sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Entrevista: Mauro Cid só fará delação se não houver alternativa, diz novo advogado

Por Camila Bezerra, no GGN: O advogado criminalista Cezar Bitencourt, novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, preso desde maio sob suspeita de ter praticado ilícitos em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), concedeu entrevista exclusiva ao GGN para explicar qual será a linha de defesa do seu cliente e família.
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De acordo com Bitencourt, Mauro Cid é "altamente esclarecido, um homem que fez uma carreira brilhante [no Exército] e que tem essa preocupação, está disposto em proteger a sua família, principalmente o pai"

Procurado pela família Cid, Cezar Bitencourt assumiu a defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro nesta terça-feira (15), após a renúncia de Bernardo Fenelon. Desde então, ele conversou com esposa e prima do militar, esteve com o próprio Cid durante três horas na quarta-feira (16) e tem um encontro agendado com o general Lourena Cid, patriarca da família, na próxima terça (22).


Evitar polêmicas

O criminalista reiterou que não tem de acusar um ao outro [Bolsonaro, no caso], mas sim defender o seu cliente, que fez um trabalho excelente enquanto assessor e, devido à formação militar, precisava "estar em sintonia com quem assessora"

"Se eu tenho um senhor a servir, vou servir da melhor forma o senhor", exemplificou Bitencourt. 

No emaranhado de fios que envolvem as denúncias contra o ex-presidente da República, Cezar afirma que quer evitar polêmicas e também que "não é o cara que trabalha com delação premiada".  


"Agora a delação premiada, que critico, sempre critiquei, na minha concepção de delação premiada, é imoral, é antiética. É para constranger as pessoas e entregar seus parceiros. Eticamente, moralmente, é condenável. Hoje é um instrumento do STF [Supremo Tribunal Federal]. Se chegar a um ponto que não tenha alternativa, que eu precisar utilizar deste instituto, não deixarei de usar", comentou.


Responsáveis

Apesar do suposto envolvimento de Cid nas operações e ordens de Bolsonaro, Bitencourt acredita que o depoimento do hacker Walter Delgatti na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas foi tão "demolidor" a ponto de não ser necessária a contribuição do representado em um eventual julgamento julgamento. "Com tudo o que está acontecendo lá, não precisa de nada do que tem cá para destruir o sujeito [p ex-presidente]."  


Já sobre as suspeitas que recaem sobre o cliente, o criminalista garantiu ter justificativas. No caso das joias, que teria sido um "reapanhado", não há joias em nome do Cid ou do pai".

A respeito das movimentações financeiras, que seriam incompatíveis com o salário de militar, o advogado atribui à venda de imóveis.


Assista a entrevista na íntegra:



Imagem: reprodução/Foto: Geraldo Magela/Agência Brasil

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