Política: Ex-ministro do governo Bolsonaro desiste de assumir diretoria-geral do TSE
O TSE espera anunciar na próxima o nome do novo diretor-geral na próxima sexta-feira (18).
A desistência de Azevedo e Silva se dá em meio a uma nova tentativa do presidente Jair Bolsonaro de lançar os militares contra o sistema eleitoral brasileiro. Na semana passada, o TSE emitiu uma nota em que contesta as mais recentes insinuações do ex-capitão.
Na quinta-feira 10, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro tornou a plantar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Segundo ele, “todo mundo sabe do que tem que desconfiar”. O presidente também declarou que as Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral por Barroso.
"Eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. Aceitamos um convite do ministro Barroso. O pessoal do Exército, segundo a mídia, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades, para ajudar o TSE. Foi oficiado o TSE, para que pudesse responder às Forças Armadas”, prosseguiu. “Passou o prazo, ficou um silêncio, foi reiterado. O prazo se esgotou no dia de hoje. E isso está na mão do ministro [da Defesa] Braga Netto, que vai tratar desse assunto. Ele vai entrar em contato com o presidente do TSE para ver se o atraso foi em função do recesso ou se não foi."
(...)
[O presidente da TSE, ministro Luís Roberto Barroso, comunicou à CTE (Comissão de Transparência da Eleições) nesta segunda-feira (14) que já enviou respostas para as Forças Armadas sobre dúvidas apresentadas sobre o sistema eletrônico de votação].
Segundo o Estadão, a desistência do ex-ministro da Defesa de assumir o cargo "desvela o desconforto corrente na caserna com as nova 'funções' relacionadas às eleições de 2022. O general estava incomodado e reclamou, a pessoas próximas, que o presidente Jair Bolsonaro tinha voltado a manipular os militares e a atacar o sistema eleitoral, lançando as Forças Armadas em narrativas para desacreditar as urnas, contra iniciativas do TSE e do Supremo Tribunal Federal. Com trânsito nos três poderes, Fernando Azevedo preferiu, no entanto, justificar a decisão por motivos de saúde e familiares."
"Fontes com acesso ao ex-ministro, disseram que ele descobriu um problema cardíaco que requer tratamento imediato. Amigos e familiares, contrários ao cargo, o pressionaram a desistir por causa do alto estresse previsto para a função, no caldeirão político que se formou. Essa versão também foi compartilhada pelo ex-ministro com militares da reserva e da ativa, inclusive no Forte Apache, o Comando Geral do Exército", diz o jornal.
Fonte: Carta Capital/Estadão
Imagem: reprodução/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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