Mostrando postagens com marcador camisetas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador camisetas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Martin Luther King: de perseguido por ser “comunista” a garoto-propaganda de camiseta reaça


Por Cynara Menezes, em seu blog - De 1963 até seu assassinato há 49 anos, em 4 de abril de 1968, Martin Luther King Jr. foi perseguido e investigado pelo FBI sob a acusação de ser “comunista” e de ter atividades “antiamericanas”. Ideologicamente situado à esquerda do Partido Democrata, o reverendo King passou a vida tendo que desmentir a todo momento ser comunista, embora nunca tenha demonstrado publicamente simpatia pelos soviéticos. A desculpa do governo dos Estados Unidos para espioná-lo durante anos foi sua amizade com um homem que teria ligações com o Partido Comunista Americano.

camiseta MBL-Luther King
Todas as falsas “descobertas” do FBI eram fornecidas a repórteres com a intenção de desacreditar King. As fitas com todas as gravações feitas com ele só viriam à tona em 2002. Em 2014, o jornal The New York Times revelou na íntegra uma carta de 1964 em que o FBI chamava o reverendo de “besta do mal” e lhe fazia toda sorte de insultos racistas, inspirado pelo chefão da agência, J. Edgard Hoover, para quem King era “o mais notável mentiroso da nação”.

A carta vinha acompanhada de uma fita onde os agentes o chantageavam com gravações de supostos casos extra-conjugais. A intenção, o reverendo disse a amigos, era fazer com que ele se matasse. “Há algo que você tem de fazer, já sabe o que é. Não se pode crer em Deus e agir assim”, dizia um trecho. Quatro anos depois, King seria assassinado em circunstâncias que permanecem suspeitas.

Em 1965, bem no clima “escola sem partido” da direita brasileira atual, o reverendo teve de se explicar a jornalistas por ter ido a um colégio no Tennessee acusado de ser uma “escola de treinamento de comunistas”. Em cartazes espalhados pelo Alabama durante as marchas pelos direitos humanos de Selma a Montgomery, em 1965, Martin Luther King aparece sentado na tal escola, que ele defendeu como um local apoiado por “grandes norte-americanos”, a exemplo da ex-primeira-dama Eleanor Roosevelt.

Martin Luther King-comunista
Mas afinal: Martin Luther King era ou não comunista? Não, não era. King tinha várias discordâncias com Marx, a quem leu com atenção, mas preferia Cristo enquanto ideal de revolucionário. “Li O Capital e o Manifesto Comunista anos atrás, quando era aluno de faculdade. E muitos movimentos revolucionários do mundo nasceram como resultado daquilo que Marx discutiu. A grande tragédia é que a cristandade não conseguiu ver que ela tinha a prerrogativa revolucionária. Não é preciso recorrer a Marx para aprender a ser um revolucionário. Eu não me inspirei em Karl Marx; inspirei-me num homem chamado Jesus.”

De fato, 20 anos antes, o jovem Martin Luther King fez algumas anotações sobre a leitura de Marx e do Manifesto. “Durante os feriados de Natal de 1949, decidi passar meu tempo de folga lendo Karl Marx para tentar entender a atração que o comunismo exerce sobre muitas pessoas. Pela primeira vez examinei cuidadosamente O Capital e o Manifesto Comunista. Também li alguns trabalhos interpretativos sobre o pensamento de Marx e Lenin. Ao ler esses textos comunistas, extraí certas conclusões que até hoje têm me acompanhado como convicções.”

O resultado de suas leituras foi que, por um lado, King desprezava parte do pensamento de Marx e sobretudo no que os regimes dito comunistas se transformaram, mas admirava, e muito, as ideias da doutrina em relação aos pobres e a justiça social. “Apesar do fato de que minha reação ao comunismo foi e é negativa, e de eu o considerar basicamente maligno, há aspectos em que o considero desafiador. Com todos os seus pressupostos e métodos perversos, o comunismo surge como um protesto contra as agruras dos desprivilegiados. O comunismo, em teoria, enfatizava uma sociedade sem classes e uma preocupação com a justiça social (…). O cristão deveria sentir-se sempre instigado por qualquer protesto contra o tratamento injusto em relação aos pobres.”

E prosseguia: “Marx levantou algumas questões fundamentais. Desde minha adolescência, eu tinha uma preocupação profunda com o abismo entre a riqueza supérflua e a pobreza abjeta, e minha leitura de Marx me tornou mais consciente desse abismo. (…) Além disso, Marx tinha revelado o perigo do motivo lucro como base única de um sistema econômico: o capitalismo corre sempre o perigo de inspirar os homens a se preocuparem mais em ganhar a vida do que em construir uma vida. Tendemos a avaliar o sucesso de acordo com nossos salários ou com o tamanho de nossos carros, e não pela qualidade de nosso serviço à humanidade e de nossa relação com ela.” Todo o oposto do que a direita defende.

Martin Luther King conclui que não gosta do marxismo, mas tampouco do capitalismo. “Minha leitura de Marx também me convenceu de que a verdade não está nem no marxismo nem no capitalismo tradicional. (…) O capitalismo do século 19 não conseguiu ver que a vida é social e o marxismo não conseguiu, nem consegue ver, que a vida é individual e pessoal”.

Se vivesse hoje em dia, certamente o reverendo seria um eleitor de Bernie Sanders e de seu “socialismo democrático”, como antevê, escrevendo para sua futura esposa, Coretta, em 1952: “Eu sou muito mais socialista em minha teoria econômica do que capitalista. No entanto, não sou tão oposto ao capitalismo que não possa ver seus relativos méritos.”

Imaginem o que Martin Luther King diria ao ver seu rosto estampado em camisetas vendidas por um bando de reacionários brasileiros, comparado a um vereador negro que atenta contra a liberdade de pensamento nas escolas de São Paulo? Morreria de novo, de desgosto.

Leia mais em A Autobiografia de Martin Luther King, Clayborne Carson (org.), editora Zahar, 480 págs., R$69,90.

***

Leia Mais ►

quinta-feira, 10 de abril de 2008

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL.

Caximba vai exigir atenção por 30 anos
Aterro que atende Curitiba e região deve ser desativado no fim do ano, mas será alvo de constante monitoramento, controle e manutenção dos dejetos

Após 19 anos, em dezembro, o Aterro Sanitário da Caximba, que recebe o lixo produzido pelos moradores de Curitiba e mais 16 municípios da região metropolitana, deverá ser desativado. Mas as 11 milhões de toneladas de lixo acumuladas (número que deverá ser atingido até o fim do ano) vão permanecer no local e exigirão da prefeitura um trabalho de monitoramento, controle e manutenção que deve se estender por pelo menos 30 anos.
Marilza Oliveira Dias, coordenadora de Resíduos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, explica que todo o lixo depositado no Caximba vai permanecer lá até a sua decomposição. Nesse período, os materiais continuarão liberando gases e líquidos (chorume). Ela diz que o gás, como ocorre hoje, será retirado e queimado. O chorume, tratado (veja quadro abaixo). Marilza não soube precisar o custo deste trabalho de manutenção, mas afirma que o valor está sendo apurado.
Carbono
A prefeitura de Curitiba está desenvolvendo também um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a implantação de uma estrutura de coleta de gás para remover e queimar todo o metano proveniente do lixo, que é causador do efeito estufa. Ele é ainda mais danoso do que o dióxido de carbono: 1 tonelada de metano equivale a 22 toneladas de dióxido de carbono.
Marilza explica que 25% do gás produzido pelo aterro já é recolhido e queimado, por exigência da lei. A prefeitura quer, agora, chegar perto dos 100%. Para isso, vai utilizar o sistema de concessão para contratar uma empresa para o trabalho. “A intenção é que todo o gás destruído seja transformado em Certificados de Emissões Reduzidas, emitidos por organismos atestados pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, conta. Os certificados podem ser vendidos para países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, estabelecidas no Protocolo de Kyoto.
O projeto deve garantir mais dinheiro para a prefeitura, que poderá aplicar os recursos no próprio aterro sanitário. Quanto será arrecadado? Marilza explica que os valores variam bastante, mas ela lembra que na última comercialização feita em São Paulo, por leilão, o município conseguiu o valor de 16 euros por tonelada. De acordo com ela, a implantação do projeto não depende da desativação do Aterro Sanitário da Caximba e deve ser concretizada ainda neste ano. A partir daí, completa, ele pode se estender pelos próximos 21 anos.

Mesmo assim ainda existem pessoas achando que depois que o lixo é coletado, está tudo acabado... Eu tenho uma parcela de culpa aqui em Curitiba... E você, quanto é culpado na sua cidade? Então: recicle, transforme, economize, preserve...
Para quem quiser saber como funciona um aterro sanitário:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=752792&tit=Caximba-vai-exigir-atencao-por-30-anos

Um abraço!


O Covil
Atitude * Consciência * Volks Rods
www.ocovilcamisetas.bolgspot.com.
Leia Mais ►

Arquivos

Site Meter

  ©Blog do Guara | Licença Creative Commons 3.0 | Template exclusivo Dicas Blogger