Veja: a volta dos que nunca se foram e o caso Celso Daniel, por Luis Nassif
Por Luis Nassif, no GGN - Marcos Valério, lá de Belo Horizonte, informa que Lula mandou matar Celso Daniel. É a velha Veja de volta, com a mesma falta de criatividade, com os mesmos roteiros cinematográficos, em torno dos mesmos vilões e dos mesmos factoides.
É a revista que anunciou que as FARCs iriam invadir o Brasil, que Cuba mandava dólares para o PT em garrafas de rum, que milhares de dólares entravam em envelopes no Palácio do Planalto. A revista se autodestruiu, tentou se refazer, mas a síndrome do escorpião falou mais alto.
Não adianta. O preço do subdesenvolvimento é elevado.
No Estadão, espalha-se o terror, de que a saída de Lula irá promover a radicalização entre esquerda e direita, o Alto Comando está incomodado e o país pegará fogo. Anuncia-se que a grande aposta branca, Luciano Huck, será prejudicada com a polarização e apenas Bolsonaro terá a ganhar.
No Supremo Tribunal Federal (STF), no fim da sessão, o presidente Dias Toffoli alerta que, como presidente, terá que pensar seu voto sobre a 2ª instância com menos liberdade do que teria apenas como Ministro.
Enfim, a marcha da insensatez não encontrou seu ponto de retorno. Ainda prosseguirá por algum tempo a guerra insana pelo poder, enquanto Bolsonaro e Guedes vão desmontando, peça por peça, qualquer veleidade de projeto de país.
Na vizinhança, Chile, Venezuela, Argentina, Peru, Equador pegam fogo, com a falta de sensibilidade das políticas pública, o descuido total com o bem-estar dos cidadãos. Há a necessidade premente de reconciliação nacional, em todos os níveis, de desarmar o ódio, buscar pactos.
A guerra intestina produziu Bolsonaro e seu exército de zumbis, desmontou políticas públicas que levaram décadas para serem montadas, espalha a selvajaria por todos os cantos do país.
Mas os poderes institucionais - com destaque para a mídia - persistem no vale tudo e na marcha da insensatez.
Imagem: reprodução
["É fácil fazer teoria da conspiração, mas a morte de Celso Daniel não foi política" - é o título da matéria publicada pelo El País/Brasil, em 05/04/2016, que contém uma entrevista com o ex-delegado geral em São Paulo, Marcos Carneiro Lima. A reportagem de Carla Jiménez, informa que o ex-delegado geral, "estudou "Mostro", que comandou sequestro e morte do prefeito e garante que o crime foi comum.
Lima, "que trabalhou na Divisão Anti-Sequestro entre os anos 90 e 2000, trabalhou também na Corregedoria da Polícia e no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), depois como delegado geral em São Paulo, comandando a Polícia Civil, conhece muito bem o personagem central do assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, que volta ao noticiário pelas mãos da Lava Jato", diz a matéria.
"Monstro, líder da quadrilha que sequestrou, torturou e matou Daniel, era objeto de estudo de Lima há muito tempo, quando o crime aconteceu. Atualmente dando aulas na Academia de Polícia, o delegado, agora aposentado, diz que se incomoda com as ilações políticas sobre o caso, que coincidem com períodos eleitorais, escreveu Jiménez na ocasião.
Uma das perguntas feitas ao ex-delegado geral (na entrevista), era se ele achava que a leitura de um crime politico era por conveniência. Marcos Carneiro Lima respondeu: "Exatamente. Houve uma comissão parlamentar, chamaram os presos que cometeram o crime, eles falaram a verdade. O que mais querem? O assunto parece sempre próximo a eleição. Mandaram desarquivar inquérito para Elizabeth Sato [em 2005]. Para provar que foi crime de mando. Fez toda investigação e disse que foi sequestro seguido de morte. Desenterraram Celso Daniel de uma forma covarde. Para colocar a pecha de que é partido de bandidos."]
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