preso hoje, e não pelo ex-presidente e seu aliado Jair Bolsonaro (PL), como já havia dito em vídeo nas redes sociais.
"Saiu na imprensa que ele [Bolsonaro] me coagiu. Isso não confere. Ele não impediu o Daniel Silveira. Mas estava claro que o Daniel estava desesperado [para prender Alexandre de Moraes]"
 disse Do Val.


Nesta madrugada de quarta para quinta, Marcos do Val afirmou: "Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia", disse do Val, em transmissão ao em seu [sic] perfil do Instagram. 


Agora, o senador mudou a retórica na tentativa de contornar a crise envolvendo o suposto protagonismo do ex-líder do Executivo na ação golpista. A nova declaração foi dada no final da manhã desta quinta (2). 


"Estava claro o desespero do Daniel, é notório a quantidade de vezes que ele descumpriu as ordens do ministro Alexandre. Então estava claro que ele - depois do relacionamento com o presidente - estava tentando convencer nós dois de entrar nessa ação esdrúxula", disse aos jornalistas. 


Questionado sobre sua fala na madrugada, o senador disse que a declaração foi feita em momento de exaustão e "raiva", após ter sido bombardeado e assediado pela extrema-direita nas redes sociais, em meio à eleição para a presidência do Senado.

Do Val havia declarado apoio ao candidato bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). Contudo, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito na Casa e do Val o cumprimentou com um abraço pela vitória. Nas redes, foi chamado de "traidor".


"O MBL fez uma postagem que eu traí o Brasil e comecei a ser massacrado por mensagens (...) Então, eu estava em um momento de muita raiva e estava desde às cinco da manhã tentando trabalhar para eleger o Marinho. Já era quase meia noite e foi aquele desabafo, nervoso, que você fala coisas como em qualquer discussão de casal, em que depois se arrepende do que fala", disse o senador aos jornalistas. 


Do Val ainda foi questionado sobre o comportamento de Bolsonaro ao ouvir um plano criminoso e nada ter feito. "Isso cabe a ele e não a mim. Eu fiz o meu papel de não prevaricar", disse o senador.


Imagem: reprodução


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