quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Política: 'Efeito Lula, eles destruirão mais uma vez o país?' Por Eduardo Ramos

Por Eduardo Ramos, no jornal GGN: Em artigo em que analisa várias questões, desde as históricas até os problemas que o futuro governante do país terá que lidar, Nassif cita ao final um problema que traz em si duas das maiores causas da destruição do nosso país e a tragédia de termos nos transformado na "nação pária por excelência", motivo de risos, desprezo e compaixão dos povos civilizados no mundo.
www.seuguara.com.br/efeito Lula/Brasil/política/

Falo da vulgaridade narcísica e egocêntrica de uma elite selvagem, desumana, incivilizada ao extremo, sem nenhuma compaixão por nossos pobres e miseráveis e do ódio quase homicida que nutrem por qualquer um que queira disputar com eles o poder pelo destino do Brasil. E aí, por motivos óbvios, Lula se torna o alvo principal desse ódio patológico, doentio, nefasto.

 

Não foi por outro motivo que Globo, Moro, empresários, juízes, procuradores e nossas elites e classes médias altas uniram-se como que num fervor religioso em torno da operação Lava Jato: o ódio, os preconceitos e o que eu chamo de "o nojo de Lula", remoeu suas entranhas num ritual paroxístico, selvagem, onde o "grand finale" era ver o objeto alvo dessa mistura doentia de sentimentos, preso, humilhado, desacreditado e, para alguns, com toda a família destruída no processo.


Exagero do articulista? Porque Moro e Globo soltaram vazamentos de conversas de dona Marisa com o filho, se não para que a sociedade enferma, tornada animalesca, os execrasse como o Lula?

Porque o procurador mais covarde de todos os tempos, Carlos Fernando, debochou da condução coercitiva a Lula, feliz como uma hiena diante da carniça, comentando que "Moro era bonzinho demais por ter poupado dona Marisa... deveria tê-la conduzido coercitivamente também."


Porque a juíza Carolina Lebbos, sob o pretexto miserável de que a Polícia Federal já não podia manter Lula em Curitiba, despachou no sentido de que Lula fosse para um presídio comum em São Paulo, EM CELA COMUM, ciente de que isso colocaria a integridade física de Lula, talvez sua vida, em riscos abomináveis? Não tem bom senso a juíza, ou era o ódio, o nojo, o fanatismo, emporcalhando suas decisões por se tratar dele, o inimigo a ser massacrado?


Toadas essas são provas de que mídia, MPF, juízes, desembargadores, ministros de STJ e STF, classe média e elites, não têm ética alguma, civilidade alguma, decência alguma, quando se trata de "agir contra o me inimigo" - como Lula foi e seguirá sendo visto por todas essas pessoas.


Refletindo sobre o último parágrafo do texto do Nassif [Xadrez das pautas identitárias como centro da democracia], o que vemos?


"O anti-petismo exacerbado, mais do que antes, exigirá de Lula a montagem do grande arco de apoio com distribuição de poder.

A miopia em torno desse pontos, a dificuldade de enxergar o ponto central do estilo Lula - a conciliação - prende-se ao mesmo sentimento de política de guerra, que jogou o Brasil nas mãos do bolsonarismo."


Eis a GRANDE questão, para a qual não temos uma resposta otimista ou esperançosa. Eleito Lula, mesmo com esse espírito que norteou toda a sua vida, o da CONCILIAÇÃO, terão aprendido a lição, empresários, família Marinho, juízes como Gabriela Hardt e Carolina Lebbos? Os desembargadores do TRF4, que envergonham a justiça e o Judiciário com suas decisões canhestras, ilegítimas e imorais? Os procuradores federais, tão degradados por tudo o que fizeram seus pares na Lava Jato? E nossa sociedade civil, tosca, ignara, fanática, batendo panelas a favor de uma operação dantesca, que destruiu o Brasil e sua democracia, terão aprendido a lição?

Infelizmente, não creio!


Eleito, Lula terá que conceder anéis e mais anéis a essa turma, para que possa minimamente governar. O jogo "do que entregar a troco do que", será pesado, tenso, a sociedade ainda fraturada, enferma, tornada mais pobre e miserável infinitamente por causa do fim do governo Dilma, e dos períodos Temer e Bolsonaro.


Um país só "acontece" quando se tem a grandeza de pensar nele como um todo, como um projeto querido e desejado, includente, transformador das causas se suas mazelas. Achar que os empresários que "ontem" aplaudiam Moro e depois Bolsonaro, totalmente indiferentes ao Hospício perverso que viramos, se tornarão minimamente decentes e humanos, parece algo irreal.


É esperar o milagre de que as forças sociais e políticas dignas, lúcidas, homens do quilate de um Bresser Pereira, só para citar um exemplo, amparem, deem suporte a Lula com todas as forças de que forem capazes, tornando-se mediadores de pontes para diálogos que nos tirem do pântano atual.


Penso ser nossa derradeira chance de, nessa década, voltarmos a ser algum tipo de nação minimamente civilizada e humana. 


Imagem: reprodução


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