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sábado, 24 de maio de 2025
A humanidade contra-ataca: empresas descobrem o toque humano
Por Bruno Natal, colunista do ICL: Nem bem chegou ao nosso dia-a-dia e a Inteligência Artificial já gera temor da substituição de trabalhadores humanos por robôs. E muitos empregos já estão sendo substituídos: um estudo da Universidade de Oxford diz que 97% dos caixas e bilheteiros estão em alto risco de automação até 2030, 89% das tarefas administrativas podem ser automatizadas e 70% dos empregos em contabilidade devem desaparecer nos próximos anos.
Por outro lado, novas profissões surgirão. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a IA deve gerar 78 milhões de empregos até 2030, embora isso não signifique uma distribuição igualitária, com impactos mais severos para trabalhadores menos qualificados. Essa disputa home x máquina mal começou, os robôs ainda estão longe de vencer e os humanos já começaram a mostrar o seu valor.
A Klama, gigante do pagamento parcelado nos EUA, recuou de sua proposta em IA para o atendimento ao cliente. Após substituir grande parte da equipe humana por chatbots, a empresa voltará a contratar pessoas. O CEO, que antes se gabava de ser a "cobaia favorita da OpenAI", agora admite que os cortes priorizaram o custo e sacrificaram a quantidade.
Não é caso isolado. O Starbucks também suspendeu a expansão do Siren Craff System, pacote tecnológico criado para acelerar o preparo de bebidas. A empresa está testando, em cerca de 3 mil lojas, o aumento das equipes humanas.
Também introduziram de volta as canecas de cerâmica para quem consome no local, criou novos códigos de vestimenta para os funcionários e incentiva que baristas escrevam mensagens a mão nos copos dos clientes para resgatar o clima aconchegante das lojas. Pesquisas mostram que cerca de 80% das pessoas preferem por um atendente humano serem atendidas de imediato por um bot. Este dado não surpreende.
É paradoxal que justo quando a IA avança em alta velocidade, com modelos de linguagem sofisticados, vozes sintéticas indistinguíveis de humanos e imagens realistas geradas por IA, empresas que tem no contato direto com clientes um dos seus maiores ativos estão descobrindo que a tecnologia funciona melhor como apoio, não como substituta.
Uma reportagem do New York Times mostrou que radiologistas, em vez de serem substituídos por IA como se previa há alguns anos, estão em alta demanda. Eles usam a tecnologia como um segundo par de olhos que amplia suas capacidades de diagnóstico, permitindo uma atuação mais precisa e centrada nos pacientes.
O futuro da relação humano-máquina pode ser mais sensato do que as previsões apocalípticas sugerem. Nem a utopia tecno-otimista em que robôs fazem tudo enquanto ficamos à toa, nem o pesadelo distópico do desemprego em massa. Em vez disso, a tecnologia pode potencializar nossas capacidades enquanto habilidades como empatia, improvisação e conexão genuína seguem sendo território exclusivamente humano.
Afinal existem coisas que só nós conseguimos fazer. Uma xícara de café servida por mãos humanas, com um sorriso sincero e talvez um nome rabiscado errado no copo, carrega uma autenticidade que algoritmo nenhum consegue replicar ainda.
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OAB repudia ameaça de sanção dos EUA a Moraes: "afronta à soberania"
Redação/Migalhas: A OAB, por meio da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais, manifestou repúdio à possibilidade de o governo dos Estados Unidos impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes. A reação ocorreu após o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmar em audiência no Congresso Norte-Americano, nesta quarta-feira, 21, que a aplicação de sanções está em análise com base na Lei Global Magnitsky - legislação que permite punir autoridades estrangeiras por corrupção ou violações de direitos humanos.
Para a OAB, trata-se de violação grave à soberania nacional, à independência dos Poderes e aos princípios que regem o Direito Internacional. A entidade classifica como "inadmissível" a submissão do Brasil a práticas punitivas extraterritoriais:
"É absolutamente inaceitável que qualquer país estrangeiro pretenda submeter o Brasil a práticas de extraterritorialidade punitiva, afrontando nossa soberania e tentando nos reduzir à condição de nação subordinada", afirmou Marcus Vinícius Furtado Coêlho, presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB.
A entidade ressaltou que somente o Estado brasileiro, por seus próprios meios e segundo sua Constituição, possui legitimidade para avaliar a conduta de seus magistrados.
A nota também reafirma o compromisso da Ordem com a autonomia das instituições nacionais e com o respeito entre Estados soberanos.
Veja a íntegra:
A Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB Nacional manifesta preocupação e absoluto repúdio diante de qualquer iniciativa externa que pretenda impor sanções a magistrados brasileiros em razão de atos praticados no exercício regular da função jurisdicional.
Trata-se de uma clara violação aos princípios da soberania nacional, da independência dos Poderes e da não intervenção, pilares fundamentais do Direito Internacional e da ordem constitucional brasileira. A jurisdição é expressão da soberania, e somente o Estado brasileiro, por meio de seus próprios órgãos e segundo seu ordenamento jurídico, possui legitimidade para apurar e, se for o caso, responsabilizar seus agentes públicos.
"É absolutamente inaceitável que qualquer país estrangeiro pretenda submeter o Brasil a práticas de extraterritorialidade punitiva, afrontando nossa soberania e tentando nos reduzir à condição de nação subordinada. Todos os brasileiros devem se insurgir contra essa tentativa de impor ao país o status de uma república de segunda categoria. O Brasil é soberano, cuida de seus próprios assuntos e não admite interferências externas em sua jurisdição," afirma Marcus Vinícius Furtado Coêlho, presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB.
A OAB Nacional, por meio de sua Comissão de Direito Constitucional, reafirma seu compromisso com a defesa intransigente da soberania brasileira, da autonomia das instituições e da plena observância dos princípios que regem a convivência internacional entre Estados soberanos.
Marcus Vinícius Furtado Coêlho
Presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais
Entenda
A declaração do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, foi feita em audiência no Congresso americano, em resposta ao deputado republicano Cory Mills.
Rubio afirmou que há "grande possibilidade" de sanções serem aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky - legislação que autoriza a aplicação de punições a autoridades estrangeiras envolvidas em corrupção ou violações graves de direitos humanos.
Aprovada inicialmente para responsabilizar agentes russos pelo assassinato do advogado Sergei Magnitsky, a norma foi expandida em 2016 para aplicação global.
Desde então, passou a ser utilizada contra figuras públicas de diversos países, incluindo membros do Judiciário, acusados de repressão institucional ou perseguição a opositores.
Segundo a BBC News Brasil, o deputado Federal licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e atualmente residente nos EUA, tem articulado com parlamentares republicanos apoio à adoção de sanções contra Moraes. O ministro é relator de investigações no STF que envolvem o ex-presidente e seus aliados, inclusive os processos relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Nos Estados Unidos, aliados de Bolsonaro acusam Moraes de conduzir uma perseguição judicial. Apontam como supostas violações as decisões de bloqueio de perfis em redes sociais, a suspensão de plataformas como o X (antigo Twitter) e medidas que atingem jornalistas, comunicadores e influenciadores digitais.
As sanções previstas pela Lei Magnitsky incluem congelamento de bens e contas em território americano, além da proibição de entrada nos EUA. A aplicação dessas penalidades é administrativa, ou seja, não exige processo judicial, e pode ganhar alcance internacional se houver adesão de governos ou instituições financeiras estrangeiras.
Ações judiciais nos Estados Unidos
A ofensiva contra o ministro também chegou ao Judiciário norte-americano.
Em fevereiro de 2025, as empresas Trump Media & Technology Group e Rumble Inc. ingressaram com ação contra Moraes no Tribunal Distrital da Flórida, alegando que suas decisões violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão.
As empresas sustentam que as ordens emitidas pelo ministro - especialmente o bloqueio da conta do blogueiro Allan dos Santos, investigado no Brasil por desinformação e ataques a ministros do STF - afetariam diretamente seus serviços nos Estados Unidos. Allan dos Santos teve sua prisão preventiva decretada por Moraes em 2021, mas teve o pedido de extradição negado pelos EUA em março de 2022.
A Rumble, que hospeda conteúdos de Allan, recusou-se a cumprir a ordem brasileira, alegando ausência de representação no país e incompatibilidade com a legislação americana. Em 2025, Moraes reiterou a decisão, determinando o encerramento definitivo da conta do blogueiro em todo o mundo. A nova medida motivou a ação conjunta da plataforma com a Trump Media, empresa vinculada ao ex-presidente Donald Trump.
As companhias pedem que as ordens brasileiras sejam consideradas inexecutáveis em solo americano e que Moraes seja impedido de solicitar a remoção do aplicativo Rumble das lojas de Apple e Google, para evitar restrições comerciais e de acesso.
No entanto, em decisão proferida no mesmo mês, a juíza Mary Scriven, do Distrito Central da Flórida, negou o pedido de liminar. A magistrada entendeu que o caso ainda não está maduro para revisão judicial e que os documentos apresentados não foram formalizados conforme as exigências da Convenção da Haia ou do Tratado de Assistência Jurídica Mútua entre Brasil e EUA.
Scriven pontuou que, até o momento, nenhuma autoridade - nem brasileira, nem americana - adotou medidas para executar as ordens de Moraes nos Estados Unidos, e que, segundo o entendimento jurisprudencial americano, o Judiciário não deve interferir em atos estrangeiros que ainda não tenham gerado efeitos concretos no país.
Ainda assim, deixou aberta a possibilidade de novo pedido caso haja efetiva tentativa de execução das ordens.
Avanço legislativo no Congresso dos EUA
Em paralelo à tramitação judicial, a Câmara dos Representantes dos EUA avançou com proposta legislativa que mira diretamente Moraes.
Em 26 de maio, o Comitê Judiciário da Câmara aprovou o projeto "No Censors on Our Shores Act", que prevê a proibição de entrada ou até a deportação de autoridades estrangeiras envolvidas em práticas consideradas ofensivas à liberdade de expressão de cidadãos americanos.
O projeto, de autoria dos deputados republicanos Darrell Issa (Califórnia) e María Elvira Salazar (Flórida), foi motivado pelas decisões do STF, especialmente a que suspendeu o X (ex-Twitter) no Brasil. Durante a tramitação, Issa criticou diretamente Moraes:
"Agora mesmo, no Brasil, os direitos de cidadãos americanos ao acesso a redes públicas como X e Meta têm sido sistematicamente censurados. [...] Meu projeto tem um objetivo simples: dizer a esses países: vá em frente, ignore a Primeira Emenda em seu próprio país. Mas não esperem vir aos Estados Unidos com um visto americano."
A proposta foi aprovada com apoio da maioria republicana e do democrata Jamie Raskin, e agora segue para o plenário da Câmara, onde poderá ser votada.
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sexta-feira, 23 de maio de 2025
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Petrobras corta preços, mas postos aumentam lucros e combustíveis encarecem
Por Vinicius Konchinski - Brasil de Fato: A Petrobras reduziu em 9% o preço da gasolina que ela vende a distribuidores de combustível desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou à Presidência, em janeiro de 2023. No entanto, o consumidor final não viu esse recuo se refletir nas bombas. Pelo contrário: segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro do combustível subiu 26% no período.
A diferença entre o preço praticado pela estatal e o valor cobrado ao consumidor pode ser explicada, em parte, pelo amento da margem de lucro das distribuidoras e dos postos de combustíveis.
De janeiro de 2023 até aqui, ele cresceu pelo menos 10%, segundo dados do Ministério de Minas e Energias (MME) tabulados pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).
O ganho dessas empresas virou tema de críticas da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na última terça-feira (13). A executiva chegou a sugerir que consumidores cobrem dos postos razões para um preço tão elevado dos combustíveis.
"A gente recomenda que o consumidor pergunte por que isso não está chegando à ponta", disse ela. "Pressiona, pergunta por que isso está acontecendo."
Chambriard lembrou que, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras "perdeu poder sobre a ponta", ou seja, privatizou sua participação no mercado de distribuição e revenda de combustíveis. Ela apontou que a medida delegou a definição de parte considerável do preço dos combustíveis no país ao setor privado, que se aproveitou do poder sobre o mercado para lucrar. O alto custo nos postos, mesmo com corte de preços promovidos pela Petrobras, é resultado disso.
Privatizações
Além de explorar, produzir e refinar petróleo, a Petrobras também distribuía e revendia combustíveis até 2019, quando ainda era dona da BR Distribuidora. A empresa foi privatizada em duas fases, em 2029 e 2012 - ambas durante o governo de Bolsonaro. Acabou mudando seu nome para Vibra, mas ainda ostenta a marca BR.
A Petrobras também distribuía e vendia gás, por meio da Liquigás. A subsidiária também foi privatizada, em 2020, durante o governo Bolsonaro. Acabou incorporada por um consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
Dantas, do Ibeps, aponta que essas duas vendas tiveram efeito significativos para as margens cobradas nos dois setores do qual a Petrobras saiu. Margem é a diferença entre o custo de aquisição de um produto e o preço de revenda do produto.
O economista monitora há anos o mercado de combustíveis no Brasil. Usa, inclusive, dados dos Relatórios Mensais de Derivados de Petróleo, do MME, para isso.
Números extraídos por Dantas desses relatórios apontam que, desde de janeiro de 2019, a margem das distribuidoras e postos sobre o preço da gasolina subiu 43%. Enquanto a seis anos eles ganhavam R$ 0,73 centavos por litro de combustível vendido, agora ganham cerca de R$ 1,06.
"No ano de 2020, a margem ficou na média de R$ 0,64. Mesmo se corrigirmos este valor pela inflação do período, em valores atuais a margem seria de R$ 0,79, muito abaixo dos R$ 1,12 do mês de fevereiro deste ano", comparou Dantas, em artigo publicado no site do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e Região (Sindipetro SJC).












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