segunda-feira, 29 de abril de 2013

Liberdade de expressão pode. Mentir não pode.


 A revista Veja desta semana publicou um editorial sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 33), que no seu contexto revela informações no mínimo tendenciosas. Afirma que "para escaparem da cadeia, os réus e os radicais do PT desafiam a Constituição e a harmonia entre os poderes". Como se fosse uma verdade inquestionável a reportagem diz que a PEC do petista Nazareno Fonteles é uma aberração.

Não há, na reportagem, nenhuma menção de que o relator da PEC 33 é o senador tucano João Campos (PSDB-GO), que teve o apoio de 219 parlamentares de todos os partidos. E mais, de que a PEC foi apresentada em 2011, muito antes do julgamento do processo do "mensalão" (Ação Penal 470) , que envolveu figuras importantes do PT. Prova de que a revista Veja uma vez mais falta com a verdade e tenta manipular seus leitores com uma reportagem que esconde a realidade do fatos.

Comentei aqui, com base em um noticiário da Agência Brasil, a opinião do presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), deputado Décio Lima (PT-SC), onde afirma que toda essa polêmica sobre a PEC 33 não passa de uma tempestade em copa d'água. Na verdade, a proposta é realmente polêmica. Uma vez que provoca antagonismos entre os poderes Legislativo e Judiciário.

No entanto, esta reportagem fomenta a desarmonia ao tempo em que dá uma conotação exclusivamente político-partidária ao caso. Omite informações que poderiam contribuir para um melhor entendimento sobre a proposta. Na mesma medida em que ataca elementos do PT, não faz referência nenhuma aos membros do PSDB que também fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) que discutiu e formulou a proposta. Ataca também a democracia, com escreveu o jornalista Altamiro Borges em seu blog

Há dois anos atrás, a revista Veja errou feio quando publicou uma matéria absurda sobre as obras da Copa. A realidade mostra que suas previsões catastróficas foram por água abaixo. Sem consistência, sem fundo verídico. Mais um ato político-partidário do que uma informação relevante. Neste Sábado (27) aconteceu uma grande festa para na pré-inauguração do novo Maracanã. Como convidados especiais, as famílias dos trabalhadores que labutaram na reforma do estádio, quase pronto para receber os jogos da Copa das Confederações. 

Ademais, é bom lembrar que a referida revista semanal mantinha estreitas ligações obscuras com Carlinhos Cachoeira. Um contraventor de alto quilate condenado pela justiça a vários anos de prisão. Era público e notório que Cachoeira mantinha uma parceria anti-ética com o jornalista Policarpo Jr., editor chefe da sucursal da revista em Brasília.

Através dele recebia informações que muitas vezes pautavam as matérias que eram publicadas no momento em que ocorria a CPI que levava seu nome. Cachoeira, cultivava "amizade" com o senador cassado Demóstenes Torres, que dele se tornou uma espécie de assessor especial dentro do Congresso Nacional. Torres, que ovacionado pela própria revista como paladino da moral e dos bons costumes, foi depois revelado como um dos maiores vilões da política brasileira, tendo seu mandato cassado. Todavia, não é de hoje que a revista trata de forma escusa os fatos, exclusivamente os acontecimentos políticos no país, subjugando a consciência e o espirito crítico dos leitores.  

A liberdade de expressão é um direito inalienável, mas a mentira é um atentado contra os preceitos da própria Democracia, que garante esse e outros diretos.    


Imagem: reprodução/internet


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