terça-feira, 18 de outubro de 2011

Segredos de um bom discurso político

Candidato político que não tiver uma boa performance ao se dirigir publicamente a um grupo de possíveis eleitores, não souber prender a atenção do ouvinte, de cara já sai perdendo votos. Vamos excluir desta exposição, a característica comum ao político brasileiro, de que uma vez em campanha nunca esquece de "prometer". Tendo em vista as carências de serviços públicos no Brasil, o mote dos discursos é sempre o mesmo: fazer promessas. Cumpri-las depois de atingir o objetivo, que é ser eleito, são "outros quinhentos".

O único foco para o momento é ganhar a eleição. Lograr êxito em seu intento de exercer o cargo público que tanto ambiciona. Evidentemente, em seu próprio benefício já que as promessas, eloquentemente pronunciadas durante a campanha, de imediato serão esquecidas.

Porém, vivemos momentos de uma eminente transformação na consciência política do cidadão. Não só aqui no Brasil, mas no mundo todo, a prática do discurso vazio baseado unicamente em antigos clichês, como prometer aquilo que não será possível cumprir, já não convence mais. Há um desencanto com a classe política, que está levando os eleitores ao último estágio da incredulidade. Exclusivamente pelos inconsequentes blablablás da época de campanha.

Na sua grande maioria, os políticos brasileiros ainda não acordaram para a realidade de uma comunicação mais eficaz com o cidadão eleitor. É sempre a mesmice de bravatas e embates partidários. Há muito tempo que precisam reciclar seus discursos, torná-los efetivamente convincentes. Fazerem a si próprios a seguinte pergunta: "o que distingue o bom discurso, do mau discurso político?"

Uma pesquisadora dos EUA, acredita ter encontrado a resposta para esta pergunta. Sara Forsdyke, da universidade de Michigan, diz que "o poder persuasivo, na realidade, não está no carisma inato. As pessoas podem aprender técnicas eficazes utilizadas por grandes oradores como, Winston Churchill, Martin Luther King, John F. Kennedy, Barack Obama, quando estes falavam em público". Ou seja, um bom orador não nasce com o dom, ele pode aprender e dominar técnicas fundamentais da oratória.

Forsdyke, criou um curso intitulado "Grandes discursos antigos e modernos", onde ensina princípios antigos de como falar em público, herdados dos antigos gregos e romanos, e aplicáveis aos discursos modernos. A pesquisadora determina três regrinhas básicas exemplares para ter sucesso enquanto houver a necessidade de persuadir pessoas com um bom discurso. Seja ele, de cunho político, ou não.

1 - Repetições: Repetir palavras ou frases, no início e no fim do pronunciamento. Um exemplo é o famoso discurso "I have a dream" de Martin Luther King. Outro exemplo desta técnica verificamos no discurso "Miracle at Dunkirk", feito pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial ao Parlamento, após a evacuação das tropas aliadas das praias e do porto de Dunkirk, França. "Não descansaremos e não fracassaremos. Iremos até o fim. Lutaremos nos mares e oceanos da França, com crescente confiança e forças que nascerão do céu. Defenderemos a nossa ilha a qualquer custo. Combateremos nas praias e nos lugares de desembarques. Lutaremos nos campos, nas ruas e nas montanhas. Jamais nos renderemos". 

2 - Atenção à ordem das palavras: encontrar um padrão na ordem das palavras de modo que a primeira metade da frase seja a imagem invertida da segunda. A pesquisadora toma como exemplo a célebre frase de  John F. Kennedy, "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pelo seu país".

3 - Utilizando o Jogo de palavras: Aqui, Sara Forsdyke, se refere às figuras de linguagem, e utiliza o termo em espanhol, "poliptoton", para exemplificar a técnica frequentemente usada em discursos para enfatizar uma palavra ou um assunto particular. Como por exemplo nesta frase de Franklin D. Roosevelt: "Deixe-me afirmar a minha firme convicção de que tudo o que temos a temer é o próprio medo". Segundo a pesquisadora,  o presidente dos EUA, Barack Obama, faz uso constante de figuras de linguagem em seus discursos. Como podemos verificar nesta frase - "Nós podemos discordar sem discórdia".

Demóstenes, o maior orador da antiguidade, quando indagado sobre aspectos importantes de um discurso, respondeu: "a forma que se pronuncia, os gestos, a voz e a pronúncia, pronúncia, pronúncia..." . Conclui a pesquisadora.




Fonte: MuyInteresante-Emtraduçãolivre.
Imagem: MidiaEducação.
 
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1 Comentário:

andrezza disse...

eu,queria umas promessas para eu ganhar

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