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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Para cima com a viga, escravos

Por Juremir Machado da Silva, em seu blog no Correio do Povo - Certos títulos ficam. As obras, não. Um título de livro que não esqueço é: Para cima com a viga, moçada. Mas não gostei do texto do célebre J. D. Salinger, mais conhecido por O Apanhador no campo de centeio. Em inglês, é Raise high the roof beam, Carpenters and Seymour, an introdoction. Algo como Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira e Seymour, uma introdução. Certas obras ficam. O percurso até elas, não. Os ministros e os apoiadores de Michel Temer andam semeando fantásticas maldades para tentar colher apenas maldades médias ou grandes. Um empresário, por engano, fala em 80 horas semanais de trabalho. Quer, na verdade, manter 44 ou subir a 60.



A atrasada Suécia trabalha pelas 30 horas de jornada semanal. Os jagunços de Temer repontam tropas de bodes. Botam na sala. O mais novo bode é a aposentadoria aos 70 anos de idade. Mira-se bem em cima para acertar mais em baixo. Aquilo que se quer é a idade mínima para aposentadoria de 65 anos. O modelo de plantação de bodes vem sendo testado pelo PMDB. Espalha-se o terror. Tudo vai muito mal. Se necessário, algumas medidas são adotadas para ampliar o medo. Quando a população está apavorada, surgem os remédios, uns mais amargos do que os outros. É uma variante do famoso cria-se o problema para vender a solução, que, paradoxalmente, não cura. Mata. Como dizia Heráclito, viver de morte, morrer de vida. Há quem ganhe com isso.

Para grandes reformas, imagina-se, grande legitimidade. É o que Temer não tem. Para cima com as urnas, moçada. Façamos um pacto nacional. Eleições gerais em outubro. Michel Temer, como candidato, apresenta o seu programa de reformas ultraliberais. Os demais, evidentemente, entram com suas plataformas. Quem ganhar, implementa. Uma eleição por programa. Cada candidato pilotando um cardápio. Temer quer acabar com a Era Vargas. Uma proposta dessa magnitude deveria ser objeto de plebiscito. Ou de aprovação em eleição presidencial.

Michel Temer aposentou-se cedinho.

Agora, chegado de carona à presidência da República, quer assaltar os direitos adquiridos dos outros. As panelas não repicam contra esse plano sórdido. Não o fazem por uma razão simples: Temer representa a turma dos camarotes, aquela que sonha em fazer a plebe trabalhar mais e ganhar menos.
Uniformizada. O paraíso seria assim: 80 horas de trabalho semanal, aposentadoria aos 70 anos de idade, desvinculação das aposentadorias do salário mínimo, desmonte da justiça do trabalho, terceirização generalizada, extinção do SUS, fim do Bolsa-Família, eliminação do Ciência sem Fronteiras, que já não englobará estudantes de graduação.

Teimoso, eu insisto: perguntem às urnas se elas aprovam. Urnas não costumam ser como o DataFolha, que manipulou dados para favorecer Michel Temer. Foi a prova que faltava sobre o papel dos jornalões no golpe parlamentar e midiático em curso. Estamos assim: do Planalto vem a ordem patronal: para cima com a viga, moçada. A massa pode entoar em contraponto: avante, Brasil, para trás. O bode na sala.

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