sábado, 17 de maio de 2014

Copa no Brasil não pode ficar refém da política, nem de protestos violentos

Existe um dito popular que diz: religião, futebol e política não se discute. Como diria aquele famoso personagem humorístico de um programa de TV, há controvérsias. Estes são temas que estarão permanentemente vivos na mente das pessoas, exclusivamente dos brasileiros. Dois deles, futebol e política, aflorados no momento com a realização da Copa do Mundo no Brasil.
 Afinal, opinião é como língua (para não dizer outra coisa), todo mundo tem uma quando o assunto é exatamente futebol e política. Comumente, cada um deseja que prevaleça a sua, já que ambos os temas sugere sentimento e paixão. Isso, quando não chega às raias do fanatismo. Esta é a realidade.

Porém, não devemos nos esquecer que é através da diversidade de opiniões e do debate consciente é que se chega a um ponto de equilíbrio, à luz. Um debate que seja desprovido das paixões e dos radicalismos, o que em relação aos dois temas na verdade é muito difícil.

Agora, tendo em vista os excessivos gastos aos quais o governo teve que se submeter para a realização do grande evento, os assuntos futebol e política se entrelaçaram em opiniões conflitantes. De olho nos possíveis dividendos políticos, governantes se atiraram de cabeça na consecução deste objetivo, sem se importar muito com a opinião pública. Posto que o futebol é uma coisa que mexe com o povão. Agrada à grande maioria, mas uma parte com razão questiona os gastos, com o argumento que o dispêndio poderia ser canalizado para as carências sociais das comunidades.

Governo Federal, governadores e prefeitos demostraram senso de oportunismo político. Só não previram que a expectativa popular em torno da Copa no Brasil pudesse reverter em manifestações e protestos violentos, como os que aconteceram na Copa das Confederações. Entretanto, em que pese opiniões contra ou pró evento, a política na Copa do Mundo é causa sem efeito, mesmo que sua realização venha sendo usada como  instrumento político contra o próprio governo.


A Copa no Brasil deixou de ser refém da política desde os protestos desta quinta-feira (15), marcados para todo o país, porém sem uma participação mais expressiva da população. Em determinadas localidades algumas classes sociais, como a dos professores, dos policiais, dos motoristas, realizaram manifestações pacificas. Sem entretanto, oportunamente como os governantes para seus objetivos políticos, usarem a Copa como meio de pressão para  suas revindicações.

Tudo justo, até certo ponto. No caso das manifestações, o que deu errado mais uma vez foram atos criminosos que aconteceram. Como os saques em estabelecimentos comerciais no Recife, facilitados com a greve dos policiais. A violência e depredação do patrimônio público e privado promovidas por alguns grupos radicais, infiltrados nas manifestações em outros Estados. Uma ação que merece punição, pois constitui crime previsto no código penal.

Porém, como dito, nada justifica que a Copa no Brasil seja desculpa para qualquer tipo de ação que prejudique a população. Futebol é uma coisa política é outra. Não dá para misturar as coisas com a finalidade de se obter vantagens, sejam elas políticas ou não.
Na história, o evento Copa do Mundo de futebol, nunca rendeu dividendos ou vitórias para este ou aquele Governo, independente do partido político. “Mesmo que a presidente Dilma Rousseff venha a ser punida pelos gastos elevados com a competição, tal não significa necessariamente que seus adversários políticos lucrarão com isso”, diz a jornalista Astrid Prange em matéria para a DW Brasil.

Prange inicia seu artigo com a seguinte pergunta: “Será que o torneio da Fifa vai entrar para a história do Brasil como um fiasco político e esportivo, ou, contrariando as expectativas, se provará uma pacífica festa do futebol?

Para o bem estar geral da Nação, o momento atual pede uma posição mais reflexiva e consciente de cada cidadão. Tenhamos ou não, paixão pelo esporte que arrebata multidões mundo afora e faz parte da cultura brasileira, é hora de pararmos para pensar. Vale a pena misturar política com futebol?


Imagem: reprodução/brasil.elpaís/Foto: Sérgio Morais (Reuters)


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